Sucot - A festa das cabanas
Após o Yom Kipur temos a festa de Sucot, que se inicia na quarta-feira, dia 22 de Setembro ao pôr do sol e por sete dias, terminando na quarta-feira, dia 29 de Setembro.
Sucot (do hebraico סוכות ou סֻכּוֹת sukkot, cabanas) é um festival judaico que se inicia no dia 15 de Tishrei de acordo com o calendário judaico. Também conhecido como a Festa dos Tabernáculos ou Festa das Cabanas ou, ainda, festa das colheitas visto que coincide com a estação das colheitas em Israel, no começo do Outono. É uma das três maiores festas, conhecidas como Shalosh Regalim, onde o povo de Israel peregrinava para o Templo de Jerusalém.
O Sucot relembra os 40 anos de êxodo dos judeus no deserto após a sua saída do Egito. Nesse período o povo judeu não tinha terra própria, eram nómadas e vivam em pequenas tendas ou cabanas frágeis e temporárias. Como forma de simbolizar este período, durante a celebração de Sucot, os judeus deixam as suas casas e abrigam-se na sucá. A sucá deve ser erguida ao ar livre e deve ser constituída de palha ou folhagem, possibilita ver-se o céu. Deve ter pelo menos 3 paredes as quais não devem estar pregadas ao teto. Além desta passagem pelo deserto, a sucá também simboliza todos os judeus que moram na diáspora, ou seja, fora de Israel. Outro ritual que se faz em Sucot é a oferenda da água. Esta era uma cerimónia que precedia a época das chuvas e a água, por ser um elemento vital, era implorada a Deus pelos camponeses. Assim como o uso dum ramo com quatros espécies, assim precisamente chamado (arba'á minim)em hebraico, e em que uma delas é designada por lulav.
Os significados das leis da sucá
O Talmud ensina que a palavra sucá é derivada de schach que, em hebraico, significa cobertura. A sucá é uma habitação formada por paredes e teto. Para a fabricação das divisórias pode-se usar qualquer tipo de material sólido (pedra, madeira, ferro, vegetal, plástico e até junco). Porém, para construir a cobertura da cabana onde se deve habitar durante Sucot só é permitido usar material vegetal recém cortado, como folhagem, bambu e madeira, entre outros.
As paredes da sucá simbolizam o status social do indivíduo ou da família que a constrói. Elas representam a sua posição socio-económica e o património adquirido ao longo dos anos. A construção das paredes da sucá pode ser feita com qualquer tipo de material, do mais simples ao mais luxuoso. É permitido construir uma sucá com paredes de ouro ou prata. Mas a lei determina que o schach que é o elemento fundamental da sucá seja feito de um vegetal cortado, que praticamente não tem valor económico.
Para cumprir o mandamento da sucá, deve-se habitar debaixo da sombra provida pelo schach. Esta sombra representa a proteção Divina que todas as pessoas das mais bem-sucedidas às mais humildes necessitam e almejam. Por representar a Proteção Divina, o schach não pode ser feito de material industrializado pelo ser humano. Ao cobrirmos a sucá com o vegetal tal qual é encontrado na natureza, a nossa intenção é demonstrar que somos todos parecidos e todos necessitamos da proteção do Criador .
Outra lei referente a sucá é a exigência de que dentro da cabana a sombra seja mais importante de que a luminosidade. Por isso, devemos colocar bastante folhagem no schach para que a luz do sol não penetre tanto na sucá. O sol, neste caso representa as posses materiais. Em Sucot, a nossa preocupação é com a sombra e a proteção Divina, que aquecem muito mais que o astro-rei.
A Sucá também não pode ser construída com paredes que tenham altura maior que 9,6 m. O Talmud explica a razão: se as paredes da sucá fossem mais altas, a pessoa estaria sentada sob a sombra das paredes e não do schach, como manda a lei. E esta, apesar de aparentar ser exclusivamente técnica, tem uma simbologia significativa. A pessoa deve residir sob a sombra do schach, ou, como vimos, a proteção Divina. Se sentasse debaixo da sombra resultantes de paredes altas, a pessoa estaria demonstrando que confia mais em suas posses materiais simbolizado pelas paredes da sucá, como explicado acima do que no amparo de D’us.
Outro preceito é fazer a benção sobre quatro espécies de plantas: o etrog (fruta cítrica semelhante à cidra), lulav (feixe de folhas de palmeira), hadas (ramos de murta) e aravá (dois ramos de salgueiro).
O objetivo disto é relembrar a época da colheita e da peregrinação ao Templo de Jerusalém.
Segundo a tradição, as quatro espécies representam todos os tipos de frutos e de pessoas. A mensagem é que a natureza só se torna completa — e um povo só se torna coeso — com todos juntos. Assim, é feita uma analogia com as diferentes personalidades do ser humano com relação ao cumprimento dos preceitos e à união do povo judeu:
• O etróg tem sabor e aroma, simbolizando aqueles que conhecem as leis religiosas e as praticam.
• O lulav tem sabor, mas não tem aroma, em referência àqueles que conhecem as leis, mas não as seguem.
• O hadás possui aroma, mas não tem sabor, simbolizando os que observam e praticam boas ações, mas não conhecem a Torá ou outros mandamentos religiosos.
• O aravá não possui sabor e nem cheiro, simbolizando os que estão afastados do judaísmo.
Jag Sameah
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