30.11.06

Olmert reitera oferta de paz













Ehud Olmert, primeiro ministro israelita, reiterou a sua oferta de paz à Autoridade Palestina enfatizando a sua intenção de libertar prisioneiros palestinos em troca da liberdade do soldado Gilad Shalit e de falar directamente com Abu Mazen sobre a implantação do plano de paz conhecido como Mapa do Caminho (Road Mapa), durante a cerimônia em homenagem a David Ben Gurion, no Kibbutz Sde Boker, que contou com a presença dos principais dirigentes políticos de Israel,familiares do ex-premier homenageado e de centenas de populares.
Na íntegra, o pronunciamento do chefe de estado israelita, considerado por analistas políticos internacionais como um grande avanço na postura diplomática israelita, é o seguinte:
" Há três anos, como Vice do Primeiro Ministro Ariel Sharon, eu fiz um discurso aqui, e citei um trecho do discurso de David Ben-Gurion, num debate no Knesset, em 1949, sobre os Acordos do Armistício, no qual ele disse:
"... quando tivemos que decidir entre a escolha de toda a terra de Israel sem um estado judeu, ou um estado judeu sem toda a terra de Israel - escolhemos um estado judeu sem a totalidade da terra de Israel".
Esta escolha histórica feita por Ben-Gurion na conclusão da Guerra da Independência, foi uma escolha dolorosa, mas corajosa, de apertar o coração, mas sóbria.
Partes da nossa terra natal amadas e queridas - o berço da nossa história - ficaram além da fronteira, mas uma maioria judaica sólida fiicou garantida no Estado de Israel.
O tempo passou, a animosidade e o terrorismo árabe resultou em novas guerras, e aproximadamente há 40 anos, Israel mais uma vez teve uma difícil escolha: muitas pessoas boas defendem a visão de um Israel maior.
David Ben-Gurion, quando homem de estado já aposentado, dizia que em troca da paz verdadeira, Israel deveria ceder uma grande maioria dos territórios ocupados na Guerra dos Seis Dias. Muita coisa aconteceu desde então, muitos factos ocorreram, acordos foram assinados, e a arena internacional e regional sofreu transformações difíceis de serem descritas.
O conflito sangrento com os palestinos não terminou. O diagnóstico básico de Ben Gurion continua válido, e continua a guiar - com as emendas necessárias - a posição dos governos israelitas na nossa política de paz actual.
Já no nascimento do Estado de Israel, Ben-Gurion estendeu a sua mão em sinal de paz às nações árabes. A sua mão foi rejeitada, mas continua estendida. Eu estendo a minha mão em sinal de paz aos nossos vizinhos palestinos, com a esperança de que ela não será rejeitada.
Eu, de todo o coração, me identifico com as declarações feitas por Ben-Gurion em relação a todos os governos de Israel de lutar pela paz: "Consideraria um grande pecado, não apenas em relação a nossa geração, mas também em relação às futuras gerações, se não tivéssemos feito tudo que estivesse ao nosso alcance para conseguir uma compreensão mútua com os nossos vizinhos árabes, e se as futuras gerações tivessem motivo para culpar o governo de Israel de perder uma oportunidade de conseguir a paz..."
Estes não são tempos fáceis para o Estado e o povo de Israel. Nestes dias, mais do que nunca, é natural que nós venhamos a esse local, o túmulo do Pai da nossa nação reavivada, para nos inspirarmos.
Se eu pudesse aconselhar-me com Ben-Gurion hoje em dia, creio que ele me aconselharia a fazer as declarações que eu pretendo fazer aos nossos vizinhos palestinos nesta data.
Os senhores, o povo palestino, no sul e leste, na Faixa de Gaza, Judéia e Samaria, encontram-se, nestes dias, no limiar de uma encruzilhada histórica.
O Terror, a violência, assassinatos e ataques incessantes contra os cidadãos de Israel podem nos aproximar a uma nova e dolorosa onda de terrível violência. O radicalismo sem compromisso das organizações terroristas palestinas - o Hamas, Jihad, a Brigada dos Mártires de El-Aksa e outras organizações - não os trouxeram para mais perto de conseguirem o objectivo que, estou convencido, é o desejo que muitos dos senhores compartilham - o estabelecimento de um estado Palestino, que lhes garantirá um futuro de prosperidade e que existirá tendo boas relações lado a lado com o Estado de Israel.
Prestes a tomar decisões que poderiam lançar-nos num conflito de grandes proporções, eu venho hoje, deste local, perto do túmulo de Ben-Gurion, sugerir um caminho diferente - um caminho que ofereça uma chance de um futuro diferente, para os senhores e para nós.
Nós começamos isso anteontem. Nós embarcamos nesse caminho - e eu espero que isso nos levará adiante em direcção aos objectivos que nós todos aspiramos - paz, tranquilidade e confiança mútua. Estamos prontos e desejosos de trilhar esse caminho, e perseverar até que alcancemos a solução que buscamos.
Se for estabelecido um novo governo palestino - um governo que estará comprometido com os princípios do "Quarteto", implementação do Mapa do Caminho e a libertação de Gilad Shalit, convidarei Abu Mazen para se encontrar comigo imediatamente, para que possamos conduzir um diálogo verdadeiro, aberto, genuino e sério entre nós.
No escopo deste diálogo, e de acordo com o Mapa do Caminho, os senhores poderão estabelecer um Estado Palestino independente e viável, com continuidade territorial na Judéia e Samaria - um Estado com plena soberania e fronteiras definidas.
Neste escopo, as fronteiras do Estado de Israel serão definidas, de acordo com a carta do dia 14 de abril de 2004, do Presidente Bush ao Primeiro Ministro Ariel Sharon.
Estas fronteiras serão diferentes dos territórios actualmente sob o controle de Israel.
Entendo a importância que a sociedade palestina atribui à questão dos prisioneiros.
Então eu aqui declaro que, quando Gilad Shalit for solto e devolvido a' sua família, gozando de boa saúde, o Governo de Israel estará pronto para libertar numerosos prisioneiros palestinos - incluindo aqueles que foram sentenciados a longas penas - a fim de aumentar a confiança entre nós e provar que de facto, a nossa mão está estendida na busca da paz genuína.
Eu disse isso antes do sequestro de Gilad Shalit, e não mudei a minha opinião.
Sei que muitas famílias palestinas anseiam pelo dia em que os seus amados retornarão as suas casas. Este dia pode estar muito perto.
Creio que muitos dos senhores estão cansados do alto preço que têm que pagar como resultado do extremismo violento das organizações terroristas que prevalecem nas suas ruas.
Creio que a maioria dos senhores anseiam por um novo capítulo que poderemos abrir juntos na história sangrenta das nossas relações.
O fim do terrorismo e violência, nos permitirá oferecer aos senhores uma série de medidas, que serão tomadas em mútua cooperação, a fim de facilitar a melhoria da qualidade de vida da população palestina, que foi severamente prejudicada como resultado da sua necessidade de tomar medidas defensivas contra as ações das organizações terroristas entre a sua população.
Nós diminuiremos significantemente o número de bloqueios nas estradas, aumentaremos a liberdade de movimentação nos territórios, facilitaremos a movimentação de pessoas e bens em ambos os sentidos, facilitaremos as operações para atravessar as fronteiras da Faixa de Gaza, e liberaremos fundos palestinos com o intuito de aliviar as dificuldades humanitárias que muitos dos senhores passam.
Nós poderemos assistí-los na formulação de um plano de reabilitação econômica da Faixa de Gaza e em áreas da Judéia e Samaria.
Nós poderemos ajudá-los no estabelecimento de zonas industriais - em cooperação com a comunidade internacional - para criar novos postos de trabalho e os meios de ganhar a vida decentemente, e aliviá-los da sua contínua dependência das infraestruturas de emprego em Israel.
Nós procuraremos a ajuda dos países árabes vizinhos que almejam uma solução pacífica para o conflito entre nós, incluindo; o Reino da Jordânia, Egipto, Arábia Saudita e os Estados do Golfo, a fim de nos beneficiarmos da sua experiência e receber o apoio deles para que haja negociações directas entre nós.
As vozes que emanam destes Estados, em relação à necessidade de reconhecimento e normalização das relações com o Estado de Israel - incluindo, por exemplo, alguns trechos da iniciativa de paz saudita - são positivas, e pretendo investir esforços a fim de avançar na conexão com estes Estados, e fortalecer o seu apoio nas negociações bilaterais directas entre nós e os palestinos.
Tenho acompanhado com grande apreço, os sérios esforços feitos por estes Estados para conseguir o fim da violência na região, e respeito o seu desejo sincero de criar um novo clima entre nós, a fim de facilitar a busca de uma solução para o conflilto.
As circunstâncias internacionais que foram criadas, especificamente neste momento, permitem que os senhores e nós tomemos um passo corajoso, que envolve a necessidade de fazer compromissos dolorosos e renunciar aos sonhos que foram parte da nossa etnia nacional por tantos anos, e abrir um novo capítulo oferecendo esperança de uma vida melhor para todos nós.
Nós, o Estado de Israel, concordaremos com a evacuação de muitos territórios e comunidades que foram estabelecidas nestes territórios. Isto é extremamente difícil para nós, é de partir o coração, mas nós o faremos, em troca de uma paz verdadeira.
Os senhores devem acabar com o terror, violência e esforços de prejudicar os cidadãos israelitas no sul, centro e norte, reconhecerem o nosso direito de viver em paz e segurança juntos, e abandonar a sua exigência de realização do "Direito de Retorno" (demanda dos palestinos de voltar ao território israelita, ao invés dos territórios palestinos e árabes). É um objectivo real, natural e que pode ser conseguido.
Se os senhores demonstrarem a determinação necessária e disciplina, encontrarão em nós um parceiro pronto a ajudar. O Estado de Israel é um estado poderoso. Não se enganem com as nossas diferenças internas, as nossas rivalidades políticas ou o clima triste que às vezes projectamos.
Numa batalha violenta, nós prevaleceremos, mesmo que a batalha seja longa e tiver muitas vítimas; mesmo se envolver a perda do conforto ou qualidade de vida, o Estado de Israel já mostrou a sua força no passado e está preparado para o mesmo hoje em dia.
Não nos coloquem num outro teste, o qual envolverá muitas perdas de vidas e destruição, e que levará a grandes dificuldades e desespero.
O passado não pode ser mudado, e as vítimas do conflito, em ambos os lados da fronteira, não podem ser devolvidos.
Os ditados são fúteis e as acusações mútuas são nada mais do que jogos de palavras sem sentido. A pontuação histórica não pode ser resolvida, e as cicatrizes não podem ser apagadas.
Tudo o que podemos fazer hoje é evitar que novas tragédias ocorram e deixar às novas gerações um horizonte brilhante e esperança para uma nova vida. Que nós possamos converter a animosidade em reconhecimento mútuo, respeito e diálogo direto.
Deste local, da beira do penhasco que dá para a antiga paisagem do "Córrego Tzin" - o local escolhido por David Ben-Gurion como o último abrigo para ele e sua esposa Paula - o chamamento do Estado de Israel à paz pode ser ouvido claramente e decisivamente. Que este chamado possa ecoar e ser respondido positivamente desta vez.
Que a memória de David e Paula Ben-Gurion seja abençoada.
27 de novembro de 2006".

29.11.06

Vista do edifício do Templo Sagrado






















Dando continuidade a este artigo sobre o TEMPLO, segue-se a segunda e a parte final sobre este tema. A parte inicial foi publicada no dia 26 de Novembro de 2006.

Legenda

57. Entrada do Grande Vestíbulo do Edifício do Templo. Esta entrada media 19,2m de altura por 9,6m de largura. Bem no alto, havia uma luminária de ouro.
58. Mesa de mármore, onde ficavam os Pães das Proposições antes de ser colocados na mesa de ouro dentro do Santuário.
59. Mesa de ouro, onde os Pães das Proposições eram colocados após retirados do Santuário.
60. Salas das Facas de Abate, onde os sacerdotes mantinham suas facas de abate.
61. Uma rampa estendia-se do lado norte, dando a volta até o lado sul, onde havia uma escada que dava acesso ao sótão do Santuário. Quando era necessário consertar algo no Santo dos Santos, operários eram baixados em caixas pelas aberturas no chão do sótão. Estas eram abertas na frente para que os operários fizessem os consertos sem ver o restante da sala mais sagrada.
62. Trinta e oito compartimentos. Quinze do lado norte, quinze do lado sul e oito do lado oeste.
63. Vão para captação de águas pluviais da cobertura do santuário.
64. Portão do Santuário Interior. O portão tinha dois conjuntos de portas, em cada extremidade da parede. Adicionalmente, havia duas portas menores, uma em cada lado do portão do Santuário, sendo que a do lado esquerdo sempre ficava fechada. Defronte ao portão, estava dependurada uma videira de ouro, para a qual as pessoas doavam novas folhas e cachos.
65. O Santuário Interior media 19,2m de comprimento x 9,6m de largura e 19,2m de altura.
66. Mesa de Ouro com os doze Pães das Proposições, colocados semanalmente sobre ela.
67. Altar de Ouro, sobre o qual era oferecido o incenso.
68. Menorá, Candelabro de Ouro de sete braços, acesa diariamente.
69. Duas cortinas que separavam o Santuário Interior do Santo dos Santos, com um pequeno espaço entre elas.
70. O Santo dos Santos media 9,6 x 9,6m e 19,2m de altura. Apenas o Sumo Sacerdote entrava no Santo dos Santos, e somente no Dia do Perdão. A Arca da Aliança, contendo as Tábuas com os Dez Mandamentos, ficava lá. A Arca foi escondida antes da destruição do Primeiro Templo para evitar que caísse em mãos inimigas.

Man admits vandalizing Vienna Jewish school

VIENNA - A man in police custody admitted to vandalizing a Jewish school in Vienna, an investigator said yesterday. The man, whose name has not been released, is probably a Croatian from Zagreb who came to Vienna as a tourist a week ago, said Andreas Krajcsy of the Vienna police's section on state protection and anti-terrorism. Windows at the school were smashed early Sunday. The man is suspected of smashing windows and damaging other objects inside the school.
Austrian authorities were sending a photo and fingerprints of the man to their Croatian counterparts to confirm his identi ty because he did not have a passport on him, Krajcsy said.
"It was anti-Semitic. He told us he didn't like Jews," Krajcsy said.

28.11.06

Antisemitismo
















Na semana passada, a Sinagoga de Santo André - BRASIL foi maltratada por criminosos neo-nazistas. A foto elucida bem o acontecimento nefasto. Entretanto, esta e outras fotos foram encaminhadas para a Federação Israelita do Estado de S.Paulo, que por sua vez participou a ocorrência as autoridades competentes.
Mais um triste acontecimento, numa altura, em que se fala na aproximação de religiões. De facto, as provocações começam sempre por estes minoritarios grupos prevertidos, a fim de poderem desestabilizar pela provocação.

O que é o tempo?















Por Rebbetzin Tzipporah Heller

Como seres espirituais, somos responsáveis por colocar em prática o potencial de santidade que D’us nos dá a cada momento.
Uma das perguntas mais fáceis de responder é: "Que horas são?" Uma das mais difíceis é: "O que é o tempo?"
Nós medimos a passagem do tempo por meio das horas, dias, meses, e anos, mas qual é a ilusória realidade que estamos a medir? Um físico responderia que o tempo é o modo como medimos as rotações e revoluções dos corpos celestes.
Mas, enquanto o movimento dos corpos celestes é circular, a percepção humana de tempo é linear. No nível físico, a Terra gira ao seu redor hoje, assim como girou ontem. Num nível mais profundo, porém, sabemos que ontem não é só uma repetição de hoje, e este ano não é somente uma repetição do ano passado. Entendemos, intuitivamente, que as nossas vidas não se movem em círculos, e sim em espirais, com as rotações ainda maiores que as anteriores.
Também sabemos que o tempo passa, e os nossos corpos suportam somente alguns anos antes de perecer. Este conhecimento subconsciente da própria mortalidade também abrange a nossa relação com o tempo e a sua passagem.
O Arizal, um estudioso místico quase legendário, enfatiza que as rotações e revoluções que marcam fisicamente a passagem do tempo têm um paralelo espiritual. Todo o ano é único em termos do seu potencial, assim como todo mês, dia e hora.
Deste modo, duas orações nunca são as mesmas. Uma oração recitada este ano pode trazer forças espirituais que não foram atraídas no ano passado, ou ainda antes na história. Cada dia e momento têm o seu próprio presente em termos da sua constelação particular de energia. Podemos utilizar ou rejeitar este presente.

Tempo para mudanças
A palavra hebraica que descreve a passagem do tempo reforça esta mensagem. A palavra hebraica para "ano" é shaná, que compartilha a sua raiz com a palavra shoni, que significa "mudança”. A palavra para "mês" é chodesh que compartilha a sua raiz com a palavra chadash que significa "novo”. A passagem de tempo nos modifica de formas significantes. Como podemos desenvolver uma relação significativa com o tempo?
Santificar o tempo por meio de uma cerimónia chamada "Rosh Chodesh", a nova lua, é o primeiro mandamento que recebemos como nação. Este mandamento revela como o Judaísmo se relaciona com o tempo.
Vamos primeiro olhar para o contexto histórico desta mitzvá. Na véspera do Êxodo, os judeus no Egipto estavam prontos para começar as suas vidas como nação. A escravidão ensinou-lhes a nunca servir de boa vontade a um mestre terrestre, nem se deixar cair nas mãos do opressor. Também viram grandes milagres que lhes revelaram a presença de D’us, a devoção pelo Seu povo e a habilidade de modificar as leis da natureza.
Até aquele ponto, os judeus eram passageiros de uma jornada contra a sua própria vontade. Agora, D’us dava-lhes uma ordem para que saíssem da passividade e se tornassem activos. Foram ordenados a santificar o tempo.

Santificar o tempo
Rosh Chodesh, a santificação da nova lua, ocorre quando duas testemunhas declaram solenemente diante de um júri formado por três juízes competentes que viram o primeiro brilho da lua crescente no céu, e então os juízes declaram o início de um novo mês. Aquele brilho da lua aparece somente na véspera do 29 ou 30 dia do mês. Se a lua não puder ser vista (por exemplo, devido ao tempo nublado), o 31 dia do mês anterior será declarado o primeiro dia do novo mês.
Uma cláusula fascinante na lei menciona que o novo mês só se inicia quando os juízes realmente o proclamarem. Por exemplo, se na véspera do 30° dia ocorre um atraso fazendo com que as testemunhas não cheguem na hora certa ou os juízes não consigam tomar o seu testemunho até o anoitecer, não importa quantas pessoas viram a nova lua, o novo mês começará no 31° dia e não antes disso.
Este não é só um mero detalhe técnico. Do ponto de vista judaico, o tempo não é uma realidade física mecânica definida pelo movimento dos corpos celestes. O tempo é definido pelos seres humanos, como declarado pelo tribunal judaico. Isto significa que estamos indo além de só perceber mudanças físicas no céu; como seres espirituais, somos responsáveis por colocar em prática o potencial de santidade que D’us nos dá a cada momento.
Sempre, que a lua se encontra com o sol novamente e recebe a sua luz, algo profundo acontece. D’us quer que o Seu Povo (representado pelas testemunhas e o tribunal) Lhe encontre novamente, redescubra a Sua luz, embora esta esteja frequentemente obscurecida por períodos de escuridão e encobrimento espiritual. Portanto, a nova lua é um tempo de renascimento espiritual e moral de nós mesmos.

Mazal tov?
O fluxo de força espiritual que provem de todo o mês é chamado mazal, que literalmente significa, "que flui". O mazal do mês é o canal pelo qual podemos experimentar D’us.
Cada um dos 12 meses tem um signo astral que delineia o seu mazal. Antigamente, os astrólogos podiam ler os signos astrológicos do mesmo modo como lemos um mapa hoje. Obviamente, o facto de poder pegar num mapa e localizar Chicago não quer dizer que causei a existência de Chicago. Da mesma forma, informações astrológicas não alteram a realidade. Só a delineiam.
Uma interessante falha na natureza humana é a que subconscientemente confundimos a nossa habilidade de descrever coisas com a de controlá-las. A astrologia, ou o conhecimento do "mapa" de como o mazal altera as nossas vidas, pode tornar-se uma perseguição obsessiva. A Torá diz-nos para caminhar com simplicidade, e deixar que o tempo se revele de acordo com os Seus termos. Nós não praticamos astrologia, leitura de cartas, ou qualquer meio ilusório de tirar o controle de D’us prevendo o que o futuro trará.
Uma busca completamente diferente é estar ciente da natureza espiritual de cada mês, não para controlar, e sim para saber como utilizar estas energias.
Uma maneira de utilizar a energia exclusiva de todo o mês é por meio da celebração dos feriados judaicos. Os feriados não existem só para que celebremos eventos passados. Melhor dizendo, a nossa consciência do passado nos informa sobre as forças que estão nas nossas mãos para usarmos e ajustarmos o nosso presente e futuro aos planos de D’us.
Há sete feriados principais que são mencionados na Torá. Isso significa que são parte integral dos planos de D’us em relação ao tempo, ao mazal, e ao destino do mundo. Na literatura mística os feriados são descritos como tempos de ratzon, que significa literalmente "vontade". São dias em que a vontade de D’us, que está normalmente escondida, pode ser vista com muito mais brilho e luminosidade.
Na Torá, os feriados são chamados de moadim, ou seja, "tempos de encontro" entre nós, com todas as nossas limitações, e D’us no Seu infinito incompreensível. A ponte que atravessamos para encontrar D’us é feita pelo espírito do tempo em particular, como também pelos eventos que aconteceram na história, que nós dá uma compreensão clara de ambos - o tempo e o Criador do tempo.
Cada feriado é distinto e insubstituível. Eles actuam como luzes que nos dão a habilidade de ver longe além do fluxo e refluxo da existência.
Se mudarmos a nossa relação com o tempo, mudaremos também a nossa relação com a vida propriamente dita.

26.11.06

O TEMPLO












Legenda

1. Portão Oriental do Pátio das Mulheres. Todos os portões do Templo mediam 9,6m de altura por 4,8m de largura.
2. Muro do Pátio das Mulheres, com 19,2m de altura.
3. Pátio das Mulheres, com 64,8 x 64,8m.
4. Galeria superior reservada às mulheres que vinham assistir às celebrações festivas no Templo em Sucot.
5. Degraus para as galerias.
6. Pequeno Tribunal. Comportava 23 juízes.
7. Câmara da Madeira, onde a madeira para o altar era guardada e examinada em busca de vermes.
8. Câmara dos Nazaritas, usada para preparar oferendas trazidas pelos nazaritas e cortar seu cabelo.
9. Câmara dos Leprosos. Esta sala tinha um micve para banho ritual dos leprosos.
10. Câmara do Azeite, onde eram armazenados azeite, vinho e farinha.
11. Câmara das Harpas. Duas salas sob o Pátio dos Israelitas onde eram guardados os instrumentos musicais.
12. Quinze degraus para o Pátio do Templo. Aqui os Levitas ficavam em pé e cantavam e tocavam os instrumentos durante as celebrações festivas de Sucot.
13. Portão de Nicanor. Todas as portões do Templo eram folhadas a ouro, exceto os portões de Nicanor, que eram de bronze.
14. Pátio dos Israelitas, com 64,8 x 5,28m.
15. Câmara de Pinechás, o Alfaiate. Nesta sala, com 96 armários, eram preparadas e guardadas as roupas dos sacerdotes.
16. Câmara dos Padeiros. Nesta sala era preparada a oferenda diária do Sumo Sacerdote feita de farinha. Metade era oferecida pela manhã e o restante à tarde.
17. Tablado com três degraus onde os Levitas cantavam e tocavam instrumentos na hora de oferendas diversas. Ficavam de frente para o Santuário, de costas para o povo. O espaço a partir deste Tablado até o Altar era chamado Pátio Sacerdotal.
18. Câmara das Pedras Talhadas. Aqui ficava o Tribunal Supremo de 71 juízes, a mais alta autoridade da Lei Judaica na Terra Santa. Aqui também eram sorteadas e distribuídas as funções dos sacerdotes.
19. Câmara dos Assessores. Nesta câmara, o Sumo Sacerdote morava durante sete dias antes de Iom Kipur - o Dia do Perdão.
20. Câmara do Cântaro. Nesta sala havia um poço, de onde se retirava água para usar no Pátio do Templo.
21. Câmara do Sal, onde era armazenado o sal das oferendas.
22. Câmara do Couro, onde era curtido o couro das oferendas dos animais. Na cobertura desta sala ficava um micve usado pelo Sumo Sacerdote no Dia do Perdão.
23. Câmara de Lavagem, onde eram lavados as tripas dos sacrifícios.
24. Abatedouro.
25. Oito colunatas. Nos ganchos destes pilares eram pendurados os animais, após o abate, para que sua pele fosse tirada.
26. Oito mesas de mármore para a lavagem das oferendas.
27. Vinte e quatro anéis afixados no chão, onde as patas dos animais eram amarradas durante o abate.
28. O Altar media 15,36 x 15,36m na base e 4,64m de altura. Seu local e tamanho tinham de ser precisos. Com a terra deste local, D'us criou Adão e, exatamente neste local, o Patriarca Abraão ofereceu seu filho Isaac.
29. Rampa principal no lado sul do Altar.
30. Pequena rampa do lado direito da rampa principal. Esta rampa ia do piso até o parapeito do Altar.
31. Pequena rampa do lado esquerdo da rampa principal. Esta rampa ia do parapeito do Altar até o piso.
32. Lavatório e base com 12 torneiras. Diariamente, os Sacerdotes lavavam as mãos e os pés com a água deste lavatório antes de iniciar o serviço do Templo.
33. Mesa de Prata para colocar os utensílios usados pelos Sacerdotes.
34. Mesa de Mármore para colocar os cortes das oferendas.
35. Casa da Lareira. Uma imensa sala abobodada onde os Sacerdotes se aqueciam. Sentiam frio, pois trabalhavam descalços sobre o chão de pedra. Nas paredes, foram construídos beliches para os Sacerdotes que passavam a noite no Templo. As chaves dos portões do Pátio do Templo eram guardadas ali, todas as noites, num cofre no chão coberto por uma laje de mármore. Nesta área, havia quatro câmaras menores (36 a 39).
36. Câmara da Lareira, onde havia uma lareira e degraus para a passagem subterrânea que levava ao micve e para os lavatórios.
37. Câmara do Armazenamento das Pedras do Altar, onde foram guardadas as pedras do Altar profanadas pelos sírios, no período de Chanucá.
38. Câmara das Ovelhas. Ovelhas sem defeitos eram mantidas de prontidão para a oferenda diária.
39. Câmara dos Pães da Proposição, onde eram assados os 12 pães.
40. Portão da Lareira.
41. Portão das Oferendas, por onde eram trazidas várias oferendas.
42. A Casa da Centelha ficava sobre do Portão da Centelha onde havia uma torre de guarda.
43. Portão da Centelha.
44. Muros do Pátio do Templo, com 19,2m de altura.
45. Portão da Lenha, por onde a madeira para o Altar era trazida.
46. Portão dos Primogênitos, por onde eram trazidas as oferendas de animais primogênitos.
47. Portão de Água. Por este portão, água era trazida para o Templo para a cerimônia de despejar água na festa de Sucot.
48. Câmara de Avtinus, onde era feito o incenso. Esta sala recebeu o nome da família de Sacerdotes, Avtinus, que preparava as especiarias. No andar de cima, tinha uma sala do Sumo Sacerdote.
49. Micve acima do Portão de Água usado pelo Sumo Sacerdote em sua primeira imersão no Dia do Perdão.
50. Terraço próximo ao micve.
51. Pilar de bronze Iachin.
52. Pilar de bronze Boaz.
53. Doze degraus para o Edifício do Templo. Os Sacerdotes ficavam nestes degraus quando recitavam diariamente a Bênção Sacerdotal.
54. Janelas do Edifício do Templo. Estas janelas eram largas por fora e estreitas por dentro.
55. Em forma de trapézio, o edifício do Templo tinha 48 x 48m no ponto central; era mais largo na frente e mais estreito atrás. A altura era também de 48m. 56. Contornando a cobertura do Edifício do Templo foi construída uma mureta. E por cima desta platibanda colocaram lanças para afastar os pássaros da beirada.

25.11.06

A arrogância

Muitas vezes acabamos por conhecer ou ter de lidar com pessoas arrogantes. Mas, ao serem confrontadas, estas pessoas comentam: “O que o leva a ser arrogante? Eu preciso valorizar-me!”

A Torá, no livro Devarim (17:20), trata sobre a mitsvá (mandamento) de todo o Judeu escrever um Sefer Torá (Rolo de Torá). O objectivo é que cada Judeu saiba a Torá inteira. Para o rei Judeu existe uma mitsvá adicional de escrever um segundo Sefer Torá e mantê-lo consigo o tempo todo. A Torá nos dá a razão: “... ele irá aprender a temer o Todo-Poderoso, o seu D’us, a cumprir e cuidar de todas as palavras da Torá e os seus decretos, colocando-os em prática, para que o seu coração não se eleve sobre os seus irmãos e para que não se desvie dos Mandamentos, nem para a direita nem para a esquerda. E assim prolongará os anos do seu reinado, ele e os seus filhos, entre o Povo de Israel”. O que aprendemos das palavras “para que o seu coração não se eleve sobre os seus irmãos?” Este versículo ensina-nos sobre a proibição de uma pessoa ser arrogante. O Rabino Simha Zissel de Kelm (Kelm, 1824-1898) explicou que “a arrogância é uma característica repreensível e é a mãe de todas as demais más características que existem”.
Porém, o que há de mal com uma pessoa arrogante? O problema é que um sujeito arrogante irá:
1) Facilmente enervar-se, quando os outros não fizerem o que ele quer.
2) Ficar descontente com o que tem porque, arrogantemente, pensa que deveria ter mais coisas que os demais.
3) Falar mal ou contra outras pessoas, porque se acha superior a elas.
4) Acomodar-se e não se esforçará para fazer favores a ninguém, pois acha que os outros é que devem lhe fazer favores, não tendo nenhuma obrigação em ajudá-los.
5) Procurar honra e poder e, portanto, tudo o que fizer será motivado pelo egoísmo.
6) Tirar vantagem de outras pessoas, pois pensa que os outros só estão neste mundo para servi-lo.
7) Ser mal-agradecido por qualquer coisa boa que lhe façam, pois acha lógico que os outros o sirvam.
8) Não admitir que cometeu algum erro, pois quer que os outros o achem infalível e, frequentemente, ele também pensa assim.
9) Desonrar os seus pais (porque quer que eles o sirvam).
10) Vangloriar-se o máximo possível para crescer aos olhos dos demais.
11) Frequentemente mentir, para que os outros tenham dele uma opinião melhor do que merece.
12) Deixar de pedir esclarecimentos, para não ter que admitir que não entendeu alguma coisa.
13) Frequentemente meter-se em discussões e disputas.
14) Acusar ou condenar os outros.
15) Agir ofensiva ou repulsivamente.
16) Odiar qualquer pessoa que o desconsidere ou o despreze.
Alguma das ‘virtudes’ acima parece-nos familiar? Se sim, precisamos de pensar em trabalhar sobre a nossa humildade.
Como podemos combater a arrogância?
1) Tendo consciência da nossa própria insignificância em comparação com todo o Universo e com o poder de D’us.
2) Tendo consciência da vasta quantidade de conhecimento que nos falta e os erros que já cometemos.
3) Tomando consciência da fragilidade do corpo humano e de como até a mais forte das pessoas pode ficar doente e morrer. A arrogância somente existe como consequência da cegueira em relação à realidade.
Humildade é reconhecer e apreciar que tudo o que temos é um presente do Criador. Como iremos usar esta dádiva já é uma escolha nossa. Toda a criança se esforça para aprender a andar. Ela rasteja, gatinha, tropeça, mas no final acaba por ter sucesso. Imagine um adulto arrogante gabando-se: “Olhem para mim, eu sei andar!” Na verdade, falar uma coisa dessas não é nada diferente do que se gabar de todas as nossas demais realizações.

Quais as características para melhorar-mos?
O Rabino Israel Salanter (Lituânia, 1810-1833), fundador do movimento Mussár (voltado para o crescimento moral, pessoal e ético das pessoas) dentro do Judaísmo, listou 13 características sobre as quais precisamos de trabalhar para melhorarmos a nós mesmos:

1) Autenticidade -- Seja autêntico e verídico em tudo o que falar.
2) Rapidez -- Tudo que tiver de fazer, faça sem perder tempo.
3) Presteza -- Faça tudo o que deve fazer conscientemente.
4) Respeito -- Seja extremamente cuidadoso com a honra e os sentimentos dos outros.
5) Tranquilidade -- Faça tudo calmamente, sem confusões ou excitações desnecessários.
6) Gentileza -- As palavras de um sábio são pronunciadas suave e pacificamente.
7) Limpeza e Pureza -- Mantenha o corpo puro e as roupas limpas.
8) Paciência -- Aconteça, o que acontecer na sua vida, seja paciente.
9) Ordem -- Faça tudo de maneira organizada e disciplinada.
10) Humildade -- Reconheça os seus pontos fracos e não procure os erros dos outros.
11) Justiça -- O que é detestável para si, não o faça com ninguém.
12) Economia -- Não desperdice um único centavo desnecessariamente.
13) Silêncio -- Julgue bem o valor das suas palavras antes de falar.

Mãos à Obra!

23.11.06

Pensamento da Semana

“A humildade é a maior das virtudes. Não seja arrogante”

Porção Semanal da Torá: Toldót

Bereshit (Gênesis) 25:19 - 28:09

Rivka dá à luz Essáv (Essau) e Yaácov (Jacob). Essáv vende a sua primogenitura a Yaácov em troca de um prato de sopa de lentilhas. Ytschák permanece em Gerar com Aviméleh, o rei dos Filisteus. Essáv casa-se com duas mulheres Hititas, causando grande mágoa a seus pais.
Yaácov personifica Essáv, aconselhado pela sua mãe, para receber as bênçãos do filho mais velho do seu pai, já cego. Essáv planeia matar Yaácov e este foge para a casa do seu tio Laván, em Padan Aram , seguindo o conselho dos seus pais. Eles também o aconselham a casar-se com a filha de Laván.
Essáv entende que as suas duas mulheres causam desgostos aos seus pais e então resolve casar-se com uma terceira esposa, Mahlát, filha de Ishmael.

Dvar Torá: baseado no livro Growth Through Torah, do Rabino Zelig Pliskin

A Torá declara: “E Ytschák chamou Yaácov, o abençoou e lhe ordenou, dizendo: ‘Você não deve casar-se com nenhuma moça canaanita’” Qual a conexão entre Ytschák abençoar o seu filho e logo depois repreendê-lo?
O Hafêts Haim, Rabino Ysrael Meir Kagan (Polônia, 1839-1933), um grande Rabino da geração passada, explicou que aprendemos daqui a maneira mais efectiva de repreender alguém. Mostre que realmente se importa com ela. Assim, a pessoa estará mais receptiva a ouvir a sua reprimenda.
Frequentemente, pessoas bem intencionadas exprimem a sua reprovação de maneira ríspida ou com gritos, particularmente quando o alvo é o seu filho ou a sua filha (ou o cônjuge). Toda a pessoa quer fazer a coisa certa. Se pudermos demonstrar o nosso amor por ela, o nosso desejo de genuinamente ajudá-la e a nossa consciência de que ela quer agir correctamente, então poderemos falar suavemente e adverti-la, que com certeza seremos ouvidos!

Os negros e os judeus




















Consciência negra não é só Zumbi dos Palmares. Há muitas estórias para serem contadas. No mês da “Consciência Negra”, não vamos deixar de lado as boas histórias também. Você sabia que há judeus negros? Na África há dois povos muito antigos que só recentemente foram reconhecidos como judeus: os Falashas e os Lembas. Um teste de DNA feito em 1999 pelo geneticista inglês David Goldstein, da Universidade de Oxford, descobriu que uma tribo de negros do norte da África do Sul e arredores têm ascendência judaica. Os Lembas fazem circuncisão, casam-se apenas entre si, guardam um dia da semana para orações e não comem carne de porco ou de hipopótamo, considerado parente do porco. Segundo sua tradição oral, eles viviam num lugar chamado Sena. Há no Iêmen uma vila com esse nome que até o século X ficava num vale fértil, abastecido por um açude. Quando este secou, a maioria das pessoas partiu. Geneticamente, os lembas são parentes dos Cohanim que junto com os Levi e os Israel formam um dos três grupos em que se divide o povo judeu.Os cientistas afirmaram que o ancestral comum dos Lemba e dos Cohanim viveu entre 2.600 e 3.100 anos atrás. Pela tradição judaica o período coincide com a vida de Aarão, irmão de Moisés, de quem os Cohanim descendem. Provavelmente o grande pai também dos negros lemba. Os falashas (nome pejorativo que significa estrangeiro) ou Beta-Israel são totalmente negros como os demais abissínios. Na Etiópia formavam uma comunidade atrasada e fechada que preservava, intactos, usos e costumes que remontam a mais de dois milénios, dizendo-se descendentes da tribo perdida de Dan, fundada por Menelik, filho do rei Salomão com a rainha etíope de Sabá. Foram localizados em meados do século XIX e só em 1947 os rabinos-chefes de Israel admitiram formalmente serem eles judeus. Em 1860, missionários britânicos que viajavam pela Etiópia foram os primeiros ocidentais a encontrar a tribo dos falashas. Os membros dessa comunidade observavam o Shabat, mantinham rígidas leis rituais da forma como eram descritas na Torá. Pouco tempo depois, o estudioso Joseph Halevy decidiu conhecê-los pessoalmente. Foi recebido com curiosidade e desconfiança pelos nativos, que lhe perguntavam: “O senhor, judeu? Como pode ser judeu? O senhor é branco!” Mas quando Halevy mencionou a palavra Jerusalém, todos se convenceram. Os falashas haviam sido separados de outros judeus por milhares de anos. Nenhum deles jamais saíra de seu vilarejo. Viviam na Etiópia até a grande seca de 1985 quando, para salvar-lhes a vida, Israel montou a “Operação Moisés” para tirá-los secretamente, via aérea, da África e levá-los ao Estado de Israel. No dia 21 de Novembro de 1984 começou esta operação. Em um dado momento, havia 28 aviões no ar. Um dos jumbos, que normalmente poderia levar 500 passageiros, transportou de uma só vez 1.087 pessoas, num feito anotado no livro de recordes Guinness. Ao longo dos anos, a comunidade de judeus negros da Etiópia já chegou às 80.000 pessoas em Israel, mas o governo africano ainda retém entre 18 e 26.000 judeus em seu território.

“O senhor, judeu? Como pode ser judeu? O senhor é branco!”
Ao chegarem em Israel, os médicos diagnosticaram nos falashas casos fisiológicos e de nutrição semelhantes aos encontrados nos sobreviventes dos campos de concentração. Chegaram magros, famintos, sem propriedades. Hoje eles são parte integrante da sociedade israelense. Nunca é demais lembrar que Israel foi o único país que retirou negros da África para lhes dar vida, conforto, estudo, trabalho e dignidade. Além da África, na Índia há duas comunidades de judeus negros. Os mais conhecidos são os Bene Israel, de Bombaim. Sua cor é escura e a língua cotidiana é o marata. Sua vida diária pouco difere da população indiana, exceto quanto à religião. No Sul da Índia, em Cochin, há os judeus totalmente negros como os demais indianos do sul, cuja língua é o malaiala, idioma falado antes das invasões indo-européias. Remontam suas origens a uma da 10 tribos de Israel desaparecidas no exílio assírio, embora não seja historicamente comprovado. Nos EUA há grupos de negros que praticam o judaísmo e se chamam de "judeus etíopes". Sua posição é um tanto radical em relação aos judeus brancos. No Brasil, além de negros, os quilombos reuniam 'bruxas', hereges, ciganos e judeus.Há registros da presença permanente nas aldeias de mulatos, índios e brancos. A perseguição da época a minorias étnicas, como judeus, mouros e outros, além do combate às bruxas, heréticos, ladrões e criminosos, explica brancos terem ido viver no quilombo de Palmares. Zumbi foi o maior líder quilombola e sem dúvida o mais enigmático e místico. Sob seu reinado viveu e lutou o maior quilombo da história; grande também pela sua face multiétnica, pois em suas fortificações se refugiaram os escravos foragidos, os judeus perseguidos, os hereges e os índios entre outros, segundo as últimas descobertas de arqueólogos e etnólogos. Por volta de 1590, os primeiros fugitivos africanos rompiam suas correntes e fugiam para se agrupar na floresta, nas matas e sertões do Nordeste do Brasil. Pouco numerosos, eles se organizavam em bandos de fugitivos. O número foi aumentando, eles se reagruparam em uma primeira comunidade, que ao longo de sua existência chegou a contar com uma população de mais de trinta mil rebeldes, homens e mulheres de todas as origens. Eles constituíram o primeiro governo de um Estado livre no novo mundo. Inicialmente a população era de negros e poucos índios.

"Zumbi dos Palmares abriu o quilombo não apenasaos negros foragidos da escravidão, mas também aos judeusque estavam fugindo da inquisição"
Com a chegada de numerosos judeus fugidos da inquisição, a população abriu-se aos brancos e estes últimos muito inspiraram a sua organização económica e política a partir de então. O quilombo era organizado como um pequeno Estado. Havia leis e normas que regulamentavam a vida dos seus habitantes, algumas até muito duras; roubo, deserção ou homicídio eram punidos com a morte. As decisões eram tomadas em assembléias, da qual participam todos os adultos, sendo aceitas, pois resultava da vontade colectiva. Zumbi tornou-se dirigente de Palmares ao questionar, em 1678, a liderança de Ganga Zumba, que, seduzido por um “acordo de paz”, aceitou transferir os quilombolas para uma espécie de “reserva”, onde eles teriam que viver sob vigilância. A resistência de Zumbi a esse engodo é exemplar. Desde muito cedo, negros perceberam que, para se livrar da escravidão, não seria preciso apenas se libertar das correntes; era necessário, também, construir um novo tipo de sociedade. Palmares significava esse desafio não só por organizar-se como uma República dentro de uma sociedade colonial, mas também por questionar as próprias bases do sistema.É o que fica evidente no relato do português Manuel Inojosa, em 1677: “Entre eles tudo é de todos e nada é de ninguém, pois os frutos do que plantam e colhem ou fabricam nas suas tendas são obrigados a depositar às mãos de um conselho, que reparte a cada um quando requer seu sustento”. Foi isso que motivou as dezenas de investidas militares contra o quilombo – que também abrigava judeus, índios, brancos pobres e gente perseguida pelos colonizadores – até sua completa destruição, pelo sanguinário bandeirante Domingos Jorge Velho, em 1694. Palmares, contudo, em vez de representar a história de uma derrota, é, até hoje, um exemplo da importância da luta. Zumbi dos Palmares abriu o quilombo para os judeus. Ele não abriu apenas aos negros foragidos da escravidão, mas também aos judeus que estavam fugindo da inquisição. Quando homenageamos no dia 20 de Novembro a “Consciência Negra”, é preciso relembrar os horrores e a suprema vergonha do passado escravagista, da mesma forma que devemos relembrar os horrores do Holocausto dos judeus e outras minorias da II Guerra Mundial.

* por Jane Bichmacher de Glasman, escritora e doutora em Língua Hebraica, Literaturas e Cultura Judaica da USP

22.11.06

A vedação de segurança




















20 de Novembro de 2006

O líder da Jihad Islâmica, Ramadan Shalah, admitiu publicamente que a vedação de segurança Israelita é um obstáculo significativo às organizações terroristas Palestinianas. "Se lá não estivesse", disse à estação televisiva Al-Manar, "a situação seria totalmente diferente".

No dia 11 de Novembro, Shalah deu uma grande entrevista à televisão Al-Manar, o canal televisivo do Hizbullah. Durante a entrevista e pela primeira vez, admitiu que a vedação de segurança Israelita é um importante obstáculo às organizações terroristas (que apelidou de "resistência Palestiniana").

Shalah declarou que os ataques bombistas suicidas são a "escolha estratégica" do povo Palestiniano, destinando-se a "criar um equilíbrio de força e intimidação" na campanha contra um inimigo mais forte. Shalah afirmou que as organizações terroristas pretendem continuar com os ataques suicidas, mas que o seu timing e a possibilidade de os perpetrar a partir da Cisjordânia dependem de outros factores.

"Por exemplo", referiu, "há a vedação de separação, que é um obstáculo à resistência, e se não existisse, a situação seria totalmente diferente".

Os últimos anos testemunharam uma contínua redução no número de ataques bombistas suicidas. Este é o resultado de inúmeros factores, incluindo a construção da vedação de segurança, que desencoraja as organizações terroristas de tentarem infiltrar bombistas suicidas em Israel - apesar de continuarem a procurar os pontos mais frágeis da construção.

A Jihad Islâmica, apoiada e encorajada pela Síria e pelo Irão, tornou-se nos últimos anos, a organização terrorista Palestiniana que levou a cabo o maior número de ataques suicidas. Em 2005 (durante o chamado período de "acalmia na luta") a organização concretizou cinco ataques suicidas letais em Israel, e outros dois em 2006.

Tanto a vedação de segurança como as bem sucedidas actividades contraterroristas do IDF (Israeli Defence Force) contra a principal infraestrutura da Jihad Islâmica na Samária, dificultaram grandemente os ataques bombistas suicidas. Estes ataques, tal como afirmado por Shalah, mantêm-se como a arma preferida da Jihad Islâmica e os seus líderes expressaram recentemente a intenção de continuar a usá-los para atacar Israelitas.

14.11.06

With Jewish Roots Now Prized, Spain Starts Digging

By RENWICK McLEAN

TOLEDO, Spain — Spain has sometimes been slow to recognize its own treasures. Miguel de Cervantes was slipping into obscurity after his death until he was rescued by foreign critics. El Greco’s paintings were pulled from oblivion by the French. The Muslim palace of Alhambra had fallen into neglect before the American author Washington Irving and others wrote about it in the 1800s.
Now, 500 years after expelling its Jews and moving to hide if not eradicate all traces of their existence, Spain has begun rediscovering the Jewish culture that thrived here for centuries and that scholars say functioned as a second Jerusalem during the Middle Ages.
“We’ve gone from a period of pillaging the Jews and then suppressing and ignoring their patrimony to a period of rising curiosity and fascination,” said Ana María López, the director of the Sephardic Museum in Toledo, a hub of Jewish life before the Jews were expelled or forced to convert to Christianity in 1492 during the Inquisition.
Cities and towns across Spain are searching for the remains of their medieval synagogues, excavating old Jewish neighborhoods and trying to identify Jewish cemeteries. Scholars say they are overwhelmed with requests from local governments to study archaeological findings and ancient documents that may validate a region’s Jewish heritage.
Other people are joining in, delving into family histories to hunt for signs of Jewish ancestry. “I don’t go a week without someone calling and asking me if their last name has Jewish roots,” said Javier Castaño, an expert in Spain’s Jewish history at the Higher Council for Scientific Research in Madrid.
“It’s the opposite of 300 years ago when people changed their last names to Spanish names and looked for ancestors of pure Spanish blood,” he said. “Now it’s trendy to say you have Jewish roots.”
But Mr. Castaño and other scholars say the revival has in some ways gone too far. They contend that some local governments, eager to attract well-heeled tourists from the United States and Israel, are making claims about their Jewish heritage that are not supported by historical evidence.
“This whole revival is a very important and positive contribution,” Mr. Castaño said. “The problem is that in some cases people are falsifying the past by creating a Jewish patrimony that never existed.”
He and other critics say cities are promoting old Jewish quarters with no original structures, cemeteries whose real location is still a mystery and medieval synagogues that are hardly medieval if they ever functioned as synagogues at all.
“History is being exploited,” Mr. Castaño said, citing Oviedo near the northern coast and Jaén in the south as particularly egregious examples. “People are trying to reproduce what has occurred in Toledo. Everyone wants their medieval synagogue.”
Toledo, with two intact medieval synagogues, including the Tránsito Synagogue from the 14th century, is something of an exception in Spain, where the expulsion of the Jews was followed by a campaign to destroy, disassemble or obscure obvious reminders of their presence.
The Network of Jewish Quarters in Spain, which works to revive and promote medieval Jewish neighborhoods, concedes that some cities have oversold their possessions. “But it’s not that they don’t have the history, it’s that the history is not so visible,” said Assumpció Hosta, the network’s secretary general. “We have to give these cities time to invest in the recovery of their patrimony.”
Spain had the most vibrant Jewish population in Europe before the expulsion of 1492, and it produced one of the most influential cultural legacies in Jewish history.
It was here that Hebrew was reborn as a language suitable not just for prayer and liturgy but for poetry and other secular pursuits, contributing to the advent in Spain of what has been called a golden age of Jewish literature, philosophy and science in the 10th and 11th centuries.
“In the minds of her sons and daughters, Sepharad was a second Jerusalem,” Jane S. Gerber wrote in her book “The Jews of Spain: A History of the Sephardic Experience.”
“Expulsion from Spain, therefore, was as keenly lamented as exile from the Holy Land,” she said.
Scholarly interest in this chapter of Jewish history has been intensifying in Spain for decades, but only recently has it extended to the public.
Besides the revival of Jewish neighborhoods, there has been an explosion of books on Jewish themes, with 200 to 250 published every year, and new museums, cultural centers, restaurants and musical groups devoted to Sephardic traditions.
Medieval festivals that have typically included only Muslims and Christians are now seeking to add Jewish participants.
Jewish leaders say the trend has received an added push from Prime Minister José Luis Rodríguez Zapatero, who has made encouraging a more open and tolerant society a primary objective of his administration.
Still, despite the new enthusiasm for Spain’s Jewish heritage, intolerance toward Jews here is far from a thing of the past, the leaders say.
“A contradictory element in all this is that a new anti-Semitism is also developing in Spain,” said Jacobo Israel Garzón, the president of the Federation of Jewish Communities in Spain. “It uses the Israeli-Palestinian conflict as its source, but it passes very quickly from anti-Israelism to anti-Semitism.”
Mr. Israel said the number of Jews in Spain today was still small, 40,000 to 50,000. But he said the population was growing steadily thanks to immigration, particularly from North Africa, where so many Jews fled after the expulsion 500 years ago.
Many of these returnees still speak a form of the Judeo-Spanish language of their ancestors and have maintained their traditions. “There is tremendous nostalgia for Sephardic Spain in the Jewish world, particularly in the ancestors of the expelled Jews,” Mr. Israel said. “But even in the souls of the Jews who were not expelled there is the sense that with the end of Jewish Spain something very important was lost.”
“Spain is now opening the way for the study of that lost footprint,” he said.

"A Carta Fundadora do Hamas"















(Artigo de Análise pelo Professor Reuven Erlich***)

No dia 25 de Janeiro de 2006, aquando das eleições do Conselho Legislativo Palestiniano, o Dr. Mahmoud al-Zahar, importante líder do Hamas na Faixa de Gaza e actual Ministro dos Negócios Estrangeiros do Governo do Hamas, declarou que o movimento estava comprometido com a ideologia da sua Carta de 1988. Fez notar, enfaticamente, que "o movimento não alteraria uma única palavra dessa Carta", que apela à destruição do Estado de Israel, e que não se tornaria um movimento meramente político, mas que, muito pelo contrário, continuaria com a sua política de "resistência" (i.e., ataques terroristas) (Reuters, Gaza, 25 de Janeiro).
A Carta do Hamas referida por Mahmoud al-Zahar foi formulada durante a primeira Intifada Palestiniana (1987-1993). Editada e aprovada por Ahmad Yassin, fundador e líder do movimento e publicada a 18 de Agosto de 1988, a Carta é o documento ideológico mais importante do Hamas, enquanto formulada e honrada pelos seus fundadores, com cópias que desde essa data continuaram a circular nos territórios administrados pela Autoridade Palestiniana (AP). Utiliza extensivamente fontes Islâmicas para garantir as suas bases religiosas Islâmicas.

Os principais pontos da Carta do Hamas:

1. O conflito com Israel é religioso e político: o problema Palestiniano é um problema religioso-político Muçulmano e o conflito com Israel é entre Muçulmanos e Judeus "infiéis".
2. Toda a Palestina é terra Muçulmana e ninguém tem o direito de desistir dela: a terra da Palestina é terra sagrada Muçulmana e ninguém, incluindo os líderes Árabes, tem a autoridade para desistir de qualquer parte dela.
3. A importância da jihad como o principal instrumento para o Hamas atingir os seus objectivos: deve ser levada a cabo sobre Israel uma jihad intransigente e qualquer acordo que reconheça o seu direito à existência deve ser totalmente antagonizado. A jihad é o dever pessoal de todo o Muçulmano.
4. A importância de nutrir a consciência Islâmica: muito esforço deve ser investido adoptando e divulgando a consciência Islâmica através da educação (i.e. doutrinação religiosa-política) dentro do espírito do Islão radical, baseado na ideologia da Irmandade Muçulmana.

Adicionalmente, a Carta está repleta de um notório anti-Semitismo: de acordo com o documento, o povo Judeu tem apenas traços negativos e é apresentado como planeando conquistar o mundo. A Carta usa mitos clássicos retirados do anti-Semitismo Europeu e de base Islâmica.
A Carta do Hamas integra uma visão radical Islâmica do mundo (concebida pela Irmandade Muçulmana no Egipto), que basicamente não sofreu qualquer alteração em 18 anos de existência. No que diz respeito a Israel, a posição da Carta é inflexível. Vê o "problema da Palestina" como uma questão Muçulmana religiosa e política e o confronto Israelo-Palestiniano como um conflito entre o Islão e os Judeus "infiéis". A "Palestina" é apresentada como terra Islâmica sagrada, sendo estritamente proibido ceder dela um centímetro que seja, pois ninguém (incluindo líderes Árabes-Muçulmanos) tem autoridade para o fazer. No que diz respeito às relações internacionais, a Carta manifesta uma visão extremista do mundo que é tão anti-ocidental como a da Al-Qaeda e outras organizações terroristas.
Esta visão do mundo traz a reboque a recusa em reconhecer o direito do Estado de Israel a existir como nação independente e soberana, uma jihad incessante contra este e uma total oposição a qualquer acordo ou disposição que reconheça esse direito à existência. No início da Carta existe uma citação atribuída a Hassan Al-Bana, que "Israel erguer-se-á e continuará a existir até que o Islão o arrase, como arrasou os que lá estiveram antes" (i.e. os Cruzados).
Uma das manifestações mais mortíferas da jihad é o terrorismo suicida, desenvolvido maioritariamente pelo Hamas durante a década de 90 e tornando-se a sua principal "estratégia" no violento conflito Israelo-Palestiniano.
Os Judeus são também apresentados como merecedores apenas de humilhação e uma vida de miséria. Isso porque, de acordo com a Carta, fizeram Allah zangar-se, rejeitaram o Corão e mataram os profetas (o relevante verso corânico de Surah Aal 'Imran é citado no começo da Carta). O documento também inclui mitos anti-Semitas retirados dos Protocolos dos Sábios de Sião (mencionados no artigo 32) no que diz respeito ao controlo judaico dos media, indústria cinematográfica e educação (Artigos 17 e 22). Estes mitos são constantemente repetidos para apontar os Judeus como os responsáveis pelas revoluções Francesa e Russa e por todas as guerras mundiais e locais: "Nenhuma guerra tem lugar em lado nenhum sem Judeus por trás dela" (Artigo 22). A Carta demoniza os Judeus, descrevendo-os como comportando-se brutalmente, como Nazis, com mulheres e crianças (Artigo 29).
A Carta vê a jihad como o modo de tomar toda a "Palestina" dos Judeus e de destruír o Estado de Israel, e os ataques terroristas do Hamas são vistos como elos na cadeia da jihad exteriorizados durante o conflito Israelo-Palestiniano.
O Artigo 15 declara que "a jihad para libertar a 'Palestina' é o dever pessoal [fardh 'ayn]" de todo o Muçulmano, ideia exposta por 'Abdallah 'Azzam.
A Carta enfatiza a batalha pelos corações e mentes Muçulmanas, ou, "a divulgação da consciência Islâmica [al-wa'i al-islami]", no quadro de três esferas principais: os Palestinianos, os Árabes Muçulmanos e os não-Árabes Muçulmanos (Artigo 15). O processo de criação e divulgação dessa "consciência Islâmica [amaliyyat ai-taw' aiyah]" é definido como a sua missão mais importante. Religiosos, educadores, intelectuais, os que trabalham nos media e nos serviços de informação e o público em geral, todos têm a responsabilidade de a levar a cabo (ibid.).
Como parte da batalha por corações e mentes, a Carta coloca uma ênfase especial na educação (i.e., doutrinação) no espírito do Islão radical, baseada nas ideias da Irmandade Muçulmana. Mudanças fundamentais têm de fazer-se, sublinha, no sistema educacional dos territórios administrados pela AP: este deve ser "purificado", purgado das "influências da invasão ideológica trazida pelos Orientalistas e missionários" (Artigo 15), e às gerações mais jovens deve ser oferecida uma educação Islâmica radical baseada exclusivamente no Corão e na tradição Muçulmana (Sunnah). Os meios utilizados para o recrutamento ideológico, detalhados na Carta, são "livros, artigos, publicações, sermões, panfletos, canções tradicionais, linguagem poética, representações, etc". Quando imbuídos de fé e cultura Islâmicas "correctas", tornam-se um importante meio de elevação moral e de construção da fixação psicológica e força emocional necessárias para prosseguir uma "campanha de libertação" continuada (Artigo 19).
A Carta sublinha a importância da solidariedade Muçulmana de acordo com as prescrições do Corão e da Sunnah, especialmente face ao conflito que tem lugar entre a sociedade Palestiniana e o "inimigo Judeu terrorista", descrito como Nazi. Uma das espressões dessa solidariedade é a ajuda aos mais carenciados (uma das suas manifestações principais é uma rede de várias "sociedades caritativas" criadas pelo Hamas, que mesclam actividades sociais com o apoio ao terrorismo).
A Carta sublinha as diferenças ideológicas entre o Hamas, com a sua visão radical Islâmica do mundo e a da Organização de Libertação da Palestina, orientada secularmente, mas repete a necessidade de uma Unidade Palestiniana para enfrentar o inimigo Judaico. Contrapõe que uma visão Islâmica do mundo em tudo contradiz a orientação secular da OLP e a ideia de um Estado Palestiniano secular.
No entanto, sublinha a Carta, o Hamas está preparado para auxiliar e apoiar toda a "corrente nacionalista" que trabalhe para "libertar a Palestina", não estando interessado em criar quaisquer cismas ou desacordos (Artigo 27).

*** O Professor Reuven Erlich é um reconhecido académico e investigador Israelita. Major-General reformado das Forças de Defesa Israelitas (IDF) é actualmente o Director do Intelligence and Terrorism Information Center do Center for Special Studies em Israel e autor de dezenas de artigos e ensaios académicos - versando especialmente as temáticas do terrorismo, da Síria e do Líbano – tendo nomeadamente tomado parte na delegação Israelita para as conversações de paz com o Líbano entre 1991-94.

Nota pessoal
Golda Meir disse: a confrontação terminara’, quando os árabes amarem os seus filhos mais do que o ódio, que nos tem.

13.11.06

"Sieg Heil!" on Anniversary of Pogrom Against Jews

(A 7 de novembro de 1938, um jovem judeu, enraivecido pela expulsão da sua família da Alemanha, entrou na Embaixada Alemã em Paris e disparou 5 tiros contra um diplomata. Três dias depois, o diplomata morria e a Alemanha embarcava numa onda de violência anti-semita habilmente orquestrada. Nas primeiras horas de 10 de novembro, a destruição irrompeu em cidades, aldeias e vilas de todo o Terceiro Reich. Começava na Alemanha nazista o prelúdio para a destruição de todo o povo judeu na Europa : A NOITE DE CRISTAL - KRISTALLNACHT).

Here is the entire article as it was reported in the German paper Der Spiegel, the police arrested several people and replaced the flowers on the memorial. So even if there is anti semitism in today"s Germany, it is condemed and being fought by the police and authorities.

http://www.spiegel.de/international/0,1518,447672,00.html

A group of jeering youths in the eastern German city of Frankfurt an der Oder attacked a memorial stone marking the site of the city's former synagogue after a ceremony of remembrance for the nationwide pogrom in which it was destroyed in 1938.
Police arrested 16 youths aged between 15 and 24 who shouted "Sieg Heil" and ripped freshly laid wreaths off the stone. "They were known members of the far right scene," a police spokesman said. Police guarded the site during the night to prevent any further unrest.
The synagogue was burned down 68 years ago during "Reichskristallnacht" (Night of Broken Glass), when hundreds of synagogues were destroyed, Jewish homes and stores were ransacked and Jews were attacked and beaten to death across Germany and in parts of Austria.
While attacks by neo-Nazis on Jewish sites are not uncommon, Thursday's incident was widely reported in the German media because of its timing, and politicians condemned it.
"People who tear off flowers and candles placed in memory of the millions of victims of the Holocaust show that they have learned nothing from the greatest disaster in German history," said Matthias Platzeck, prime minster of the state of Brandenburg which Frankfurt an der Oder belongs to. "We mustn't tolerate such excesses here in Brandenburg."
President Horst Köhler, who attended the consecration of a new synagogue in Munich on Thursday, had warned in his speech at the ceremony that anti-Semitism was still alive in Germany.
"Still today our dream of a normal Jewish life in Germany clashes with the reality that there is open and latent anti-Semitism and the number of violent acts motivated by right-wing extremism is rising," Köhler said in the speech.
"It is all our duty to get involved and act to prevent people being abused, injured or even murdered due to their religion, origin or appearance," he added.
The site of Munich's new synagogue is near the building where Nazi propaganda chief Josef Goebbels delivered a speech that paved the way for the November 9-10 Kristallnacht. Munich's old main synagogue in the Herzog Max Strasse had been demolished in June 1938 and two other houses of worship were destroyed by the Nazis on Kristallnacht.
Edgar M. Bronfman, president of the World Jewish Congress, told Die Welt newspaper: "...it's the duty of the whole country -- not just the Jews -- to fight anti-Semitism which exists in the whole of Europe. Mankind simply isn't learning. But amid all the concern I have to say: it's not the anti-Semitism of the Nazis."
The anniversary coincided with the publication of a survey indicating that far- right views remain firmly anchored across German society. Commissioned by the Friedrich-Ebert Foundation, the survey of 5,000 people tested people's views on a number of far-right and xenophobic statements including this one: "The Jews are more prone than other people to use nasty tricks to get what they want." Some 15.8 percent of western Germans and 6 percent of eastern Germans said they agreed with that statement.

The far-right National Democratic Party, which declared solidarity with Iranian President Mahmoud Ahmadinejad this year after he questioned the Holocaust and said Israel should be wiped off the map, was quick to claim that the survey confirmed that its views were becoming mainstream.
The party is holding its annual congress in Berlin at the weekend under the slogan "From the Center of the People."
"The motto ... has been confirmed in a refreshing way by the current survey results. Germany, we're coming!" the NPD said in a statement.
The NPD, which calls for the repatriation of foreigners and opposes immigration, made headlines in September when it won 7.3 percent in Chancellor Angela Merkel's home state of Mecklenburg-Western Pomerania in a regional election on Sunday, clearing the 5 percent threshold needed to enter the assembly.
It is now represented in two of Germany's 16 regional parliaments, both of them in the economically depressed east. Its nationwide poll ratings remain marginal, however.

12.11.06

A mulher no Judaismo (5)

“Pelo mérito das mulheres de fé, o mundo inteiro será redimido da sua escuridão.”

Mulheres que regressaram ao Judaísmo
Há mais de trinta anos, começaram a ficar evidentes os indícios do fenômeno de reflorescimento judaico, quando aqueles vindos de famílias assimiladas, voltaram a descobrir seu Judaísmo e se sentiram atraídos para uma vida de Torá. Nos anos sessenta, o fenômeno ganhou um tremendo ímpeto ascendente, quando muitos judeus encontravam significado, direção e propósito na Torá. O fenômeno continua hoje, com mulheres e homens de todas as idades reencontrando-se com sua identidade judaica, muitas vezes depois de uma busca difícil e atormentada. No processo de dissipar um preconceito atrás do outro sobre o Judaísmo e sobre a vida judaica, e explorar a profundidade da Torá, as vidas são mudadas, e indivíduos separados da corrente de nosso patrimônio voltam a se conectar. O que aconteceu com a mulher nos últimos anos?
Sinto-me melhor comigo mesma e com o resto do mundo, agora que D’us ocupa uma parte tão grande em minha vida. Saber que há algo mais que simplesmente ‘existir’ é muito reconfortante".
Wellsprings, uma publicação americana, visitou o Instituto Beit Chana de Estudos Judaicos em St. Paul, Minnesota. Fundado em 1969, Beit Chana oferece à mulher um programa intensivo de estudos judaicos. Sob a direção de Rabi Moshe Feller, foi o primeiro de seu gênero projetado especificamente àquelas mulheres para quem o Judaísmo era algo novo. Por meio de debates informais e aulas de filosofia chassídica com o Rabino Manis Friedman, as mulheres têm oportunidade de aprender Torá e experimentar a vida judaica. onde decidiram prosseguir estudando.
Abaixo alguns depoimentos:
Anne Goldberg, de 23 anos, está completando seus estudos em Literatura Inglesa na Universidade Concórdia de Montreal, Canadá. Ela mora em Laval, Quebec. "Meu interesse estava voltado ao campo da educação, mas recentemente a pergunta ‘O que vou ensinar?’ tem me perturbado. Antes de descobrir a Filosofia Chassídica, e antes de ter experimentado a paz e a tranqüilidade do Shabat, algo que eu havia tentando conseguir através da meditação, eu me considerava uma ‘judia cultural’, e não uma judia religiosa. Ao tentar pôr em ordem este mundo caótico, sempre tentamos controlar todos os demais. No Judaísmo, começamos com o controle de nós mesmos, e a responsabilidade que devemos assumir sobre nossa própria vida." Segundo alguns planos originais de Anne, ela deveria ter partido para algum lugar na África no último mês de setembro. "Em vez de viajar a outros países" – disse ela sorridente – "viajarei ao Judaísmo. Agora tentarei conhecer o Judaísmo, para poder transmiti-lo."
Teena Schuster, de 44 anos e residente em Skokie, Illinois, é uma fisioterapeuta, dançarina e mãe de quatro filhos."Em minhas aulas de dança conheci mães de 8 ou 9 filhos que tinham uma essência de felicidade, paz e satisfação. Estas mulheres pareciam ter a vida harmonizada de uma maneira que eu nunca encontrara nas mulheres seculares." Tendo se casado há dez anos, Teena e seu marido estão agora realizando um casamento judaico, "Logo trarei D’us para dentro do meu matrimônio, e agora me dou conta do que significa ter vivido uma vida sem Torá."
Linda Naim, 28 anos, de Boston. Recebeu seu diploma em Psicologia na Escola John Hopkins. "Observando com sincero desprendimento a minha vida, senti que o mundo secular não tinha moralidade, e que se eu desejava desfrutar um casamento com significado, se eu queria educar filhos num mundo como este, teria que encaminhar meus filhos a um estilo de vida mais tradicional, onde existem regras e orientação acerca de como tomar decisões felizes. "Comecei assistindo às aulas do Beit Chabad local. A sensibilidade judaica e o senso de humor que encontrei ali me pareceram bastante atraentes. Até então, a religião me parecia algo muito sério e melancólico. Aqui descobri aquilo que é o verdadeiro regozijo e a felicidade do Judaísmo. Os discursos Chassídicos – Maamarim – exerceram grande influência sobre mim. A Chassidut de Chabad te conduz muito além da noção de recompensa e castigo, e te leva a um nível muito mais profundo. A percepção de que estudamos Torá para sermos melhores judeus me atraiu ao cumprimento das mitsvot."
Meryl Cook, 24 anos, de Suffern, Nova York, recebeu o bacharelato em Estudos Germânicos na Faculdade Grinnel de Iowa."Meu interesse pelo Judaísmo sobreveio de uma perspectiva apologética. Eu pensava que se os alemães tivessem conhecido mais sobre os judeus, talvez tivessem sentido menos ódio. Eu havia integrado dentro de mim muitas idéias sobre o anti-semitismo, e não queria ter nada daquilo que eu acreditava ter sido o motivo das pessoas odiarem os judeus. Finalmente, mediante o estudo do Judaísmo, tomei consciência de que não preciso desculpar-me por ser judia. Devo concentrar-me em ser judia. Finalmente fiz as pazes com meu Judaísmo. Chabad me deu uma maravilhosa ótica sobre mim mesma. Aprender sobre o Judaísmo me tornou orgulhosa de ser judia. Tenho pena de ver que tantas amigas minhas ainda não têm uma concepção genuína do que é realmente o Judaísmo, por não poderem sentir o orgulho que surge com suas vivências."
Edith Altman, 59 anos, de Chicago, é artista de multimídia, e sua exposição "Reclamando o Símbolo: A Arte da Memória" foi premiada com um subsídio da Fundação Nacional Para as Artes. Nasceu na Alemanha. É filha de um sobrevivente do Holocausto."Ao debater sobre misticismo com meu pai, começamos a falar sobre Judaísmo. Sempre tive de lidar com esse tema do Holocausto e com questionamentos sobre D’us nesse contexto. Chabad me ajudou a tratar esta questão de maneira única. Ao voltar para o Judaísmo, acreditei que teria de escolher entre dois mundos. Porém tenho recebido muito alento para prosseguir com meu trabalho e sinto-me bem ao saber que posso integrar ambos numa existência comum e harmoniosa. Minhas duas semanas no Instituto foram uma experiência curativa. Saio revitalizada."
Sharon Shaffer, 48 anos, de Detroit, é mãe e secretária da Junta dos Diretores da Fábrica Eyeglass. É formada pela Universidade Drake. A tragédia pessoal foi quem a levou a dar um giro pelo Judaísmo."Comecei estudando a Filosofia Chassídica e encontrei aquilo que eleva sensivelmente a pessoa no campo espiritual. Não se trata simplesmente de ‘faça’ e ‘não faça’. Sinto-me melhor comigo mesma e com o resto do mundo, agora que D’us ocupa uma parte tão grande em minha vida. Saber que há algo mais que simplesmente ‘existir’ é muito reconfortante."

Orações atendidas























BOM DIA! O meu amigo Sunny Goldstein recebeu este nome em homenagem ao seu avô. Embora isto não seja fora do normal, o resto da história sim.
Cento e sessenta anos atrás, o avô de Sunny deixou a sua esposa, uma filha de 3 anos e um menininho de 6 meses na fria e tempestuosa Nova York e foi para a ensolarada Califórnia, na procura de um clima e condições melhores de vida para a sua família. O plano era encontrar um meio de sustentar a família e depois trazê-los para a Califórnia. Somente um problema: nunca mais se ouviu falar dele.
Conforme Sunny crescia, havia duas opiniões correntes na família: todas as mulheres afirmavam que o avô tinha abandonado a família, voltando a casar-se e formando uma nova família. Já o seu pai declarava que alguma coisa devia ter acontecido e sempre procurava provar que ele não os abandonara. Quando Sunny começou a trabalhar, a sua profissão levou-o a viajar para a Califórnia, o seu pai pediu-lhe: “Por favor, veja se consegue encontrar o seu avô”. Mas a tarefa era intimidadora e enorme: havia muitos cemitérios na Califórnia.
Quando Sunny estava a aproximar-se do seu 80º aniversário, uma prima de quarto grau ligou para entrevistá-lo para fazer a genealogia da família. Quando ela perguntou sobre o seu avô, Sunny contou-lhe a história e desculpou-se por não ter mais informações. A sua prima disse-lhe: “Veja, se o senhor tiver alguma pista, diga-me. Adoro resolver mistérios!” Quando desligaram, Sunny fez uma pequena prece que costumava sempre fazer: “Por favor, D'us, ajude-me a cumprir o pedido do meu pai e descobrir o que aconteceu com o meu avô. Obrigado”.
Naquela noite Sunny teve um sonho. Ele levantou-se de manhã e ligou para a prima. “Não tenho a menor ideia do seu significado, mas uma palavra ficou retornando à minha mente a noite inteira: ‘Oddfellows’, porém não tenho a menor ideia do que queira dizer”. A prima agradeceu-lhe e desligou.
Um mês depois, a prima liga muito animada! “Encontrei o atestado de óbito do seu avô. Ele morreu de pneumonia pouco depois de chegar à Califórnia. Ele está enterrado no cemitério de Oddfellows, a 15 minutos de San Diego!” Sunny anotou o endereço e dirigiu-se imediatamente para o cemitério. Procurou a quadra, a fileira e lá estava: gravada na rocha estava a prova que o seu pai procurara por todos aqueles anos.
Lá, gravadas na lápide, abaixo do nome Samuel Goldstein, estavam as palavras: “Marido devotado e querido pai”. O mistério estava resolvido. Ele não havia abandonado a família!
Uma vez que o seu avô era um membro da Oddfellows (uma sociedade sem fins lucrativos, iniciada nos anos de 1800 por dois homens que contribuíram generosamente das suas fortunas para ajudar os pobres, sendo então chamados de oddfellows (em inglês, amigos fraternos)), eles visitaram-no no hospital, enterraram-no no seu cemitério e colocaram uma lápide de acordo com as instruções recebidas no seu leito de morte.
Sunny não conseguiu obter mais informações, porque os registos da Oddfellows foram destruídos num terramoto ocorrido em Los Angeles alguns anos antes. Porque o seu avô ou a Oddfellows não contactaram a sua esposa? Talvez tivessem tentado; talvez escreveram uma carta e ela perdeu-se; talvez o endereço tenha mudado. Em 1891 as comunicações não eram tão fáceis ou seguras como hoje.
Creio que esta história é uma óptima introdução ao tópico de como uma pessoa pode conseguir que as suas orações sejam atendidas.
Eis cinco passos para uma ‘Prece Genuína’:
1. Sinta a presença de D'us. Você está a conversar com um Ser totalmente poderoso, que nos quer muito e que deseja dar-lhe tudo o que é bom. Em todo lugar, D'us responde às preces porque Ele ama as suas criaturas.
2. Anseie por resultados. D'us tem um arquivo particular de cada um. Se a pessoa não acredita realmente que D'us pode e irá ajudá-la, então não está realmente rezando.
3. Preste atenção àquilo que D'us está lhe ensinando. Tudo que acontece é para o nosso bem. Se está a passar por alguma necessidade, perceba que D'us está ensinando-lhe algo. Se confiar nele, ‘ouvirá’ o que Ele está lhe dizendo.
4. Concentre-se naquilo que está procurando. Agora está a falar com o impressionante Criador de todo o Universo. Portanto, não peça por tolices. Ele deseja que cresçamos no nosso carácter e na nossa espiritualidade.
5. Ter seriedade sobre aquilo que estamos a rezar significa que estamos a fazer todo o possível para que o nosso desejo se concretize. D'us dará uma ‘mãozinha’ somente depois que investirmos algum esforço. A iniciativa precisa partir de nós. Ele nunca agirá primeiro, tirando a nossa independência de agir conforme quisermos, pois o Livre Arbítrio, a possibilidade de agirmos como bem entendermos, é a Sua maior dádiva para nós.

9.11.06

Pensamento da Semana

“Onde nada é sagrado, o sagrado não vale nada!”

Porção Semanal da Torá

Vaierá Bereshit (Gênesis) 18:01 - 22:24

Avraham, no terceiro dia após seu Brit Milá, senta-se fora da sua tenda à espera de visitantes a quem estender a sua hospitalidade. Enquanto fala com o Todo-Poderoso, chegam três visitantes (na verdade 3 anjos celestiais). Avraham interrompe a sua conversa com o Criador e os convida para uma refeição. Um dos anjos informa-lhe, que dentro de um ano Sara, a sua esposa, dará à luz um filho, Ytschák (Isaac).
D'us informa Avraham que irá destruir Sodoma por causa da sua absoluta perversidade (o nome dessa cidade é a origem da palavra sodomia). Avraham pede a D'us que poupe Sodoma caso haja 10 pessoas justas morando lá, mas não tem sucesso, pois não havia 10 pessoas correctas na cidade. Lot (o sobrinho de Avraham) escapa da destruição com as suas duas filhas.
Outros acontecimentos: Aviméleh, rei dos Filisteus, quer casar-se com Sara (a esposa de Avraham); o nascimento de Ytschák; Avraham e Aviméleh fazem um pacto em Beershéva; Avraham é ordenado por D'us a pegar no seu filho, Ytschák, e sacrificá-lo (Akeidát Ytschák). Por fim, o nascimento de Rivka (Rebeca), a futura esposa de Ytschák.
Quer saber a recompensa por ouvir os mandamentos do Todo-Poderoso? Foi isto que D'us disse a Avraham: “... com certeza o abençoarei e farei multiplicar os seus descendentes, como as estrelas do céu e como os grãos de areia da praia; e os seus descendentes derrotarão os seus inimigos. E todas as nações da Terra serão abençoadas através dos seus descendentes, por teres ouvido a Minha voz”.

Dvar Torá: baseado no livro Growth Through Torah, do Rabino Zelig Pliskin
Quando os três anjos passaram pela tenda de Avraham, ele implorou-lhes que aceitassem a sua hospitalidade, “já que os senhores passaram por seu servo (Bereshit 18:5)”. Como é possível que Avraham tenha considerado a passagem de 3 pessoas em frente à sua tenda como uma razão obrigatória para que aceitassem sua hospitalidade?
Rashi, o grande comentarista da Torá (França, 1040-1104), conta-nos que a maneira como Avraham comunicou-se com os seus convidados demonstrou que ele considerava uma grande honra que estivessem a passar por ali. Tudo o que fizeram, Avraham agradeceu como se o tivessem feito especialmente para ele. Ele agradeceu por passarem pela sua tenda e por aceitarem a sua hospitalidade como um acto de bondade específico para com ele.
O Rabino Yeruhem Levovitz (Polônia, 1874-1936) cita um princípio ensinado no Talmud (Kidushin 7a), que quando alguém dá alguma coisa (por exemplo, um presente) a uma pessoa importante, o facto de esta aceitar o presente é considerado como se aquele que deu é que estivesse recebendo algo dela. Ou seja: é uma grande honra e um mérito poder presentear alguém importante, a um ponto tal que o doador sente que, na realidade, é ele quem está a receber.
Quem então pode ser considerado uma pessoa importante? Para uma pessoa arrogante, ninguém. Para uma pessoa humilde, como Avraham, todos são considerados importantes. Ele respeitava e honrava todos os seres humanos. Portanto, considerava servir aos demais como um favor pessoal para si.
A nossa lição: Encaremos toda a situação que nos aparecer como uma oportunidade para o nosso crescimento pessoal, o desenvolvimento do nosso caráter e para tornar este um mundo melhor a cada vez que pudermos ajudar alguém. Encaremos os demais (mesmo aquelas pessoas mais ‘chatinhas’) como se estivessem a fazer-nos um favor ao permitir que as ajudemos!

A mulher no Judaismo (4)

“Pelo mérito das mulheres de fé, o mundo inteiro será redimido da sua escuridão.”

3. Akeret Habayit
Numa família judaica, a esposa e mãe é chamada em hebraico Akeret Habayit. Isso significa literalmente o "esteio" da casa. É ela que em grande parte determina o carácter e a atmosfera do lar.D’us exige que todo lar judaico tenha um carácter judaico não somente no Shabat e nos Dias Festivos, mas também nos dias comuns e nos assuntos quotidianos em todos os aspectos.O que torna um lar judaico especial é que ele é conduzido em todos os detalhes segundo as directrizes da Torá. Assim o lar se torna uma morada para a Presença Divina, sobre a qual D’us declara: "Façam para Mim um santuário, e eu habitarei entre eles" (Shemot 25:5).É um lar no qual a Presença Divina é sentida todos os dias da semana, e não apenas quando estão engajados na prece e no estudo de Torá, mas também quando realizam actividades comuns como comer e beber, etc., segundo a directriz: "Conhece-O em todos os teus caminhos."É um lar onde a hora da refeição não é apenas um tempo para comer, mas se torna um serviço a D’us, santificado pela ablução das mãos antes da refeição, recitar a bênção antes de comer e dar Graças após a refeição, sendo que cada alimento ou bebida trazidos para casa são estritamente casher. Um ambiente onde o relacionamento mútuo entre marido e mulher é santificado pelo cumprimento meticuloso das leis de Taharat Hamishpachá (Leis da Pureza Familiar, que incluem a ida ao micvê), e permeado com a consciência de um ativo terceiro "parceiro" – D’us – na criação de uma nova vida, no cumprimento do Divino mandamento "Frutificai e multiplicai". Isso assegura também que os filhos nasçam em pureza e santidade, com coração e mente puros, que lhes permitam resistir à tentação e evitar as armadilhas do ambiente quando crescerem. Além disso, a estrita observância de Taharat Hamishpachá é um factor fundamental na preservação da paz e da harmonia (Shalom Bayit) no lar, que assim é fortalecido – obviamente, um factor na preservação da família como uma unidade.É um lar onde os pais sabem que sua primeira obrigação é instilar nos filhos, desde a mais tenra idade, o amor e o temor a D’us, permeando-os com a alegria de cumprir mitsvot. Apesar do seu desejo de dar aos filhos todas as boas coisas da vida, os pais sabem que o maior, na verdade o único legado eterno que podem conceder aos filhos é fazer da Torá, das mitsvot e das tradições judaicas sua fonte de vida e um guia para a conduta diária.Em tudo aquilo que foi dito acima, a esposa e mãe judia – a Akeret Habayit – tem um papel fundamental, o mais importante de todos. Cabe a ela – e em muitos aspectos somente a ela – a grande tarefa e privilégio de dar ao lar sua atmosfera realmente judaica.Ela recebeu a tarefa, e está encarregada, da cashrut dos alimentos e bebidas que entram na sua cozinha e aparecem na mesa de jantar. Ela recebeu o privilégio de dar as boas vindas ao sagrado Shabat, acendendo as velas na sexta-feira, antes do pôr-do-sol. Assim ela ilumina seu lar com paz e harmonia, e com a luz da Torá e mitsvot. É em grande parte por seus méritos que D’us concede as bênçãos da verdadeira felicidade ao seu marido e filhos, e a toda a família. Além das mitsvot como o acendimento das velas, separar a chalá da massa, e outras que a Torá confiou especialmente às filhas judias, existem assuntos que, pela ordem natural das coisas, estão no domínio da mulher. O motivo para isso estar na ordem natural é que se origina da ordem supra-natural de santidade, que é a fonte e origem do bem no mundo físico. Isso se refere à observância de Tarahat Hamishpachá, que por sua própria natureza está nas mãos da mulher. O marido é encorajado a facilitar esta observância mútua; e certamente não impedi-la, D’us não o permita. Porém a principal responsabilidade – e privilégio – recai sobre a esposa.Esta é a grande tarefa e missão que D’us concedeu às mulheres judias – observar e disseminar o cumprimento de Tarahat Hamishpachá e outras instituições vitais da vida familiar judaica. Pois além de ser a mitsvá fundamental e a pedra angular da santidade na vida familiar judaica, bem como estar relacionada ao bem-estar dos filhos em corpo e alma, estas leis se estendem a todas as gerações judaicas, até a eternidade. É importante salientar que o Criador dotou cada mulher judia com a capacidade de cumpri-las na vida diária, da maneira mais completa, pois caso contrário não seria lógico ou justo D’us dar obrigações e deveres impossíveis de cumprir.Deve-se notar que o próprio Judaísmo da pessoa depende da mãe. Na Lei Judaica, se a mãe do indivíduo é judia, então ele é judeu. Se apenas o pai é judeu, mas a mãe não é, então o filho não é judeu. Este fato indica o papel fundamental da mulher na preservação da identidade e dos valores judaicos.Isso não significa que o lugar da mulher judia é somente no lar e que ela não deveria ter uma carreira. Ao contrário, é a constatação de que o papel mais importante da mulher judia é o de dona de casa – o lar e a família são o núcleo da comunidade judaica. Os modernos psicólogos estão cada vez mais afirmando aquilo que a Torá sempre nos ensinou: que um lar seguro e amoroso, construído sobre valores éticos e sólida moral, é o edifício básico da sociedade. Ter uma carreira ao custo de abandonar as próprias obrigações e privilégio nesta área é um equívoco.Quando uma mulher judia cria um lar judaico e educa seus filhos em Torá e mitsvot, está sendo merecedora do elogio do Rei Shelomô: "Uma mulher de valor, quem pode encontrar… uma mulher temente a D’us, ela deve ser louvada."

De volta às raízes
Toda mulher judia é descendente das Matriarcas Sarah, Rivca, Rachel e Leah. Cabe a cada mulher judia relembrar suas raízes. Na verdade, ao reflectir sobre as funções vitais das raízes no mundo vegetal, pode-se deduzir, através de uma analogia, uma lição para a mulher judia contemporânea.As raízes são a fonte de vitalidade da planta desde seu nascimento, quando a semente se enraíza e depois, levando-a a crescer e nutrindo-a constantemente durante a vida com os elementos vitais da água e os minerais do solo.Embora as raízes também trabalhem para sua própria existência, crescimento, desenvolvimento e força, sua função principal é nutrir a planta e assegurar seu crescimento, bem como seus poderes de produzir frutos, e frutos dos frutos. Ao mesmo tempo, as raízes fornecem uma base firme e ancoram a planta para que ela não seja levada pelo vento ou outros elementos da natureza.É nesse sentido, destas funções básicas das raízes físicas, que devemos entender nossas raízes espirituais. As "raízes fundamentais" do nosso povo judeu são nossos Patriarcas Avraham, Yitschac e Yaacov como declaram nossos sábios: "Somente eles são chamados Avot (Pais)". No lado materno nossas raízes são nossas Mães, Sarah, Rivca, Raquel e Leah. Cada um desses fundadores e construtores da Casa de Israel contribuiu com uma qualidade distinta que, mesclada às outras, produziu o caráter singular do povo judeu.Típico – e original – (no sentido de parentesco) – é o Patriarca Avraham, sobre quem está escrito: "Único foi Avraham", pois ele foi o único em sua geração a reconhecer a unidade de D’us e, com completo auto-sacrifício, proclamou a unidade de D’us (puro monoteísmo) a um mundo mergulhado no politeísmo e na idolatria.Sua descendência, o povo judeu, ainda é único na continuação de sua obra – uma pequena minoria num mundo que tem muitos deuses. É dele que herdamos e extraímos força, do atributo de Mesirat Nefesh (auto-sacrifício), bem como a suprema obrigação de transmitir nosso legado aos nossos filhos; pois foi por seu grande mérito que, através de sua devoção e dedicação total a D’us, "ele legou aos seus filhos e descendentes para guardarem os caminhos de D’us."Referindo-se aos nossos Patriarcas como "raízes", nossos Sábios indicam um aspecto ainda mais essencial das raízes que vai além do papel dos pais. Para assegurar, os pais têm filhos e transmitem a eles algumas de suas próprias qualidades físicas, mentais e espirituais. No entanto, a sobrevivência dos filhos não depende directamente dos pais, pois podem afastar-se dos pais e do lar, e continuarem a prosperar depois que os pais se forem. O mesmo não se aplica a uma planta e suas raízes. As raízes são indispensáveis para a existência da planta e sua influência vivificadora deve fluir continuamente para manter a planta viva e crescendo. Da mesma maneira, nossos Pais e Mães devem sempre vitalizar e animar nossas próprias vidas.Todo judeu e judia deveria entender que faz parte do grande "sistema de raízes" que começou com nossos Patriarcas e Matriarcas e continuou a florescer através dos tempos, nutrindo e sustentando nosso povo, que D’us chama de "um ramo da Minha planta, a obra de Minhas mãos, para ter orgulho deles."Porém, infelizmente, existem alguns judeus que, por um motivo ou outro, não são conscientes de suas raízes, que ficaram tão atrofiadas a ponto de correrem perigo de secar (D’us não permita). Portanto, cabe às plantas e raízes sadias trabalhar para reviver e fortalecer as outras, a ajudá-las a redescobrir sua identidade e seu lugar no sistema de raízes.Nesta obra que salva vidas, o papel da mulher judia é de suprema importância, pois ela é a Akeret Habayit, o alicerce do lar, que em grande parte determina o caráter e a atmosfera da família, e o futuro dos filhos em particular.Tendo isso em vista, não pode haver maior realização para uma menina judia do que preparar-se para seu papel vital de construir a Casa de Israel como uma digna descendente das Matriarcas. É um processo duplo: buscar activamente o próprio crescimento e ao mesmo tempo trabalhar pela preservação e crescimento do nosso povo, espalhando e fortalecendo Yiddishkeit na comunidade judaica em geral, especialmente em áreas nas quais mães e filhas judias mais podem contribuir como cashrut, Taharat Hamishpachá, acendimento das velas, chinuch (educação judaica), etc.Ainda seguindo com a analogia das raízes, temos mais um ponto importante: não se procura a cor mais brilhante ou a beleza externa nas raízes, nem estas estão preocupadas com aquilo que se fala a respeito da sua aparência. As raízes fazem humildemente seu trabalho, na verdade, ocultas durante a maior parte do tempo. Assim é o trabalho das verdadeiras mães e filhas judias.Num mundo onde a última moda é importante, e onde a esperteza muitas vezes tem precedência sobre valores e princípios eternos, nossas valorosas mães e filhas não estão preocupadas com aquilo que alguns vizinhos ou transeuntes possam dizer sobre sua maneira de se comportar e sobre seus lares de acordo com a lei da nossa sagrada Torá. Se elas parecem "antiquadas" para o observador com ideias "modernas" de "nova moralidade", nós judeus nos orgulhamos de nossas raízes "antiquadas" – porém sempre novas e eternas; nós nos esforçamos para nos tornar cada vez mais enraizados e fiéis às primeiras raízes do nosso povo, que D’us designou como "um reino de sacerdotes e uma nação sagrada".Faríamos bem em relembrar o dito chassídico: "A verdadeira riqueza judaica não é o dinheiro nem a propriedade. A riqueza judaica eterna está em judeus que guardam a Torá e mitsvot, e trazem ao mundo filhos e netos que seguirão o caminho de Torá e mitsvot."