12.11.06

A mulher no Judaismo (5)

“Pelo mérito das mulheres de fé, o mundo inteiro será redimido da sua escuridão.”

Mulheres que regressaram ao Judaísmo
Há mais de trinta anos, começaram a ficar evidentes os indícios do fenômeno de reflorescimento judaico, quando aqueles vindos de famílias assimiladas, voltaram a descobrir seu Judaísmo e se sentiram atraídos para uma vida de Torá. Nos anos sessenta, o fenômeno ganhou um tremendo ímpeto ascendente, quando muitos judeus encontravam significado, direção e propósito na Torá. O fenômeno continua hoje, com mulheres e homens de todas as idades reencontrando-se com sua identidade judaica, muitas vezes depois de uma busca difícil e atormentada. No processo de dissipar um preconceito atrás do outro sobre o Judaísmo e sobre a vida judaica, e explorar a profundidade da Torá, as vidas são mudadas, e indivíduos separados da corrente de nosso patrimônio voltam a se conectar. O que aconteceu com a mulher nos últimos anos?
Sinto-me melhor comigo mesma e com o resto do mundo, agora que D’us ocupa uma parte tão grande em minha vida. Saber que há algo mais que simplesmente ‘existir’ é muito reconfortante".
Wellsprings, uma publicação americana, visitou o Instituto Beit Chana de Estudos Judaicos em St. Paul, Minnesota. Fundado em 1969, Beit Chana oferece à mulher um programa intensivo de estudos judaicos. Sob a direção de Rabi Moshe Feller, foi o primeiro de seu gênero projetado especificamente àquelas mulheres para quem o Judaísmo era algo novo. Por meio de debates informais e aulas de filosofia chassídica com o Rabino Manis Friedman, as mulheres têm oportunidade de aprender Torá e experimentar a vida judaica. onde decidiram prosseguir estudando.
Abaixo alguns depoimentos:
Anne Goldberg, de 23 anos, está completando seus estudos em Literatura Inglesa na Universidade Concórdia de Montreal, Canadá. Ela mora em Laval, Quebec. "Meu interesse estava voltado ao campo da educação, mas recentemente a pergunta ‘O que vou ensinar?’ tem me perturbado. Antes de descobrir a Filosofia Chassídica, e antes de ter experimentado a paz e a tranqüilidade do Shabat, algo que eu havia tentando conseguir através da meditação, eu me considerava uma ‘judia cultural’, e não uma judia religiosa. Ao tentar pôr em ordem este mundo caótico, sempre tentamos controlar todos os demais. No Judaísmo, começamos com o controle de nós mesmos, e a responsabilidade que devemos assumir sobre nossa própria vida." Segundo alguns planos originais de Anne, ela deveria ter partido para algum lugar na África no último mês de setembro. "Em vez de viajar a outros países" – disse ela sorridente – "viajarei ao Judaísmo. Agora tentarei conhecer o Judaísmo, para poder transmiti-lo."
Teena Schuster, de 44 anos e residente em Skokie, Illinois, é uma fisioterapeuta, dançarina e mãe de quatro filhos."Em minhas aulas de dança conheci mães de 8 ou 9 filhos que tinham uma essência de felicidade, paz e satisfação. Estas mulheres pareciam ter a vida harmonizada de uma maneira que eu nunca encontrara nas mulheres seculares." Tendo se casado há dez anos, Teena e seu marido estão agora realizando um casamento judaico, "Logo trarei D’us para dentro do meu matrimônio, e agora me dou conta do que significa ter vivido uma vida sem Torá."
Linda Naim, 28 anos, de Boston. Recebeu seu diploma em Psicologia na Escola John Hopkins. "Observando com sincero desprendimento a minha vida, senti que o mundo secular não tinha moralidade, e que se eu desejava desfrutar um casamento com significado, se eu queria educar filhos num mundo como este, teria que encaminhar meus filhos a um estilo de vida mais tradicional, onde existem regras e orientação acerca de como tomar decisões felizes. "Comecei assistindo às aulas do Beit Chabad local. A sensibilidade judaica e o senso de humor que encontrei ali me pareceram bastante atraentes. Até então, a religião me parecia algo muito sério e melancólico. Aqui descobri aquilo que é o verdadeiro regozijo e a felicidade do Judaísmo. Os discursos Chassídicos – Maamarim – exerceram grande influência sobre mim. A Chassidut de Chabad te conduz muito além da noção de recompensa e castigo, e te leva a um nível muito mais profundo. A percepção de que estudamos Torá para sermos melhores judeus me atraiu ao cumprimento das mitsvot."
Meryl Cook, 24 anos, de Suffern, Nova York, recebeu o bacharelato em Estudos Germânicos na Faculdade Grinnel de Iowa."Meu interesse pelo Judaísmo sobreveio de uma perspectiva apologética. Eu pensava que se os alemães tivessem conhecido mais sobre os judeus, talvez tivessem sentido menos ódio. Eu havia integrado dentro de mim muitas idéias sobre o anti-semitismo, e não queria ter nada daquilo que eu acreditava ter sido o motivo das pessoas odiarem os judeus. Finalmente, mediante o estudo do Judaísmo, tomei consciência de que não preciso desculpar-me por ser judia. Devo concentrar-me em ser judia. Finalmente fiz as pazes com meu Judaísmo. Chabad me deu uma maravilhosa ótica sobre mim mesma. Aprender sobre o Judaísmo me tornou orgulhosa de ser judia. Tenho pena de ver que tantas amigas minhas ainda não têm uma concepção genuína do que é realmente o Judaísmo, por não poderem sentir o orgulho que surge com suas vivências."
Edith Altman, 59 anos, de Chicago, é artista de multimídia, e sua exposição "Reclamando o Símbolo: A Arte da Memória" foi premiada com um subsídio da Fundação Nacional Para as Artes. Nasceu na Alemanha. É filha de um sobrevivente do Holocausto."Ao debater sobre misticismo com meu pai, começamos a falar sobre Judaísmo. Sempre tive de lidar com esse tema do Holocausto e com questionamentos sobre D’us nesse contexto. Chabad me ajudou a tratar esta questão de maneira única. Ao voltar para o Judaísmo, acreditei que teria de escolher entre dois mundos. Porém tenho recebido muito alento para prosseguir com meu trabalho e sinto-me bem ao saber que posso integrar ambos numa existência comum e harmoniosa. Minhas duas semanas no Instituto foram uma experiência curativa. Saio revitalizada."
Sharon Shaffer, 48 anos, de Detroit, é mãe e secretária da Junta dos Diretores da Fábrica Eyeglass. É formada pela Universidade Drake. A tragédia pessoal foi quem a levou a dar um giro pelo Judaísmo."Comecei estudando a Filosofia Chassídica e encontrei aquilo que eleva sensivelmente a pessoa no campo espiritual. Não se trata simplesmente de ‘faça’ e ‘não faça’. Sinto-me melhor comigo mesma e com o resto do mundo, agora que D’us ocupa uma parte tão grande em minha vida. Saber que há algo mais que simplesmente ‘existir’ é muito reconfortante."