31.3.10

…a fugir de nós mesmos

Normalmente odiamos os chavões pelo facto de que geralmente são verdadeiros, especialmente aqueles que gostaríamos que fossem o oposto da verdade…
Um velho ditado diz, que é mais fácil tirar um escravo da escravidão do que tirar a escravidão do escravo, ou o equivalente judaico – que é mais fácil tirar um judeu do exílio do que tirar a sensação de exílio do judeu.
Entendendo muito bem a psicologia humana (óbvio, pois Deus a criou), Deus jamais deixou a tarefa de tirar o exílio das nossas psiques inteiramente nas nossas mãos. Construiu determinados estágios no ano, que nos tiram das nossas restrições.
Há milhares de anos, nas vésperas de deixarmos o Egipto (Mizraim), um país onde tínhamos sido brutalmente escravizados (os historiadores, baseados em diários e outros registos, notaram que Hitler copiou deliberadamente os actos dos egípcios contra os judeus), os nossos ancestrais sacrificaram cordeiros e comeram-nos juntamente com a matsá (pão ázimo) e maror (ervas amargas). Durante as gerações posteriores, continuamos a comer o cordeiro de Pêssach juntamente com matsá e maror em conexão com aquela última noite no Egipto. Isto terminou aquando da destruição do Segundo Templo. Incapazes desde então de levar o sacrifício de Pêssach todo ano, em vez disso mantemos a sua memória viva comendo matsá e ervas amargas e recitando determinados versículos numa refeição festiva chamada "séder", na véspera de Pêssach.
O séder inteiro, e até os objectos na travessa do sêder, contam a história da nossa escravidão e como Deus nos libertou. Porém há algo que parece fora de lugar sobre o alimento mais associado ao sêder.
O motivo fundamental para a matsá ser comida no séder não está conectado à matsá que os nossos ancestrais comeram naquela última noite de cativeiro. Também não está conectada à maneira maravilhosa como fomos tirados do Egipto. Ao contrário, está conectada a uma estranha série de eventos ocorridos, após a nossa libertação, depois de já termos observado aquele primeiro sêder no Egipto, e depois que os egípcios nos imploraram para partir.
Fizemos alguma massa para servir de alimento durante a jornada, e fugimos. Tendo testemunhado um ano de pragas contra os nossos inimigos e milagres ao povo judeu, tendo visto o próprio faraó vir a correr para nós, vestido em trajes de dormir, implorando-nos para aceitarmos a nossa liberdade e partirmos, corremos rumo ao deserto como gazelas assustadas.
Assim, todos os anos temos no nosso séder, um evento repleto de costumes projectados para fazer-nos sentir como reis (comemos reclinados, cobrimos a mesa com lindos utensílios e prataria reservados exclusivamente para esta ocasião), e dizemos: "Eles assaram bolos de matsá com a massa, porque esta não crescera. Não houve tempo, tinham de sair do Egipto e rapidamente."
Por outras palavras, a matsá que comemos hoje celebra:
1) um engano culinário – não havia tempo para deixar os pães crescerem, portanto tivemos de assá-los achatados, e
2) a nossa pressa devida ao medo.

Isso não parece combinar.

Do que, exactamente, temos medo? E o que mudou entre o momento em que o faraó pediu para partirmos imediatamente, e Moshê, respondeu que partiríamos pela manhã, de maneira digna – e o momento em que pegamos alguma massa crua e corremos?
A Hagadá (o texto que recitamos no séder, contendo instruções para a condução do séder, bem como histórias seleccionadas) começa a sua explicação sobre o porquê de comermos matsá e afirmarmos, de que a massa não teve tempo de crescer antes que Deus Se revelasse a nós, e que este é o momento no qual fomos realmente redimidos. Este é o momento em que devemos fugir.
Observe, que não era do Egipto que estávamos a fugir. Não era o temor de sermos capturados e forçados a ser escravos novamente. Foi o medo de nunca nos tornarmos realmente livres. Foi o medo de nos colocarmos voluntariamente na escravidão. Estávamos a fugir de nós mesmos.
Quando Deus escolheu revelar-Se, entre o pôr-do-sol e o alvorecer, os nossos ancestrais foram suficientemente inteligentes para perceber que esta revelação não era permanente e que o desejo pela liberdade verdadeira despertada dentro deles não duraria. Então, fugiram, o mais depressa possível, da tentação de regredirem. Tiveram um momento de inspiração, e aproveitaram-no.
Quando celebramos a Festa da Liberdade em cada ano, comemos as matsot que mal assadas nos lembram de capitalizar os momentos de inspiração que tivemos e construí-los em dias, meses e anos de genuíno crescimento, como pessoas e como judeus.
No âmago disto tudo, comemos matsá para ajudar-nos a interiorizar o desejo Divinamente inspirado de sermos livres.
A matsá da pressa foi um resultado da revelação Divina. Lembra-nos, que a nossa liberdade é um presente de Deus, e portanto ninguém – nem mesmo nós – pode realmente desprezá-la, perdê-la. Quando o nosso ser físico parece encurralado, mesmo se estivermos a sofrer, mesmo que pareça que estamos na escravidão, jamais podemos ser realmente escravos outra vez. Porque somos judeus, pertencemos a Deus, e somos livres.
Uma vez ao ano, revivemos os eventos que realmente nos destacam como uma nação especial – unidos uns com os outros, e a Deus, mas não limitados por este mundo. Uma vez ao ano, recontamos os primeiros mandamentos que nos foram outorgados, e a incrível fé e coragem com as quais os nossos antepassados os cumpriram. Uma vez ao ano, comemos esta matsá para nos lembrar a querer a liberdade que recebemos, a segurá-la e a viver com ela.

27.3.10

O que é afinal a Páscoa?

Autoria de Jane Bichmacher de Glasman


Nada é por acaso

Nesta semana são comemoradas a Páscoa Judaica e a Cristã. Não é mera coincidência. Durante muito tempo, no início do Cristianismo, as festas bíblicas eram comemoradas na mesma data, segundo o calendário judaico que é lunissolar. A posterior distinção de calendários não impede que as datas das comemorações voltem a coincidir. A maioria das pessoas sabe que Pessach é a Páscoa Judaica, embora, na verdade, a Páscoa seja o Pessach Cristão.


Liberdade e Libertação

O nome Pessach deriva do hebraico passach que significa saltar, passar por cima; comemora a libertação dos judeus do cativeiro no Egipto e é a celebração da liberdade, a história da mobilização do povo para a conquista da liberdade. Para o povo judeu, recordar a saída da escravidão significa ultrapassar os limites que impedem a realização de seu pleno potencial. Em hebraico, Egipto é Mitzraim, que significa estreitezas, limites, angústias, aflições. O “Egipto” de uma pessoa pode ser seu egoísmo, desejos primitivos, vícios. Pessach é uma oportunidade de transcender as limitações e realizar o infinito potencial espiritual em cada aspecto da vida, ultrapassando as aflições que estreitam nossos caminhos. A comemoração de Pessach não foi sempre a mesma. Mudou com o passar dos tempos, mas seu cerne é a liberdade. Originalmente, as comemorações de Pessach eram uma espécie de celebração da primavera, uma festa agrícola, à qual se juntaram as comemorações do Êxodo. “Observa o mês da primavera e guarde o Pessach do Senhor teu Deus, pois no mês da primavera o Senhor teu Deus te tirou do Egito à noite” (Deuteronómio 16:1). A festa de Pessach dura oito dias. Os dois primeiros e os dois são festas solenes; os intermediários são semi-festas. Desde o século I, após a expulsão dos judeus da sua terra, a comemoração de Pessach passou a ser decisiva para que o povo não desaparecesse e continuasse a cultivar a tradição de Pessach como luta pela liberdade (o que justifica, por toda a sua carga simbólica, ter sido mantida pelos criptojudeus através dos séculos, por exemplo).


Seder e Ceia

Em geral, associamos Pessach a uma ceia, assim se referindo ao Seder. Porém Seder significa ordem, em hebraico, relacionando-se à ritualística da noite, que compreende 14 itens a serem seguidos numa ordem específica, dentre os quais, o 10º corresponde à refeição propriamente dita. Embora o Seder de Pessach gire em torno de alimentos, eles têm um carácter mais simbólico que comestível. A principal bandeja que se coloca à mesa, a Keará, não é para ser consumida - sua função é pedagógica. Quando Rabi Gamaliel instituiu o Seder, ele estava preocupado em manter viva a esperança do povo, lembrando que isto foi feito no período da dominação romana. O Seder é uma representação de um relato histórico, ao vivo, com um narrador, em geral o pai da família, o que se repete todos os anos em cada lar judeu, nas duas primeiras noites. E na vida moderna urbana, quando os horários e ocupações não combinam, o Seder representa um novo papel. Pelo menos durante uma semana de reunião, a família repensa grandes temas pelos quais vale a pena lutar, como liberdade e esperança. Na primeira noite do Seder, há sempre alguns convidados. É dever convidar aqueles que estão tristes, sós, sem família, para que possam celebrar junto a Festa da Liberdade.


Seder e Eucaristia

A última Ceia de Jesus foi a celebração de um Seder de Pessach. No Catolicismo, dela são mantidos elementos em comum até hoje, desde objectos ritualísticos, com outros significados simbólicos e religiosos, presentes em toda missa. O pão, a hóstia, é a matzá também parte do ofertório. O cálice de vinho, sendo apenas um, vem dos quatro copos tomados durante o Seder e, no judaísmo, o cálice do Kidush (santificação).


Desacertos da História

Lembremos que no terceiro copo de vinho, abrem-se as portas para entrar o profeta Elias, que segundo a tradição visita as casas judias na noite do Seder e que anunciará a vinda do Messias. Deve-se deixar a porta entreaberta para facilitar a entrada do profeta Elias, mas sendo ele tão poderoso a porta fechada seria um problema? O costume tem também outra origem: Infelizmente, eventos associados a Pessach, foram responsáveis pela morte de milhares de judeus. Marranos ou criptojudeus (cristãos novos, convertidos à força, que mantinham seu judaísmo em segredo) eram particularmente vigiados e presos em Pessach pela Inquisição, como hereges. A acusação de "assassinato ritual" levou ao massacre e expulsão de diversas comunidades europeias: os judeus eram acusados de matarem criancinhas cristãs para fazer matzá com seu sangue (?!)- um absurdo para quem tenha alguma noção de Kashrut, leis dietéticas e de pureza judaicas, que proíbem terminantemente ingestão de sangue. A porta ficava aberta porque as famílias judias queriam que os vizinhos cristãos pudessem ver a qualquer momento o que os judeus estavam fazendo. Essa calúnia passou à história com o nome de “assassínio ritual” ou libelo de sangue. Mas nem sempre se podia deixar a porta aberta, como nos tempos da Inquisição, quando o Pessach era celebrado na clandestinidade. Sem falar na acusação milenar de "judeus deicidas", assassinos de Jesus, e a trama de Judas, prática tão conhecida no Brasil... Ou a super limpeza anual de Pessach, que aliada a outras práticas judaicas de carácter higiénico (como banhos, trocas de roupas, cuidados com os mortos, doentes, etc.) pouparam judeus de morrer tanto quanto os demais, em epidemias como a Peste Negra- e que por isso, foram acusados de causá-las, determinando sua perseguição e massacre... Embora nas últimas décadas a Igreja Católica venha se empenhando em reconhecer erros do passado e pedir perdão por eles, determinados preconceitos são muito difíceis de serem desarraigados da cultura popular. Em português, eles determinaram conotações vocabulares negativas e pejorativas, como judiar, judiaria e a associação de judeu a usurário no anedotário. Como fato histórico, os judeus, originalmente pastores, agricultores, artesãos e profissionais liberais, foram forçados a se dedicar ao comércio devido a restrições a eles impostas na Idade Média, como possuir terras, etc..


Páscoa com Z

Pessach, Passchah ou Páscoa, o essencial é que nós, da raça humana, aprendamos a nos libertar de nossos preconceitos, através do esclarecimento e da prática da tolerância e não discriminação. E que possamos caminhar, assim, para uma verdadeira PAZcoa, PAZcomAmor!


A matzá, a hóstia e a ironia


A ceia que foi a origem da eucaristia era um seder de Pessach. A origem da hóstia é o pão ázimo (matzá). A palavra vem do latim hóstia (= vítima); significa “vítima oferecida em sacrifício para uma divindade” e “partícula de pão ázimo que se consagra durante a comunhão”. Em hebraico, as palavras correspondentes são Korban e Matzá, respectivamente. Antigamente na Igreja os fiéis ofereciam o necessário para o culto, sobretudo o pão e o vinho. Desde o século XI, o pão utilizado no altar é preparado à parte pelo clero. Ele tem que ser de farinha, ázimo e com marcas que o distinga do pão comum. No século XI, a Igreja católica ordenou que se utilizasse na Missa somente pão sem levedura. Quanto à forma do pão eucarístico, o Papa São Ceferino (séc. III) os chama de "coroas" por causa de sua forma redonda.


Em suma: a hóstia é basicamente uma matzá shemurá kasher!


Mas a macabra ironia começa um pouco depois. Em 1215, no IV Concílio Laterano, foi estabelecido o dogma da transubstanciação, que afirma que o pão e o vinho da comunhão não somente simbolizam, mas milagrosamente se transformam no corpo e no sangue de Cristo. Esta doutrina, associada a outras medidas discriminatórias contra os judeus[4], tornou-se fonte de anti-semitismo cristão. Destacam-se duas calúnias:

1) Profanação da hóstia: Durante muito tempo, circularam acusações de que a hóstia era profanada pelos judeus, que tentavam roubá-la para esfaqueá-la, atormentá-la e queimá-la numa tentativa de “recrucificar” Jesus. Muitas histórias circulavam para ilustrar. Em 1298, a acusação de profanação da hóstia fez com que toda a população judaica de Röttingen fosse queimada, seguindo-se um massacre dos judeus por toda a Alemanha e na Áustria. 100.000 pessoas foram assassinadas e em torno de 140 comunidades judaicas dizimadas. Em Praga, em 1389, um sacerdote carregando uma hóstia foi acidentalmente salpicado de areia por algumas crianças judias que brincavam. Em consequência disto, 3.000 judeus foram massacrados.

2) Libelo de Sangue: afirma que judeus matam cristãos para obter sangue para Pessach e outros rituais. Acreditava-se que os judeus precisavam beber sangue cristão a fim de que sua aparência pudesse continuar humana; o sangue cristão também ajudava a eliminar o foetur judaicus, "fedor de judeu", que era transformado em "odor de santidade" possuído pelos cristãos. Outra versão desta acusação era que os judeus sequestravam bebes cristãos, matavam e moíam seus corpos para fazer matzá para Pessach. Esta calúnia é tão absurda que seria cómica se não tivesse tido consequências tão trágicas. Ao povo judeu é proibido beber o sangue de qualquer animal, muito menos sangue e carne humanos. Apesar de sua óbvia falsidade a qualquer pessoa com um mínimo de conhecimento das leis dietéticas judaicas, milhares de judeus foram assassinados por causa desta mentira. E pior: ela continuou até nossos dias... Entre 1880 e 1945, o libelo de sangue espalhou-se largamente no centro da Europa Oriental. O jornal nazista Der Stürmer apresentava regularmente figuras de rabinos chupando o sangue de crianças alemãs. E a calúnia persiste, principalmente na imprensa muçulmana extremista anti-israelita... O aparecimento de tais doutrinas mostra uma completa ignorância do estilo de vida do povo judeu, bem como uma falta de diálogo e relacionamento cristão-judaico. A própria Igreja Católica só o declarou falso depois da década de 1960.Parece absurdo que tal coisa ainda aconteça nos dias de hoje, mas o anti-semitismo não morre facilmente.

Para concluir, não posso deixar de mencionar um outro lado da história: a dos marranos. Estes heróicos secretos de um judaísmo do qual foram despojados por um baptismo forçado em terras ibéricas em tempos medievais, ao serem “redescobertos” no século XX, conservavam o Iom Kipur, o Jejum de Ester (na véspera de Purim) e Pessach (Páscoa), por eles chamada a Festa Santa, a sua festa mais importante. Em interessante documentário mostram como os marranos de Belmonte (hoje uma comunidade guiada por um judaísmo conservador tradicional) assavam as matzot em uma cerimónia especial, com lençóis brancos, estendidos no chão, e as mulheres que se ocupam do afazer, também vestidas de branco. No passado, costumavam assar as matzot só no terceiro dia de Pessach para enganar a Inquisição, que invadia as suas casas na noite do Seder (primeira noite da festa) a fim de procurar a prática da fé judaica. As cantigas que entoam, antigamente eram cantadas em pequenos grupos, em tom baixo, quase sussurradas. No quinto dia da festa, ao raiar do dia, saíam para o rio próximo à cidade, cada um levando um galho de oliveira. A cerimónia no rio era um dos momentos mais importantes da vivência marrana. Eles batiam no rio em lembrança da abertura do Mar Vermelho e atravessavam-no diversas vezes. Os galhos de oliveira eram guardados até ao ano seguinte para assar as matzot. Entre os que comemoravam Pessach escondidos, buscando driblar a Inquisição, e os que abrem as portas de suas casas no Seder, tanto para que entre o que tem fome como para se verifique que não há sangue no ritual nem carne de criancinha cristã, seguimos celebrando a liberdade e esperando por maior tolerância entre os homens de boa vontade. Mais que tolerância – a aceitação.




22.3.10

PESAJ = PÁSCOA

Na próxima segunda-feira, dia 22, o povo judeu senta-se para festejar a cena mais antiga do mundo: a cena da Páscoa (Pésaj). Pésaj tem muita influência em nós. É a festa religiosa mais difícil de cumprir (para quem gosta de consumir pão), mas também a nossa festa mais querida. Mesmo os menos observantes encontram uma maneira de celebrar o séder (cena) da páscoa e entrar na magia das páginas da Hagadá shel Pésaj (o livro que se lê durante o séder).

Em forma superficial, o tema desta festividade vem do famoso versículo da Hagadá:
"bjol dor v'dor jayav adam lirot et atzmo k'ilu hu yatzah mi Mitzrayim, que traduzido diz: em cada geração, cada ser humano é obrigado a ver-se livre do cativeiro e escravatura egípcia". Num sentido mais profundo, esta festa fala dos desafios da liberdade. Pésaj significa liberdade e compromisso. Assim, o nosso compromisso é colectivo e não individual como povo, como Nação e o conceito final é o respeito pelo próximo.

Pésaj poderá querer dizer muitas coisas a muitas pessoas, mas o conceito é, termos de trabalhar todos os dias para atingir a nossa liberdade pessoal. Desafia-nos, faz-nos perguntas, que preferíamos evitá-las, como por exemplo: de que sou escravo? Que necessito de fazer para mudar a minha condição de escravatura pessoal?

A mensagem de Pésaj, que devemos apreciar e nutrir a liberdade, resume-se a um mundo, que conhece demasiada escravatura. Quantos de nós sofremos com a tirania da escravatura, não só do tipo político, mas também do tipo pessoal? Quantos de nós nos tornamos ecravos de desejos imorais? Quantos de nós sofremos com preocupações sem causa, a ansiedade, a avareza, etc.? Quantos desejamos dominar o próximo?

Estes 8 días de Pesaj recordam-nos, que ser-se livre de acordo com as palavras de Moisés 'Shalaj et ami (desejo de ser livre) há que dar os mesmos direitos aos outros, o mesmo que nós os desejamos. Assim, que significa a liberdade na minha vida? Como conseguir o equilíbrio entre a liberdade pessoal e o meu compromisso com a sociedade, a minha família, os meus amigos, colegas de trabalho, etc. ?

Uma boa Pesaj

19.3.10

O Café ou a (chávena) Xícara?


Um grupo de ex-alunos, firmemente estabelecidos nas suas carreiras, reuniu-se para visitar um velho professor da universidade. A conversa rapidamente se encaminhou para o desgaste criado no trabalho e na vida quotidiana. Para oferecer café aos visitantes, o professor foi até a cozinha e retornou com um grande bule de café e um diversificado conjunto de chávenas (xicaras), umas de porcelana, outras de plástico, vidro, cristal, algumas simples, algumas caras, algumas luxuosas e que se servissem.

Quando todos os ex-alunos tinham nas mãos uma chávena de café, o professor disse: “Se notaram, todas as xícaras de aparência cara foram usadas, deixando de lado as comuns e baratas. Embora seja normal para vocês quererem apenas o melhor para si mesmos, esta é a fonte dos vossos problemas e desgaste. Tenham a certeza de que a xícara em si não acrescenta qualquer qualidade ao café. Na maioria dos casos é apenas mais cara e algumas delas chegam até a esconder aquilo que bebemos. O que vocês realmente queriam era o café, não a chávena, mas buscaram conscientemente a melhor… Assim, começaram a observar as chávenas uns dos outros.

“Agora considerem isto: A vida é o café. Empregos, dinheiro e posição na sociedade são as xícaras. Eles são apenas ferramentas para conter a vida, e o tipo de xícara que temos não define, nem muda a qualidade da vida que vivemos. Às vezes, quando nos concentramos apenas na chávena, deixamos de apreciar o café que Hashem (Deus) nos proporcionou.”

Hashem prepara o café, não as xícaras…

Aprecie o seu café! E em Pêssach, certifique-se de que é um bom café.

12.3.10

Parasha semanal


Esta semana terminamos nuestra lectura anual del Libro de Éxodo. El libro se concluye con la finalización de la construcción del Mishkán (el santuario o tabernáculo portátil). Las dos últimas secciones semanales para este libro son: Parsahat Vayakhel (encontrada en Éxodo 35:1-38:20) y Parashat Pkudei (encontrada en Éxodo 38:21-40:38). Muchas veces se leen estas dos como si fueran una sola unidad. La primera, (VaYakhel) empieza con algunos versículos dedicados al ideal del Shabbat y de allá se va rápidamente de lo idealista a lo práctico, del concepto sabático a los muchos detalles y pormenores del Mishkán. La segunda continua con los detalles y nos presenta muchos de los pormenores sobre la ropa que los grandes sacerdotes (ha'cohen ha'gadol) habían de usar en sus funciones oficiales.

Estas dos secciones semanales no son fáciles que leer. Se necesita mucha concentración para leerlas y comprenderlas. Una manera de entrar en el texto es leerlo no de la perspectiva de sus muchos detalles sino de la perspectiva de una totalidad abstracta.

Si volvemos a leerlaas vemos que las dos comienzan con lo teorético, el ideal del Shabbat. Cuando consideramos la importancia religiosa del día sabático, hay la expectativa que Moisés habría pasado mucho tiempo en hablar de ello. Mucho al contrario, Moisés hablaba del día sabático por un corto plazo y entonces irónicamente se movió desde ello y entró en un gran discurso sobre el trabajo.

El lector cuidadoso debe preguntarse ¿por qué Moisés dedicó tanto tiempo a la vida de los días de Ymei Jol (los seis días de trabajo desde domingo hasta viernes) y poco al día de Shabbat (sábado)? ¿Nos trataba de enseñar el texto que lo que hacemos en nuestro mundo cotidiano define nuestra vida sagrada, es decir: las palabras no transformadas en acciones significan poco? Parece que Moisés comprendiera bien que pasamos la mayor parte de la vida en el dominio (ámbito) del secular y no en el del sagrado. ¿Nos enseña el texto que aunque el Shabbat es importante, lo que importa más es la manera que vivimos y nos comportamos durante los seis días de trabajo de la semana?

Estas dos secciones semanales sirven para recordarnos que el judaísmo pone mucha énfasis en lo que hacemos y mucho menos en lo que decimos. Podemos clasificar el judaísmo como una religión de acciones. Lo que importa no es lo que decimos que creemos sino lo que hacemos. Por eso, el mundo judío juzga una persona no por sus palabras o inteciones sino por sus acciones realizadas, por lo que ya ha hecho. Determinamos los sentimientos de una persona no por medio de sus palabras sino por sus hazañas y acciones. Quizás es por eso que en el idioma hebreo la palabra para "rezo" es t'filá, que se deriva de la raíz verbal "p-l-l" significando "juzgar." Traducimos el verbo lhitpallel como rezar pero literalmente significa "juzgarse." El rezar en el judaísmo no es un formulario mágico para hacer a D'os darnos lo que deseemos sino una auto-evaluación y valoración de donde estamos y que necesitamos hacer para ser creativos y productivos en la vida.

Con estas dos secciones finales (leídas como una) llevamos este segundo libro bíblico a su conclusión. Séfer Shmot (El Libro del Éxodo) nos recuerda que la redención verdadera nos llega no meramente por medio de liberarse de la esclavitud, no simplemente por recibir la Torá en el Monte Sinaí, sino por el trabajo cotidiano, por hacer las tareas diarias que definen nuestra libertad. En el mundo judío la salvación no nos llega por las acciones ajenas sino por nuestra capacidad de enfrentar la realidad y nuestra voluntad de trabajar duramente los seis días de trabajo para que podamos disfrutar de los frutos de nuestra labor en el séptimo día. ¿Están acuerdo?

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L'Biddurchem/Para Reírse

1)
Había una tempestad fuerte y el capitán se dio cuenta que su navío iba a hundirse. Llamó el capitán: ¿Hay alguien aquí que sabe rezar? Un hombre se presentó y le dijo al capitán: "¡Sí señor!" El capitán le dijo al marinero: Perfecto, rece Vd. y los demás nos pondremos nuestras chaqueta de salvavidas, ¡Nos falta una!"


2) El ateo y el oso

Había una bella mañanita y un ateo se daba un paseo por el bosque y miraba a la belleza de la naturaleza, vio los árboles y el río y el sol y se sintió muy bien. Pensó que la naturaleza nos dio un mundo de maravillas.

Seguía caminando cuando de repente un oso salió de los arbustos solamente algunos metros antes de él. El oso se puso a gruñir e tenia una cara hambrienta y corría hacia el ateo.

Vio el oso acercarse a él, comenzó a gritar en horror y se corría (del oso) lo más rápidamente posible. El ateo sabía que el oso iba a rebasarlo y que pronto no iba a poder más y cayó al suelo...

Al ver el oso preparándose para consumirlo, el ateo gritó: ¡D'os me ayude!"

De reprende los árboles dejaron de moverse, el río se paró y se abrieron los cielos y el ateo escuchó una voz divina.

Le decía la voz: - Soy D'os y aunque tú no crees en mí, estoy aquí para cada ser de esta tierra.-

El ateo le dice: -Tengo este problema y solo quiero que Vd. me lo saque

D'os le decía: -Le voy a dar un deseo para ayudarle y esto será todo lo que le Daré, ¿Cuál es su deseo?

El ateo pensaba y entonce Le dijo a D'os...

-Bueno, de veras no quiero ser religioso, por eso quiero que el oso se transforme en religioso.-

Le respondió D'os al ateo: -Así será-

De repente el cielo se cerró, el río volvió a fluir y los árboles volvieron a moverse.

El oso se junto las patas y decía

-¡Gracia a D'os por esta comida que voy a comer!-

5.3.10

Parasha Ki-Tisah

Un especialista en la sicología, en la sociología o en la literatura pudiera estudiar la parashá para esta semana sin llegar a conclusiones finales. Llamada "Ki-Tisá" (significado: "Vd. ha de llevar") y encontrado en el Libro de Éxodo 30:11-34:35, esta sección semanal explora la vida de casi todas sus perspectivas. Leída superficialmente, la parashá nos presenta los pormenores íntimos de un momento culminante nacional (la entrega de los Diez Mandamientos) y del momento nacional más bajo, la construcción del becerro de oro. También podemos leer la sección semanal de un perspectivo místico. Podemos llamarla una montaña rusa espiritual, una vida de fracasos y renacimientos contenidas en una sola parashá. Podemos decir que ésta nos ofrece discernimientos e ideas en lo que se llama, el "vivir con lo asombro y lo pasmo". Definimos este vivir como un estado de desafíos internos que son vibrantes, difíciles y a la vez inspirantes. Son los momentos cuando a pesar de las dificultades que la vida nos presente nos dan la esperanza. La parashá nos enseña que el cansancio espiritual nos cansa más que el cansancio físico. El que "ama" su trabajo puede estar cansado pero nunca es cansado, que sin el entusiasmo del espíritu el cuerpo nunca rendirá los resultados deseados. Una de los muchos temas de esta parashá es la necesidad de un sentido de desempeño y cumplimiento espiritual. Esto puede ser la razón que se abre la parashá con el mandado de tomar un censo nacional. El texto nos dice que Israel había de llevar a cabo el censo por el acto de pedir una media shéquel (moneda nacional) de cada persona. La solicitud de media shéquel nos hace preguntarnos: ¿Por qué media shéquel en lugar de una shéquel? ¿Nos enseña el texto que para tener éxito necesitamos otros? Es decir que la grandeza se realiza cuando colaboramos con otros. ¿También nos enseña que trabajamos mejor cuando compartimos con nuestros colegas un sentido de unidad de propósito y de ideas; una relación entre lo practico y lo idealista? Un subtexto de esta parashá es entonces que la libertad personal ocurre a causa de nuestro compromiso para con los demás. ¿Nos enseña que para alcanzar nuestros objetivos en la vida necesitamos la fe personal y también colegas que nos queren? La parashá actual también nos relata el pecado peor de Israel, la fabricación y adoración del becerro de oro. El lector debe preguntarse como fue posible que el pueblo de Israel perdió su fe tan rápidamente. ¿Fracasó el hermano de Moisés por aceptar las exigencias del pueblo para fabricar el becerro? Indicó la aquiescencia de Arón un fracaso de liderazgo o una falta de fe? ¿Tenía miedo del pueblo o creyó Arón que falleciera Moisés en su subida a la montaña? Si la fabricación del becerro fue el punto más bajo nacional, entonces ¿fue la defensa de Moisés en nombre de su pueblo frente al rencor divino el punto de cumbre del liderazgo de Moisés? Quizás más que nada la sección semanal nos enseña que enfrentado con el desafío máximo Moisés manifestó una fe humilde en vez de una fe de cólera o de lastimarse. Moisés nos enseña que es la fuerza espiritual que nos determina como elegimos ver las frustraciones y derrotas cotidianas que pasan a todos. La parashá nos enseña que hay una línea delgada de la espiritualidad y la fe que separa el acto de vivir en un mundo de maravillas del vivir en un mundo de desilusiones y relaciones fracasadas. La manera que elegimos ver y considerar nuestro mundo determina como actuamos en ello.
¿Nos enseña este tema místico que son nuestras actitudes interiores que determinan nuestro éxito en el mundo y separan el fracaso del éxito? ¿Qué opinan Vds.?



L'Buddurchem/Para Reír

Un día un rabino decía a sus feligreses: "En la semana que viene pienso dar una predica sobre las mentiras. Para ayudarlos a comprender mi discurso mejor quiero que todos lean el capítulo 41 del Libro de Éxodo. Llegó Shabat y antes de dar su predica pidió el rabino que todos que hayan leído el capítulo 41 de Éxodo se levantara la mano. Todos levantaron la mano. Sonrió el rabino y dijo a sus feligreses. "Éxodo solamente tiene 40 capítulos... Ahora voy a continuar con mi sermón sobre el acto de mentir."