2.12.08

A festa das luzes : chanuka

Fogo ou luz?

Quem consegue secar as lágrimas que escorrem na face diante das cenas terríveis assistidas nos últimos dias? O mundo está se transformando num mar de sangue e de escuridão.
Terroristas são feitos de qu? Ódio, ódio e mais ódio. É como se nascessem de um incêndio implacável querendo consumir e destruir tudo á sua frente, programados com a única missão de destruir e matar. Estão a tentar transformar o mundo num inferno espalhando o pânico, morte, sangue e fogo.
Mas da mesma forma que há pessoas feitas de fogo, há pessoas feitas de luz. São seres que vieram ao mundo para iluminar, espalhando bondade, construindo e auxiliando outras pessoas a se reerguerem, a se curarem, a seguirem em frente. Hoje proliferam instituições solidárias à dor e problemas alheios. A sobrevivência e bem estar do próximo diz respeito a todos nós. Se não, porque razão teríamos sido criados como seres humanos se não fossemos dotados e agíssemos como humanos, com um carácter que além do cérebro é dotado de um coração?Estamos no mês de Kislêv e dentro dele celebraremos Chanucá, a Festa das Luzes. Acenderemos oito velas, uma a mais a cada dia, acrescentando mais e mais luz. Esta é a mensagem de Chanucá. Em praças públicas, em shopping centers, supermercados e todos os estabelecimentos que abrem as suas portas para receber as nossas chanukiot: somos feitos de luzes, para trazer mais luz, para iluminar o mundo, para a balança pender para o bem, a nossa essência nos impulsiona a iluminar o próximo através de uma chama imortal.
Mas o que é imortal, a alma? Qual a aparência de uma alma?
Olhe para a chama de uma vela. Uma chama é brilhante, sempre saltando, nunca está em repouso; o desejo natural de uma alma é "saltar" até D’us, ficar livres das limitações físicas. O pavio e a cera ancoram uma chama; um corpo físico segura a alma, forçando-a a fazer o seu trabalho, dar luz e calor. O corpo humano, precioso e sagrado, é comparado ao Templo Sagrado.
O Báal Shem Tov, fundador do Chassidismo, sempre aconselhou contra o ascetismo, jejuns e flagelar o corpo. É melhor, dizia ele, usar seu corpo para fazer um acto de bondade. A bondade é contagiosa. Quando a sua alma diz ao corpo para fazer uma boa acção, tanto a alma quanto o corpo são afectados. Finalmente, outras almas ao nosso redor influenciam os seus corpos a fazer o mesmo. Em pouco tempo, criamos uma epidemia internacional de bondade. Esta é uma das razões pelas quais a Menorá de Chanucá é colocada onde possa ser vista da rua, seja no batente em frente à mezuzá, seja perto da janela, lembrando-nos do dever de compartilhar a luz espiritual de calor e sabedoria com o mundo que nos cerca.
Vamos continuar a espalhar mais vida e esperança e acima de tudo, continuar a rezar, acreditando e agradecendo a D’us, que por mais escuro que o mundo possa se mostrar e por mais que não entendamos os Seus caminhos, eles são perfeitos e confiamos Nele. Cumpriremos a sua Torá e os seus mandamentos com a certeza de que a luz que surgirá diante dos nossos olhos, é uma luz que jamais pudemos imaginar; tão intensa que não haverá nenhum espaço para a escuridão, e onde o mal será banido para sempre da Terra.
A nossa dor e lágrimas são em memória daqueles que pereceram e pelas suas famílias que choram e enterram os seus entes queridos. São a nossa família.
Que possamos acender as velas de Chanucá multiplicando, triplicando os locais onde costumam ser acesas. A luz de Mumbai continuará a brilhar!
A todos os nossos tão queridos shluchim espalhados no mundo todo, através das berachot do Rabino,os nossos desejos são que continuem firmes como sempre estiveram. O nosso mais profundo, sincero e eterno agradecimento por terem acendido a nossa chama e continuarem a cuidar dela.
Os passos de Mashiach estão a ser ouvidos; o que precisamos é apenas escutá-los. O plano Divino certamente está em andamento e na sua meta final.

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