12.4.10

Lembram-se dele?


É o Yaakov. Mas afinal quem é o Yaakov?
O seu interesse pelos cripto-judeus começou ainda era estudante, no Canada, durante um seminário e inspirado por uma canção Yddish (hebraico e alemão misturado, linguagem usada durante o holocausto pelos judeus askenazis) “Diz-me marrano”. O último verso pergunta o que se passará se as canções de seder forem ouvidas pelos teus opressores? Se o inimigo me capturar, morrerei cantando.
O seu primeiro contacto com judeus não europeus e americanos, aconteceu em Marselha, como voluntário trabalhando para programas de jovens judeus. Em Marselha, finalmente apercebeu-se da conecção histórica entre os judeus do norte de África e os que fugiram de Espanha, aquando da inquisição. Em Israel, esperava a sua oportunidade de trabalhar com aquela comunidade norte africana, o que veio acontecer. O navio israelita Negbah transportou um largo grupo de jovens judeus marroquinos para Israel e o seu trabalho começa ainda a bordo do navio. Purim foi celebrado durante a viagem de dez dias. Ao alistar-se no serviço pioneiro para Israel, tornou-se professor e líder de um grupo de 48 jovens de Marrocos. Mais tarde, visitou as comunidades judias, em Marrocos e foi numa escola de Hebraico local, onde ouviu o Ladino pela primeira vez. O ladino é uma linguagem usada pelos judeus sefaraditas muito semelhante ao espanhol.
O seu interesse pelos cripto judeus reforça-se ao ser apresentado à Sociedade de Estudos Cripto Judaicos, nos Estados Unidos. Mais tarde, desloca-se a Portugal para tomar contacto direto com cripto judeus portugueses. Visita Bragança e Belmonte, no ano de 2003. A experiência é espectacular, segundo as suas palavras. Regressa ao Estados e Unidos e lança um desafio a uma comunidade da Flórida – projecto Belmonte. E este foi o ponto de partida na recolha de fundos, que mais tarde se estenderia também a criptos de Lisboa e Porto.
Hoje, debilitado fisicamente, devido a uma doença crónica e estar a atravessar uma fase muito difícil, Yaakov ainda arranja capacidade física, mas muito limitada, para poder falar do seu trajecto de vida e disfrutar desse passado com as suas amizades e familiares. Recentemente foi homenageado, num jantar, pela organização KULANO, nos Estados Unidos, sinónimo de reconhecimento e gratitude. E porque não, em Portugal? Aqui fica a sugestão.