7.4.08

Porção Semanal da Torá: Tazría


Vaikrá (Levíticus) 12:1 - 14:09

A Torá continua a relatar as leis de pureza física e espiritual. Esta Porção Semanal foca a Tzaraát, um tipo de sofrimento físico causado por transgredir as leis referentes à fala (não caluniar, não mentir, não falar palavrões, não fofocar, etc.) e o seu processo de purificação. A Tzaraát aflige, progressivamente, a casa, as roupas e a pele da pessoa, a menos que purifique sua forma de falar.

Há duas categorias de transgressões possíveis ao se falar:

1) Lashón HaRá (literalmente, ‘má língua’) – fazer uma declaração prejudicial ou que cause desprezo a outra pessoa, mesmo que esteja a dizer a verdade;

2) Rechilút (fofoca) – dizer para uma pessoa as coisas negativas que outro disse ou cometeu contra ela. Clique no site www.chofetzchaimusa.org para ler as lições diárias sobre Shmirát HaLashón (como cuidar da ‘língua’).

Desfazer o mal causado pela fala é comparado a tentar recolher todas as penas de um travesseiro – depois que elas foram soltas durante uma tempestade de vento!

Dvar Torá: baseado no livro Growth Through Torah, do Rabino Zelig Pliskin

A Torá declara: “Quando aparecer na pele da pessoa uma inchação, crosta ou mancha características da doença Tzaraát, ela deve ser levada a Aharon, o Sumo-Sacerdote, ou a algum de seus filhos, os sacerdotes” (Vaikrá 13:2). Por que a pessoa precisava ser trazida a Aharon, o Sumo-Sacerdote?

O Rabi de Alexander (Rabino Hanoch Henich HaCohen, Polônia, 1798-1870) explicou:

Os nossos Sábios ensinaram que a Tzaraát era uma doença que se manifestava pelo fato de a pessoa ter falado Lashón Hará, palavras difamatórias, contra os outros. Quando as pessoas dizem coisas negativas, elas freqüentemente racionalizam que é correcto falar o que falaram. Uma das desculpas mais comum utilizadas é que estão a falar a verdade: “O sujeito sobre quem estamos ‘comentando’ fez tantas coisas

erradas que é importante divulgar como ele é ruim”. Também alegam que nunca fariam isto sem ter as mais elevadas intenções em mente e dizem que ‘é uma Mitsvá’ difamá-lo(a). Embora as suas alegações possam parecer louváveis a princípio, elas acabam por causar muito ódio, intrigas, brigas e dor.

Porque a pessoa com Tzaráat era trazida a Aharon, o Sumo-Sacerdote? Uma das mais conhecidas características de Aharon é que ele fazia todo o possível para manter a paz dentro do povo. Sempre, que as pessoas brigavam, ele falava em particular com cada um dos ‘brigões’, dizendo que o outro estava arrependido e falando coisas amáveis e positivas sobre ele. Depois, quando estes ‘brigões’ se encontravam, o rancor já não mais existia e acabavam por fazerem as pazes.

Quando ficamos sabendo que outra pessoa falou positivamente sobre nós, automaticamente sentimos um sentimento positivo em relação a ela e isto promove muito a amizade entre nós. Esta era a lição que Aharon transmitia aos que falavam contra os demais: “Não justifique as suas ofensas e o que está a fazer de ruim contra os outros, reivindicando que deseja apenas divulgar a verdade. Pelo contrário: faça

todo o possível para ajudar as pessoas a sentirem amor umas pelas outras!”

Mãos à obra!