Purim e a porção semanal
BOM DIA! Hora de festa: Purim é hoje! No mundo inteiro a sua celebração ocorrerá nesta quinta-feira à noite, 20 de março, e sexta-feira, dia 21, excepto nas cidades que tinham muralhas na época de Yehoshua (Josué). Nestas cidades, como em Jerusalém, Purim é celebrada este ano por 3 dias: de quinta até domingo.O jejum de Ester é durante a quinta-feira, dia 20, comemorando os três dias, que a rainha Ester e o Povo Judeu jejuaram antes que ela se aproximasse do rei Ahashverosh com o seu pedido pela salvação do Povo Judeu.
Purim é a festividade que nos faz lembrar que D'us ‘dirige’ o mundo por detrás dos bastidores. Em nenhum lugar da Meguilá Ester o nome de D'us é mencionado, apesar de haver uma tradição de que, a cada vez que as palavras ‘o rei’ são mencionadas, referem-se também ao Todo-Poderoso.
A Meguilá Ester é um livro repleto de suspense e intrigas onde está relatada a história de Purim e com um final bastante feliz: o Povo Judeu é salvo da destruição!
Uma das mensagens que mais me chamaram a atenção foi a seguinte: “Se você e os seus familiares costumam ir apenas duas vezes por ano à sinagoga, escolha então Purim e Simhá Torá (quando todos dançam e celebram o encerramento e o início da leitura da Torá). As nossas crianças devem ver e sentir a alegria de sermos Judeus, e nada melhor que estas duas datas festivas!”
O que é Purim e como o comemoramos?
Purim vem da palavra persa ‘pur’, que quer dizer ‘sorteio’, como consta na Meguilá: “Hamán fez sorteios para escolher o ‘melhor’ dia para exterminar os Judeus”. Este dia caiu em 13 de Adar. Os sinistros eventos daquele dia acabaram se invertendo, tornando-se um dos mais alegres dias do calendário Judaico.
Nós celebramos Purim no dia 14 de Adar, pois “eles (os Judeus) descansaram no décimo quarto dia, tornando-o um dia de festa e alegrias (Meguilá Ester, capítulo 9:17)”.
Em alguns poucos lugares, como Jerusalém, Hevrón, a cidade velha de Tsefat e Tibérias, Purim é celebrado no dia seguinte, 15 de Adar. Os nossos Sábios declararam que todas as cidades de Israel que tinham muralhas à época de Yehoshua bin Nun (Josué) devem celebrá-lo no dia seguinte. O motivo foi
comemorar o dia a mais que o rei persa Ahashverosh garantiu a Ester, para permitir aos Judeus de Shushán (a capital da Pérsia, que, por coincidência, era uma cidade com muralha) acabar com os seus inimigos. A festividade que ocorre nestes locais chama-se Shushán Purim.
Este ano, já que Shushán Purim ocorre no Shabat, existe uma mitsvá especial chamada Purim Meshulash, em que as Mitsvót de Purim (citadas abaixo) são cumpridas durante 3 dias: a leitura da Meguilá é realizada quinta-feira à noite e sexta de manhã, distribui-se Matanót L’Evioním na sexta-feira e realiza-se a Seudá – a refeição festiva – no domingo.
A festividade é celebrada ouvindo-se a leitura da Meguilá quinta-feira à noite e sexta-feira de manhã, que traz o relato de todos os factos ocorridos em Purim. Durante o dia (sexta-feira) cumprimos outras três mitsvót: 1) Matanót L’Evioním – dar dinheiro ou presentes a pelo menos duas pessoas pobres; 2) dar pelo menos dois alimentos prontos a no mínimo uma pessoa (chamado Mishlôah Manót, ‘o envio de porções’,
que também pode ser feita através de um intermediário) e 3) comer uma Seudá, uma refeição festiva, onde devemos beber vinho. Importante: NÃO se deve beber em excesso, NÃO beber e depois conduzir e também NÃO dar bebidas a menores!
De certa maneira, Purim é ‘maior’ que Yom Kipur. Em Yom Kipur nós jejuamos e é fácil para a nossa alma ter domínio sobre o corpo. Purim, por outro lado, é o melhor exemplo da integração do físico e do espiritual e da conscientização do amor que D’us tem por nós. A única coisa que se interpõe entre o Todo Poderoso e você – é você. O vinho e o espírito do dia ajudam-nos a ultrapassar esta barreira.
As mitsvót de Mishlôah Manót e de dar presentes aos pobres foram ordenadas para gerar um amor fraterno entre todos os Judeus. Quando há unidade e amor entre nós, mesmo os transgressores tornam-se pessoas correctas e os nossos inimigos não conseguem causar-nos algum dano!
Houve duas formas, durante a História, com que se tentou destruir o Povo Judeu: física ou espiritualmente. Os nossos inimigos usaram as duas. Hánuca é a celebração da vitória sobre aqueles que tentaram e falharam em nos assimilar culturalmente (os Gregos e as suas culturas derivadas). Purim é a celebração da vitória sobre aqueles que tentaram e falharam em nos destruir fisicamente (os Persas, por exemplo).
Porque usamos fantasias e máscaras em Purim? Em lugar algum da Meguilá Ester o nome de D’us é mencionado. Se alguém assim o desejar, poderá ver a história de Purim como uma seqüência de meras coincidências, totalmente desprovida de Influência Divina. Da mesma forma que nos escondemos atrás de máscaras e fantasias, mas a nossa essência está lá, assim D’us tinha ‘escondido a Sua face’, atrás das ‘forças’ da história, mas lá estava Ele no controlo dos acontecimentos.
Porque fazemos barulho sempre, que o nome de Hamán é mencionado durante a leitura da Meguilá?
Hamán pertencia ao povo de Amalêk, um povo que personifica o mal e que a Torá nos ordenou exterminá-lo.
Ao ‘desfigurarmos’ o nome de Hamán durante a leitura estamos, simbolicamente, aniquilando Amalêk e todo o mal que ele representa.
Todos gostaríamos que os nossos filhos tivessem os mesmos valores e interesses que nós, mas freqüentemente nos surpreendemos com o facto de isto não acontecer. A menos que propiciemos experiências e trocas de idéias sobre as coisas que valorizamos e apreciamos, os nossos filhos terão experiências diferentes... e muito possivelmente valores diferentes. Não podemos decretar e impor-lhes apreço pelo Judaísmo. O que PODEMOS fazer é propiciar-lhes experiências Judaicas positivas – como Purim! – e as nossas crianças começarão a ter algo a amar e admirar no facto de serem Judias!
Gostaria de saber mais sobre Purim? Acesse http://www.aish.com/espanol/festividades/purim/ (em espanhol) e divirta-se!
Porção Semanal da Torá: Tsav Vaikrá (Levíticus) 06:01 - 08:36
Esta porção semanal inclui as leis das oferendas diárias, oferendas de alimentos, oferendas ao Sumo- Sacerdote, oferendas por algum Pecado cometido, oferendas por alguma culpa e oferendas de Paz. Ela conclui com as oferendas de Paz reservadas aos sacerdotes (Cohanim) e com a cerimônia de consagração do Cohen para servir no Santuário.
Dvar Torá: baseado no livro Love Your Neighbor, do Rabino Zelig Pliskin
A Torá declara: “Esta é a oferenda de Aharon e seus filhos que deve ser oferecida a D'us no dia em que ele for ungido (Vaikrá 6:13)”. Por que a Torá especificou as palavras “No dia em que ele for ungido” ao invés de ”No dia da unção (a cerimônia em que a pessoa a ser empossada em algum cargo importante era ungida com azeite) ”?
O Talmud (Yerushalmi Yomá 1:1) explicou que deste versículo aprendemos que somente um Sumo- Sacerdote é ungido por vez, não dois. (Um segundo Sumo-Sacerdote era ungido para liderar o exército). O Talmud cita o motivo disto em nome de Rabi Yohanan: ungia-se apenas um Cohen Gadol (Sumo-Sacerdote) para evitar animosidades.
A essência do cargo de Cohen Gadol é o atributo da paz: Aharon, o primeiro Sumo-Sacerdote da história, era conhecido pelo seu amor e busca pela paz. O Sumo-Sacerdote era um unificador da nação: se houvesse animosidade num cargo tão elevado, seria uma distorção e uma zombaria do conceito de Sumo- Sacerdote. Assim sendo, tudo se fazia para evitar gerar hostilidades.
Esta é a grande lição para nós: esforcemo-nos e muito para evitar animosidades, atritos e hostilidades!
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