Shalom: "Não pense...

4.3.08

"Não pense...

Diariamente tomamos decisões, reagimos, interagimos, praticamos actos de bondade. Frequentemente nem nos lembramos das bondades que fizemos ou percebemos o impacto na vida de outros ou na nossa própria vida. Esta semana gostaria de compartilhar convosco, queridos leitores e leitoras, uma história que ouvi do Rabino Shmuel Dishon, um dos grandes palestrantes americanos da actualidade. É uma história verídica que nos deixa ‘vibrando’ e energizados para ajudar os demais. No ano de 1917, os comunistas tomaram o poder na União Soviética e começaram as suas tirânicas campanhas para erradicar o Judaísmo e as demais religiões. Em Minsk (actual Bielorússia) morava um rabino chamado Shiah, que jurou que, custasse o que custasse, iria continuar a cumprir a Torá e a ajudar as outras pessoas a também manterem a sua prática do Judaísmo. Após tranquilos quatro anos, o rabino foi ‘convidado’ a comparecer à Cheka, a polícia secreta. Colocou os seus negócios em ordem, despediu-se da família e preparou-se para o pior. Ao chegar ao quartel-general da polícia secreta, foi introduzido numa sala. O interrogador cumprimentou cordialmente em Ydish: "Rabino Shiah, gostaria de sentar-se?” Não era assim que estas sessões eram descritas pelas pessoas que tinham conseguido sobreviver a elas! Vendo que o rabino estava paralisado pela indecisão, o interrogador disse-lhe: "Por favor, sente-se". Perguntou, então: "Rabino Shiah, o senhor e a sua família gostariam de emigrar para Israel?" O rabino não sabia o que responder. Se dissesse "sim" poderia ser considerado um cidadão desleal. Não respondeu. O interrogador, percebendo que assim não chegaria a lugar algum, foi até um armário, puxou uma pasta com quase 20 cm de espessura e a colocou em frente ao rabino. "Rabino Shiah, este é o seu prontuário. Nele tudo está detalhado: cada mitsvá, cada criança que o senhor ensinou, cada brit milá que realizou". O rabino olhou para o arquivo e tremeu. "Rabino Shiah", falou o interrogador, "durante os últimos 4 anos eu estive designado para cuidar do seu caso. Fui eu quem o protegeu e cuidou do senhor. Agora fui promovido e não há a menor chance de que as coisas continuem boas para o seu lado com uma ficha como esta. O melhor que posso fazer pelo senhor é ajudá-lo e à sua família a irem para Israel”. Percebendo o olhar de espanto do rabino, o interrogador falou: “Vejo que não está me reconhecendo". Disse então o seu nome e o rabino ficou chocado: o interrogador era, nada mais, nada menos, que o filho de um grande rabino que havia morrido muito jovem. O interrogador continuou: "Quero que saiba porque o tenho protegido todo este tempo. Depois que o meu pai morreu, tudo ficou muito difícil para a minha família. Numa sexta-feira, antes do Shabat, a minha mãe correu para a sua casa comigo no colo. Ela implorou-lhe: 'Rabino Shiah, o que faremos? Não temos nada na nossa casa para comer!' O senhor estava vestido com o seu longo casaco preto de Shabat, usava um belo relógio de ouro e uma corrente, também de ouro. Sem um momento de hesitação, esticou o braço, pegou no relógio, deu-o à minha mãe e disse: “Pegue isto!” Por muitos meses vivemos com o dinheiro que conseguimos com a venda daquele relógio e nunca me esqueci disto!"

Concluiu assim o Rabino Dishon, o narrador desta história: "Não pense que quando auxilia alguém, está apenas ajudando a tal pessoa. Na realidade, ajuda-se a si mesmo!!"

SEMPRE

Sempre que agimos com bondade,

O mundo tem mais amizade

Sempre que formos misericordiosos,

O mundo tem mais compaixão

Sempre que sorrimos para alguém,

O mundo torna-se um lugar mais alegre

Sempre que damos dinheiro para a caridade,

O mundo torna-se um lugar mais generoso

Sempre que acalmamos alguém que está zangado,

O mundo torna-se um lugar mais agradável

Sempre que julgamos alguém favoravelmente,