28.2.08

Porção Semanal: Vayak'hel


Êxodus (Shemót) 35:1 - 38:20

Inicia-se com Moshê a reunir toda a nação de Israel para transmitir-lhes tudo aquilo que D'us lhe ordenara sobre a construção e a montagem do Mishcan nas três porções prévias da Torá. Entretanto, Moshê primeiro os adverte novamente sobre a mitsvá fundamental de guardar o Shabat, lembrando-os que embora a construção do Mishcan seja de importância transcendental, não tem precedência sobre a observância semanal do Shabat. Apenas um dia antes, em Yom Kipur, Moshê desceu do Monte Sinai com o segundo conjunto de Tábuas nas mãos, informando ao povo que eles tinham sido perdoados por D'us do horrível pecado de adorar o bezerro de ouro. Em resposta ao chamado de Moshê, os Filhos de Israel vieram com contribuições generosas para a construção do Mishcan, produzindo uma abundância de suprimentos. Os artesãos são escolhidos e inicia-se a construção, e a Torá descreve em detalhes a fabricação de cada aspecto do Mishcan.

Mensagem da Parashá

Começar um incêndio

por Benyamin Cohen

No início da Parashá Vayakhel, aprendemos sobre a proibição de acender o fogo e a regra geral de abster-se de trabalhar no Shabat. Muitos comentaristas detêm-se sobre esta idéia e dizem que, quando nos abstemos do trabalho, temos tanto tempo livre que não sabemos o que fazer com ele. Imagine esta cena: enquanto está relaxando com amigos no terraço do quintal, a conversa volta-se para observações sobre outras pessoas - "Você soube do que aconteceu com...?" ou então: "Fiquei sabendo que..." Quando as pessoas não têm nada melhor para fazer, é muito fácil e tentador começar uma conversa sobre o Maurício, Daniel, Raquel ou Miriam. O resultado é que os "incêndios" começam assim. E antes que o primeiro fogo seja extinto, torna-se uma incêndio que pode ficar fora de controle. A cusquice e a maledicência transformam-se numa bola de fogo que consume tudo e todos no seu caminho. O que a Torá nos sugere é que não apenas devemos abster-nos de começar um fogo real no Shabat, mas também impedir-nos de acender um fogo proveniente da boca, onde as fagulhas voarão para todos os lados. Devemos tentar conter-nos para não falar mal, e estarmos sempre conscientes para saber onde está o extintor de incêndio.! Melhor será de nunca o precisar usá-lo.

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Moshe transmite ao Povo Judeu a ordem do Todo-Poderoso para cessarem a construção do Mishcán (o Tabernáculo) no Shabat, para contribuírem com os itens necessários à construção do Mishcán e para construírem os seus componentes e os acessórios dos Cohanim. Os artesãos são escolhidos e o trabalho inicia-se. Os artesãos informam que houve muitas doações e, pela primeira e provavelmente única vez na história da coleta de dinheiro, foi dito ao Povo Judeu para pararem de trazer contribuições adicionais!

Dvar Torá: baseado no livro Growth Through Torah, do Rabino Zelig Pliskin

A Torá declara em relação ao recrutamento de trabalhadores para construírem o Mishcán (o Santuário portátil): “Toda a pessoa cujo coração o motivou, veio (Shemót 35:21)”. O que podemos aprender do facto de o versículo especificar que a motivação veio dos seus corações?
O Ramban (Rabino Moshe ben Nahman, Espanha, 1194-1270, conhecido como Nahmânides) explicou que aqueles trabalhadores não tinham nenhuma experiência prévia ou as habilidades necessárias para a tarefa de construção do Mishcán e não havia mestres capacitados para treiná-los.
Para aceitarem envolver-se num projecto de algo que não tinham a menor idéia de como fazê-lo, eles precisavam de algum incentivo interno proveniente dos seus próprios corações. E foi isto que aconteceu: pessoas com coragem aproximaram-se de Moshe e falaram: “Farei tudo o que o senhor disser”.
O Rabino Yeruham Levovitz (1847-1936), da Yeshivá de Mir, na Polônia, explicou que ao olharmos para as pessoas realmente ricas do mundo, constataremos que são pessoas de grande iniciativa. E a diferença entre os que chegaram ao topo por ter iniciativa e aqueles que ficaram para trás por comodidade ou inatividade é enorme. A Torá veio salientar-nos que aqueles que tiveram sucesso no sagrado trabalho de construir o Santuário, triunfaram devido à sua coragem de ‘sair da toca’ e se voluntariar para fazer o que fosse necessário.
Fiquemos atentos aos momentos das nossas vidas quando sentimos um forte desejo de atingir grandezas espirituais. Permitamos que estas lembranças nos motivem no futuro para ter ainda mais iniciativa em atingir verdadeiras realizações. Tenhamos coragem de aceitar fazer o que é necessário!

Ai então descobriremos que temos muitos talentos e capacidades natas que ficariam adormecidas caso não tentássemos!