21.2.08

Porção Semanal: Ki Tissá


Shemot 30:11 - 34:35

A diversa e abrangente parashat Ki Tissá começa com a ordem de D'us a Moshê para fazer um recenseamento, coletando uma contribuição igual de uma moeda de meio-shêkel de cada adulto do sexo masculino entre as idades de 20 e 60, e estes lucros irão para o Mishcan (Tabernáculo).

D'us descreve a Moshê o kiyor de cobre (lavatório e base) na qual os Cohanim santificarão as suas mãos e pés antes de servirem no Mishcan. É também discutido o azeite para unção que seria usado para santificar os vários utensílios para uso normal. A isso segue-se a receita para o ketoret, insenso aromático a ser queimado duas vezes ao dia. D'us designa Betsalel, da tribo de Yehudá, e Oholiyav, da tribo de Dan, a supervisionar a construção do Mishcan que está para ser iniciada. A mitsvá do Shabat é então repetida para advertir a nação de que mesmo a construção do Mishcan não suplanta a observância do dia semanal de descanso.

A Torá retorna à narrativa da Revelação no Monte Sinai, e descreve o terrível pecado do bezerro de ouro. D'us acede às preces de Moshê para que os filhos de Israel sejam poupados da aniquilação pela sua grave transgressão, e Moshê desce da montanha com as duas Tábuas dos Dez Mandamentos.

Ao testemunhar parte da população dançando ao redor do Bezerro de Ouro, Moshê quebra as Tábuas e queima o ídolo, iniciando o processo de arrependimento. Como resultado da queda do povo do seu patamar espiritual elevado, D'us anuncia que a Sua presença não pode residir entre eles.

Moshê é forçado a mudar temporariamente a tenda para fora do acampamento, para que D'us continue a se comunicar com ele. Moshê novamente sobe à montanha para rezar a D'us pedindo, que perdoe o povo judeu, e lhes devolva o status de povo escolhido. Moshê finalmente retorna com o segundo conjunto de tábuas e um pacto renovado com D'us; a sua face aparece resplandecente como resultado da revelação Divina.

Mensagem da Parashá

Ao examinar esta Porção da Torá, é interessante notar que a mitsvá de construir o Mishcan veio após a Revelação do Monte Sinai. O ponto focal do Mishcan era a Arca Sagrada, que continha as duas Tábuas. Não faria mais sentido primeiro preparar o local para colocar as Tábuas e então recebê-las? Porque o Mishcan não foi construído primeiro?

Desta dúvida aparentemente simples, emerge uma poderosa lição de vida. Quando vamos à loja de presentes judaicos mais próxima, frequentemente passamos muito tempo examinando o belo trabalho nos estojos das mezuzot, mas gastamos o mesmo tempo inspecionando a qualidade do rolo que vem dentro do estojo? Muitas vezes preocupamo-nos com o propósito secundário, esquecendo totalmente o objectivo principal. Gastamos tempo e dinheiro adquirindo um talit muito fino e uma bolsa de tefilin, mas não mostramos o mesmo entusiasmo pelo conteúdo que ali está.

Ao colocar a construção do Mishcan após a revelação no Monte Sinai, a Torá lembra-nos a não perder de vista este propósito. As Tábuas e os Dez Mandamentos nelas gravados são o mais importante: a Arca Sagrada que os contém é secundária. Mais tempo deveria ser gasto aprendendo e honrando a Torá que aprimorando a Arca que a contém. Será a cobertura da chalá ou a chalá o nosso maior foco de atenção, a bela sinagoga como santuário ou as preces que lá são ditas? Não devemos jamais deixar de lado a nossa prioridade de cumprir as mitsvot de D'us ao máximo das nossas capacidades.