23.2.08

Porção Semanal da Torá: Ki Tissá

Shemót (Êxodus) 30:11 - 34:35

Esta porção semanal as instruções para realizar o censo - cada pessoa deveria doar uma moeda de meio shekel, as quais seriam contadas para totalizar o número de pessoas do Povo); as instruções para se fazer o Incenso para o Mishcán (o Santuário Sagrado); a escolha de Betzalel e Aholiab para chefiarem os arquitectos e artesãos que trabalhariam na construção do Mishcán e um mandamento especial proibindo a construção do Mishcán no Shabat (as pessoas poderiam pensar que talvez fosse permitido violar o Shabat para realizar uma Mitsvá...). A Torá continua a relatar a infame história do Bezerro de Ouro. O Povo, erroneamente, calculou que Moshe estava atrasado para descer do Monte Sinai e começou a procurar um substituto, fazendo um Bezerro de Ouro (aqui há uma grande lição para nós sobre a virtude da paciência). Moshe vê-os dançando em volta do Bezerro e quebra as Tábuas da Lei. Depois pune os 3.000 malfeitores que idolatraram o Bezerro (menos de 0,1% das 3 milhões de pessoas que ali estavam); implora a D’us que não destrua o Povo Judeu; pede para ver a Glória Divina; e recebe as segundas Tábuas da Lei, contendo os Dez Mandamentos.

Dvar Torá: baseado no livro Growth Through Torah, do Rabino Zelig Pliskin

A Torá declara: “O Todo-Poderoso falou com Moshe dizendo: Fale ao Povo de Israel: ‘O Meu Shabat vocês devem cumprir pois é um sinal entre vocês e Eu para todas as gerações, para que saibam que Eu sou o Todo-Poderoso Que os torna sagrados’ (Shemót, 31:12-13)”.
Porque o Shabat é um sinal do relacionamento entre o Todo-Poderoso e o Povo Judeu?
O Hafets Haim, Rabino Israel Meir Kagan (Polônia, 1839-1933), um dos maiores líderes do Povo Judeu até ao seu falecimento, trouxe duas parábolas para ilustrar como o Shabat serve de sinal no relacionamento entre o Povo Judeu e D'us: “Quando duas pessoas estão noivas e a caminho de casarem, elas enviam presentes uma à outra. Mesmo que dificuldades surjam entre elas, enquanto guardam os presentes sabemos que continuam pretendendo casarem-se. Se devolvem os presentes, então sabemos que o relacionamento está acabado. De maneira similar, enquanto a pessoa cumpre o Shabat vemos que ainda mantém um relacionamento com o Todo-Poderoso. O Talmud (Shabat 10b) descreve o Shabat como um presente especial que o Todo-Poderoso deu ao Povo Judeu. Se uma pessoa ‘devolve’ o presente do Shabat, significa que há dificuldades neste relacionamento”.
A segunda parábola: “Quando uma pessoa abre uma nova loja, ela coloca uma placa ou aviso do lado de fora informando a todos que tipo de negócio este estabelecimento realiza. Uma alfaiataria terá um símbolo que demonstra que ali trabalha um alfaiate; uma sapataria terá um símbolo de que ali existe um sapateiro. Mesmo que viaje por algum tempo, enquanto a placa permanecer afixada sobre a loja, todos podem esperar e supor que o dono voltará. Todavia, se o emblema é retirado da loja, sabemos que não pensa mais voltar”.
“Quando cumprimos o Shabat”, continuou o Hafets Haim, “testemunhamos que o Todo-Poderoso criou o mundo em seis dias e descansou no sétimo. Ao cumprir o Shabat proclamamos que temos esta consciência. Alguém que falha em cumprir o Shabat remove este símbolo. Esta é a razão da importância do Shabat”.
Um escritor judeu não religioso certa vez escreveu: “Mais do que o Povo Judeu cuidou do Shabat, o Shabat cuidou do Povo Judeu”. Através das gerações e dos séculos o Shabat tem sido o ponto central da família e da comunidade. O Shabat deve estar no topo dos nossos investimentos no futuro judaico das nossas famílias!