Um sorriso ilumina o dia...
BOM DIA! Há algum tempo atrás, um amigo meu foi a um show dos cantores americanos Simon e Garfunkel, intitulado ‘Old Friends (Velhos Amigos)’. Ele contou-me o seguinte:
“Olhando ao redor, a grande maioria do público era de pessoas mais velhas. Um homem de meia idade (ele seria de meia idade se fosse viver 110 anos) de repente gritou: ‘Sinto-me como se tivesse 30 anos novamente’!”
“Eu não me sentia como se tivesse 30 anos, mas sim como alguém com os seus 50 e poucos anos, assistindo a um espectáculo de dois cantores muito talentosos (que definitivamente já tinham passado dos seus 30 anos de idade) cantando para um público que queria ter novamente 30 anos e que se perguntava como os anos
passaram tão rápido e o que foi feito destes anos todos?”
Na Porção Semanal da semana passada, o patriarca Yaácov encontrou-se com o Faraó do Egipto. O Faraó olhou para Yaácov e as suas primeiras palavras foram: “Qual a sua idade?” Yaácov deve ter parecido muito velho para ter despertado tal questão logo no início desta reunião!
Yaácov respondeu: “Tenho 130 anos, poucos e ruins foram os anos da minha vida (Bereshit 47:9)”.
Yaácov passou 22 anos de luto pelo desaparecimento de Yossêf e enfrentou muitos problemas com o seu irmão Essáv, com o seu sogro Lavan, com a sua filha Dina, entre outros. Ele centrou a sua resposta na dor que sentiu durante todo este tempo, explicando que todo aquele sofrimento se reflectia na sua aparência.
Todos temos obrigações na vida: para connosco, para com os que nos cercam e para com D’us.
Devemos a nós mesmos e ao Todo-Poderoso o esforço de aproveitarmos ao máximo o nosso potencial e tirar o máximo de nós mesmos para aperfeiçoar o nosso carácter e ao mundo como um todo. E devemos àqueles que nos circundam a obrigação de ao menos não aumentar a carga que cada um já carrega.
Um sorriso ilumina o dia e diminui o peso do nosso fardo e dos demais. E conforme ficam mais velhas, muitas pessoas tendem a focar apenas em si mesmas e ficam muito felizes de compartilha-lo com qualquer um que queira ouvi-las – ou que pelo menos não se vá embora quando começam a falar.
Recebi o seguinte quadro de Nehama Greenfield e pensei que valeria a pena compartilhá-lo com vocês, queridos leitores(as). E vale a pena guardá-lo!
UMA PRECE PARA AQUELES QUE ESTÃO FICANDO MAIS VELHOS
D’us, o Senhor sabe que estou ficando mais velho. Por favor, então:
- Cuide de mim para que não me torne um(a) tagarela, possuído(a) pela ideia que preciso dar a minha opinião sobre todos os assuntos.
- Liberte-me do desejo de consertar a vida dos outros.
- Mantenha-me longe de recitar detalhes sem fim. Dê-me asas para chegar directamente ao ponto central da conversa.
- Sele os meus lábios quando estiver inclinado a contar sobre as minhas dores e sofrimentos. Elas aumentam com o passar dos anos e a minha paixão por falar sobre elas está cada vez mais forte.
- Ensine-me a gloriosa lição de que ocasionalmente eu possa estar errado(a).
- Faça-me pensativo(a), mas não intrometido(a). Uma pessoa útil, mas não um mandão (mandona).
- Com o meu imenso reservatório de sabedoria e experiência, parece-me uma pena não poder utilizá-lo plenamente. Mas o Senhor sabe, querido D’us, que eu quero ter alguns amigos!
No livro Pirkei Avót (Ética dos nossos Antepassados) o Rabino Eliezer HaKapar nos ensina que:
“...contra a sua vontade você nasceu, contra a sua vontade você vive, contra a sua vontade você morrerá e contra a sua vontade prestará contas perante o Rei dos Reis, o Todo-Poderoso (5:29)”.
Pode ser que não tenhamos pedido para nascer, mas a maioria de nós não quer sair desta vida.
Façamo-la, então, a mais agradável possível para nós e para os demais, enquanto continuamos dirigindo-nos para o balanço final.
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