Porção Semanal: Beshalach
Bereshit 47:28 - 49:26
O povo judeu é libertado do Egipto e D’us os conduz pelo deserto, não pelo caminho mais curto que cruza a terra dos filisteus, mas pelo mais longo para que não tivessem de lutar contra inimigos imediatamente, e desta forma desejarem retornar ao Egipto, arrependidos e amedrontados de terem que enfrentar a imprevisível jornada. D’us protegia-os através de nuvens durante o dia, que andavam à sua frente e uma coluna de fogo para iluminar o caminho à noite. O faraó arrepende-se de ter enviado o povo judeu em liberdade e segue à frente do seu exército a fim de persegui-los e aniquilá-los. O povo reclama a Moshê porque ele os tirou do Egipto? Para perecerem agora no deserto? Moshê fala que nada devem temer. D’us comanda a Moshê que levante a vara e fenda o mar. Ocorre um grande milagre e as águas do Yam Suf abrem caminho seco no meio do mar, formando paredes imensas em ambos lados, totalizando doze caminhos por onde passam as doze tribos. E as águas fecharam-se castigando e trazendo a morte sobre os egípcios. O povo judeu faz a travessia do Mar Vermelho cantando canções para D’us, enaltecendo a Sua grandeza. O Shabat da porção da Torá de Beshalach é conhecido também como Shabat Shirá. E Miriam apanha um pandeiro e as mulheres saem atrás dela dançando. Após a travessia o povo judeu não encontra água por três dias, apenas águas amargas em Mará. D’us realiza novamente um milagre transformando as águas amargas em potável. O povo continua reclamando, desta vez é por fome. Então D’us então envia alimento dos céus, o maná, na exacta porção para cada um, sem sobras e sem poder ser guardado ou armazenado, pois apodrecia. Apenas Erev Shabat o maná caía em porções duplas e estes deveriam ser guardados para o dia seguinte, pois era Shabat. Moshê reserva um maná num frasco a mando de D’us para ser descoberto por gerações futuras como testemunho da grandeza do Criador. E após recomeçarem nova jornada, há falta de água, mas Moshê bate na rocha e todos podem beber da fonte que jorra dela. A parasha termina com a luta entre Amalêc e Yehoshua com a vitória de Yehoshua e a promessa de D’us de que a memória de Amalêc será extinta.
Mensagem da Parashá
Nesta Porção Semanal lemos como o povo judeu deixou o Egipto e atravessou o Mar Vermelho de uma forma milagrosa. Os sábios explicam que naquele local até uma simples serva viu a Presença Divina, que até mesmo os profetas não chegaram a ver. Aqui está um povo que subiu até ás mais elevadas alturas espirituais, privilegiado de ver o invisível. Mas com que espantosa sequência! Eles mal haviam deixado a cena desse grande evento, quando afundaram nas profundezas da depravação moral e espiritual. Começaram a atacar injustamente a liderança de Moshê, e isso foi ainda sobre pujado pela sua atitude em relação ao próprio D’us, duvidando das Suas habilidades e finalmente culminando na construção do bezerro de ouro.
Uma geração imbuída do conhecimento Divino comporta-se assim? Contudo, após reflexão mais profunda, acaso somos nós diferentes hoje? Não somos uma geração de sabedoria? Não possuímos um conhecimento básico fundamental concernente aos mistérios do universo, espaço e muitas outras descobertas que nos fazem realçar como uma época à parte? E vivemos, contudo, num ambiente onde respira-se ansiedade e medo. E qual seria a razão básica deste estado de coisas?
É simplesmente devido ao facto de que o simples conhecimento não basta, pois é preciso colocá-lo em prática. O que é correcto e bom deve ser discernido e incorporado à nossa vida diária. Qualquer psicólogo hoje dirá que o primeiro passo para a cura da saúde mental é saber o que há de errado com o indivíduo. Mas este é só o primeiro passo. A experiência é significativa somente quando se torna parte de um ser e efectua uma real mudança no seu comportamento.
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