Porção Semanal: Bó
Bereshit 47:28 - 49:26
D’us fala para Moshê e Aharon irem até ao faraó dizer-lhe, que liberte o povo judeu da escravidão, e se assim não o fizer, D’us castigará o Egipto enviando a 8a. praga, gafanhotos, que cobrirá toda a terra e acabará com todo o alimento e plantações que restaram, após a praga do granizo.
Ao saber que Moshê pretendia levar todo o povo judeu, homens, mulheres, crianças e todo o seu gado, o faraó não permitiu que todos partissem, mas apenas os homens. O faraó volta as costas a Moshê e Aharon e então D’us manda os gafanhotos, dando início á destruição. A praga só é interrompida quando o faraó novamente implora a Moshê que reze a D’us para que interrompa a praga. Mas logo em seguida, assim que desapareceram os gafanhotos, endureceu novamente o seu coração não deixando os judeus partirem. D’us então envia a 9a. praga: a escuridão completa. As trevas só afectavam os egípcios que permaneciam no mesmo lugar, sentados ou em pé, sem poder se mover por três dias, e somente para os judeus havia luz. O faraó apela novamente a Moshê, mas permite que partam desde que deixem o seu gado para trás. Moshê não concorda, pois o gado servirá de oferta de sacrifícios para D’us. O faraó então não os deixa partir.
D’us envia a última praga ao Egipto: morte aos primogénitos. D’us instruiu Moshê e Aharon sobre o mês de Nissan que será para o povo judeu o primeiro dos meses do ano e todos os detalhes envolvendo o Cordeiro Pascal, que seriam preparados para a refeição que precede o Êxodo. O sangue dos cordeiros foi colocado como sinal nas casas dos judeus para que D’us não afecta-se as suas casas, ferindo somente os egípcios.
D’us estabelece a comemoração de Pêssach e a proibição de ingerirmos alimentos fermentados. Também nos instruí, através de Moshê e Aharon, sobre a obrigação de todos os anos, nesta data, relatarmos o Êxodo do Egipto e os milagres com que Ele nos libertou da escravidão aos nossos filhos, em todas as gerações. A parasha termina estabelecendo a mitsvá de Pidyon Haben (Resgate do Primogénito) e da colocação do tefilin.
Mensagem da Parashá
Nesta Porção Semanal lemos que D’us falou a Moshê e Aharon para que transmitissem uma ordem aos filhos de Israel. Deveriam orientá-los para que começassem a preparar alicerces para a futura construção do Tabernáculo de D’us. Esta ordem parece pouco realista e prematura, visto ser dada em meio à escravidão e ao sofrimento.
O objectivo da liberdade de uma nação geralmente encontra expressão em alguma proeminente instituição física ou espiritual. A liberdade do Egipto encontrou a sua expressão nas pirâmides, as quais nada mais eram que túmulos glorificados para os reis, às custas da miséria de milhares de escravos. A antiga Grécia, após ganhar a sua liberdade dos Persas, construiu templos na Acrópole, glorificando o corpo humano.
Israel, ao ganhar a sua liberdade, tinha como objectivo o Sinai, onde após lhe ser entregue a Torá, todo o povo uniu-se para construir um Tabernáculo onde deveria repousar a Presença Divina. A essa finalidade, todo o Êxodo foi dedicado desde o início. E, de facto, ao estudarmos a história de Israel, após a sua entrada na Terra Prometida, encontramos o climax de toda a história judaica, quando o rei Salomão construiu o Templo de Jerusalém.
O significado espiritual da Porção Bó constitui um desafio ao mundo de hoje, onde cada vez mais, pequenas nações conquistam a sua independência. Ao nível individual pode ser sentida mais intensamente se levarmos em conta as condições económicas que tendem a dar-nos cada vez mais tempo livre. O que fazemos com este tempo livre? Há duas chances: ou é tão mal aplicado a ponto dos nossos dias tornarem-se uma fonte de aborrecimentos, ou por outro lado, seguindo o exemplo de Israel, utilizamos os nossos dias para preparar os "alicerces para o Tabernáculo de D’us".
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