3.2.09

Eu sou um Sionista

Yair Lapid disse, que pretence a uma minoria, a qual tem influenciado o mundo mais do que outra nação.

Por Yair Lapid



Eu sou um Sionista.

Eu acredito, que os judeus se estableceram na Terra de Israel, embora tarde. Ouvi o alarme do relógio e nessa altura o holocausto não tinha acontecido e o meu avô e avó teriam dançado a valsa nas margens do rio Yarkon.

Eu sou um Sionista.

Hebraico é a linguagem que eu uso para agradecer ao Criador, mas também uma afirmação no meu caminho. A Biblia não só contém a minha história, mas também a minha geografia. O rei Saul foi procurar mulas na actual estrada 443, Jonas o profeta ancorou o seu navio não muito longe, do local que hoje é um restaurante em Jaffa e da varanda onde David observou a bathsbeba, o local foi comprado por alguém.

Eu sou um Sionista.

A primeira vez que eu via o meu filho a usar um uniforme do IDF (Exército de Defesa de Israel) eu desato a chorar, eu não perdi a cerimónia do Dia de Independência durante 20 anos, e a minha televisão foi feita na Coreia, mas é onde eu vejo a nossa equipa nacional de futebol.

Eu sou um Sionista.

Acredito no nosso direito a esta terra. As pessoas que foram perseguidas sem razão por toda a história têm um direito a um estado próprio, mais um F-16 do fabricante. Cada exposição de anti-Semitismo de Londres a Mumbai magoa-me, mas dentro de mim eu penso, que os judeus que escolheram viver no estrangeiro não conseguiram ainda entender algo muito básico sobre este mundo. O Estado de Israel não foi estabelecido de modo que os anti-semitas desapareçam, mas antes, podermos dizer-lhes, que estão perdidos.

Eu sou um Sionista.

Fui enviado ao Líbano, um Katyusha roquete não me atingiu por pouco, em Kiryat Shmona, mísseis aterradores cairam perto da minha casa durante a primeira Guerra de Golfo, eu estava em Sderot quando a Cor Vermelha foi activada, terroristas explodiram-se não muito longe da casa dos meus pais, e as minhas crianças permanecidas num abrigo anti-bombas antes de eles mesmo saberem como pronunciar o próprio nome, agarrando-se a uma avó recém chegada da Polónia para escaparem á morte. Ainda não obstante, eu sempre senti-me afortunado por estar a viver aqui, e eu realmente não me sentiria melhor num outro País.

Eu sou um Sionista.

Penso que qualquer um que vive aqui deve servir no exército, pagar os seus impostos, votar nas eleições, e estarem familiarizados com os poemas líricos de pelo menos de uma canção de Shalom Hanoch. Penso que o Estado de Israel não é somente um lugar, é também uma ideia, e eu sinceramente acredito nos três mandamentos extras gravados na parede do museu de Holocausto em Washington: "Você não será uma vítima, não será perpetrador, mas acima de tudo, não será espectador".

Eu sou um Sionista.

Eu já admirei a Capela sistina, comprei um postal da Catedral de Notre-Dame em Paris, e fiquei profundamente impressionado pelo Buddha no palácio do rei em Banguecoque. Mas eu ainda acredito que Tel Aviv é mais engraçada, o Mar vermelho é mais verde, e que os Túnéis no Kotel fornecem uma maior experiência espiritual e mais poderosa. É verdadeiro que eu não sou objectivo, mas eu também não sou objectivo em respeito á minha esposa e crianças.

Eu sou um Sionista.

Sou um homem do amanhã, mas eu também vivo o meu passado. A minha dinastia inclui Moisés, Jesus, Maimonides, Sigmund Freud, Karl Marx, Albert Einstein, Woody Allen, Bobby Fischer, Bob Dylan, Franz Kafka, Herzl, e Ben-Gurion. Sou parte de uma minoria perseguida, que influenciou o mundo mais do que qualquer outra nação. Enquanto outros investiram as suas energias em guerra, nós tivemos o cuidado de investir nas nossas mentes.

Eu sou um Sionista.

Quando por vezes olho ao meu redor, sinto-me orgulhoso, porque vivo melhor do que um bilião de indianos, 1,3 biliões de chineses, o continente africano inteiro, mais que 250 milhões de indonésios, e também melhor que os tailandeses, o filipinos, os russos, os ucranianos, e o mundo muçulmano inteiro, com a excepção do Sultão de Brunei. Vivo num país, que não tem recursos naturais, ainda assim, os semáforos funcionam e temos conexão de alta velocidade à Internet.

Eu sou um Sionista.

O meu sionismo é natural, como é natural eu ser pai, marido, e filho. As pessoas que reivindicam, que só eles, representam o "sionismo real" são ridículos no meu ponto de vista. O meu sionismo não é medido pelo tamanho da minha kippa, pela vizinhança onde eu vivo, nem pelo partido onde eu votarei. Nasci antes de eu ser gerado, numa rua de um gueto em Budapeste onde o meu pai ficou, tentando entender, em vão, a razão pela qual o mundo inteiro tentava matá-lo.

Eu sou um Sionista.

Sempre, que uma vítima inocente morre, curvo a minha cabeça, porque certa vez há muito tempo, eu era uma vítima inocente. Eu não tenho nenhum desejo, nem intenção de adoptar os padrões morais dos meus inimigos. Eu não quero ser como eles. Eu não vivo na lei da espada; eu meramente mantenho-a sob o meu travesseiro.

Eu sou um Sionista.

Eu não só defendo os direitos dos nossos antepassados, mas também o dever dos filhos. As pessoas que estabeleceram este estado viveram e trabalharam sob condições muito piores, do que hoje eu as encaro e ainda assim não se contentaram com uma mera sobrevivência. Eles também tentaram estabelecer um estado melhor, mais sábio, mais humano e mais moral. Estavam dispostos a morrer por esta causa, e eu tento mantê-las vivas e actuais.