23.1.09

Porção Semanal: Vaera


Bereshit 47:28 - 49:26

A parashá começa com D’us afirmando a Moshê que redimirá o povo judeu da escravidão e o conduzirá a liberdade, a Terra que prometeu a Avraham, Yistchac e Yaacov por herança. D’us incumbiu Moshê e Aharon de irem ao encontro do faraó e pedir que liberte o povo de Israel.
Instruiu-os a realizar um milagre, caso o faraó quisesse colocá-los à prova, de tomar a vara e atirá-la para que se transformasse em serpente. E procederam conforme as Suas instruções. O faraó chamou os seus sábios e feiticeiros e pediu que fizessem o mesmo através das suas magias. Mas a vara de Aharon tragou todas as outras varas enfurecendo o faraó e endurecendo o seu coração, não permitindo o povo judeu partir. Iniciam-se então as dez pragas do Egipto.
A primeira transformou as águas do Nilo em sangue, causando mal cheiro, morte dos peixes e impossibilitando os egípcios de beber dos seus mananciais. Cada vez que o faraó se recusava em libertar o povo judeu do Egipto, D’us enviava uma nova praga. Desta forma sucederam-se as pragas enviadas "com mão forte e braço estendido" de D’us, sobre o Egipto: após o sangue, as rãs, os piolhos, animais selvagens, cobras, escorpiões e serpentes, a peste, a sarna, chuva de granizo (gelo e fogo), a cada praga o faraó declarava que se a mesma se extinguisse, deixaria o povo partir. Mas novamente, assim que Moshê rezava para D’us para que parasse de ferir os egipcios, novamente o faraó mudava de idéia não permitindo ao povo partir.

Mensagem da Parashá

Nesta porção semanal lemos sobre os nossos grandes líderes, Moshê e o seu irmão Aharon. Os comentaristas notam que Moshê e Aharon permaneceram resolutos e dedicados na sua missão, do começo ao fim. Há um comentário muito difícil de se compreender: "Que outra coisa era de se esperar de tão grandes homens?"

Talvez a intenção aqui seja dar-nos uma lição muito significativa. Muitos líderes de grandes causas iniciam as suas atividades com muito ardor, sinceridade e devoção. Com o decorrer do tempo, impressionados com a própria grandeza da sua posição, alteram a sua atitude e começam a mudar a sua sinceridade original; eles são os líderes que ninguém se atreve a atravessar no caminho ou sequer ousa duvidar da sua autoridade. Isso ocorreu com os líderes dos maiores impérios e repúblicas, e também infelizmente, com lideranças da história judaica.

O Rei Shaul (Saul) começou a sua carreira com humildade, mas no final tornou-se um homem diferente que se esqueceu da dedicação dos seus antepassados. Com muita frequência encontramos nos nossos dias homens e mulheres que começaram a trilhar um caminho com tremenda devoção e idealismo e que continuaram dirigindo as rédeas do poder com arrogância e orgulho.

Os comentaristas nos informam que isso não ocorreu com Moshê e Aharon. Permaneceram fiéis, justos e devotos do começo ao fim; o poder não lhes subiu à cabeça. Eram verdadeiros homens de D’us, homens dignos de liderança. Que possamos aprender do seu exemplo.

Shabat Shalom