31.7.08

Hezbollah impediu brasileira de deixar Líbano

Uma brasileira e seu filho foram impedidos na semana passada de viajar ao Brasil pelo aeroporto de Beirute devido a uma ordem supostamente dada pelo grupo xiita Hezbollah. A informação foi confirmada à BBC Brasil por uma fonte das forças de segurança do Líbano.
Segundo o consulado do Brasil na capital libanesa, a brasileira Nariman O. C., de 21 anos, vinha sofrendo com a violência do marido, o libanês Ahmad Holeihel, um simpatizante do Hezbollah.
O caso está sendo tratado com extrema cautela pelo consulado e envolve, inclusive, o trabalho da Organização Não-Governamental KAFA, que ajuda mulheres vítimas de violência doméstica.
O aeroporto de Beirute – principal porta de entrada e saída de estrangeiros no país – é alvo de disputa política entre o Hezbollah e o governo do Líbano. Atualmente, a segurança do aeroporto está a cargo do grupo xiita.
Documento não-oficial
De acordo com o cônsul-geral Michael Gepp, a brasileira fugiu do marido e logo procurou o consulado para pedir ajuda.
No dia 21 de julho, Nariman tentou embarcar de volta ao Brasil com o filho de seis anos, que também é brasileiro, mas disse que foi informada de que ambos estavam impedidos de deixar o país, segundo um documento supostamente emitido por um tribunal religioso de Baalbek.
Segundo o consulado, as Forças de Segurança Interna (FSI), do governo do Líbano, disseram que o documento não é oficial. Trataria-se de uma carta não-oficial emitida por uma entidade ligada ao Hezbollah.
De acordo com o cônsul-geral brasileiro, o oficial das FSI disse que o documento impedia a brasileira e o filho de viajar e que nada poderia ser feito.
Um oficial das Forças de Segurança Internas confirmou para a BBC Brasil que o documento do tribunal religioso de Baalbek foi entregue à segurança do aeroporto pelo Hezbollah, impedindo a saída da brasileira.
"Não sei qual a queixa contra mim que me impede de voltar ao Brasil, mas já conversei com o advogado para ver minhas opções legais", disse Nariman à BBC Brasil.
Pelas leis do Líbano, a mãe pode viajar com o filho sem autorização do pai.
A brasileira é natural de Paranaguá, no Paraná, e no início do ano chegou ao Líbano com o marido e o filho.
Eles moravam em Baalbek, no Vale do Bekaa, a 90 quilômetros de Beirute, cidade que é um dos fortes redutos do Hezbollah no país.
Segundo ela, Holeihel a espancava constantemente e a ameaçava de morte.
Nariman e o filho já trocaram de endereço três vezes desde então, se refugiando em casa de parentes ou em lugares providenciados pela ONG.
Passaporte rasgado
De acordo com o cônsul brasileiro, o passaporte do filho havia sido rasgado pelo pai, mas o consulado emitiu um novo em caráter emergencial.
Com o apoio do consulado, a ONG contratou um advogado para tentar reverter a ordem.
"No momento, estamos acompanhando o caso e ver o que pode ser feito. O consulado já comunicou o Itamaraty, pois trata-se de uma caso muito sério", disse o cônsul.
Vários políticos e analistas já alertavam nos últimos anos sobre o fato do Hezbollah monitorar e controlar o aeroporto do país, inclusive com ordens extra-oficiais.
As instituições de segurança libanesas pouco podem fazer sobre o poder do grupo.
Em maio deste ano, o primeiro-ministro Fouad Siniora emitiu uma ordem retirando do cargo o chefe de segurança do aeroporto, um aliado do Hezbollah.
As medidas provocaram a ira do grupo xiita, que respondeu com protestos pelo país e que culminaram em choques entre milícias pró e anti-governo que quase levaram o Líbano a uma nova guerra civil.
A onda de violência, que deixou todo o oeste de Beirute ocupado por milícias do Hezbollah, matou 65 pessoas e feriu ao menos 200.
O governo acabou voltando atrás na sua decisão e reintegrou o aliado do Hezbollah ao seu posto no aeroporto. Um acordo de paz foi depois alcançado entre os dois lados, intermediado pelo governo do Catar

29.7.08

O DONO DA CASA ESCOLHE QUEM ENTRA

Um jovem rapaz estava com problemas. Ele tinha muitos pensamentos impuros, e não havia como evitá-los, por mais que tentasse impedi-los de entrar na sua cabeça. Preocupado e sem saber como resolver, foi-se aconselhar com o seu rabino. O rabino escutou atentamente e indicou que ele fosse falar com um grande rabino que vivia numa cidade vizinha.

O jovem partiu imediatamente, e após uma longa e cansativa viagem, chegou á casa do grande rabino. Já era de noite, e estava muito cansado. Notou que havia gente em casa, pois viu luzes acesas, mas estranhou que, apesar das suas insistentes batidas na porta, ninguém abriu. Continuou batendo por muito tempo até que, exausto, desistiu e dormiu ali mesmo, sentado na porta de entrada.

Logo de manhã cedo o rabino veio até a porta, acordou o rapaz e convidou-o a entrar e tomar o pequeno-almoço. O rapaz agradeceu, mas perguntou porque o rabino não havia aberto a porta de noite, já que ele havia insistido e batido tantas vezes. O rabino deu-lhe uma palmada carinhosa nas costas e explicou:

- Vieste aconselhar-te comigo sobre os teus maus pensamentos, acreditando ser impossível evitar que eles entrem na tua cabeça. Então eu quis ensinar-te uma lição, para que nunca mais te esqueças:
- quando se é realmente o dono da casa, temos a oportunidade de escolher quem entra e quem não entra, independente de quanto ele insista.
O mesmo acontece com a tua cabeça. Precisas de trabalhar o teu auto-controle até que te tornes o dono dela, e então poderás facilmente escolher o que entra e o que fica de fora.
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A Parashá desta semana, Matot, ensina-nos sobre as leis referentes às promessas e juramentos que uma pessoa pode voluntariamente fazer, para se proibir de algo que é permitido (por exemplo, a pessoa promete que por 30 dias não comerá maçãs), ou para se obrigar a fazer algo que não era obrigada (por exemplo, a pessoa promete dar um donativo para a sinagoga). Mas a Torá ressalta que a pessoa deve ser muito cuidadosa ao fazer uma promessa, pois não cumpri-la é muito grave. E uma das leis que a Parashá ensina é que se uma menina de até doze anos e meio e que ainda vive sob os cuidados do pai faz uma promessa, o pai deve aprovar esta promessa, e caso não aprove, ele tem o poder de cancelá-la, como está dito no versículo "Mas e se impedir o seu pai no dia em que escutou, todas as promessas e abstinências a que ela se obrigou não se afirmarão, e D'us a perdoará, pois o seu pai a impediu" (Bamidbar 30:6). Mas há uma dificuldade neste versículo, pois a que se refere "e D'us a perdoará"? A menina fez alguma transgressão?

Explica Rashi, comentarista da Torá, que o versículo refere-se a uma menina que fez uma promessa e a quebrou, mas no momento em que ela a quebrou, a promessa já havia sido revogada pelo pai, sem o conhecimento da filha. Quando a filha quebrou a promessa, ela ainda pensava que a promessa era válida, e por isso precisa de ser perdoada por D'us. Mas a pergunta continua, pois se a promessa já havia sido revogada pelo pai, na prática ela não transgrediu nada. Então por que ela precisa de ser perdoada?

A resposta desta pergunta é um importante fundamento no judaísmo: não apenas os maus actos são considerados uma transgressão, mas também os maus pensamentos. E isso é uma grande "novidade" para muitos, pois a maioria das pessoas acha que não há nenhum problema em ter maus pensamentos. Por exemplo, o que há de mal se um homem casado deseja nos seus pensamentos uma outra mulher? Afinal, ele não fez nada de errado!

Em primeiro lugar, o que olhamos e o que pensamos nos influência muito mais do que nós imaginamos. Explica o rabino Isroel Meir HaCohen, mais conhecido como Chafetz Chaim, que o caráter do ser humano é construído através do que ele vê e o que ele escuta. O que isto significa? Que apesar de cada ser humano ter a sua própria natureza e suas inclinações naturais, o principal factor na sua formação são os sentidos, principalmente a visão e a audição, e através deles nós absorvemos tudo o que está ao nosso redor. Portanto, as más influências levam a maus pensamentos, e maus pensamentos levam a maus actos. Devemos cortar o problema pela raiz, pois nenhuma traição ocorre sem antes passar por dezenas ou centenas de pensamentos impuros.

Em segundo lugar, um acto que a pessoa não sente a gravidade é muito pior, pois ela não se arrepende. Quando uma pessoa comete um acto de traição, ela sente-se culpada, ela sente o peso do seu mau acto, e está propensa a se arrepender e a não voltar a pecar. Mas apesar dos maus pensamentos também serem uma transgressão, como nos ensina o versículo "Não siga atrás do seu coração e atrás dos seus olhos", a maioria das pessoas não entende que é um erro e não se arrepende, tornando a transgressão em pensamento muito mais grave do que o acto.

Mas os pensamentos são algo tão natural, será que é possível controlá-los?
A resposta é sim.
A Torá não foi entregue aos anjos, e sim a seres humanos, e portanto tudo o que está contido nela está ao nosso alcance. Então qual a fórmula para chegar ao controle dos pensamentos? O início do controle dos pensamentos está no controle dos nossos sentidos, o controle do que queremos que seja absorvido. Colhemos o que plantamos, isto é, o nosso pensamento é fruto do que nós permitimos ver e ouvir. Pois se um poço for enchido com água, ele fornecerá água. Mas se um poço for enchido com lixo, ele fornecerá apenas lixo.

28.7.08

Apresse a edificação do III Templo

Uma boa semana! Estamos agora nas Três Semanas – o período entre 17 de Tamuz e 9 de Av. É um período tão desfavorável em toda a nossa história, que o Shulchán Aruch, o Código das Leis Judaicas, nos aconselha a adiar processos judiciais e proíbe a realização de casamentos. É um período de introspecção, com pensamentos voltados a corrigir os nossos erros ou maus comportamentos na vida.
Durante este período, ambos os Templos, em Jerusalém, foram destruídos.
O Segundo Templo foi destruído por causa de Sinát Hinám, ódio gratuito. As pessoas não tratavam umas às outras com respeito ou bondade. Os nossos Sábios ensinam que para o Terceiro Templo ser construído, precisará haver Ahavát Hinám, amor incondicional.
O que é amor?
Amor é o prazer que uma pessoa tem ao centrar-se nas boas qualidades do próximo. Todos temos a capacidade de enfatizar (mesmo a mãe de Átila, o Huno, o amava). Nunca se sabe que diferença causaremos na vida de alguém ao reconhecer-lhe alguma qualidade e dizer que apreciamos tal característica. Devido à grande quantidade de novos leitores que se inscreveram nos últimos meses, decidi (espero que com o consentimento dos mais antigos) uma vez mais divulgar a história que ouvi do Dr. Bernie Siegel, médico oncologista. Ele a contou com o intuito de ajudar a trazer perfeição à humanidade e a apressar a construção do Terceiro Templo.
O seu ponto-chave: demonstrar amor e apreciação ao se presentear um cartão.
Eis a história:
Uma mulher deu ao seu patrão um cartão com os seguintes dizeres: “Você faz diferença! O mundo é um lugar melhor graças a si!”, demonstrando o seu agradecimento pela preocupação que ele tinha com os seus empregados. Pediu-lhe, então, que, dentro de 24 horas, passasse aquele cartão a outra pessoa que o merecesse.
Naquela noite, o patrão chegou tarde a casa. Enquanto caminhava pelo corredor da casa, percebeu que a luz do quarto do seu filho adolescente estava acesa. Bateu e perguntou se podia entrar.“Filho”, disse o homem, “sei que não tenho sido um pai muito bom. Trabalho até tarde e passo pouco tempo contigo. Entretanto, quero que saibas que te amo e que fazes uma grande diferença na minha vida. Recebi este cartão hoje e quero também dar-te”. Abraçaram-se, beijaram-se e choraram.
Quando o pai estava para sair do quarto, o filho disse: “Pai, tenho algo que quero dar-te que não precisarei mais”. Aí, então, tirou um revólver carregado que estava embaixo da cama. “Eu pretendia usá-lo esta noite, pois achava, que não gostavas de mim . Agora não preciso mais dele!”
Você pode ajudar este mundo a tornar-se melhor e apressar a construção do Terceiro Templo!
Os bons actos de uma pessoa e as suas conquistas espirituais são os seus únicos, verdadeiros e duradouros monumentos.

O facto é: uma vida repleta de realizações espirituais é eterna. Ao entendermos que os bons actos que praticamos são o nosso único e verdadeiro marco para a eternidade, nos motivaremos a agir positivamente ao máximo que pudermos.
Sintamos alegria em cada acto positivo que fizermos, pois eles conferem e aumentam o esplendor dos nossos momentos pessoais!

25.7.08

Pensamento da Semana

Ame as pessoas pelo que são; Não as julgue pelo que não são!

24.7.08

Porção Semanal: Matot


Bereshit 47:28 - 49:26

Matot (Bamidbar 30:2 - 32:42) inicia-se com uma discussão das leis sobre nedarim (promessas) e shevuot (juramentos). A Torá então descreve a batalha do povo judeu e a vitória sobre Midyan, seguida por uma narrativa detalhada da distribuição dos despojos de guerra.

Antecipando a próxima chegada à Terra de Israel, as tribos de Reuven e Gad adiantaram-se para requerer que a sua herança fosse a leste do Rio Jordão, ao invés de exactamente na Terra Santa, pois a margem leste seria mais apropriada para os seus abundantes rebanhos.

Após alguma discussão, Moshê concorda, mas apenas sob a condição de que ajudassem o restante da nação a conquistar toda a Terra de Israel, antes de retornarem para estabelecer-se no seu legado.

Mensagem da Parashá

Assassino impiedoso
por Ranon Cortell

Duas porções atrás, ao final da Parashá Balac, uma praga terrível e destruidora assolou os filhos de Israel, devido aos pecados instigados pelos nossos inimigos, os Moavitas e Medianitas.

Na mesma porção, toda a nossa existência foi também perigosamente ameaçada por um hábil e poderoso feiticeiro não-judeu, Bilam, que foi contratado pelas forças conjuntas de Median e Moav para amaldiçoar o povo judeu, esperando torná-lo uma vítima indefesa para os seus selvagens inimigos. Mesmo assim, na porção desta semana, quando D'us decide que chegou a hora de vingar a honra de Israel e destruir os seus inimigos, Ele ordena a Moshê que destrua apenas os medianitas, permitindo que os moavitas escapem ilesos.

Porque os medianitas foram escolhidos para a destruição, enquanto que os moavitas, que lideraram a extrema intrusão, foram poupados?

Para responder a esta questão, Rashi explica que os moavitas agiram puramente por razões de auto-defesa contra um inimigo avultado e potente nas suas fronteiras, enquanto que os medianitas haviam se engajado numa disputa que não lhes dizia respeito, pois não foram ameaçados pelos judeus por viverem longe da rota para a Terra de Israel. Foi pela acção de ódio infundado dos medianitas que D'us quis vingança.

Rashi explica que tal ódio e envolvimento nas disputas de outro povo é especialmente perigosa espiritualmente porque mesmo quando as partes chegam a um acordo, o ódio daquele que está de fora da disputa conservará o seu vigor pois, afinal, não era baseado em coisa alguma.

Esta mensagem é especialmente fundamental para a nossa geração, para quem ódio infundado é um dos nossos maiores erros e desafios. O Talmud (Tratado Yoma 9b) exorta-nos que no caso do insuportável pecado de ódio fútil e infundado para com um irmão judeu, a esposa e o filho de quem odeia morrerá, D'us não o permita. Rashi explica que esta punição é midá k'neged midá, pois assim como a pessoa falhou em amar o próximo, aqueles que ama serão tirados do seu convívio. Portanto, devemos ter o cuidado com este pecado de ódio injustificado como um assassino impiedoso, e combatê-lo com fervor.

Rabi Yechiel Weinberg relata uma conversa que teve com o Alter de Slabodka. Certo dia, o Alter estava falando sobre as "Três Semanas", o período de luto pela destruição dos Templos. Resumindo, ele explicou que a razão para a instituição deste período de luto foi despertar-nos da nossa rotina de pecado e incitar-nos ao arrependimento, para que possamos nos tornar merecedores da reconstrução do Templo. A destruição do Primeiro Templo foi devida ao envolvimento do povo judeu em assassinato, idolatria e relacionamentos imorais, e mesmo assim o exílio durou apenas setenta anos. O Segundo Templo, por outro lado, apesar do envolvimento dos judeus na Torá e boas acções, foi arrasado principalmente por causa do pecado ameaçador do ódio infundado, e infelizmente ainda não merecemos vê-lo reconstruído.

"Fique atento," ordena o Alter, "esta influência sinistra ainda espreita entre nós, e infelizmente não temos o nível de boas acções e Torá que envolveu os nossos antepassados." " Honestamente," pergunta ele, "quantos de nós, ao ver um colega elevado a uma posição de honra que acreditamos ser a nossa por merecimento, não fervemos face a tão horrível insulto, e imaginamos porque os nossos amigos não correram a defender a nossa honra? E mesmo assim, quantos de nós simplesmente passam pelos impulsos e leis deste período sem agir sobre a sua mensagem essencial – erradicar o ódio injustificado do nosso coração?"

Devemos interiorizar esta mensagem, arrepender-nos dos nossos pecados cometidos, e aprendermos a praticar o amor injustificado.

Quando conseguirmos isso, e com a ajuda de D'us, o Templo será reconstruído.

Que seja para breve.

SHABAT SHALOM

23.7.08

Apaixone-se... pelo judaísmo!




Um dos maiores problemas enfrentados pelo judaísmo é a assimilação. Quantos parentes e amigos que conhecemos fizeram outras opções em nome do "amor". Mas há inúmeras formas de ajudar alguém próximo de você a fazer a escolha certa, ou ao menos, saber ao que estará renunciando.
Quando você ouvir um dos argumentos que seguem abaixo, saiba que cada um de nóspossui a obrigação de transmitir conhecimento e informação sobre a dimensão de nosso legado e sobre qual é nossa verdadeira missão neste mundo. Principalmente quando se trata daqueles cujo elo se encontra tão enfraquecido que está prestes a "entregar os pontos". Antes que isto ocorra, D'us não o permita, entre em acção!"Nós amamo-nos"
Não confunda química ou atracção com verdadeiro amor. O amor verdadeiro vem de uma visão compartilhada do mundo, valores comuns (algo mais profundo que "nós dois gostamos de saltar de asa delta e bungee jumping"), e um compromisso de formarem juntos uma família. O valor supremo do judaísmo é criar uma família judia que será parte da corrente de milhares de anos de sabedoria, valores e tradição judaica. É pouco provável que o parceiro com uma outra formação aceite esta corrente de tradições. A menos que você afogue todos os valores religiosos neste relacionamento, especialmente em ocasiões importantes como nascimentos, bar-mitsvá, Chinuch, casamentos e mortes... você chegará a uma encruzilhada, o que afectará o relacionamento.

"Os nossos filhos serão multi-culturais, terão o melhor de dois mundos, e então poderão escolher aquilo que desejam ser"

Os nossos filhos não terão identidade pessoal e serão prejudicados. Num dia, uma árvore de Natal; no outro, uma chanukiá para Chanucá - No outro surgirá a pergunta: "O que eu sou, papá?" E ele ouvirá uma resposta do tipo: "Tu és ambas as coisas. Nós não somos nem uma nem outra - somos tudo."
Consegue perceber as raízes de uma criança confusa brotando aqui? E esta é uma época em que todos nós estamos na procura das nossas raízes e da nossa identidade pessoal. E o judaísmo fornece a respostas às suas dúvidas sobre qual é o seu plano e significado na vida.
Os filhos serão vistos como não-judeus pelos judeus, e como judeus pelos não-judeus. Acharão muito difícil se encaixarem, a menos que planeie viver em algum ponto isolado do planeta. Os filhos ficarão confusos e não terão a base adequada para fazer uma escolha sólida quanto a qual sistema de valores adoptar. Isso é abdicar da sua responsabilidade de pai, de educar e dar aos filhos uma sólida estrutura dentro da qual possam fazer escolhas morais e decisões de vida significativas.

"Estamos tão apaixonados, não confirmaremos as estatísticas de divórcio"

Obrigado por mencionar as estatísticas. Um de cada dois casamentos nos Estados Unidos termina em divórcio. Setenta por cento dos casamentos mistos terminam em divórcio. As pessoas que são parte destas estatísticas também eram idealistas, inteligentes, estavam apaixonadas, tinham boas intenções- e queriam que o seu casamento desse certo. Mas o amor não conquista tudo.

"A vida é minha... Não vejo nada de errado com isso"

Sim, mas este é o nosso povo. Onde está o seu senso de responsabilidade em continuar com o povo judeu que trouxe ao mundo o monoteísmo ético universal, a justiça social, a educação universal, a caridade, a crença na santidade da vida humana... Está disposto a deixar que a linha do legado judaico termine em si?
Você não vê nada de errado em quebrar a corrente da tradição, passada de pai para filho, de mãe para filha pelas últimas gerações? Caso não veja nada de especial no povo judeu, talvez haja algo de errado consigo. Talvez esteja na hora de frequentar algumas aulas de judaísmo e obter respostas. Aliás, hoje existem dezenas de opções, comece com uma.

"Não sou religioso. Não educaria os meus filhos de forma religiosa de qualquer modo, portanto, isso não importa"

Sim, isso importa! Você é importante para o povo judeu, e precisamos do seu envolvimento. Cada pessoa tem a sua missão, única e especial, para cumprir para o mundo em geral, e como judeu, para o mundo judaico em particular.
A sinfonia da vida judaica não será a mesma sem si.
Antes de virar as costas para o judaísmo, informe-se sobre o assunto, para que saiba a que está dando as costas e se afastando. Entenda ao que estará optando e ao que estará renunciando. Busque, investigue, questione, corra atrás do sentido da sua vida. Se realmente for por este caminho encontrará a verdadeira paixão que dá sentido à sua vida.

Esperamos que se apaixone... pelo judaísmo.

22.7.08

O dia 17 do mês hebraico de Tamuz

BOM DIA! A história é contada que, certa vez, o imperador francês Napoleão Bonaparte (1769-1821) ouviu lamentos e gritos vindos de uma sinagoga. Querendo saber o motivo, vieram-lhe informar que aquele era o dia de Tishá BeAv e que os Judeus estavam chorando pela destruição do seu Templo em Jerusalém. Como eu não ouvi sobre isto? Por que não me informaram? Quando aconteceu?, perguntou

Napoleão. Quando descobriu que o facto ocorrera quase 1.700 anos atrás, Napoleão falou: “Uma nação que recorda o seu Templo destruído e lamenta tão profundamente e por tanto tempo a sua perda, certamente sobreviverá e terá o mérito de tê-lo reconstruído novamente!Por que os Judeus relembram o Templo de Jerusalém e lamentam a sua perda até aos dias de hoje?

Ao conhecermos e entendermos a nossa história, poderemos colocar as nossas vidas na devida perspectiva: poderemos entender a nós mesmos, ao nosso povo, as nossas metas e os nossos valores. Saberemos a direcção das nossas vidas, o que queremos conseguir e o que estamos prontos a suportar para atingir o nosso destino. Há uma frase famosa de um filósofo do século XIX que resume bem este conceito:

Se você tem um porquepelo que viver, conseguirá suportar qualquer como!

Estamos para entrar num período do calendário Judaico conhecido como As Três Semanas– o período entre o dia 17 do mês hebraico de Tamuz (domingo, 20 de julho) e o dia 9 do mês de Av (que se inicia sábado à noite, 9 de agosto). É um período tão desfavorável em toda a nossa história, que o Shulchán Aruch, o Código das Leis Judaicas, nos aconselha a adiar processos judiciais e proíbe até a realização de casamentos. Também não cortamos o cabelo, não compramos ou vestimos roupas novas, não ouvimos música e nem fazemos viagens por recreação. É um período de introspecção, com pensamentos voltados a corrigir os nossos erros ou maus comportamentos na vida. Durante este período, ambos os Templos, em Jerusalém, foram destruídos.

Mas por que lamentamos a perda destes Templos depois de tantos anos? O que eles significaram e significam para nós, habitantes do século 21?

O Templo Sagrado de Jerusalém era o centro focal do Povo Judeu. Três vezes ao ano – em Pessach, Shavuót e Sucót – os Judeus que moravam em Israel e nas vizinhanças vinham orar e celebrar no Templo.

Ele nos oferecia uma tremenda oportunidade de nos aproximarmos do Criador, de nos elevarmos espiritualmente. Ele representava o propósito do Povo Judeu na Terra de Israel: ser um Povo sagrado, unido com o Todo-Poderoso na nossa terra, um estado Judaico. Isto é o que ansiamos por recuperar e é por isto que lamentamos e relembramos a perda do que uma vez tivemos.

Cinco calamidades ocorreram no dia 17 de Tamuz:

1) Moshe quebrou as primeiras pedras (Não eram Tabuas da Lei, mas Pedras da Lei) contendo os 10 Mandamentos, quando desceu do Monte Sinai e viu o povo idolatrando o Bezerro de Ouro;

2) A Oferenda Diária (Korban Tamid) parou de ser realizada no Primeiro Templo;

3) Romperam-se as muralhas de Jerusalém, durante o cerco à cidade, na época do 2º. Templo;

4) Apóstomo, o Perverso, um oficial romano, queimou um Sefer Torá (Rolos da Torá); 5) Um ídolo foi colocado no Santuário do Segundo Templo.

17 de Tamuz é um dia de jejum, e este ano calhou no passado domingo, 20 de julho. O propósito do jejum é despertarmos nossos corações para o arrependimento, ao relembrarmos os erros de nossos antepassados, que acarretaram tantas tragédias, e nossa repetição dos mesmos erros. O jejum é a preparação para o arrependimento – para quebrar a dominação do corpo sobre o nosso lado espiritual. A pessoa deve-se

engajar num auto-exame e tomar a resolução de corrigir os seus erros na suas relação com D'us, com as pessoas que convive e consigo mesma.

É interessante notar que Sadam Hussein era estudioso de História Judaica. Ele baptizou o reator nuclear (do qual planeava fabricar uma bomba para mandá-la sobre Israel) como – adivinhou? – Tamuz 17!

21.7.08

“E Eu, Certamente Esconderei o Meu Rosto...”

Por Rabino Shraga Simmons

Que direito tem o povo judeu de existir?

Pode parecer estranho levantarmos esta questão, típica daqueles que nos odeiam.
Se o fazemos é apenas pelo motivo de que este trecho da Torá tem-na como alvo de discussão. E, no decorrer de tal discussão, são traçados argumentos e levantados queixas de gravidade incomparável.
Esta discussão deu-se após a triste despedida de Moisés, que acabara de transmitir, de forma suave e tranquila, o bastão da liderança a Josué. E eis que D’us ordenara a Moisés que conte aos filhos de Israel – e ele bem sabia como o povo iria comportar-se após a sua morte com o passar do tempo – e descreva-lhes os acontecimentos futuros com todas as tintas sombrias que estes exigem, incluindo as consequências decorrentes dos seus actos insensatos.
Não sabemos se alguém, entre os filhos de Israel ali presentes, abalou-se com estas previsões tenebrosas. No entanto, o leitor de hoje, com um pouco de sentido histórico e conhecimento de factos básicos sobre a história do povo judeu, não pode deixar de se espantar diante desta incompreensível passagem bíblica, que começa com as seguintes palavras dramáticas:
“E disse Hashem a Moisés: Eis que tu estás para jazer com os teus pais, e levantar-se-á este povo, e errará atrás de deuses estranhos da terra... e Me deixará, e violará a aliança... Então crescerá o Meu furor contra ele... e o abandonarei, e esconderei o Meu rosto diante dele, e será por presa, e o alcançarão muitos males e angustias; de sorte que dirá naquele dia: Certamente, por não estar o meu D’us no meio de mim, estes males alcançaram-me, E Eu, certamente, esconderei o Meu rosto naquele dia.”

Deuteronómio 31:16-18

Façamos uma pequena pausa neste ponto para examinarmos o quadro na sua totalidade, para que assim possamos resumi-lo. Estes versículos, sob a perspectiva do homem contemporâneo, oferecem um panorama realmente espantoso. Antes de tudo, pelo facto de esta profecia ter realmente se realizado. O povo de facto rebelou-se, violou a aliança e abandonou a observância dos mandamentos. E também foi castigado do modo previsto na lei bíblica, com castigos jamais impostos a qualquer outro povo.
Um outro detalhe: as tragédias e os imensos tormentos que afligiram o povo, especialmente o holocausto, que atingiu a nossa geração, fizeram brotar, em muitos corações, a heresia e a negação de D’us. A violenta força do Holocausto, que extrapolou os limites da concepção humana, levou toda uma geração a duvidar da Providência Divina. Afinal, como Esta poderia observar tudo o que se passava sem intervir? Mas prestem atenção! ATÉ ESTE DETALHE TAMBÉM FOI MENCIONADO NO VERSÍCULO:
“E dirá naquele dia: Certamente, por não estar o meu D’us no meio de mim, alcançaram-me estes males”.

Deuteronómio 31:17
Fonte:
REFLEXÕES SOBRE A TORÁ
Moshe Grylak


- Permitam-me um breve comentário, sobre o que me aclarou a memória através da revelação na Parashá Ki Tissá Shemót (Êxodus) 30:11 - 34:35

Associei à procura de muitos, no nosso quotidiano a busca incansável por novidades de religião e associei o movimento exdrúxulo do judaísmo messiânico ao renascimento das cinzas do “bezerro de ouro”.

Inicia a prática de ensinamento com um falso Messias e depois ensina-se, que esse Messias se divide em 3 = Pai, Filho e Espírito Santo = tal Messias agora já é um deus = JC – denominado Jesus Cristo.

- Quando buscamos providência em qualquer fonte que não seja pela Torá, estamos vulneráveis ao rumo da idolatria.

Um “deus trindade”, que são (3) TRÊS, segundo ensinamento cristã e, não é “UM” como Ensinamento Judaico Mosaico, segundo a Tora.

# Comentário de Miriam Godet

D'us em três?
A idéia cristã da trindade quebra D'us em três seres separados: o Pai, o Filho e o Espírito Santo (Mateus 28:19).
Compare isto com o Shemá, a base da crença judaica: "Ouve, ó Israel, o Eterno nosso D'us, o Senhor é UM" (Devarim 6:4). Os judeus declaram a unicidade de D'us todos os dias, escrevendo-a sobre os batentes das portas (Mezuzá), e atando-a à mão e cabeça (Tefilin). Esta declaração da unicidade de D'us são as primeiras palavras que uma criança judia aprende a falar, e as últimas palavras pronunciadas antes de morrer.
Na Lei Judaica, adorar um deus em três partes é considerado idolatria - um dos três pecados cardeais, que o judeu prefere desistir da vida a transgredir. Isto explica porque durante as Inquisições e através da História, os judeus desistiram da vida para não se converterem.

Um homem como D'us????
Os cristãos acreditam que D'us veio à terra em forma humana, como disse Jesus: "Eu e o Pai somos um" (João 10:30).
Maimônides devota a maior parte do "Guia para os perplexos" a ideia fundamental de que D'us é incorpóreo, significando que Ele não assume forma física. D'us é eterno, acima do tempo. É infinito, além do espaço. Não pode nascer, e não pode morrer. Dizer que D'us assume forma humana torna D'us pequeno, diminuindo tanto a Sua Unidade como a Sua Divindade. Como diz a Torá: "D'us não é um mortal" (Bamidbar 23:19).
O Judaísmo diz que Messias nascerá de pais humanos, com atributos físicos normais, como qualquer outra pessoa. Não será um semi-deus, e não possuirá qualidades sobrenaturais. De facto, em cada geração vive um indivíduo com a capacidade de tornar-se o Messias. (veja Maimônides - Leis dos Reis 11:3).

O Cristianismo contradiz a teologia Judaica

Um intermediário para a oração?
É uma idéia básica na crença cristã que a prece deve ser dirigida através de um intermediário - i.e., confessando- se os pecados a um padre. O próprio Jesus é um intermediário, pois disse: "Nenhum homem chega ao Pai a não ser através de mim."
No Judaísmo, a prece é assunto totalmente particular, entre cada pessoa e D'us. A Torá diz: "D'us está perto de todos que clamam por Ele" (Tehilim 145:18). Além disso, os Dez Mandamentos declaram: "Não terá outros deuses DIANTE DE MIM," significando que é proibido colocar um mediador entre D'us e o homem. (veja Maimônides - Leis da Idolatria cap. 1).

JESUS NÃO PERSONIFICA AS QUALIFICAÇÕES PESSOAIS DO MESSIAS

Messias como profeta
Jesus não foi um profeta. A profecia apenas pode existir em Israel quando a terra for habitada por uma maioridade de judeus. Durante o tempo de Ezra (cerca de 300 AEC), a maioria dos judeus recusou-se a mudar da Babilónia para Israel, e assim a profecia terminou com a morte dos três últimos profetas - Chagai, Zecharyá e Malachi.
Jesus apareceu em cena aproximadamente 350 anos após a profecia ter terminado.

Descendente de David
O Messias deve ser descendente do Rei David pelo lado paterno (veja Bereshit 49:10 e Yeshayáhu 11:1). Segundo a reivindicação cristã que Jesus era filho de uma virgem, não tinha pai - e dessa maneira não poderia ter cumprido o requerimento messiânico de ser descendente do Rei David pelo lado paterno! “


RESPOSTA:
Por séculos os judeus foram perseguidos pela sua fé e prática religiosa. Muitos tentaram impor as suas ideias e aniquilar o judaísmo. Nem as cruzadas, nem a inquisição implacável, nem os pogroms conseguiram manipular as nossas almas cumprindo o seu intento.
O judaísmo mantém a sua chama sempre viva.
A história comprova: os judeus continuam rejeitando o Cristianismo. Porquê?
Porque somos simplesmente judeus, nascemos e vivemos o judaísmo e temos as nossas próprias convicções.
Mas quando judeus são seguidamente questionados sobre esta questão os não-judeus frequentemente perguntam: "Porque os judeus não acreditam em Jesus?" Preparamos alguns argumentos com o objectivo, de não depreciar outras religiões, pois respeitamos a todos e por esta razão não fazemos proselitismo, mas sim apenas para esclarecer a posição judaica.

1. JESUS NÃO PREENCHEU AS PROFECIAS MESSIÂNICAS
O que o Messias deveria atingir? A Torá diz que ele:
a - Construirá o terceiro Templo Sagrado (Yechezkel 37:26-28)
b - Levará todos os judeus de volta à Terra de Israel (Yeshayáhu 43:5-6).
c - Introduzirá uma era de paz mundial, e terminará com o ódio, opressão, sofrimento e doenças. Como está escrito: "Nação não erguerá a espada contra nação, nem o homem aprenderá a guerra." (Yeshayáhu 2:4).
d - Divulgará o conhecimento universal sobre o D'us de Israel - unificando toda a raça humana como uma só. Como está escrito: "D'us reinará sobre todo o mundo - naquele dia, D'us será Um e o seu nome será Um" (Zecharyá 14:9).
O facto histórico é que Jesus não preencheu nenhuma destas profecias messiânicas.

RESPOSTA:
Por vários séculos os judeus foram perseguidos pela sua fé e prática religiosa. Muitos tentaram impor as suas ideias e aniquilar o judaísmo. Nem as cruzadas, nem a inquisição implacável, nem os pogroms conseguiram manipular as nossas almas cumprindo seu intento.
O judaísmo mantém a sua chama sempre viva.

2. O CRISTIANISMO CONTRADIZ A TEOLOGIA JUDAICA

Envolvimento no mundo físico
O Cristianismo frequentemente trata o mundo físico como um mal a ser evitado. Maria, a mais sagrada mulher cristã, é retratada como uma virgem. Padres e freiras são celibatários. E os mosteiros estão em locais remotos e segregados.
Em contraste, o Judaísmo acredita que D'us criou o mundo físico não para nos frustrar, mas para o nosso prazer. A espiritualidade judaica vem através do envolvimento no mundo físico de maneira tal que ascenda e eleve. O sexo no contexto apropriado é um dos actos mais sagrados que podemos realizar.
O Talmud diz que se uma pessoa tem a oportunidade de saborear uma nova fruta e recusa-se a fazê-lo, terá de prestar contas por isso no Mundo Vindouro. As escolas rabínicas ensinam como viver entre o alvoroço da actividade comercial. Os judeus não se afastam da vida, elevam-na.

3. JESUS NÃO PERSONIFICA AS QUALIFICAÇÕES PESSOAIS DO MESSIAS

Messias como profeta
Jesus não foi um profeta. A profecia apenas pode existir em Israel quando a terra for habitada por uma maioridade de judeus. Durante o tempo de Ezra (cerca de 300 AEC), a maioria dos judeus recusou-se a mudar da Babilónia para Israel, e assim a profecia terminou com a morte dos três últimos profetas - Chagai, Zecharyá e Malachi.
Jesus apareceu em cena aproximadamente 350 anos após a profecia ter terminado.

Descendente de David
O Messias deve ser descendente do Rei David pelo lado paterno (veja Bereshit 49:10 e Yeshayáhu 11:1). Segundo a reivindicação cristã que Jesus era filho de uma virgem, não tinha pai - e dessa maneira não poderia ter cumprido o requerimento messiânico de ser descendente do Rei David pelo lado paterno!

Observância da Torá
O Messias levará o povo judeu à completa observância da Torá. A Torá declara que todas as mitsvot permanecem para sempre, e quem quer que altere a Torá é imediatamente identificado como um falso profeta. (Devarim 13:1-4).
No decorrer de todo o Novo Testamento, Jesus contradiz a Torá e declara que os seus mandamentos não se aplicam mais. (veja João 1:45 e 9:16, Atos 3:22 e 7:37).

4. VERSÍCULOS BÍBLICOS "REFERINDO-SE" A JESUS SÃO TRADUÇÕES INCORRETAS
Os versículos bíblicos apenas podem ser entendidos estudando-se o texto original em hebraico - que revela muitas discrepâncias na tradução cristã.

a - Nascimento virgem
A ideia cristã de um nascimento virgem é extraído de um versículo em Yeshayáhu descrevendo uma "alma" que dá à luz. A palavra "alma" sempre significou uma mulher jovem, mas os teólogos cristãos séculos mais tarde traduziram-na como "virgem". Isto relaciona o nascimento de Jesus com a ideia pagã do primeiro século, de mortais sendo impregnados por deuses.

b - Crucifixão
O versículo em Tehilim 22:17 afirma: "Como um leão, eles estão em minhas mãos e pés." A palavra hebraica ka'ari (como um leão) é gramaticalmente semelhante à palavra "ferir muito". Dessa maneira o Cristianismo lê o versículo como uma referência à crucifixão: "Eles furaram as minhas mãos e pés."

c - Servo sofredor
Os cristãos afirmam que Yeshayáhu (Isaías) 53 refere-se a Jesus. Na verdade, Yeshayáhu 53 segue directamente o tema do capítulo 52, descrevendo o exílio e a redenção do povo judeu. As profecias são escritas na forma singular porque os judeus (Israel) são considerados como sendo uma unidade. A Torá está repleta de exemplos de referências à nação judaica com um pronome singular.
Ironicamente, as profecias de perseguição de Yeshayáhu referem-se em parte ao século 11, quando os judeus foram torturados e mortos pelas Cruzadas, que agiram em nome de Jesus.
De onde provêm estas traduções erradas? S. Gregório, Bispo de Nanianzus no século IV, escreveu: "Um certo jargão é necessário para se impor ao povo. Quantos menos compreenderem, mais admirarão."


5. A CRENÇA JUDAICA É BASEADA NA REVELAÇÃO NACIONAL
Das 15.000 religiões na História Humana, apenas o Judaísmo baseia a sua crença na revelação nacional - i.e., D'us falando a toda a nação. Se D'us está para iniciar uma religião, faz sentido que Ele falará a todos, não apenas a uma pessoa.
O Judaísmo a única entre todas as grandes religiões do mundo que não confia em "reivindicações de milagres" como base para estabelecer uma religião. De facto, a Torá afirma que D'us às vezes concede o poder de "milagres" a charlatães, para testar a lealdade judaica à Torá (Devarim 13:4).

Maimônides declara (Fundações da Torá, cap. 8):
"Os Judeus não creram em Moshê (Moisés), nosso mestre, por causa dos milagres que realizou. Sempre que a crença de alguém baseia-se na contemplação de milagres, tem dúvidas remanescentes, porque é possível que os milagres tenham sido realizados através de mágica ou feitiçaria. Todos os milagres realizados por Moshê no deserto aconteceram porque eram necessários, e não como prova da sua profecia.
"Qual era então a base da crença judaica? A revelação no Monte Sinai, que vimos com os nossos próprios olhos e ouvimos com os nossos ouvidos, não dependendo do testemunho de outros... como está escrito: 'Face a face, D'us falou com vocês...' A Torá também declara: 'D'us não fez esta aliança com os nossos pais, mas connosco - que hoje estamos todos aqui, vivos.' (Devarim 5:3)."
O Judaísmo não são os milagres. É o testemunho da experiência pessoal de todo homem, mulher e criança.

6. JUDEUS E GENTIOS
O Judaísmo não exige que todos se convertam à religião. A Torá de Moshê é uma verdade para toda a Humanidade, seja judia ou não. O Rei Salomão pediu a D'us para considerar as preces de não-judeus que vão ao Templo Sagrado (Reis I, 8:41-43). O profeta Yeshayáhu refere-se ao Templo Sagrado como uma "Casa para todas as nações." O serviço no Templo durante Sucot realizava 70 oferendas de touros, correspondendo às 70 nações do mundo. De facto, o Talmud diz que se os Romanos tivessem percebido quantos benefícios estavam a usufruir do Templo, jamais o teriam destruído.
Os judeus nunca buscaram activamente converter as pessoas ao Judaísmo, porque a Torá prescreve um caminho correcto para que os gentios o sigam, conhecido como "As Sete Leis de Nôach." Maimônides explica que qualquer ser humano que observe fielmente estas leis morais básicas recebe um lugar apropriado no céu.

Para um estudo mais completo sobre as Sete leis de Nôach clique aqui.

7. TRAZENDO O MESSIAS
De facto, o mundo está desesperadamente necessitado da Redenção Messiânica. A guerra e a poluição ameaçam o nosso planeta; o ego e a confusão estão erodindo a vida familiar. Na mesma extensão em que estamos conscientes dos problemas da sociedade, é a extensão em que ansiamos pela Redenção. Como declara o Talmud, uma das primeiras perguntas que um judeu recebe no Dia do Julgamento é: "Você ansiou pela vinda do Messias?"
Como podemos apressar a vinda de Mashiach? A melhor maneira é amar generosamente toda a humanidade, cumprir as mitsvot da Torá (da melhor maneira que pudermos) e encorajar outros para que as cumpram também.
O Mashiach pode chegar a qualquer momento e tudo depende das nossas acções. D'us estará pronto quando estivermos. Pois, como disse o Rei David: "A Redenção chegará hoje - se derem atenção à Sua voz."