28.6.08

Pensamento da Semana

“Infelizmente, para algumas pessoas, um bom bode expiatório é quase tão bem vindo quanto uma solução para o problema!”

A auto-estima e o ego...

Shavua Tov(boa semana)! Há algum tempo atrás eu estava voando de regresso a Miami, vindo de Nova York. Ao entrar no avião, cumprimentei a senhora que estava sentada ao meu lado. Ela apresentou-se e começou um discurso de sete minutos sobre a história da sua vida, com uma versão oral do seu curriculum vitae, as suas experiências como psicoterapeuta, os livros que escreveu, as prestigiosas instituições e organizações às quais prestou consultoria e uma visão geral sobre a situação do mundo.
Fiquei aturdido. Percebi que havia ‘tirado a rolha’ de um Vesúvio verbal e as palavras continuavam a jorrar sem parar. “O mundo está ficando cada vez mais louco!”, ela exclamou. “Porquê?”, perguntei. “Há mais guerras”. Eu indaguei: “Porque a senhora me pergunta?”
“Há mais violência”.
“Qual a causa?”, perguntei. “Há mais insanidade”. “E porquê mais insanidade?” - implorei. E ela respondeu: “Eu contei-lhe, que escrevi um livro sobre isso?” Perguntei, ansioso: “E nas suas 300 páginas, a senhora sugeriu alguma razão?” Ela ignorou a pergunta e continuou: “E escrevi outros livros, também!”
Depois ela contou-me, que uma amiga sua, também psicoterapeuta, telefonaava-lhe de hora em hora implorando para acompanhá-la na sua viagem. “Ela é maluca! Todos os psicoterapeutas são malucos!” “Porquê?”, tentei saber. “Porque entram na psicoterapia para entender a si mesmos e descobrem que são malucos”.
“Talvez”, observei, “seja por isto que o mundo está ficando cada vez mais louco. Ou será que a saúde mental da população está nas mãos de doidos?”
Enquanto ela ponderava sobre a profundidade desta idéia, uma táctica brilhante surgiu na minha mente sobre como desenvencilhar-me de 3 horas (o tempo do vôo) do seu assédio verbal. Dei-lhe o livro que eu estava a ler intitulado Real Power, escrito por David Lieberman, (“Rise Above Your Nature and Never Feel Angry, Anxious or Insecure Again! – Poder Real: Eleve-se sobre a sua Natureza e Nunca Mais se Sinta Zangado, Ansioso ou Inseguro!). “Eis um presente para a senhora.
Creio que o achará realmente interessante”. E durante as 3 horas seguintes fui capaz de dormir – excepto pelas 2 vezes que ela me acordou para dizer: “Já lhe contei que escrevi um livro sobre este tema também?”
Não sei que parte deste fascinante livro a intrigou, mas a seguinte secção foi uma das muitas que me cativaram. Gostaria de compartilhá-la consigo, queridos leitores!
“Há três forças presentes nos seres humanos que frequentemente estão em divergência umas com as outras: o corpo, o ego e a alma. Em síntese, o corpo quer fazer aquilo que lhe dá prazer; o ego quer fazer o que parece bom e a alma quer fazer o que é bom. Por exemplo: quando o despertador toca de manhã, as três forças entram numa batalha. Se apertarmos o botão para silenciá-lo, adivinhe quem ganhou o primeiro round?”
“Fazer o que é mais fácil ou confortável é um impulso natural do corpo. Exemplos de excesso de obediência a esta força ocorrem quando a pessoa come demais ou dorme em demasia. Ou seja: faz ou deixa de fazer algo que sabe que não deve ou deve fazer, somente porque lhe garante uma gratificação imediata. Basicamente, o corpo apenas quer escapar dos ditames da nossa consciência”.
“Já uma iniciativa comandada pelo ego pode-nos fazer, por exemplo, comprar um carro esplendoroso que está muito além deasnossas posses. Seguindo as orientações do ego, fazemos coisas que acreditamos poder projectar uma imagem correcta de nós mesmos. Porém, estas decisões não são baseadas no que é bom, mas naquilo que nos faz parecer bons”.
“Todavia, na maior parte dos casos, a seguinte ‘mecânica’ ocorre dentro de nós: ao não conseguirmos controlar-nos, acabamos sucumbindo aos prazeres imediatos ou nos esforçamos para projectar uma imagem irreal. O resultado é que acabamos bravos connosco mesmos e sentimo-nos vazios por dentro. Para compensar estes sentimentos de culpa e incapacidade, o ego enche-nos e nos tornamos egocêntricos, o que, por sua vez, faz com que a nossa perspectiva sobre a vida se estreite e noa focamos mais sobre nós e menos sobre o mundo. Aí entramos num círculo vicioso, tornando-nos progressivamente mais temperamentais e instáveis”.
“Somente adquiriremos uma boa auto-estima ao sermos capazes de fazer escolhas responsáveis e agir de forma correcta, sem levar em consideração se é algo confortável ou não ou o que parecerá aos olhos dos demais. Esta é uma escolha da alma. Procedendo assim, elevaremo-nos para um patamar mais alto e mais saudável, pois a auto-estima e o ego relacionam-se de forma inversamente proporcional. É como uma gangorra: quando um sobe, o outro desce”.
“Apesar do nosso humor inevitavelmente variar de acordo com as circunstâncias que nos cercam, ao seguirmos as orientações da alma o nosso bem-estar emocional permanecerá largamente imune às condições e experiências de todos os tipos, positivas ou negativas”.
“Pesquisas indicam que os ganhadores da lotaria frequentemente vivem vidas infelizes depois da sua sorte inesperada. O facto de um número desproporcional de suicídios, assassinatos, prisões por dirigir embriagado e até falências ocorrerem com estes ‘vencedores’ levou a estudos sobre uma possível ‘maldição da lotaria’. O público em geral tem dificuldade em compreender porque tal falta de sorte persegue aqueles que repentinamente se tornaram tão afortunados. Entretanto, a razão é absolutamente clara. Uma vez que a auto-estima provém de se fazer boas escolhas, aqueles que se tornam repentinamente famosos ou endinheirados descobrem também ter mais ‘munição’ para um comportamento não construtivo e para entregar-se aos ‘prazeres da vida’ ”.
“ A lógica diz que, ao estarmos no controle de nós mesmos e agirmos de forma responsável, nunca ficaremos profundamente perturbados por qualquer um ou qualquer coisa. Não seremos vítimas de nada além de nosso próprio comportamento, pois nada nos afectará: somos nós que afectamos o mundo ao nosso redor”.
O livro (em inglês) ‘Real Power’ pode ajudar e muito aquelas pessoas com baixa auto-estima, emoções negativas e relacionamentos infelizes na sua vida, apresentando um método preciso que dissolve as barreiras que se interpõem à nossa felicidade. Ele também pode ajudar a se livrar da ansiedade, tensão e preocupações, e a fortalecer a sua auto-confiança e imagem própria. O livro está disponível em www.judaicaenterprises.com/Product.asp?dept=&Product=bk-fp-repo.

26.6.08

Porção Semanal: Côrach


Bamidbar 16:1 - 18:32

A Parashá Côrach começa com a infame rebelião liderada por Côrach contra os seus primos, Moshê e Aharon, alegando que os dois haviam usurpado o poder do restante do povo judeu. Após tentar convencer os rebeldes a uma retirada, Moshê diz aos dissidentes e a Aharon que cada um deve oferecer incenso a D'us. A oferenda do verdadeiro líder seria aceita por D'us, enquanto que o restante do povo teria uma morte não natural. A um pedido de Moshê, D'us faz com que a terra miraculosamente se abra e engula Côrach, enquanto o restante dos líderes da rebelião são consumidos por uma chama enviada por D'us. Quando os sobreviventes reclamam sobre a morte em massa, D'us ameaça destruí-los também, e irrompe uma peste. Mais uma vez, Moshê e Aharon intervêm, oferecendo incenso para impedir a extinção do resto do povo. Deste modo, e com o miraculoso brotar do cajado de Aharon dentre aqueles dos outros líderes das tribos, Moshê e Aharon provam ser os líderes escolhidos. O papel de Aharon como Cohen Gadol (Sumo Sacerdote) é reiterado, e a Torá descreve os dons a serem concedidos aos Cohanim como recompensa pelo seu serviço no Mishcan (Tabernáculo), incluindo o direito de comer determinadas porções dos Corbanot (Sacrifícios). Os Levitas devem também ser sustentados pela sua dedicação recebendo ma'asser, ou a décima parte de todas as colheitas produzidas pelo povo judeu na Terra de Israel.

Mensagem da Parashá

"Os líderes da rebelião ficaram perante Moshê com duzentos e cinquenta homens dos Filhos de Israel, líderes da congregação, aqueles convocados para a reunião, varões de renome" (Bamidbar 16:2). Finja que é um dos duzentos e cinquenta homens que estavam a lutar por "direitos iguais" sob o comando de Côrach. Como estes homens eram líderes judeus, pode-se presumir que eram pessoas inteligentes; a maioria dos líderes da história o foi. Portanto, coloque-se no lugar deles. Côrach vem até si e o convida a juntar-se a uma rebelião contra Moshê e os Cohanim. Provavelmente perguntaria: "Estamos lutando contra o quê?" A resposta seria: "Não é justo que os Cohanim sejam os únicos a realizar o serviço de D'us no Mishcan. Creio que todos deveriam ter permissão de participar." Caso eu fosse um daqueles homens inteligentes, diria: "Côrach, você teve uma ideia brilhante, mas creio que o deixarei rebelar-se e, se e quando você vencer, ficarei feliz em realizar o serviço junto com os outros. Afinal, D'us disse que qualquer não-cohanim que realize o serviço morrerá, portanto, porque eu deveria arriscar-me?" De forma notável, todos eles concordaram em participar da rebelião e realizar o serviço proibido, e todos morreram. O que levou pessoas tão inteligentes a fazer algo tão insensato? Além disso, parece que a porção desta semana da Torá sai um pouco do seu rumo para enfatizar a importância daquelas pessoas que se rebelaram contra Moshê. Se eles tivessem sido homens de reputação duvidosa, seria razoável a Torá dizer-nos quem eram eles, num esforço para demonstrar que apenas os membros inferiores da nação ousavam rebelar-se. Entretanto, seria uma publicidade muito negativa para os judeus mencionarem eternamente que foram alguns dos seus maiores líderes que pecaram. Porque a Torá passa ao mundo esta informação pejorativa sobre os nossos ancestrais? Para encontrar uma resposta à nossa pergunta, devemos primeiro entender a situação dos líderes do passado. Imagine que além de ter um altíssimo Q.I., você é extremamente rico. Após adquirir tudo aquilo que o seu coração deseja, ainda lhe sobra uma soma respeitável. Você tem tudo que o dinheiro pode comprar, mas não tem nenhum poder verdadeiro, então adquire uma companhia influente. Sente-se no topo do mundo, até que um dia liga a televisão e lá está, algo que você não tem - a presidência. O sentimento de inveja começa a roê-lo lentamente por dentro, e torna-o terrivelmente deprimido. Percebendo que não está bem, um dos seus melhores amigos sugere que se candidate a presidente. Uma grande ideia, você pensa, mas após alguns meses de campanha, percebe que embora possa ter o dinheiro para comprar alguns votos, não os terá em número suficiente para elegê-lo, portanto é forçado a desistir. É exactamente contra este cenário que a Torá nos adverte. Côrach e o seu grupo tinham tudo que poderiam desejar - riqueza, honra, prestígio - tudo excepto o direito de participar no serviço do Templo. Isso estava reservado para os Cohanim, e ninguém podia comprar aquele cargo. Os rabinos em Pirkê Avot (Ética dos Pais 4:28) ensinam que "a inveja, o desejo e a honra removem uma pessoa deste mundo." Faz sentido que estes líderes sentissem inveja dos Cohanim. Imagine como deve ter sido difícil verem os Cohanim fazendo o serviço no Templo, enquanto eles tinham de estar longe da área sagrada. "Sinto muito, mas nenhum não-Cohanim pode passar deste ponto," o guarda sempre dizia. O desejo de fazer o trabalho do Cohen e ter a honra reservada somente aos Cohanim certamente alimentou esta inveja. Assim, como o infeliz candidato à presidência, os seguidores de Côrach também tentaram conseguir o inatingível. Agora podemos avaliar porque eles agiram, mas ainda não sabemos o que motivou pessoas tão inteligentes a ignorarem a verdade óbvia, aparentemente sem muita reflexão. Talvez estes homens estivessem cegos. Não a perda física da visão, mas sim uma involuntária cegueira auto infligida. Muitas coisas podem cegar uma pessoa, mas precisa ser algo muito forte, como por exemplo a inveja, para impedir uma pessoa de ao menos perceber que ficou cega. A inveja é muitas vezes comparada a uma chama que queima as entranhas de alguém. Como uma pequena chama, a inveja devora a pessoa e rapidamente cresce até um fogo furiosamente incontrolável. É claro que estes homens não eram tolos. Na verdade, alguns eram até brilhantes, mas estavam cegos. Com esta ideia em mente, podemos entender porque a Torá sai um pouco do seu rumo para contar-nos como eles eram notáveis. A Torá deseja enfatizar que mesmo as pessoas notáveis podem ficar cegas pelos seus desejos. A Torá adverte-nos a todos, mesmo aos nossos maiores líderes, a não nos deixarmos enganar pensando que somos melhores que o grupo de Côrach, que sucumbiu ao pecado da inveja. Se eles puderam ignorar o óbvio, também nós podemos. Então, o que podemos fazer para proteger-nos? O Talmud (Tratado Sanhedrin 109b) conta-nos uma história interessante sobre um dos rebeldes de Côrach, On ben Pelet (mencionado no primeiro versículo da Porção da Torá) que havia planeado participar da rebelião com o restante dos líderes. Entretanto, a sua sábia e justa mulher persuadiu-o a não participar, argumentando que mesmo que a rebelião fosse bem sucedida, Côrach seria aquele a dominar, e On permaneceria submisso a ele, assim como já era a Moshê. Isso trouxe juízo a On, e com a ajuda da esposa, a sua vida foi salva. Como seres humanos, frequentemente somos presas do dilema: "Onde estão os meus óculos?" Quase sempre procuramos por eles desesperadamente sem achá-los, apenas para mais tarde descobrir que estavam o tempo todo em cima da nossa cabeça. Algo que leva a outra pessoa apenas uma fracção de segundo para encontrar causa-nos tanto problema por tanto tempo. Poderia parecer que a maneira de nos proteger é ter outras pessoas que possam dizer-nos se as nossas ideias são boas. Procurar conselho antes de agir, trocar ideias com alguém mais, pedir conselhos. Ao interiorizar a lição que nos foi ensinada pelos notáveis, embora desafortunados, homens do grupo de Côrach, estaremos mais preparados para enfrentar os grandes desafios da vida - e poderemos até ter mais sorte procurando os nossos óculos desaparecidos.

Shabat Shalom





21.6.08

Os dois espiões bíblicos...

Shavua Tov (boa semana)! Já teve a curiosidade de saber porque o Ministério do Turismo de Israel escolheu dois espiões bíblicos para o seu logotipo (http://www.tourism.gov.il/Tourism_Heb2)?
O relato dos espiões acarretou para o Povo Judeu 40 anos no deserto e que toda aquela geração não entrasse na Terra de Israel. Eis a história:
Nesta porção semanal da Torá,
Shelach, Moshe envia 12 espiões para um reconhecimento da terra de Canaã. Os espiões passam 40 dias estudando atentamente a terra e os seus habitantes. Ao voltar, dez deles fazem um relato negativo que deprimiu e desencorajou o Povo Judeu, levando-os às lágrimas. Um dos 12 espiões, chamado Calev, tentou parar a rebelião. Ele disse: "Não se preocupem".
Concerteza poderemos entrar na Terra de Israel!” Mas de nada adiantou. Os dez espiões o silenciaram aos gritos.
Os 10 espiões disseram: “Não, não conseguiremos entrar ... lá é uma terra que devora os seus habitantes!” O Povo Judeu chorou a noite toda e disseram: “Escolhamos um líder e voltemos ao Egipto!”
Yehoshua, o outro espião que não participava da revolta, falou: “O local é muito bom. Não se rebelem contra o Todo-Poderoso!” O povo preparou’se para apedrejar Yehoshua...
Então o Todo-Poderoso comunica-Se com Moshe e diz-lhe que o Povo Judeu iria vagar pelo deserto 40 anos, um ano por cada dia que os espiões passaram na terra de Canaã. E ainda mais: todos os homens acima de 20 anos de idade daquela geração foram condenados a perecer no deserto.
Somente Calev, as mulheres e os que na época do incidente estavam abaixo dos 20 anos iriam entrar em Israel.
O Povo Judeu ouve o decreto, arrepende-se profundamente por terem duvidado da capacidade de D'us em ajudá-los a vencer um inimigo mais poderoso e decidem: “Não, nós vamos entrar em Israel”.
Moshe diz-lhes: “Não, não tentem entrar. O Todo-Poderoso não está convosco. Se tentarem acabarão por serem mortos pelos Amalequitas e Canaanitas”. Apesar da advertência, um grupo resolveu seguir em frente … e foram mortos pela espada dos Amalequitas e Canaanitas.
Agora, voltemos à nossa fascinante questão: Porque razão, 3300 anos depois, o Ministério do Turismo escolheu os dois espiões carregando um enorme cacho de uvas pendurado numa vara nos seus ombros como o seu logotipo? (estes NÃO eram os dois espiões bons! Yehoshua e Calev recusaram-se a carregar as uvas).
Talvez a seguinte resposta tenha algum mérito. Às vezes, quando alguém viaja para Israel (ou qualquer outro lugar) ocorrem problemas: o avião descolou atrasado, as suas malas não chegaram, o belo hotel escolhido no catálogo é barulhento e, para concluir, a casa de banho não funciona. Então o seu guia diz-lhe: “Vou leva-lo a um lugar lindo”... mas o autocarro avaria. Retorna ao hotel para o almoço, mas infelizmente não consegue comer porque o seu estômago teve uma reacção adversa ao café da manhã. E estamos apenas no primeiro dia! (É lógico, estas são excepções... normalmente as viagens a Israel são repletas de experiências maravilhosas!)

E o que isto tem a ver com os espiões?

Quando voltar de Israel e alguém lhe perguntar: “Então, como foi a viagem a Israel?” Lembre-se dos espiões!... e mantenha a boca fechada sobre qualquer má experiência! Não fale negativamente sobre a Terra de Israel... e em qualquer outra situação, não fale negativamente dos outros também!

20.6.08

Pensamento da Semana

Nós não vemos as coisas como são, mas sim segundo o nosso conceito!
Shabat Shalom !

Porção Semanal da Torá: Shelach

Bamidbár (Números) 13:1 - 15:41

O Povo Judeu recebeu a Torá no Monte Sinai e está pronto para entrar na Terra de Israel. Há um consenso entre o Povo de que devem mandar espiões para verificar se é possível conquistá-la. Moshe sabe que a promessa do Todo-Poderoso de nos dar aquela terra incluía, também, a garantia da sua conquista.
Entretanto, um dos princípios de vida que aprendemos desta porção semanal é que o Todo-Poderoso dá a cada um de nós livre-arbítrio para irmos na direcção que bem escolhermos. Então Moshe, por decreto Divino, envia os chefes das tribos (homens do mais alto calibre espiritual) para espionar a terra.
Doze espiões são mandados. Dez voltam com o relato de que existiam grandes fortificações e gigantes, e incitam o Povo a não entrar na terra. Yehoshua ben Nun e Calev ben Yefunê (cunhado de Moshe) tentam opor-se à rebelião, mas não têm sucesso. O Todo-Poderoso decreta que o Povo Judeu vagará 40 anos pelo deserto, um ano por cada dia que espionaram a Terra de Israel. Isto aconteceu no dia 9 do mês hebreu de Av (Tishá BeÁv), uma data conhecida em toda a história Judaica pelas suas tragédias
: a destruição de ambos os Templos em Jerusalém, a expulsão dos Judeus da Espanha, em 1492, e a saída do primeiro comboio para Auschwitz, entre outras.

Dvar Torá: baseado no livro Growth Through Torah, do Rabino Zelig Pliskin
Os dez espiões retornaram e fizeram o seu relato ao Povo Judeu: “As pessoas que moram naquela terra são extremamente bárbaras e violentas e as cidades são fortificadas e muito grandes. Também vimos os filhos dos gigantes. Não poderemos entrar na Terra de Israel porque eles são mais fortes que nós (Bamidbár 13:28-31). Os espiões foram enviados para reconhecer o território e relatar o que viram. Qual foi o seu erro?
O Rabino Ytschak Arama (Espanha, 1420-1494), autor do livro
Akeidat Ytschak explicou que o relato dos espiões foi apropriado. Eles observaram e contaram o que viram. O seu erro foi tirar uma conclusão e transmiti-lá como um facto, convencendo o povo de que não deveriam tentar entrar em Israel. Não era da sua responsabilidade tirarem qualquer conclusão, apenas reportar os factos. Eles estavam errados com respeito a que não poderiam conquistar os inimigos. O Todo-Poderoso tem o poder de ajudar-nos mesmo nos casos em que, aparente- mente, todas as chances estão contra nós. Apenas porque nas suas mentes eles não acreditavam ser possível ter sucesso em conquistar a Terra Prometida, isto não significava que não era realmente possível.

Qual a nossa lição?
É muito comum vermos alguns fragmentos de uma situação e tiramos conclusões erróneas baseadas nas nossas percepções. Precisamos de ser muito cuidadosos porque muitas vezes há outros factores que desconhecemos ou que não levamos em consideração. É um talento muito especial ser capaz de tomar decisões correctas baseadas em factos reais.
Isto é especialmente verdadeiro, quando se fizer uma avaliação sobre as outras pessoas. Há aqueles que têm uma forte tendência de tirar conclusões negativas sobre os demais, conclusões que se revelam ser inexactas. Mesmo aquilo que observamos sobre a outra pessoa possa ser basicamente verdadeiro, tenhamos sempre em mente que as nossas conclusões podem estar equivocadas e que a outra pessoa merece ser avaliada sob uma perspectiva favorável.

18.6.08

SHEMÁ ISRAEL...


A historiadora Yaffa Eliach conta que, após a Segunda Guerra, um judeu americano de nome Liberman decidiu resgatar o maior número de crianças judias que haviam sido escondidas em mosteiros e orfanatos durante o conflito. Foi à Europa, visitando mosteiro a mosteiro, orfanato a orfanato e, ao entrar em cada instituição, recitava o Shemá Israel. As crianças que reconheciam as palavras, eram judias.

Shemá Israel A-do-nai Elokenu A-do-nai Ehad.

Ouve Israel, A-do-nai é nosso D’us, A-do-nai é Um.Ouve, atentamente, ó Israel, preste atenção, abre totalmente sua percepção, silenciando completamente a mente, medite sobre o que estiver pronunciando, interiorize e absorva a mensagem de tal forma que se torne parte de sua própria essência... D’us é Um e é Único, e Ele é nosso D’us.
Este versículo que inicia uma das mais antigas e importantes orações do judaísmo, o Shemá, é nossa declaração de fé. Nesta é proclamada a própria essência do judaísmo, o que sempre diferenciou os judeus de outros povos: a crença na Unidade e Unicidade de D’us e a lealdade eterna de Israel para com seu D’us. Shemá Israel foi o que o patriarca Jacob ouviu dos filhos em seu leito de morte. Foram as palavras usadas por Moisés para se dirigir aos judeus em seu último discurso, no deserto.
O versículo resume o primeiro e o segundo mandamento do Decálogo; é a primeira oração que a mãe ensina a seu filho; são as últimas palavras pronunciadas por um judeu antes da morte. Presenciar durante a Neilá, ao término do Yom Kipur, um judeu recitar em voz alta, em uníssono com sua comunidade, o Shemá Israel, é uma experiência espiritual inigualável. Com as palavras do Shemá nos lábios, muitos judeus enfrentaram as fogueiras da Inquisição e as câmaras de gás durante a Segunda Guerra. Foram as últimas palavras de Rabi Akiva que, preso pelos romanos após a revolta de Bar Kochba, na Judéia, foi cruelmente torturado e executado em praça pública. Segundo o Talmud, ao pronunciar a palavra Ehad, Único, a alma de Rabi Akiva deixou seu corpo.
A força desse versículo é tamanha que, mesmo se um judeu estiver isolado e todos os traços de identidade judaica forem apagados, o Shemá não o abandonará, permanecendo na memória e o mantendo ciente de sua identidade como judeu. Ao ser evocado, uma "mágica" ocorre no subconsciente e o indivíduo se reaproxima de seu povo e de sua fé ancestral. O Midrash nos ensina que no Sinai, além dos dois milhões de hebreus que haviam saído do Egito, todas as almas judias, incluindo as futuras gerações, ouviram a Voz Divina declarar "Eu sou A-do-nai, seu D’us". Todas fizeram parte da aliança eterna entre D’us e Israel. Estes acontecimentos extraordinários estão gravados nas almas de toda Israel para a eternidade.
Apesar de o primeiro versículo (do primeiro parágrafo) ser o mais conhecido, aos nos referimos à oração do Shemá referimo-nos também aos dois parágrafos seguintes, também trechos da Torá. Os níveis de análise e entendimento do Shemá são difíceis de enumerar. Cada palavra, cada letra foram alvo de estudo e de reflexão, há milênios, e assim continua sendo. Mas considerando o seu objetivo mais simples, a oração implica afirmações fundamentais para o judaísmo: D’us existe, é Um e Único, não tem corpo, está além do tempo, e devemos dirigir nossas preces exclusivamente a Ele.
O Shemá nos ensina que devemos amar a D’us, reconhecer e aceitar Seu reino, Sua Suprema autoridade e Sua vontade. Exorta-nos, também, a estudar Sua palavra, a Torá, e a ensiná-la às futuras gerações. A oração nos revela que o judaísmo não é simplesmente uma visão conceitual do mundo, nem uma filosofia abstrata, mas implica obrigações éticas e morais, mandamentos que D’us nos ordena e, portanto, devem ser seguidos. A mezuzá, o tefilin – que contêm as palavras do Shemá – e os tsitsit são "sinais" físicos que servem como lembrete de nossa Aliança e de nossas responsabilidades.
A leitura do Shemá marca o início e o fim de cada dia. Quando perguntaram a rabi Levi por que o Shemá deve ser lido todos os dias, respondeu: "Porque os Dez Mandamentos nele estão contidos". A importância da leitura do Shemá pode ser avaliada pelo fato de rabi Yehuda Ha-Nassi iniciar o Talmud com as leis referentes ao Shemá. Ele mesmo, quando preocupado com seus estudos, cobria os olhos com a mão e, em silêncio, recitava o primeiro versículo (Berachot 13b).
A Torá ordena que o Shemá seja recitado duas vezes por dia e a tradição adicionou mais duas – uma antes do Shacharit (reza matinal), a outra à noite, antes de dormir. Segundo o Talmud, o Shemá tem o poder de afastar o mal. Nossos sábios recomendam que o Shemá seja lido "em qualquer língua que a pessoa entenda", pois é essencial que a mensagem seja compreendida. Para ajudar na concentração, ao recitar o primeiro versículo, cobrem-se os olhos com a mão, pois é a oração na qual existe a obrigatoriedade de kavaná – concentração, devoção interna.

O primeiro parágrafo – (Deuteronômio: 6:4-9): Shemá Israel A-do-nai Elokenu A-do-nai Ehad. Ouve ó Israel, A-do-nai é nosso D’us, A-do-nai é Um. (Deut. 6:4)
A nossa profissão de fé não se inicia com as palavras acredite ou veja, mas sim Shemá! Ouve e entenda Israel! "Israel" está dentro de cada um de nós; é a parte que almeja se aproximar do Divino transcendendo os limites de suas necessidades físicas. E é através desta oração que Israel conecta-se com o Divino.
Ouve atentamente Israel, D’us é Um e é Único. Às vezes, frente a uma variedade infinita de fenômenos naturais, os homens passam a acreditar em divindades múltiplas. Porém, no judaísmo, a diversidade reflete os atos de um único D’us cujas manifestações se dão de forma distinta, no mundo. Na Torá, os diferentes nomes Divinos servem para revelar Seus atributos, Seus atos e Sua relação com o homem.
O rabino Adin Steinsaltz escreveu sobre os nomes de D’us em seu livro A Rosa de Treze Pétalas: "O Sagrado tem muitos nomes, todos, no entanto, designam apenas diversos aspectos da manifestação Divina no mundo e em especial como são revelados aos seres humanos ". A Unidade Divina, revelada e proclamada no Sinai por todo Israel, é reafirmada a cada dia no Shemá. E é esta Unidade que une toda a criação. Ensina-nos que amor e justiça, vida e morte, alegria e tristeza, matéria e espírito, finito e infinito, tudo tem uma Única fonte – Yihud Hashem – a Unidade Divina.
Segundo o Zohar (1:18), neste primeiro versículo são mencionados três Nomes Divinos, que representam a unidade dos três poderes Divinos: amor misericordioso, justiça e beleza.
"Shemá Israel Y-H-V-H Elokenu". No texto da Torá, o primeiro Nome que aparece é o tetragrama à cuja pronúncia perdemos o direito após a queda do Segundo Templo. Na época do Templo, só era pronunciado pelo Cohen Gadol (Sumo Sacerdote), em Yom Kipur. Atualmente, é lido como se fosse escrito A-do-nai, quando usado liturgicamente. Em outras situações usa-se o termo HaShem (que significa literalmente O Nome). Na Torá, A-do-nai é o Nome de D’us utilizado quando Seus atos revelam o amor, a compaixão e a misericórdia que Ele mostra para com Suas criaturas. É o Nome usado em sua relação com os Filhos de Israel. Elokim (D’us), também usado, revela Seu aspecto de Justiça e Lei. Na invocação final, declaramos Y-H-V-H Ehad, ou seja, D’us é Único.

Israel como testemunha

No primeiro versículo do Shemá declaramos não somente em que acreditamos, mas por que acreditamos. No Sinai, Moisés convocou todo Israel para ouvir a proclamação da Unidade Divina. Após presenciar os eventos milagrosos do Êxodo e da Revelação do Sinai, não existia lugar para dúvidas entre os judeus, no deserto. As gerações vindouras passaram a depender do testemunho transmitido de pai para filho para que o legado fosse mantido vivo. Por isto, a afirmação da Unidade Divina não é individual. Cada judeu é visto como um elo na corrente da eternidade. Ao recitar o Shemá, passa a integrar Israel, torna-se parte da corrente milenar de fé e lealdade judaica em relação ao D’us de nossos pais. Testemunha perante toda Israel que D’us é Um, é o D’us de toda a humanidade e que ele é a testemunha viva desta verdade absoluta.
Este conceito de que o povo judeu é testemunha é tradicionalmente transmitido pelos escribas de forma especial: o ain na palavra Shemá e o dalet da palavra ehad tem um tamanho maior de que as outras letras que compõem o versículo e ao serem combinadas formam em hebraico a palavra hebraica ed, testemunha.

Servir a D’us

O primeiro parágrafo do Shemá expressa a submissão de Israel à soberania Divina e nos revela as formas pelas quais devemos servir a D’us. Segundo o Zohar, este primeiro parágrafo reflete inteiramente em nosso amor a D’us. Como este amor envolve cada judeu individualmente, está escrito em uma linguagem pessoal e só contém mandamentos positivos.
Devemos primeiramente amar a D’us com todo nosso coração, toda nossa alma e todas as nossas posses. Segundo o Maharal de Praga, o amor a D’us exige que nos devotemos a Ele totalmente, com cada parte de nosso ser e com toda a riqueza de nossa existência. Pois tudo aquilo que somos e temos devemos exclusivamente a Ele e à Sua Infinita bondade. Devemos estudar Sua palavra como se nos fosse dada "neste dia", para que "fique em nosso coração". É obrigação de todo judeu – pobre, rico, jovem ou velho – estudar a Torá para melhor aprender a conhecer D’us. E para que nossa herança não se perca, temos o dever de ensiná-la "diligentemente" a nossos filhos.
O primeiro parágrafo termina com D’us dando a nós, judeus, um "lembrete" da palavra Divina: o tefilin e a mezuzá. O tefilin, colocado todos os dias, com exceção do Shabat e dias de festa, consiste de duas partes – uma para a mão e a outra para a cabeça. Em seu interior, há rolos de pergaminho onde estão inscritas as palavras do Shemá. Segundo o rabino Raphael Hirsch, o tefilin é o símbolo da uma renovação diária do "pacto de amor " entre D’us e Israel, pois está escrito que tanto a cabeça como a mão, o corpo e a alma – tudo deve ser dedicado a este amor. A mezuzá, considerada a guardiã do lar judaico, tem o mesmo significado em relação à casa, à família e, por extensão, à comunidade.

Bendito seja... eternidade

Após o primeiro versículo, há uma frase inexistente no texto original da Torá, que é recitada desde a época talmúdica em voz baixa. Nossa tradição oral a atribui ao patriarca Jacob ou Israel, como passou a ser chamado. Ao ouvir seus filhos declarar o "Shemá Israel... Ehad", assegurando-lhe, em seu leito de morte, que a crença em um Único D’us não seria esquecida, ele respondeu: "Bendito seja o nome da glória... eternidade".
Segundo outra tradição, Moisés ouviu esta bênção dos anjos, no Monte Sinai, no momento em que recebeu a Torá e a trouxe para o povo de Israel. Porém, por ser uma oração dos anjos, é recitada em voz baixa, o ano inteiro. Apenas em Yom Kipur, quando Israel se assemelha a um anjo, esta frase é dita em voz alta.

Segundo parágrafo – Deuteronômio (11:13-21).
No segundo parágrafo, D’us fala a Israel como um todo, por isto é escrito na segunda pessoa do plural. E D’us ordena: "obedecer Meus preceitos" e servi-Lo "com todo vosso coração e vossa alma". Neste trecho está contida a promessa Divina de que se Israel O obedecer, não cometer idolatria e não se afastar da crença em um único D’us, será um povo feliz na terra que lhe fora prometida. Contém também o aviso das tristes consequências – adversidade e exílio – que se abaterão sobre o povo se este abandonasse os Mandamentos Divinos. Segundo o Zohar, tanto amor como justiça são os elementos fundamentais em nossa relação com D’us. No primeiro parágrafo do Shemá a ênfase é dada ao amor, enquanto no segundo, à Justiça Divina, especialmente no que diz respeito a Israel como um todo.
Neste parágrafo vemos que Israel como um todo é responsável pela manutenção e guarda de nossa herança, por isto a educação judaica não é apenas uma responsabilidade individual, mas também coletiva. É reiterada a obrigação do uso de tefilin e da mezuzá por serem símbolos da observância dos preceitos divinos.

Terceiro parágrafo – Números (15:37-41).
No Talmud, Rabi Shimon bar Yochai afirma que na oração do Shemá, o primeiro parágrafo estabelece a obrigação de estudar os mandamentos divinos, ensiná-los e cumpri-los; o segundo aponta nossa obrigação de ensinar e cumprir; e o terceiro se limita à obrigação de cumprir as mitzvot (Berachot 14b), para que nos tornemos "um povo santo".
Sempre no Talmud, o Rabi Yehuda Ben-Shiva aponta fatores que tornam esta terceira passagem muitíssimo importante. Nele está o mandamento do tsitsit, franjas brancas colocadas nos cantos de peças do vestuário masculino que tenham quatro pontas. Segundo o Zohar, isto simboliza o fato de D’us ser o Senhor dos quatro cantos do universo. O tsitsit pode ser usado todos os dias, inclusive no Shabat, e, ao vê-lo, o judeu lembra de todos os outros Mandamentos Divinos. Quando o judeu se envolve em um talit, é potencialmente tão sagrado aos olhos de D’us como se fosse um anjo (Targum Yonathan). Um Midrash compara o uso do tefilin e tsitsit a uma corda que o capitão do barco joga para alguém que está-se afogando no mar.
Em segundo lugar, neste parágrafo D’us reafirma que foi Ele quem nos tirou do Egito, tornando-nos Seu povo, e que Ele é nosso Único D’us. E esta é a verdade que deve guiar nossas vidas.

Conclusão

O rabino Norman Lamm encerra seu livro The Shemá Spirituality and Law in Judaism com uma passagem extraída do Tzeror ha-mor, do Rabi Abram Seba, que resume toda a importância desta oração. As palavras do Rabi Seba se tornam ainda mais pungentes se vistas como pano de fundo dos terríveis acontecimentos que os judeus tiveram que enfrentar após a expulsão da Península Ibérica, em 1492.

"A Torá considerou o futuro – o sofrimento e mal que seriam decretados contra Israel, forçando o povo judeu a abandonar sua religião e afastar-se do estudo da Torá. Foi isto o que aconteceu com a Expulsão de Portugal, quando era proibido orar em público e ensinar aos filhos as leis da Torá. Todos os livros e sinagogas foram destruídos, de modo que não fosse possível orar ou transmitir nossos ensinamentos a nossos filhos. Conseqüentemente, presumia-se que a Torá seria esquecida pelos judeus – como poderíamos ensinar nossos filhos sem livros nem professores?
Não nos deixaram nada para que lhes ensinássemos que o Senhor é Único, e que cada ser humano deve amá-Lo e estar pronto a morrer por Ele. Mas D’us deu a Israel, para estes tempos difíceis, este pequeno trecho do Shemá – o primeiro parágrafo – que contém a essência de toda a Torá. E se não pudessem conhecer o trecho inteiro (ou seja, os três parágrafos que compõem o Shemá), saberiam pelo menos o verso Shemá Israel... que contém a afirmação de fé na Unidade de D’us.
Assim, poderão ensinar este verso a seus filhos para que saibam que Ele é único e que Ele é o Todo-Poderoso. E se o inimigo vier para forçá-los a abandonarem seu D’us, aprenderão a oferecer suas vidas por D’us e a morrer por Ele. Este é o significado de amá-Lo ‘com todo o seu coração, toda a sua alma e toda a sua força’."

Ouve, Israel, A-do-nai é nosso D’us, A-do-nai é Um.
Bendito seja o nome da glória de Seu reino para toda a eternidade. (Em voz baixa)

Amarás a A-do-nai, teu D’us, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todo o teu poder (tuas posses). Estas palavras que hoje Eu te ordeno ficarão sobre teu coração. Inculca-las-ás diligentemente em teus filhos e falarás a respeito delas, estando em tua casa e andando por teu caminho, e ao te deitares e ao te levantares. Atá-las-ás como sinal sobre tua mão e serão por filactérios entre teus olhos. Escreve-las-ás nos umbrais de tua casa e em teus portões.
Acontecerá, se obedecerdes diligentemente Meus preceitos, que Eu vos ordeno neste dia, de amar a A-do-nai, vosso D’us, e servi-Lo com todo o vosso coração e com toda a vossa alma; então darei a chuva para vossa terra a seu tempo, a chuva precoce e a chuva tardia; colherás teu grão, teu mosto e teu azeite. Darei erva em teu campo para teu gado, e comerás e te saciarás. Guardai-vos para que vosso coração não seja seduzido e desvieis e sirvais outros deuses e vos prostreis diante deles. Pois então se inflamará contra vós a ira de A-do-nai, e Ele fechará os céus e não haverá chuva, e a terra não dará seu produto. Então perecereis rapidamente da boa Terra que A-do-nai vos dá. Portanto, colocai estas Minhas palavras sobre vosso coração e sobre vossa alma, e atá-las-eis como sinal sobre vossa mão e serão por filactérios entre vossos olhos. Ensiná-las-eis a vossos filhos, a falar a respeito delas, estando em tua casa e andando por teu caminho, e ao te deitares e ao te levantares. Escrevê-las-ás nos umbrais de tua casa e em teus portões. A fim de que se multipliquem vossos dias e os dias de vossos filhos na Terra que jurou A-do-nai a vossos antepassados dar-lhes por todo o tempo em que os Céus estiverem sobre a Terra.
Disse A-do-nai a Moshé o seguinte: "Fala aos filhos de Israel e dize-lhes que façam para si franjas nos cantos de suas vestimentas, por todas suas gerações. Prenderão na franja de cada borda um cordão azul-celeste. Serão para vós por tsitsit e os olhareis e recordareis todos os preceitos de A-do-nai, e os cumprireis; e não seguireis atrás de vosso coração e atrás de vossos olhos, por meio dos quais vos desviareis. Para que vos lembreis e cumprais todos Meus mandamentos e sejais santos para vosso D’us. Sou A-do-nai, vosso D’us, que vos tirou da terra do Egito para ser vosso D’us. Eu, A-do-nai, sou vosso D’us. Eu, A-do-nai, sou vosso D’us.
É verdade.

Extraído do livro Manual de Bênçãos. Editora Beit Chabad

Bibilografia:

Norman Lamm, The Shema, Spirituality and Law in Judaism
Rabbi Elie Munk, The Call of the Torah
Nissan Mindel, Minha Prece
Benjamin Blech, Understanding Judaism

13.6.08

Pensamento da Semana

“O ‘ontem’ é um cheque cancelado, o ‘amanhã’ é uma nota promissória e o ‘hoje’ é dinheiro vivo.
Gaste-o com sabedoria!

11.6.08

Parashá Behaalotecha


“Quando acenderes as velas do candelabro…” (Bamidbar 8:2)
“E falarás a Aaron e lhe dirás : “Quando acenderes as velas do candelabro...” Rashi comenta a relação entre as parashiot, dizendo: a parashá do acendimento das velas do candelabro continua à dos sacrifícios que deviam oferecer os príncipes das tribos na inauguração do Tabernáculo, pelo que Aaron chegou a ressentir-se, pois a sua tribo não foi incluída para oferecer e por isso o Eterno lhe anunciou: “Aaron, a tua obrigação é de maior importância que a dos príncipes das tribos”. Os comentaristas questionam este comentário de Rashi: Como se demonstra que a importância da obrigação da tribo de Aaron , de preparar tudo para acender as velas é maior que a da oferta dos sacrifícios? Acender as velas pode ser feito por um Israel não pertencente à tribo de Aaron mas apenas os preparativos para acender as velas é um privilégio da sua tribo. Encontramos também que, em Shabat todos os sacrifícios obrigatórios, como os Temidim, os Musafim supunham uma profanação das leis sabáticas mas entretanto os preparativos dos mesmos deveriam ser feitos antecipadamente, não podendo realizar-se durante o Shabat. Por outro lado, o acender das velas do candelabro do Santuário podia realizar-se em Shabat tal como também os seus preparativos, pelo que o eterno disse a Aaron: ”A tua obrigação é maior que a deles”, pois apenas podiam realizar a Mitzvá e não os preparativos. A luz na Torá tem um grande simbolismo: Pois a vela é a Miztvá e a Torá as luz” e assim como uma pequena fonte de luz pode afastar a escuridão de um pequeno espaço, também um dito da Torá pode contradizer muita ignorância. Vemos no conceito do candelabro do Tabernáculo, que os preparativos das velas chegam a ser mais importantes que o próprio acender; também encontramos essa ideia nos conhecimentos da Torá, nos quais o valor não se encontra no conhecimento em si, senão no esforço realizado para alcançá-lo e na intenção para o estudo. “Tanto aquele que alcançou muito conhecimento da Torá como aquele que não chegou a alcançá-lo. O importante encontra-se na intenção”, assim disseram os nossos Sábios. O Talmud comenta-nos sobre o mestre de Rabi Meir (Baal Hanés) Elishá Ben Abuyá “Acher” que chegou a alcançar. Como podemos entender que com tanto o conhecimento da Torá, chegasse a profanar o Shabat conscientemente em público. Ao que responde o Talmud que tudo se encontra radicado na intenção, a isto comenta: Abuyá costumava convidar os Sábios para sua casa. Um dia no entusiasmo do estudo, Abuyá viu que uma chama estava acesa nas cabeças dos Sábios e punha em perigo que se acendesse o tecto de madeira, ao que lhe advertiram que o fogo da Torá não danifica; observou então Abyuá, como a chama chegava ao tecto e não o queimava. Também se disse: Se os Sábio são capazes de produzir um fogo que não queima, então fiz-me para eles. Toda a intenção com a qual foi encaminhado Elishá por seu pai no estudo da Torá não provocou efeito na sua pessoa, senão que o converteu num armazém de livros e dados, um simples disco duro de computador.
Muitos programas de estudos se inovaram nas escolas, com uma periocidade tal que por vezes parecia que a educação se tinha convertido numa moda de roupas, cada ano surgia uma nova ideia ou renovada; parecia que não estávamos contentes com os avanços educativos dos nossos meninos. Educação ou ensino, existe uma grande diferença entre ambas as expressões. Já não existem mais centros educativos, pois os professores não se sentem responsáveis nem com direitos para educar, hoje não são só vendedores ambulantes de conhecimento, escolas de ensino, os nossos filhos sabem muito mais matérias do que nós, estudam mais matemáticas e talvez até mais história, a internet ”abriu os olhos” a muitas fontes mas na verdade acreditamos que a internet educa, a quem lhe interessa. A Mishná em Pirkei Avot disse: toda a Torá que não acompanhada de um ofício terminará por se suprimir e acarretará o pecado; uma Mishná muito querida por todos aqueles que gostam de trabalhar e não dedicam qualquer esforço ao estudo da Torá mas parece que esquecem a ordem de preferências que está escrita na Torá: o primordial é a educação, a Torá deve ser acompanhada pela necessidade mas “se esqueço a Torá para que quero a necessidade”. Rabi Moisés HaRambam exerceu a profissão de médico na Corte do Sultão do Egipto e certamente estudou e praticou muito para chegar a esse ponto mas esquecemos que muito antes já tinha alcançado os níveis mais altos de conhecimento e cumprimento da Torá, como o testemunham uma longa lista de livros e respostas, assim como a sua obra “Mishné Torá”. Não convertamos os nossos centros de educação, onde os conhecimentos e a tecnologia são primordiais, nas escolas de ensino, onde os conhecimentos e a tecnologia são os que determinam o nome do lugar. A Alemanha chegou a ser o centro das ciências, das artes, tecnologia, etc mas pelos vistos faltou-lhe o único que não tinham e os resultados tristemente mais foram conhecidos. Está certo o ditado: “Se não há pão não há Torá, já que dificilmente se pode estudar se não existe esse mínimo para poder viver mas não esqueçamos a continuação do mesmo ditado do Perek: “Se não há Torá, não há pão”, esse pão sem Torá pode converter-se em “tóxico”.


Resumo da Parashá

O Eterno disse a Moshé que conferisse a Aaron a tarefa de situar as luzes do candelabro (Menorá), de maneira que iluminassem para a frente. Hashem ordenou que os levitas se separassem para o seu serviço no Mishkan, devendo Moshé purificá-los mediante o orvalho de água pura sobre eles, passando uma navalha sobre todo o seu corpo e lavando as suas roupas. Também deviam apresentar sacrifícios. Moshé devia aproximar os levitas perante o Tabernáculo e também reunir a congregação dos Filhos de Israel para que depois Aaron os apresente perante o Povo. Assim seriam os representantes dos Bnei Israel perante o Eterno e Aaron devia consagrá-los perante Hashem. Apenas os levitas com idades compreendidas entre os trinta e os cinquenta anos de idade podiam servir enquanto que os que tinham idades compreendidas entre os vinte e cinco e trinta anos deviam preparar-se para as futuras tarefas no serviço religioso. No dia 14 de Nissan do seguinte ano depois da saída do Egipto, celebrou-se o primeiro dia de Pessach. Houve quem pudesse observá-lo nessa data por se encontrar impuro e por isso solicitaram a autorização para participarem nas ofertas pascais. Moshé consultou o Eterno, que lhe respondeu que, no mês seguinte, no dia 14 de Iyar (Pessach Sheni), quem se encontrasse impuro ou estivesse longe do Tabernáculo, devia apresentar um Korban de Pessach e comer pão ázimo (Matzá) e ervas amargas. Quando se inaugurou o Mishkan, a nuvem divina de dia cobria o lugar e durante a noite tinha aparência de fogo. Esta nuvem era um sinal para que a congregação continuasse a sua viajem. Quando a nuvem se alçava os Bnei Israel partiam e no lugar onde parava, acampavam. Hashem ordenou a Moshé que se fizessem trompetas de prata para poder anunciar com elas o começo da marcha para convocar o povo frente ao santuário, para avisar quando deveriam ir à guerra ou para proclamar os dias de grande alegria, festividades, o novo mês (Rosh Chodesh). O Povo começou a sua trajectória através do deserto sob a guia da nuvem divina, sendo a sua primeira paragem no deserto de Paran, lugar onde a nuvem pousou. Moshé pediu a seu sogro, Itro, que se aproximasse, acompanhando-os nesta travessia mas decidiu voltar a Midian. Portanto, durante a travessia do deserto o povo começou a queixar-se pela liderança de Moshé. A ira do Eterno não se fez esperar e produziu um incêndio no acampamento fazendo estragos até que Moshé orou ao Todopoderoso e o fogo se extinguiu. Um grupo de não hebreus que vieram desde o êxodo do Egipto, queixou-se novamente pela falta de carne para comer. Também reclamaram a falta de peixe, de frutas e verduras, como no Egipto. O povo apenas recebia o maná. Moshé sentiu sobre si a carga de dirigir o Povo, o que era muito pesado para uma só pessoa. O Todopoderoso indicou-lhe que reunisse setenta dos anciãos do Povo de Israel para que o ajudassem na condução da Congregação. O espírito profético pousou então sobre esses anciãos. O Eterno enviou então grandes quantidades de aves (codornizes) que caíram no acampamento e assim as pessoas recolheram-nas e muitos deles ávidos por comê-las morreram perante a ira de Hashem. Por último, nesta parashá, Miriam e Aaron falaram contra Moshé e ela foi castigada com lepra mas curou-se totalmente durante uma semana.

8.6.08

Shavuot



Começa hoje á noite, shavuot (a festa das semanas), o dia em que o Povo Judeu recebeu a Torah há 3320 anos. Desde esse dia, que se tem dedicado á sua leitura e estudo. Os dez mandamentos foram revelados e dados por Hashem.

A primeiro de Sivan, o primeiro dia do terceiro mês após o Êxodus do Egito, os Filhos de Israel chegaram ao Deserto do Sinai e acamparam perto da montanha.

Durante as poucas semanas de viagem no deserto sob a protecção Divina, com milagres diários, tais como o maná e a codorna, o miraculoso adoçamento da água, a derrota de Amalec e a travessia do Mar Vermelho, o povo judeu havia se tornado mais e mais consciente de D'us.

A fé tornava-se mais intensa a cada dia, até que atingiram um padrão de santidade, solidariedade e unidade, jamais conseguido antes ou depois por qualquer outra nação.

Moshê ascendeu ao Monte Sinai, e D'us disse-lhe as seguintes palavras: "Assim dirás à casa de Yaacov, e dirás aos Filhos de Israel: 'Vocês viram aquilo que fiz aos egípcios, e como Eu os trouxe nas asas da águia, e os trouxe até a Mim. Agora, portanto, se ouvirem de facto Minha voz, e se mantiverem a Minha aliança, então serão o Meu tesouro dentre todos os povos; pois toda a terra é Minha; e serão para Mim um reino de sacerdotes, e uma nação sagrada.'"

Moshê voltou do Sinai e chamou os anciãos do povo e transmitiu-lhes todas estas palavras de D'us. Unanimemente, com uma voz e uma só mente, o povo respondeu: "Naasê Venishmá" - "Tudo que D'us falou, assim o faremos."

Dessa forma, aceitaram totalmente a Torá, com todos seus preceitos, sem ao menos pedir uma enumeração detalhada das obrigações e deveres que nela estavam envolvidos.

Quando Israel havia se prontificado a receber a Torá, D'us falou novamente a Moshê: "Vá até o povo, e santifique-os hoje e amanhã, e deixe que lavem suas vestes, e estejam prontos no terceiro dia: pois no terceiro dia o Senhor virá à vista de todo o povo no Monte Sinai. Estabeleça limites para o povo, dizendo: Prestem atenção; não subam ao Monte, ou toquem sua borda, pois aquele que o fizer morrerá."

A Revelação no Sinai

A alvorada do terceiro dia trouxe trovões e relâmpagos que encheram o ar. Pesadas nuvens pairavam sobre a montanha, e os sons crescentes e constantes do shofar fizeram o povo estremecer com temor. Moshê levou os Filhos de Israel para fora do acampamento e colocou-os ao pé do Monte Sinai, que estava todo coberto por fumaça e trepidações, pois D'us tinha descido sobre ele, em fogo.

O toque do shofar intensificou-se, mas de repente todos os sons cessaram, e seguiu-se um silêncio absoluto; então D'us proclamou os Dez Mandamentos desta forma:

1 - "Eu sou o Senhor teu D'us, que te tirei da terra do Egipto, da casa dos escravos.

2 - "Não terás outros deuses diante de Mim. Não farás para ti imagem de escultura, figura alguma do que há em cima, nos céus, e abaixo na terra, ou nas águas, abaixo da terra. Não te prostrarás diante deles, nem os servirá, pois sou o Eterno, teu D'us, D'us zeloso, que visita a iniquidade dos pais aos filhos sobre terceiras e quartas gerações aos que me aborrecem; e mostrarei misericórdia até mil gerações daqueles que Me amam e guardam os Meus mandamentos.

3 - "Não jurarás em nome do Eterno, teu D'us, em vão; porque não livrará o Eterno ao que jurar o Seu nome em vão.

4 - "Lembra-te do dia de Shabat para santificá-lo. Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra. E o sétimo é o Shabat do Eterno, teu D'us, e não farás nenhuma obra, tu, o teu filho, a tua filha, o teu servo, a tua serva, o teu animal, e o teu peregrino que estiver nas tuas cidades; pois em seis dias o Senhor fez os céus e a terra, o mar, e tudo o que há neles, e repousou no sétimo dia; portanto, abençoou o Eterno o dia de Shabat e o santificou.

5 - "Honra o teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias sobre a terra que o Eterno, teu D'us, te dá.

6 - "Não matarás.

7 - "Não cometerás adultério.

8 - "Não furtarás.

9 - "Não levantarás falso testemunho contra o teu próximo.

10 - "Não cobiçarás a casa do teu próximo; não cobiçarás a mulher do teu próximo, e o seu servo, ou a sua serva, e o seu boi, e o seu asno, e tudo que seja do teu próximo.


Moshê recebe a Torá


Todo o povo ouviu as palavras de D'us, e ficaram assustados.

Imploraram a Moshê para ser o intermediário entre D'us e eles, pois se o próprio D'us continuasse a dar-lhes toda a Torá, certamente morreriam. Moshê disse-lhes para não terem medo, pois D'us revelara-Se a eles para que O temessem e não pecassem.

Então D'us pediu a Moshê para subir a montanha; pois apenas ele era capaz de ficar na presença de D'us. Lá Moshê receberia as duas tábuas contendo os Dez Mandamentos e a Torá completa, para ensiná-los aos Filhos de Israel.

Moshê subiu a montanha e lá permaneceu por quarenta dias e quarenta noites, sem comer ou dormir, pois havia se tornado semelhante a um anjo. Durante este tempo, D'us revelou a Moshê toda a Torá, com todas as suas leis e as suas interpretações.

Finalmente, D'us deu a Moshê as duas Tábuas do Testemunho, feitas de pedra, contendo os Dez Mandamentos, escritos pelo próprio D'us.

7.6.08

As forças Armadas de Israel

Hatikva

Hino de Israel

http://www.youtube.com/watch?v=_IuHgBQcbKs&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=z_XIfd4wpp8&feature=related

IAF Israeli Air Force fly over Auschwitz

Força Aérea de Israel sobrevoa Auschwitz

http://www.youtube.com/watch?v=lfv3jsLGzL0

Militares femininas de Israel

http://www.youtube.com/watch?v=kVz6d24Q52c&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=EfaCUCy817s&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=5kcHSdwKv-0&feature=related

IDF - Israeli infantry units - Golani Givati Nahal

Unidades de infantaria - Golani Givati Nahal

http://www.youtube.com/watch?v=oE8hnihxnZI&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=39Fwe00oVFM&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=ukZ15DVG46o&feature=related

IAF

Força Aérea Israelita

http://www.youtube.com/watch?v=EAcMpH_Z6OQ&feature=related

History - Entebbe Operation (1976)

Operação em Entebe (1976)

http://www.youtube.com/watch?v=s3dEX4yYXts&feature=related

Lebanon War

Guerra do Líbano

http://www.youtube.com/watch?v=EUh259Xpa9M&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=JLd9M9VqTPM&feature=related

second Lebanon war (sirene)

Sirene de ataque aéreo

http://www.youtube.com/watch?v=BnhTzQ7wEt8&feature=related

Second Lebanon War (funerais) – Yizkor

Funerais na segunda guerra do Libano

http://www.youtube.com/watch?v=gC1MQTBKd7c&feature=related

Special Soldiers of the I.D.F. # 2

Soldados especiais do Exercito de Defesa de Israel

http://www.youtube.com/watch?v=AopGWRbZMpA&feature=related

5.6.08

Porção Semanal: Nassô

Bamidbar 1:21 - 7:89

Nassô prossegue delineando as tarefas e responsabilidades das três famílias levitas - Gershon e Merari na porção desta semana, Kehat na semana passada - e contando todos os levitas que estavam em idade de servir no Mishcan.
Depois que D'us ordenou a Moshê para purificar o acampamento afim de ser um lar merecedor da Presença Divina, a Torá descreve o processo a ser cumprido com uma sotá, uma esposa que foi advertida pelo marido a não ficar sozinha com outro homem, e mais tarde foi surpreendida fazendo-o, dando ao marido um bom motivo para suspeitar de adultério. Ela é levada ao Cohen no Templo Sagrado e, caso não admita a sua culpa, recebe água amarga sagrada para beber, o que levará a um destes dois resultados: ou as águas estabelecerão a sua inocência, removendo a dúvida do seu relacionamento com o marido e abençoando-a com filhos, ou as águas provarão a sua culpa por uma morte miraculosa e grotesca.
A Torá então descreve as leis do nazir, uma pessoa que aceitou voluntariamente adoptar um estado especial de santidade, geralmente por trinta dias, abstendo-se de comer ou beber qualquer derivado de uva, cortar o cabelo, e de contaminar-se através do contacto com o corpo de alguém que morreu. Após relatar as bênçãos pelas quais os Cohanim abençoarão o povo, a porção da Torá conclui com uma longa lista das oferendas trazidas pelos doze líderes das tribos durante a dedicação do Mishcan para uso regular. Cada príncipe faz uma oferenda comunal para ajudar a transportar o Mishcan, bem como doações idênticas de ouro, prata, animais e alimentos.


Mensagem da Parashá

"Os itens sagrados de um homem devem ser seus" (Bamidbar 5:10)
Existiu certa vez um homem muito trabalhador que estava a passar por dificuldades financeiras. Incapaz de ganhar dinheiro suficiente para sustentar a família, decidiu fazer uma longa viagem de negócios a um país distante, na esperança de conseguir alguma coisa. Ao chegar, logo envolveu-se na venda de laticínios. O leite dava um bom lucro, pois era escasso naquele país, e ele logo tornou-se próspero.
Quando, após muitos anos, ficou satisfeito com a fortuna que havia amealhado e que proveria confortavelmente as necessidades da sua família pelo resto da vida, preparou-se para voltar para casa com os seus bens recém-adquiridos. Entretanto, raciocinando que poderia também vender o leite na sua terra, decidiu não transportar os seus baús repletos de moedas de ouro e prata, e em vez disso comprou muitos barris de leite. Carregou-os prontamente no seu navio, esperando que pudesse aumentar ainda mais os seus lucros.
No último instante, pouco antes de o navio levantar velas, um mercador vendendo diamantes e pedras preciosas por um preço extraordinariamente baixo aproximou-se dele. Usando todos os métodos de persuasão de que podia dispor, o mercador finalmente convenceu o homem a trocar uma pequena quantidade do seu valioso leite por algumas das pedras, que embora preciosas, não custavam muito.
Após vários dias de viagem, finalmente o homem chegou ao seu porto natal. A sua família lá estava para saudá-lo entusiasticamente, ansiosa para descobrir que tesouros ele havia juntado durante os longos anos de separação. Quando começaram a descarregar as centenas de baús de mercadoria, foram imediatamente dominados por um cheiro avassalador.
Logo ficou claro que milhares de galões de leite haviam-se estragado durante a longa viagem. Frustrada pelos muitos anos de separação e incapaz de acreditar na estupidez do marido, a sua esposa começou a chorar amargamente. "Como pode investir todas as suas economias em leite, algo que qualquer um aqui vende por um preço irrisório. Deveria ter comprado baús de pedras preciosas por um preço baixo, e vendê-los aqui por milhões. Como vai sustentar-nos agora?!" Percebendo o seu erro crasso, o homem não pôde responder. Finalmente lembrou-se que, no último minuto, comprara umas poucas caixas de pedras preciosas, e usou-as para sustentar a família por algum tempo.
Assim é a vida do homem. Chegamos a este mundo por um tempo breve, pensando que reteremos enormes lucros ao investir nos seus muitos prazeres efêmeros. A comida e a bebida custam pouco; a glória, a honra e o prazer esperam-nos a cada esquina. Não prezamos os valiosos diamantes e pedras preciosas, a Torá e mitsvot, que aqui podem ser adquiridas por tão pouco. E quando chega a nossa hora de deixar este mundo, tudo o que temos para levar connosco são os nossos prazeres e diversões - o nosso leite estragado.
É claro que juntamos algumas poucas pedras preciosas durante estes anos, mas o nosso coração anseia pelas muitas oportunidades perdidas, quando poderíamos ter ganhado milhões e preparado para nós um lugar maravilhoso no verdadeiro mundo, o Mundo Vindouro.
Com esta parábola, o Chefetz Chaim explica homileticamente o versículo acima na Porção desta semana da Torá. Não o dinheiro e não a nossa fama - apenas as mitsvot que cumprimos e a Torá que estudamos são realmente nossas, para levar connosco.



Versículo 5:3
"O cohen dissolverá [a escrita] nas águas amargas"
Disse D'us: Que meu nome seja apagado pela água, se for para trazer paz entre marido e mulher. (Sifri)
"... e ele salta sobre mim com amor" (Cântico dos Cânticos 2:4) - Imenso é o amor de D'us por Israel; Ele tolera amorosamente os estudantes que tropeçam sobre as páginas dos escritos sagrados..." (Midrash)


Prioridades Celestiais
Um chassid escreveu certa vez ao Rabi Anterior, Rabi Yossef Yitschac Schneerson:
Na sinagoga onde rezo, há indivíduos completamente desalinhados com o espírito do chassidismo. Portanto, cessei a minha actividade de revisar os discursos de ensinamentos chassídicos naquele local. Seria correcto desperdiçar com pessoas assim os sagrados ensinamentos do chassidismo?
O Rebe replicou numa carta datada de 2 de Iyar de 5695 (5 de maio de 1935):
Rabi Pinchas de Kotitz estava entre os mais destacados discípulos de Rabi Yisrael Báal Shem Tov, e companhia constante do seu sucessor, Rabi Dovber de Mezeritch. Rabi Pinchas era da opinião que a distinção e exclusividade dos ensinamentos do chassidismo deveriam ser salvaguardados. Ele acreditava que estes ensinamentos não deveriam ser publicados, e somente compartilhados com uns poucos escolhidos. Opunha-se especialmente àqueles que transcreviam os ensinamentos de Rabi Dovber e permitiam que cópias fossem feitas.
Certa vez, quando Rabi Pinchas estava em Mezeritch, encontrou uma dessas transcrições num depósito de lixo. Esta visão causou-lhe grande sofrimento. Rabi Shneur Zalman de Liadi também estava em Mezeritch na época, e sabia da intolerância de Rabi Pinchas com a publicação indiscriminada de chassidut. Desejando aplacar a ajusta indignação do outro, começou a falar em metáforas:
"Houve certa vez um poderoso rei que tinha um único filho. Desejando que o seu filho crescesse em sabedoria e força, enviou-o para explorar terras distantes e ilhas perdidas. Lá, o príncipe poderia estudar a natureza de plantas e animais estrangeiros, e desbravar áreas perigosas para capturar animais selvagens e pássaros exóticos.
"Certo dia, chegou ao palácio a notícia de que o filho do rei, que estava então numa ilha distante, ficou gravemente doente e os médicos eram incapazes de encontrar a cura para a sua moléstia. O rei ordenou que fosse emitida uma convocação por todo o reino: qualquer pessoa que tivesse conhecimento de medicina ou que pudesse propor a cura para a doença do príncipe deveria ir ao palácio real.
"Todos os grandes médicos e todos os eruditos de renome ficaram em silêncio; pois não conheciam remédio ou cura para a doença do príncipe.
"Certo dia, apareceu um homem que contou ao rei que conhecia um remédio comprovado para a doença do príncipe. Entretanto, este remédio poderia ser encontrado apenas em uma pedra extremamente rara e preciosa. Deveriam encontrar a pedra, moê-la bem fino e misturá-la com um vinho fino, dando-a ao príncipe para beber, o que o curaria.
"O rei ordenou que todos os gemologistas do país se reunissem e fizessem uma busca completa nos tesouros reais para encontrar a pedra descrita pelo homem. Após inspecionar todas as gemas do rei, os especialistas finalmente descobriram uma pedra que combinava com a descrição do homem. Entretanto, a gema que encontraram era a pedra central da coroa real!
"A princípio, ficaram alegres por descobrir a gema, mas logo perceberam que ao remover a pedra da coroa - a própria coroa com a qual o rei era coroado - toda sua glória se esvaneceria, ficaram extremamente desgostosos. Apesar disso, foram obrigados a informar ao rei que a pedra havia sido encontrada.
"O rei ficou muito feliz. Ordenou que a pedra fosse extraída, moída até transformar-se em pó bem fino, e que a poção para o seu filho fosse preparada sem perda de tempo.
"Mas naquele momento, terríveis novas chegaram ao palácio real: a condição do príncipe havia-se deteriorado tanto que os seus lábios estavam selados. Estava tão doente que não conseguia pôr nada, nem mesmo líquidos, na boca. Os especialistas e eruditos reunidos no palácio estavam certos de que, sob estas circunstâncias, o rei certamente ordenaria que a pedra não fosse moída, para que o esplendor da coroa real pudesse ser preservado.
"Quão surpresos ficaram ao ouvir o rei instruindo-os a apressar-se e esmagar a gema e a preparar a poção o mais rápido possível, e despejá-la dentro da boca do príncipe. 'Moam, derramem, desperdicem toda a pedra,' disse o rei, 'quem sabe, talvez uma única gota possa entrar na boca do meu filho e ele será curado.'
"Os ministros do rei ficaram pasmos com a decisão do soberano, e suplicaram-lhe: enquanto o príncipe era passível de cura, valia a pena destruir a pedra; mas agora, quando a sua condição é tão grave que mesmo a capacidade de engolir foi prejudicada, porque arruinar a gloriosa coroa do rei, a coroa pela qual ele assumira o trono?
"O rei replicou aos ministros: 'Se, D'us não permitir, o meu filho viver, quem precisa da coroa? E se ele recuperar, a coroa destruída será a minha maior glória. Isso provará a lealdade do meu único filho, que arriscou a vida para cumprir a minha vontade e a aumentou em bravura e sabedoria...'"

2.6.08

Yom Yerushalayim


O dia de Jerusalém é celebrado anualmente no dia 28 de Iyar - em 2008, no dia 2 de junho.
De acordo com o Plano de Partilha da ONU de 1948, Jerusalém seria uma cidade internacional, mas durante a Guerra israelo-árabe de 1948, o controle da cidade foi dividida entre Israel e Jordânia.
Jerusalém Oriental foi tomada por Israel em 1967, como resultado da Guerra dos Seis Dias. No dia 12 de Março de 1968, o governo israelita proclamou o dia 28 de iyar como feriado do Dia de Jerusalém. Em 23 de Março de 1998, o Knesset aprovou a Lei do Dia de Jerusalém como um feriado nacional israelita.


"Jerusalém não foi dividida entre as tribos de Israel" (Talmud, Iomah 12a)


Assista ao vídeo com testemunhos dos que estiveram presentes em Jerusalém no momento da sua reunificação www.bamah.org/merkaz/jomer_on_line/reunificacion.wmv