14.12.08

A verdade esteve oculta

A igreja na Península Ibérica andou séculos a esconder-nos a verdade de factos horrendos praticados durante séculos. Como estamos em democracia deste há umas décadas era muito natural, que esses factos começassem a ser investigados, comprovados e publicados. Por algum motivo a doutrina do cristianismo e a sua instituição, a Igreja, sempre afirmaram, que ser-se JUDEU era sinónimo de gente que não se pode confiar, avarentos e outros tantos adjectivos. E até no campo evangélico e das testemunhas de jeova, que também são cristãos, produziram a teoria de que são os verdadeiros judeus, como se as tábuas da lei e os seus mandamentos fossem entregues aos Cristãos e não a Moisés no Sinai. Relembro, que o Judaísmo é a religião mais antiga do mundo com 5769 anos de existência e o Cristianismo só tem 2008 anos. Enfim, sempre na tentativa de denegrir a palavra JUDEU, desinformando as pessoas e acima de tudo colocando-se num lugar, que não é o seu. Muitas investigações se têm efectuado e historiadores envolvidos. Actualmente o DNA é a tese mais credível, quanto á origem dos cromossomas e o seu trajecto. Como a verdade sempre vem ao de cima, trago-vos este artigo resumido, para tirarem as vossas conclusões e entenderem o porquê de muitas pessoas em Portugal andarem a vasculhar o passado familiar e muitas delas terem o sentimento que nas suas artérias, veias e vasos corre também sangue JUDEU.

Sangue Judeu corre nos Ibéricos

Por Shelomo Alfassa

No passado dia 5 de Dezembro, o jornal New York Times publicou um artigo, em que atesta, que 20% da população da Península Ibérica ( actualmente Portugal e Espanha) têm ancestrais judeus sefarditas e 11% ancestrais muçulmanos. Para aqueles familiarizados com a história negra na Península (Inquisição) estes dados não são nenhuma novidade. Para entender a história dos judeus sefarditas é necessário entender o porquê dos resultados genéticos levarem aquelas percentagens. Os judeus entraram na Península, num local, hoje Espanha vindos de barco da Terra Santa juntamente com os Fenícios e mais tarde com os Gregos. Os Fenícios e os Gregos lançaram-se ao mar para venderem e comprarem mercadorias (negócio mercantil), entre o século 8 e o 5. É bem provável, que os seus barcos também transportassem Ioudaios (Judeus). Os Gregos fundaram centros de negócios na Ibéria em pelo menos uma cidade, entre os séculos 8 e 7. Nestas cidades helenísticas, os judeus seriam uma população muito grande. Antes da língua espanhol nascer ou antes da Igreja católica aparecer na península, os Judeus já lá se encontravam. Os judeus viviam oprimidos pelas constantes sociedades dominantes, incluindo os Romanos, tribos germânicas ( Vândalos, Visigodos e outros), tribos islâmicas Árabes e Barbers e eventualmente, reis católicos ( os ancestrais da moderna monarquia espanhola).
Os Judeus em Espanha, antes da expulsão de 1492, eram pessoas de sucesso, muitos parte da aristocracia do País. Podemos comparar os judeus espanhóis de 1340 e a sua influência vital nas cidades espanholas aos judeus de Nova Iorque de 1940; o mesmo se pode dizer dos judeus de Bagdad no mesmo ano. Estavam na justiça e na política, á cabeça de governos, tinha poder legislativo e poder de influência na infraestrutura comunal. Como os judeus de Bagdad e Nova iorque de 1940, a comunidade judia em Espanha, 600 anos antes tinham pessoas muito ricas e com poder, ambos no sector privado bem como governamental. Os eventos, que levaram os judeus á sua expulsão em 1492-1497 estão escritos no livro dos dias mais negros do povo judeu; desde a destruição de Jerusalém e antes do holocausto, este período foi o pior para o povo judeu. Os judeus viviam entre a expulsão, a conversão ao cristianismo e outros sentenciados á prisão perpétua ou á morte, por asfixação (forca) ou queimados vivos. Incendiando ou pilhando e destruindo as casas dos judeus, propriedades, armazéns, edifícios comunitários e sinagogas foi comum por séculos. Estes ataques foram promovidos pelo clérigo católico, que incentivavam estes actos contra os judeus. Por não poderem praticar livremente a religião judaica, muitos judeus saíram, outros converteram-se ao cristianismo, durante a após o período da inquisição. Cerca de 50.000 ou mais pensa-se terem-se convertido em Barcelona, em 1391, cidade, que há umas centenas de anos era o centro de toda a diáspora do Oriente. Segundo o historiador de Oxford Cecil Roth, comunidades inteiras lideradas pelos seus rabinos se converteram ao cristianismo, para fugirem á punição física e na confiscação dos seus bens.
Em PORTUGAL, Roth indicou, que os judeus seriam tantos, que a palavra “português “ era sinónimo de judeu. Roth em 1930 afirmou, que provavelmente e na sociedade espanhola, todos teriam alguma gota de sangue judeu. A conversão de judeus (e muçulmanos) ao cristianismo, séculos de violação e casamentos mistos certamente os genes se misturaram. Nos sefaraditas, os genes de indivíduos têm vindo a ser investigados. O resultado até ao momento, aponta que 20% da população da Península Ibérica tem antepassados sefaraditas, o que não é uma surpresa. Sefaraditas e askenazis eram geograficamente e religiosamente populações separadas com doenças genéticas e condições médicas diferentes. Através do teste de cromossomas e exame do DNA micocondrial podemos definir quem é sefaradita e quem é askenazi. Os judeus sefaraditas são o segundo grupo maioritário na população judaica no mundo depois dos askenazis, que são originários do Centro e Leste europeu. Os sefaraditas têm a sua raiz histórica em Espanha, Portugal, bem como das migrações do norte de África. Desenvolveram e partilham relacionamentos baseados em tradições religiosas, ideais colectivos e etnicidade. Habitam por todo o mundo com grande número de pessoas na América do norte e sul, bem como, França, turquia e Israel. Pequenos grupos também na Holanda, Reino Unido e Balcãs.