Pelo que lutavam os Macabeus?
Amanhã acenderemos a última vela de hanuka, a oitava, ao entardecer, dia 28 de dezembro.
Pelo que lutavam os Macabeus?
Os Judeus não lutaram contra os gregos por independência política, e Hánuca não pode ser entendida como uma versão antiga da guerra entre Israel e os árabes. Hánuca comemora uma batalha religiosa.
Os gregos eram governantes benevolentes, trazendo a civilização e o progresso a todos os lugares que conquistavam. Eram ecuménicos e tolerantes e até criaram um panteão de deuses, no qual aceitavam incluir os deuses dos seus conquistados. A sua única exigência era a aculturação dos conquistados dentro do caldeirão da cultura, civilização e religião gregas.
A comunidade Judaica estava dividida em relação a esta proposta. Alguns acreditavam ser a assimilação positiva, uma influência modernizante, e deram as boas-vindas à sua liberação do paroquialismo Judaico. Se opondo a isto e liderados por Yehuda, o Macabeu, havia um pequeno grupo preparado para lutar e morrer para preservar o verdadeiro Judaísmo (o nome “Macabeu” é um acrónimo, em hebraico, do versículo bíblico “Quem é como o Senhor entre os outros deuses, ó Todo-Poderoso?”).
Não foi uma guerra por princípios abstratos de tolerância religiosa. Foi uma batalha contra a assimilação, lutada por pessoas para quem a Torá era a sua vida e a sua inspiração. Estaríamos nós com os Macabeus ou iríamos, também, ter pensado que a assimilação era o caminho para o futuro? Será que lutaríamos hoje pelo Judaísmo, prontos para morrer pelo estudo da Torá e pelo cumprimento do Shabat?
Enfrentamos hoje uma crise de identidade tão séria como aquela confrontada há 2.500 anos atrás. Será que atravessaremos este século como uma comunidade religiosa ou meramente como um ‘tempêro’ no grande Caldeirão Ocidental? Hánuca chama-nos ao combate à assimilação e à luta pela nossa herança e valores.
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