5.8.08

Salvar uma simples vida…

“salvar uma simples vida é como salvar o mundo inteiro”

By Esther Solomon
Haaretz


Até à passada semana, Dalton António Domingos, uma criança do sexo masculino de três anos de idade, natural e residente am Angola, não tinha qualquer hipótese de futuro. Esta criança e os pais vivem numa área muito pobre, sendo o seu pai um condutor de camiões e a sua mãe uma doméstica a dias.
Dalton nasceu com um problema congenital-cardíaco e no seu país – Angola, não há condições médicas de qualquer tipo para o seu tratamento. Felizmente, uma instituição de caridade Israelita –Save a Child´s Heart – ofereceu-se para o tratar e salvar, pois os pais não tinham condições financeiras para o fazerem.
A semana passada tornou-se a primeira criança angolana num total de 2000 crianças já tratadas naquele centro médico, o Wolfson Medical Centre, em Holon, como parte do trabalho realizado pela organização de caridade SACH – Save a Child Heart.

Esta organização é israelita e o seu projecto humanitário é internacional para este tipo de problema – doença congenital cardíaca, especialmente nos países sub-desenvolvidos. Esta instituição já levou para o Centro Médico Wolfson, em Holon, crianças de vários países do mundo - Caraíbas, Equador, China, Vietnam, Russia, Ukrania, Etiópia, Zanzibar, Congo e do Médio Oriente.

A história de Dalton foi um pouco diferente de todas as outras. SACH não tinha elementos seus no território angolano para examinar as crianças, nem contacto com Angola ou governo angolano. Uma empresa israelita – LR, que se dedica á área comercial e agrícola e que dá assistência a projectos de reabilitação da sociedade angolana, contactou a SACH. A organização LR pagou as passagens aéreas para Israel e regresso a Angola bem como os tratamentos de três crianças angolanas, entre as quais o Dalton era o caso mais grave.
Cardiologistas israelitas bem como o embaixador de Angola, em Israel, esperavam pelo vôo vindo de Angola, no aeroporto Ben Gurion, em Tel Aviv, sem saberem exactamente em que condições de saúde, as crianças iriam chegar.

Quando Dalton chegou, acompanhado pela sua mãe, a criança não conseguia colocar-se de pé e a sua mãe teve de o transportar ao colo. Os doutores verificaram, que ele tinha de ser transportado de imediato para o hospital. Após algumas horas de tratamento e alguma medicação específica, Dalton recompunha-se. O pessoal hospitalar apercebeu-se, que a criança era brincalhona, energética e até atrevida.
No hospital as crianças angolanas e as respectivas mães foram ajudadas por um intérprete fluente em Português. A maior parte da infância destas crianças foi dispêndio em hospitais.
As crianças irão permanecer em Israel por um mês, após a operação, afim de recuperarem e só então, regressarão a Angola. O acompanhamento pós-operatório é mínimo.
No princípio deste ano, duas crianças de Gaza (pacientes da SACH) foram badaladas na imprensa, porque as autoridades israelitas proibiram os pais de as acompanharem. As câmaras de televisão de vários países distribuíram imagens de Ahmed Samut de dois anos e meio de idade de khan yunis e de Sausan Jaafari de Rafah de nove anos e meio de idade, quando estas atravessavam a fronteira sózinhas, forçadas de se separarem dos pais – questões de segurança. Só um tio de uma das crianças foi autorizado a acompanhá-las. Este incidente foi especialmente enfatizado, porque SACH se dedica muito em assistir as crianças residentes nas áreas controladas pela Autoridade Palestina.

Uma operação efectuada no ano de 2007 ficou muito conhecida por ter envolvido uma equipa de cirurgiões israelitas e americanos, anestesistas palestinos e médicos chineses e moldavos. Foi uma criança de dois anos e meio da aldeia de Bidya –West Bank- cuja operação foi de coração aberto.

SACH, desde o ano de 1996, que semanalmente efectua operações, em cardiologia, especialmente a crianças de Gaza e West Bank no Wolfson Medical Centre. Cerca de 45% de todas as operações foram executadas a crianças da Autoridade Palestina, juntamente com as da Jordânia e do Iraque.

No caso de Dalton os esforços da SACH certamente tiveram um efeito positivo da imagem de Israel, pois no caso de Dalton, a sua mãe nunca tinha ouvido falar de uma nação chamada Israel. A instituição SACH tem a esperança de poder de organizar uma deslocação a Angola, afim de estudar a possibilidade de colocar no terreno uma clínica para crianças com problemas cardíacos, tratá-las e recomendá-las a serem operadas em Israel.

SACH demonstra através do seu trabalho a atitude ética Judaica –“salvar uma simples vida é como salvar o mundo inteiro”.

Esta afirmação tem sido muito mal usada e abusada por certos grupos de movimentos, mas no caso da SACH é inteiramente justificada.