Porção Semanal da Torá: Shabat no 7o. dia de Pessach
A leitura da Torá para este Shabat está em Shemót 13:17-15:26. Ela conta-nos sobre como os egípcios mudaram de ideia em relação a permitir a saída dos Judeus, perseguindo-os até as margens do Mar Vermelho. Depois relata sobre a abertura do Mar Vermelho, o afogamento dos egípcios, a salvação do Povo Judeu e o cântico de alegria e agradecimento ao Todo-Poderoso. Também lemos Shir Hashirim, o Cântico dos Cânticos, que descreve metaforicamente a união entre D’us e o Povo Judeu. No último dia de Pessach, domingo, lemos Devarim 14:22-16:17, que relata sobre o segundo dízimo, o perdão de dívidas no ano sabático, como ajudar os carentes e os detalhes sobre as Três Festas de Peregrinação – Pessach, Shavuót e Sucót – quando todo o Povo Judeu vinha celebrá-las no Templo Sagrado, em Jerusalém.
Também no domingo se reza o Yzkor, a oração em memória de parentes falecidos.
Dvar Torá:
A Torá declara em relação à abertura do Mar Vermelho: “O Povo de Israel caminhou no meio do mar sobre solo seco. A água formou uma muralha para eles, tanto do lado direito como do esquerdo (Shemót 14:22)”. Sete versículos para frente, a Torá declara: “O Povo Judeu andou em solo seco no meio do mar. A água era como uma parede para eles, à sua direita e à sua esquerda”. Por que da mudança no relato do que aconteceu (‘no meio do mar sobre solo seco’ e depois ‘em solo seco no meio do mar’)? E por que no primeiro relato a palavra homá (parede) é soletrada com a letra hebraica ‘vav’ e no segundo trecho é soletrada sem a letra ‘vav’? (Fazemos esta pergunta porque existe um significado e um motivo para cada letra e palavra na Torá). O Gaón de Vilna, Rabino Eliáhu Kramer (Lituânia, 1720-1797), explicou que havia dois grupos de pessoas entre os Judeus que cruzaram o Mar Vermelho: o primeiro confiou totalmente no Todo-Poderoso, pulou para dentro do mar e descobriram-se andando sobre terra seca. O outro grupo já não tinha este nível tão alto de fé no Criador – mesmo após terem testemunhado as 10 pragas que afligiram os egípcios e todos os milagres que acompanharam o êxodo do Egipto. Este segundo grupo esperou até que viram o solo seco e só aí ‘andaram no meio do mar’. As evidências para esta interpretação, explicou o Gaón de Vilna, podem ser encontradas no soletrar da palavra hebraica homá (parede, muralha). Embora esta palavra possa ser escrita e pronunciada igualmente com ou sem a letra ‘vav’, sem a letra ‘vav’ ela pode ser pronunciada como homá (parede, muralha) ou hemá (fúria). Portanto, este segundo versículo nos indica a ira de D’us em relação ao segundo grupo, que demonstrou um nível inferior de fé no Todo-Poderoso, uma falta de confiança Nele.
A nossa lição:
1) Perceber que na Torá tudo é exacto e tem um motivo. Todos os assuntos são profundos e precisam ser estudados para tirarmos lições para a vida;
2) Devemos nos esforçar para desenvolver a nossa fé no Todo-Poderoso na nossa vida diária.
Estes próximos dias de Sefirat HaÓmer são um período ideal para conseguirmos isto! Boa sorte!
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