3.1.08

Porção Semanal: Vaera


Bereshit 47:28 - 49:26

A parashá começa com D’us afirmando a Moshê que redimirá o povo judeu da escravidão e o conduzirá a liberdade, a Terra que prometeu a Avraham, Yistchac e Yaacov por herança. D’us incumbiu Moshê e Aharon de irem ao encontro do faraó e pedir que liberte o povo de Israel.

Instruiu-os a realizar um milagre, caso o faraó quisesse colocá-los à prova, de tomar a vara e atirá-la para que se transformasse em serpente. E procederam conforme as Suas instruções. O faraó chamou os seus sábios e feiticeiros e pediu que fizessem o mesmo através das suas magias. Mas a vara de Aharon tragou todas as outras varas enfurecendo o faraó e endurecendo o seu coração, não permitindo o povo judeu partir. Iniciam-se então as dez pragas do Egipto.

A primeira transformou as águas do Nilo em sangue, causando mal cheiro, morte dos peixes e impossibilitando os egípcios de beber dos seus mananciais. Cada vez que o faraó recusava-se em libertar o povo judeu do Egipto, D’us enviava uma nova praga. Desta forma sucederam-se as pragas enviadas "com mão forte e braço estendido" de D’us, sobre o Egipto: após o sangue, as rãs, os piolhos, animais selvagens, cobras, escorpiões e serpentes, a peste, a sarna, chuva de granizo (gelo e fogo), a cada praga o faraó declarava que se a mesma se extinguisse, deixaria o povo partir. Mas novamente, assim que Moshê rezava para D’us para que parasse de ferir os egipcios, novamente o faraó mudava de idéia não permitindo ao povo partir.

Mensagem da Parashá

Nessa porção semanal lemos sobre os nossos grandes líderes, Moshê e o seu irmão Aharon. Os comentaristas notam que Moshê e Aharon permaneceram resolutos e dedicados na sua missão, do começo ao fim. Há um comentário muito difícil de se compreender: "Que outra coisa era de se esperar de tão grandes homens?"

Talvez a intenção aqui seja dar-nos uma lição muito significativa. Muitos líderes de grandes causas iniciam as suas actividades com muito ardor, sinceridade e devoção. Com o decorrer do tempo, impressionados com a própria grandeza da sua posição, alteram a sua atitude e começam a mudar a sua sinceridade original; eles são os líderes que ninguém se atreve a atravessar no caminho ou sequer ousa duvidar da sua autoridade. Isso ocorreu com os líderes dos maiores impérios e repúblicas, e também infelizmente, com lideranças da história judaica.

O Rei Shaul (Saul) começou a sua carreira com humildade, mas no fim tornou-se um homem diferente que esqueceu da dedicação dos seus antepassados. Com muita frequência encontramos nos nossos dias homens e mulheres que começaram a trilhar um caminho com tremenda devoção e idealismo e que continuaram dirigindo as rédeas do poder com arrogância e orgulho.

Os comentaristas informam-nos, que isso não ocorreu com Moshê e Aharon. Permaneceram fiéis, justos e devotos do começo ao fim; o poder não lhes subiu à cabeça. Eram verdadeiros homens de D’us, homens dignos de liderança. Que possamos aprender do seu exemplo.

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Porção Semanal da Torá:

Vaerá Shemót (Êxodus) 06:02 - 09:35

Aqui começa o relato das Dez Pragas que D’us mandou sobre o Egito, não só para libertar o Povo Judeu da escravidão, mas para mostrar ao mundo que Ele é o D’us de toda a criação e da História. As primeiras nove pragas costumam ser separadas em 3 grupos:

1) A água transforma-se em sangue, Rãs e Piolhos; 2) Feras Selvagens, Pestes/Epidemias e Furúnculos; 3) Granizo, Gafanhotos e Escuridão.

O Rabino Samson Raphael Hirsch, um grande sábio que viveu na Alemanha (1808-1888), explicou que estas punições contra os egípcios foram ‘medida por medida’, como conseqüência de terem afligido o Povo Judeu com a escravidão. A primeira praga de cada grupo reduziu os egípcios, na sua própria terra, à insegurança que sentem os estrangeiros fora de casa. A segunda praga de cada grupo tirou-lhes o orgulho, posses e o seu sentimento de superioridade. A terceira praga de cada grupo impôs-lhes sofrimentos físicos.

Dvar Torá: baseado no livro Growth Through Torah, do Rabino Zelig Pliskin

A Torá declara: “O Faraó mandou chamar Moshe e o seu irmão Aharon e disse: ‘Eu pequei desta vez. O Todo-Poderoso é justo. Eu e o meu povo somos perversos... Vou deixá-los partir’.”

Entretanto, pouco depois, o Faraó recusou-se a deixá-los ir. Porque ele mudou de opinião depois que a pressão da praga foi removida? O Rabino Natan Tzvi Finkel (Lituânia, 1849-1927) explicou que o Faraó encarava o sofrimento como uma punição. Foi por isso que ele disse: ‘O Todo-Poderoso é um juiz justo e a Sua punição é correcta uma vez que agi com perversidade’.

A realidade é que existe um forte elemento de bondade no sofrimento que o Todo-Poderoso nos envia. Em parte é uma mensagem divina informando que temos algo a melhorar. O objectivo do sofrimento é motivar a pessoa a melhorar o seu comportamento. Já o Faraó via o sofrimento apenas como uma punição. Portanto, logo que a punição cessou, ele mudou de idéia e recusou-se a deixar os Judeus partirem.

A nossa lição: Tomemos o sofrimento como um meio de nos elevarmos e procuremos encontrar significado nele. Tentemos aceitá-lo com amor e reconhecimento. Sempre que nos encontrarmos numa situação destas, perguntemo-nos: “Como posso usar este sofrimento como uma ferramenta para o meu aperfeiçoamento pessoal?”