30.12.07

...sempre atentos e conscientes.

Uma boa semana! Há algum tempo atrás, li uma história surpreendente, publicada na revista Jewish Observer. Um Rabino em Dallas, Texas, recebeu um telefonema de um homem que queria fazer uma contribuição para a sua sinagoga (Esta não é a parte surpreendente a que me referi...). Eles encontraram-se. O Rabino levou o homem para conhecer as dependências da sinagoga e contou-lhe sobre os programas educacionais para a comunidade. O homem fez um cheque $ 2.000 para o Rabino.
O Rabino, porém, estava curioso com o porquê daquele homem, certamente Judeu, mas claramente não observante nem educado judaicamente, querer fazer uma contribuição à sinagoga. O homem respondeu-lhe, com um forte sotaque texano: “Rabino, recentemente estive em Jerusalém, no Muro das Lamentações (Kótel HaMaáravi). Lá vi um homem rezando com tanto fervor, com tanta concentração, que fiquei comovido até às profundezas da minha alma. Eu quis demonstrar o quanto aquilo havia me tocado, mas não quis insultar o homem dando-lhe dinheiro. Então decidi que, quando voltasse a Dallas, faria uma contribuição para uma sinagoga onde aquele homem se sentiria confortável em rezar”.
O doador continuou: “Quando voltei a Dallas, fui a uma padaria casher e descrevi o homem que havia visto no Kótel – vestia um longo casaco preto, um chapéu preto grande, “peót” (costeletas) – e perguntei onde um homem como aquele se sentiria bem rezando. Rabino, eles indicaram-me a sua sinagoga e aqui estou!”
O homem e o Rabino tornaram-se bons amigos, estudavam juntos de vez em quando e compartilhavam as
símches, ocasiões alegres, das suas famílias. Com o passar dos anos, o homem e a sua família tornaram-se os principais suportes da sinagoga e dos esforços para ampliar os programas educacionais Judaicos.
Aqui vem a parte interessante! O homem lá de Jerusalém voltou para casa, depois de rezar no Kótel.
A sua esposa perguntou-lhe: “
Nu, Berel, como foi o seu dia?” E Berel respondeu: “Nada de novo”. Agora imaginem: depois ds seus 120 anos de vida, Berel vai para o Olám HaBá (Mundo Vindouro). Ele é recepcionado nos Céus com o equivalente espiritual de uma banda e uma parada militar e é levado à presença do Todo-Poderoso! O Criador fala a Berel: “Berel, Eu o elogio de coração pelo que fez pela educação do Povo Judeu em Dallas!”. Berel, que nunca na sua vida havia saído da Terra Santa, fica perplexo e responde: “O que é Dallas?”
Como em toda boa história, há aqui uma lição para nós! Toda e cada uma das nossas acções têm ramificações e causam um impacto que chega muito além da nossa limitada capacidade de entendimento.
Portanto, devemos sempre pensar duas vezes se estamos prestes a deixar passar uma oportunidade de ajudar alguém ou a fazer alguma coisa que seria melhor deixar de fazer. Num nível mais elevado, mesmo aquelas acções que nem pensamos que outros possam ter percebido ou se importado, podem ter consequências significantes, tanto neste como no próximo Mundo.
Não é de surpreender que os nossos Sábios nos disseram no Pirkei Avót, Ética dos Pais (um livro com seis capítulos de sabedoria Judaica concentrada, que mudará a sua vida!): “Preste atenção a três coisas e não transgredirás: Saiba o que há acima de si: um Olho que vê, um Ouvido que ouve e todas as suas acções são anotadas num Livro”. A luta pela vida é uma batalha para estarmos sempre atentos e conscientes!