10.12.07



BOM DIA! ! Certa vez fui a um alfaiate para fazer um fato. Ele perguntou-me: “Qual modelo que o sr. gostaria?” Eu respondi: “Um tipo ‘jaquetão’ ”. Ele aconselhou-me: “O sr. ficará melhor num fato de corte liso”. Depois eu falei que não queria bolsos traseiros nas calças e nem uma casa extra para o botão da lapela. E ele respondeu: “Nunca sabe quando se precisará de bolsos traseiros. O sr. deveria tê-los. E o mesmo se aplica ao furo na lapela: pode ser que um dia o sr. queira colocar uma flor ...” Depois falei-lhe de que não queria bainha na calça e ele argumentou: “Não, não, bainhas são mais formais. A calça fica muito mais vistosa com bainha!” A esta altura eu já me sentia um pouco frustrado e então perguntei-lhe: “O que o senhor considera ser a maior vantagem ao se fazer um fato num alfaiate?” E ele respondeu, sem pestanejar: “Você pode ter exactamente aquilo que deseja!” Uma história verdadeira! Na vida nem sempre conseguimos aquilo que queremos (embora eu tenha conseguido, no final, que ele fizesse o fato como eu queria). Aproveitando esta semana de Hanucá, gostaria de lhes relatar um episódio ocorrido há alguns anos. Certa vez ofereci velas de Hanucá a uma pessoa. “Não, obrigado”, disse o homem. “Não quero ser um hipócrita”. Vejamos: embora seja verdade que virtualmente todo o Judeu (ou Judia) pensa ser um modelo de perfeição para o Judaísmo - qualquer Judeu/Judia mais religioso(a) que ele(a) já é um(a) fanático(a) e qualquer um(a) menos religioso(a) é um(a) descrente – é importante entender que tomar a resolução de cumprir uma Mitsvá não significa que a pessoa é hipócrita somente porque não está comprometido a cumprir todas as Mitsvót. É impossível cumprir-se todas as Mitsvót (Mandamentos da Torá), pois algumas são específicas para os Cohanim (plural de Cohen), algumas para os Leviim (Levitas), algumas para pessoas casadas, outras para os agricultores, etc. Como um Povo é que podemos cumprir tudo o que está escrito na Torá. Como indivíduos, a questão essencial é: estou me aproximando da Torá ou afastando-me? Será que a minha meta é cumprir as Mitsvót da melhor maneira possível ou o meu objectivo é ignorar a Torá, relegando-a à insignificância ou ainda, correr o mais rápido e para o mais longe possível da Torá? Acender as velas de Hanucá porque a pessoa se identifica com o Judaísmo é algo nobre. Acender as velas porque o Todo-Poderoso fez milagres para o Povo Judeu e derrotamos a Superpotência da época (talvez o equivalente histórico dos EUA, Rússia e China) é inspirador. Acender as velas porque o Todo-Poderoso realizou um milagre e o azeite queimou por oito dias é reafirmar a nossa fé em D'us. E acender as velas porque os nossos Sábios nos ordenaram a acendê-las para recordar a vitória da Torá sobre a assimilação dentro da cultura dominante é unificador!