SUKOT
Bom sukot! Gostaria de transmitir-lhes uma história impressionante que ouvi do Rabino Shmuel Dishon, Rosh Yeshivá da Yeshivá de Karlin Stolin, em Nova York. No ano de 1917, os comunistas tomaram o poder na União Soviética e começaram as suas tirânicas campanhas para erradicar o Judaísmo e as demais religiões. Em Minsk (actual Bielorússia) morava um rabino chamado Shiah, que jurou que, custasse o que custasse, iria continuar a cumprir a Torá e a ajudar outras pessoas a também manterem a sua prática do Judaísmo. Após tranqüilos quatro anos, o rabino foi ‘convidado’ a comparecer à Chehka, a polícia secreta. Colocou os seus negócios em ordem, despediu-se da família e preparou-se para o pior. Ao chegar ao quartel-general da polícia secreta, foi introduzido numa sala. O interrogador o cumprimentou cordialmente em Yidish: "Rabino Shiah, gostaria de sentar-se?” Não era assim que estas sessões eram descritas pelas pessoas que tinham conseguido sobreviver a elas! Vendo que o rabino estava gelado pela indecisão, o interrogador disse-lhe: "Por favor, sente-se". Perguntou, então: "Rabino Shiah, talvez o senhor e a sua família gostariam de emigrar para Israel?" O Rabino não sabia o que responder. Se dissesse "sim" poderia ser considerado um cidadão desleal. Não respondeu. O interrogador, percebendo que assim não chegaria a lugar nenhum, foi até um arquivo, puxou de uma pasta com quase 20 cm de espessura e a colocou em frente ao rabino. "Rabino Shiah, esta é a sua ficha. Nela tudo está detalhado: cada mitsvá, cada criança que o senhor ensinou, cada brit milá que o senhor realizou". O rabino olhou para o arquivo e tremeu. "Rabino Shiah", falou o interrogador, "nos últimos 4 anos eu estive designado para cuidar do seu caso. Fui eu que protegi e cuidei do senhor. Agora, fui promovido e não há nenhuma forma de que as coisas continuem boas para o seu lado com uma ficha como esta. O melhor que posso fazer pelo senhor é ajudá-lo e à sua família a irem para Israel. Vejo que não está me reconhecendo". Disse-lhe então o seu nome e o rabino ficou chocado: o interrogador era, nada mais, nada menos, que o filho de um grande rabino que havia morrido muito jovem. O interrogador continuou: "Quero que saiba do porquê de o ter vindo a proteger todo este tempo. Depois que o meu pai morreu, tudo ficou muito difícil para a minha família. Certa sexta-feira, antes do Shabat, a minha mãe foi a correr para a sua casa comigo no colo. Ela lhe implorou: 'Rabino Shiah, que faremos? Não temos nada em nossa casa para comer!' O senhor estava vestido com o seu longo casaco preto de Shabat, usava um belo relógio de ouro e uma corrente, também de ouro. Sem um instante de hesitação, esticou o braço, pegou o relógio, deu-o à minha mãe e disse: “Pegue isto!” Por muitos meses vivemos com o dinheiro que conseguimos com a venda daquele relógio e nunca me esqueci disto!" Concluiu assim o Rabino Dishon, o narrador desta história: "Não pense que quando auxilia alguém, está apenas ajudando a tal pessoa. Na realidade, está-se ajudando a si mesmo!!"
Qual o significado de sukót e como é celebrada?
Sucót significa ‘cabanas’. Durante 40 anos vagando pelo deserto, nós vivemos em Sucót. Nós somos ordenados (confira em Vaikrá 22:33-44) neste feriado a fazer da Sucá a nossa residência principal: comer, dormir, estudar Torá e passar o nosso tempo nela. Se for muito incômodo ficar na Sucá - por motivo de chuva, insetos ou coisas do gênero -- então a pessoa está livre da obrigação de habitar a Sucá. Dependendo das condições climáticas, tentamos, no mínimo, comer na Sucá. Também somos ordenados a agitar os Arbaát Haminím, as 4 Espécies, que têm muitos significados místicos e profundos: que o Todo-Poderoso controla todo o mundo, os ventos, as forças naturais e tudo o mais; que todos os Judeus estão interligados como um único Povo, sejam eles pecadores ou santos, sábios ou ignorantes. A mitsvá de habitarmos a Sucá ensina-nos a confiar em D'us. Todos nós temos a tendência a pensar que as nossas posses, o nosso dinheiro, os nossos lares ou a nossa inteligência nos protegerão. Na Sucá estamos expostos à natureza, numa cabana temporária. Viver numa Sucá coloca a vida na sua verdadeira perspectiva. A nossa história tem provado isto. A nossa fé precisa ser somente em D'us. Sucót é chamada de Zemán Simchatêinu, a época da nossa alegria. Alegria é diferente de felicidade. Felicidade é estarmos satisfeitos com o que temos. Alegria é o prazer de anteciparmos um bem futuro. Se confiarmos em D'us e acreditamos que tudo o que Ele faz é para o nosso bem, então
conheceremos grandes alegrias nas nossas vidas! Sucót é um dos Shalósh Regalím, os 3 Festivais (os outros dois são Pessach e Shavuót), quando a Torá ordena a todos os que moram em Israel a deixar os seus lares e virem a Jerusalém, celebrar a festividade no Templo Sagrado. Nos últimos 2.000 anos, desde a destruição do Templo Sagrado, estivemos incapacitados de cumprir esta mitsvá. Também se acende velas nas duas noites de Sucót, sempre a partir de uma chama que foi acesa até ao entardecer de quarta feira. Tenham, você e a sua família, um óptimo e alegre Sucót!
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