Porque D'us nos julga?
BOM DIA! Um amigo meu teve de comparecer ao fórum. O juiz determinou um intervalo para o almoço, mas como não havia tempo suficiente para ir a um restaurante, ele e seu advogado foram até uma pastelaria. O advogado comprou 9 barras de chocolate e uma Coca Diet. O meu amigo ficou surpreso:
“Eu até entendo que você comprou 9 barras de chocolate, mas porque está a comprar uma Coca DIET?”
O advogado respondeu: “Preciso salvar calorias aonde elas podem ser salvas!”
Rosh Hashaná começa nesta quarta-feira à noite, 12 de setembro e vai até o entardecer de sextafeira, 14 de setembro. Rosh Hashaná é um dia de muitas orações e é verdade que é difícil manter-se concentrado em cada oração. Portanto, gostaria de relembrá-los do advogado do meu amigo e a essência do seu conselho: “Concentre-se onde puder se concentrar! Quanto mais, melhor!”. Ao nos prepararmos para Rosh Hashaná, precisamos de nos questionar: “O que posso fazer para melhorar o meu relacionamento com o Todo-Poderoso e a minha observância dos Seus mandamentos?”
O Rambam, o conhecido Rabino espanhol Maimônides (1135-1204), que viveu na Espanha e no Egipto, ensinou que a vida de cada indivíduo é constantemente analisada sobre uma balança de pratos – como aquelas balanças antigas, onde a mercadoria era colocada num prato e os pesos no outro – e que cada um de nós deve pensar antes de tomar toda e qualquer atitude, pois uma transgressão ou uma mitsvá (boa acção) podem inclinar a balança para o lado positivo ou o contrário. Mais ainda, explicou o Rambam:
“Cada comunidade, cada país e o próprio mundo são julgados desta maneira”. Portanto, a pessoa não deve pensar que está afectando apenas a sua ‘própria balança’, mas sim o mundo como um todo.
Nestes dias antes de Rosh Hashaná devemos examinar os nossos actos e corrigir os erros que tenhamos feito. Precisamos de nos colocar em caminhos que nos levem a utilizar melhor o nosso tempo, para aperfeiçoarmos a nós mesmos e ao mundo como um todo!
Rosh Hashaná é o Dia do Julgamento. Porque D'us nos julga?
A vida é um trajecto sério. Toda acção tem a sua consequência. Se D'us não nos julgasse, não haveria justiça no mundo. Já pelo nosso ponto de vista, ao sentirmos que estamos sendo julgados, trataremos a vida com mais seriedade. Poderemos, então, corrigir os nossos erros ao tratar com as pessoas, connosco e com o Todo- Poderoso. Julgar implica importar-se. Se não se importa, não julgue. Encaramos o julgamento Divino como a maior expressão do Seu amor e preocupação em relação à maneira como vivemos as nossas vidas (baseado no livro ‘Rosh Hashana - Yom Kippur Survival Kit’).
Porque aumentamos a nossa Caridade (Tsedaká) antes de Rosh HaShaná?
"Teshuvá, Tefilá e Tsedaká -- arrependimento, orações e caridade -- anulam um mau decreto”. Esta é a oração que repetimos inúmeras vezes durante a reza de Rosh HaShaná. Cada um de nós só quer o melhor para si e a sua família. Como D'us está a julgar-nos em Rosh HaShaná, o Dia do Julgamento, faz sentido ‘aumentarmos as nossas vantagens’ o máximo que pudermos. É lógico, devemos corrigir os nossos caminhos e estabelecer uma trajectória para um aprimoramento pessoal e espiritual. E é lógico,
também, que devemos rezar -- para conectarmos as nossas almas ao Todo-Poderoso e fazer os nossos pedidos por saúde, alegria e sucesso.
Mas por que dar dinheiro? A palavra hebraica Tsedaká é geralmente traduzida como caridade. Na verdade, significa ‘justiça’. Ao praticarmos a justiça -- apoiando aquelas causas que preenchem a vontade do Criador – estaremos a ganhar, para nós e nossas famílias, méritos muito necessários e desejados. Não estamos, de forma alguma, ‘comprando a nossa defesa’ ou (como se fosse possível!) ‘comprando’ D'us; Estamos,
isto sim, demonstrando que entendemos o nosso propósito e o propósito Dele: trazer ao mundo justiça, fortalecendo o Povo Judeu e a Torá.
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