12.8.07

Não vale a pena...

shalom! De volta das férias, todos os alunos estavam descansados e alegres. Aproveitando o ‘alto astral‘ da turma, o professor resolveu ensinar algo muito importante aos seus alunos, para que aproveitassem bem todo o seu segundo semestre lectivo: pediu a todos que trouxessem, no dia seguinte, uma sacola de plástico e dez batatas.
Na manhã seguinte, lá estavam todos muito curiosos, com as suas sacolas e batatas. O professor então pediu para que cada aluno separasse uma batata para cada colega com quem tivesse discutido ou brigado no semestre anterior, escrevesse o nome do mesmo na batata e as colocassem dentro da sacola. Depois ordenou a todos que, durante uma semana, andassem com aquela sacola de batatas seja lá para onde fossem. Alguns alunos reclamaram que as suas sacolas estavam muito pesadas. Porém, o mais interessante veio com o passar dos dias: as batatas começaram-se a deteriorar e o cheiro a aparecer.
Ao final dos sete dias, com um cheiro terrível no ar e os alunos de braços cansados, o professor falou:
- Caros alunos! O que quis que vocês aprendessem foram estas duas coisas:

1) Ao terem de carregar a sacola de batatas para todos os lugares aonde iam, tiveram de se concentrar nisto e automaticamente deixaram de notar outras coisas mais importantes ao seu redor, e

2) Mesmo que inicialmente as batatas pareciam belas e importantes, com o passar dos dias o mau cheiro acabou com todo este pensamento inicial!

As batatas nas quais vocês escreveram o nome de colegas com que discutiram no semestre passado a princípio pareciam bonitas e gostosas, da mesma maneira que uma discussão, no seu início, parece ser importante e interessante, a ponto de valer a pena guardar as mágoas que logicamente resultam. Porém, com o passar dos dias, o ‘mau cheiro’ vai aumentando, e o custo de carregá-las para todos os lados acaba sendo muito alto. Agora, caros alunos, vocês entenderam que não vale a pena carregar as ‘batatas’ de discussões, broncas, mágoas, fofocas, etc. Portanto, perdoar o colega e abandonar a má vontade em relação aos demais é a única maneira de se livrar das batatas! Creio que esta é uma grande lição para nós, queridos leitores, à medida que o fim do ano Judaico se aproxima. Vale a pena deitar fora as batatas e iniciar o novo ano com o pé direito, com união e amizade entre todos nós!
Ent\ao, vamos aos preparativos:

O Que Há de Especial no Mês de Elul?
Terça-feira (14 de agosto) e quarta-feira (15 de agosto) são dias de Rosh Chódesh, o começo do novo mês hebreu de Elul. Este é um mês muito especial no ano Judaico, pois precede Rosh HaShaná, o Ano Novo Judaico (que começa dia 12 de setembro, quarta-feira, ao entardecer). A cosmologia Judaica nos ensina que cada período do ano oferece-nos uma oportunidade espiritual especial para o sucesso. Por exemplo: Pessach é tempo de se trabalhar sobre a liberdade, Sucót sobre a alegria e assim por diante. Elul, quando soletrado em letras Hebraicas, é o acróstico das palavras “Eu pelo meu amado e meu amado por mim” (ani l'dodi v'dodi li -- freqüentemente inscrito no lado interno de anéis de casamento). Este mês é um período de elevada espiritualidade, onde o Todo-Poderoso está ‘mais próximo e mais acessível’. É uma época de introspecção e preparação para Rosh HaShaná, propícia ao balanço espiritual e ao correcto encaminhamento das nossas vidas. O Rabino Noah Weinberg, Shlita, fundador e director do Aish HaTorá, compara a possibilidade de chegarmos próximos a D’us em Elul com o exemplo de se tentar marcar uma audiência com o Presidente da República. É uma tarefa muito difícil de se ter sucesso -- a menos que seja ano eleitoral. Elul é como um ano eleitoral. O Todo-Poderoso é como um pai amoroso esperando que voltemos para casa. Para ajudá-lo na sua preparação para Rosh HaShaná, o Dia do Julgamento, apresento-lhe algumas perguntas para fazer a si mesmo e discutir com amigos e familiares, extraídas do fabuloso e indispensável livro ‘The Rosh Hashanah-Yom Kipur Survival Kit’, do Rabino Shimon Apisdorf. Eis, então, as ‘Perguntas para uma vida mais cheia de significado’:

1) Quando mais sinto que a minha vida tem sentido?

2) Àqueles que mais significam para mim - será que já lhes contei como me sinto?

3) Existem alguns ideais pelos quais estaria disposto a morrer?

4) Se pudesse começar a minha vida novamente, mudaria alguma coisa?

5) O que me traria mais alegria que qualquer outra coisa neste mundo?

6) Quais foram as minhas 3 maiores realizações desde o último Rosh HaShaná?

7) Quais os 3 maiores erros que cometi desde o último Rosh HaShaná?

8) De que projecto ou meta, se não realizado, mais me arrependerei no próximo Rosh HaShaná?

9) Se soubesse que não falharia, a que me comprometeria na vida?

10) Quais as minhas 3 maiores metas na vida? Que faço para atingi-las? Que medidas práticas posso tomar, nos próximos 2 meses, em direcção a estas metas?

11) Se pudesse dar somente 3 conselhos aos meus filhos, quais seriam?

Acham as Grandes Festas chatas? Muitas pessoas reclamam que não conseguem acompanhar os serviços religiosos e não os entendem. Dizem que os acham ‘chatos, sem significado ou espiritualidade’. Faz sentido! A menos que haja preparação e esforço para entendê-los, será um milagre se tiverem quaisquer tipos de experiência que seja.