10.9.06

Qual a essência da amizade? Compromisso…











BOM DIA! Eis uma questão fascinante: Qual a essência da amizade? Talvez seja verdadeiro dizer que a maioria das pessoas tem muitos amigos, pessoas com quem se socializam, praticam desporto, viajam, compram, jantam, etc. São eles verdadeiros amigos?
Há uma velha historia, talvez seja um Midrash, que nos conta sobre um homem de negócios do antigamente que foi acusado de espionagem. Depois de ser condenado à morte, o homem pediu 30 dias para voltar para casa, para colocar os seus negócios em ordem e despedir-se da família. O juiz riu-se da ridícula proposta. O homem então falou ao juiz que tinha um amigo que ficaria na cadeia, no seu lugar até que voltasse – e se não voltasse, o seu amigo morreria no seu lugar.
O juiz duvidou, mas queria ver. Mandaram chamar o amigo. Na mesma hora, com toda a presteza, o amigo concordou em ficar preso no lugar dele todo o tempo, até a hora da forca.
O negociante voltou para casa, arrumou os seus negócios, despediu-se da família e partiu bem antes de vencer os 30 dias. Infelizmente, porém, houve uma tempestade no mar e ele atrasou-se. Chegou um pouquinho antes da hora da execução. Correu para a praça da cidade, onde o seu amigo já estava com a corda no pescoço e gritou: “Parem, sou eu que devo ser executado!” E o seu amigo gritou de volta: “Não, você está muito atrasado!” Eles criaram tal comoção e confusão, que o rei mandou trazê-los ante ele.
Cada um apresentou o seu caso e logo começaram a discutir um com o outro sobre quem deveria ser executado. Finalmente, o rei interrompeu-os e disse: “Eu perdoarei os dois, porém, com uma condição: que vocês me tornem o vosso terceiro amigo!”
Qual a essência da amizade? Lealdade. Um verdadeiro amigo está sempre disponível. Ele pode não – e provavelmente não deve – aceitar cada aspecto do nosso comportamento, mas sempre estará por perto, tanto nas más como nas boas horas. Um verdadeiro amigo importa-se tanto connosco que nos diz quando agimos errado, mas o faz de um modo que possamos ouvi-lo e com amor. Um verdadeiro amigo ajuda-nos a crescer como seres humanos e a atingirmos as nossas metas.
Como se consegue um verdadeiro amigo? Primeiro, sejamos cuidadosos com quem escolhemos para ser amigo. Se a amizade implica comprometimento e lealdade, devemos seleccionar os nossos amigos cuidadosamente. Um amigo pode ajudar-nos a subir na vida ou pode nos derrubar. Informemo-nos sobre o carácter e o histórico da pessoa antes de torná-la nossa amiga.
O Pirkei Avót, Ética dos Pais, (um compendio de sabedoria Judaica encontrado no final da maioria dos livros de orações) dá o seguinte conselho: “Kone l’cha chaver”, que pode ser traduzido como ‘Compre para você um amigo’. Obviamente, uma pessoa não pode comprar um amigo – embora eu tivesse um amigo que sempre me dizia: “Amigos permanecem amigos por mais tempo quando se dão presentes (o problema é que ele queria sempre ser o lado recebedor...)”.
Entretanto, a amizade requer investimentos. Se quisermos que alguém seja nosso amigo, então devemos dar o nosso comprometimento e lealdade para recebermos a sua amizade em troca (É muito parecido com o casamento). Precisamos cuidar pelos melhores interesses dos nossos amigos e estar próximos deles. A propósito, se quiser descobrir quem o ama e está preocupado consigo, examine quem gosta dos seus filhos. Se o seu amigo se importa com os seus filhos, ele realmente importa-se consigo.

Rosh Hashaná é o Dia do Julgamento. Por que D'us nos julga?
A vida é um negócio sério. Toda a acção tem a sua consequência. Se D'us não nos julgasse, não haveria justiça no mundo. Do nosso ponto de vista, ao sentirmos que estamos sendo julgados, trataremos a vida com mais seriedade. Poderemos, então, corrigir os nossos erros ao tratar com as pessoas, connosco e com o Todo-Poderoso.
Julgar implica importarmo-nos. Se você não se importa, não julgue. Encaramos o julgamento Divino como a maior expressão do Seu amor e preocupação em relação à maneira como vivemos as nossas vidas. (baseado no livro ‘Rosh Hashana - Yom Kippur Survival Kit’)