1.6.06

SHAVUOT

Shavuot é celebrado nos dias 6 e 7 de sivan, ou seja, neste ano de 2006, nos dias 2 e 3 de Junho. Shavuot é o segundo dos três maiores Dias Festivos (Pêssach é o primeiro e Sucot o terceiro), e vem exactamente cinqüenta dias após Pêssach. A Torá foi outorgada por D'us ao povo judeu no Monte Sinai há mais de três mil e trezentos anos. Todos os anos, neste dia, renovamos a nossa aceitação do presente de D'us. A palavra Shavuot significa "semanas": assinala a compleição das sete semanas entre Pêssach e Shavuot (o período do ômer), durante o qual o povo judeu preparou-se para a Outorga da Torá. Durante este tempo, purificou-se das cicatrizes da escravidão e tornou-se uma nação sagrada, pronta a entrar numa aliança eterna com D'us, com a Outorga da Torá. Shavuot também significa "juramentos". Com a Outorga da Torá, o povo judeu e D'us trocaram juramentos, formando um pacto duradouro de não abandonar um ao outro. Shavuot é também chamado de Atsêret, que significa a Compleição, porque juntamente com Pêssach, completa uma unidade. Ganhamos a nossa liberdade em Pêssach a fim de recebermos a Torá em Shavuot. Outro nome para Shavuot é Yom Habicurim, ou o Dia dos Primeiros Frutos. Numa expressão de agradecimento a D'us, começando em Shavuot, cada agricultor na terra de Israel levava ao Templo Sagrado uma oferenda do primeiro trigo, cevada, uvas, figos, romãs, azeitonas e tâmaras que cresciam no campo. Finalmente, Shavuot é também chamado Chag Hacatsir, a Festa da Colheita, porque o trigo, o último dos grãos a ficar pronto para ser cortado, era colhido nesta época do ano.

Leis e costumes
Tikun Leil Shavuot - Noite de vigília e estudo - Na primeira noite de Shavuot, este ano na 5a feira, 1º de junho, é costume realizar-se uma vigília dedicada ao estudo da Torá, nas sinagogas, durante toda a noite. A Cabalá enfatiza a importância desse ritual, conhecido como Tikun Leil Shavuot. Uma explicação para a tradição é que o povo judeu não acordou cedo no dia em que D'us lhes outorgaria a Torá, tendo sido necessário que Ele Mesmo os despertasse. Como uma espécie de contra partida ao facto, foi instituído o costume de se permanecer acordado desde a véspera, estudando a Torá.

Primeiro dia
Leitura dos Dez Mandamentos - Na manhã seguinte, primeiro dia de Shavuot, este ano na 6a feira, 2 de junho, ouve-se em todas as sinagogas a leitura dos Dez Mandamentos. É da maior importância que os pais participem desse momento ao lado dos seus filhos.

Segundo dia
Livro de Ruth - No segundo dia de Shavuot, este ano no Shabat, 3 de junho, lê-se, nas sinagogas, o Livro de Ruth. Os sábios consideravam a história de Ruth - uma moabita que abraçou o judaísmo - apropriada para a data, não apenas por se passar durante a colheita, mas especialmente em razão dos seus ensinamentos. Na célebre passagem bíblica, que se tornou símbolo de profunda devoção e fé, Ruth, após a morte do marido judeu, declara à sogra: "Teu povo será o meu povo e o teu D'us será o meu D'us". Ruth voltou a casar-se e o seu bisneto foi o rei David, que nasceu e faleceu durante Shavuot.

Folhagens verdes - Costuma-se enfeitar casas e sinagogas, nesta festa, com flores e folhagens. O Midrash ensina que quando a Torá foi entregue ao povo judeu, o Monte Sinai - uma montanha deserta e árida - viu-se subitamente coberto de flores, árvores e relva. As folhagens simbolizam, principalmente, o costume vigente na época do Templo Sagrado de se levar a Jerusalém as primícias, ou seja, os primeiros frutos colhidos dentre as sete espécies que caracterizam a Terra de Israel.

Alimentos à base de leite - Outro costume é consumir, durante os dois dias, laticínios, já que a Torá é comparada ao leite. A palavra hebraica para leite é chalav. Quando se soma o valor numérico de cada uma das letras desta palavra chega-se ao total de quarenta. Quarenta é o número de dias que Moisés passou no Monte Sinai. Explica-se, também, que a Torá, fonte de vida para tudo, pode ser comparada ao leite que é o sustento para o recém-nascido. Existem outras explicações para o costume. A partir da outorga da Torá, as leis da cashrut tornaram-se obrigatórias. No entanto, como a Torá foi entregue num Shabat, nenhum animal podia ser abatido e nem os utensílios casherizados; e a tradição manteve o costume.

Fonte: Beit Chabad e Revista Morashá