2.12.05

Porção Semanal da Torá: Toldót

Bereshit (Gênesis) 25:19 - 28:09

Rivka dá à luz a dois gêmeos: Essav (Essau) e Yaácov (Jacob). Essav vende a sua primogenitura a Yaácov em troca de um prato de sopa de lentilhas. Ytschák (Isaac) permanece em Gerar com Avimélech, o rei dos Filisteus. Essav casa-se com duas mulheres Hititas, causando grande mágoa a seus pais.
Yaácov personifica Essav, aconselhado por sua mãe, para receber as bênçãos do filho mais velho do seu pai, já cego. Essav planeava matar Yaácov e este foge para a casa do seu tio Laván, em Padan Aram, seguindo o conselho de seus pais. Eles também o aconselham a casar-se com a filha de Laván.
Essav entende que as suas duas mulheres estão causando desgosto a seus pais e então resolve casar-se com uma terceira esposa, Machlát, filha de Ishmael.

Dvar Torá: baseado no livro Growth Through Torah, do Rabino Zelig Pliskin

Quando Isaac descobriu que deu as bênçãos para Yaácov e não para Essav, como havia pensado, a Torá nos relata: “Isaac estremeceu (Bereshit 27:33)”.
Por que Isaac estremeceu?
O Rabino Haim Shmuelevitz (1902-1978), o antigo diretor da Yeshivá de Mir, em Jerusalém, citou os Sábios do Talmud que declararam que Isaac sentiu um temor e ansiedade maiores neste momento do que quando se submeteu à Akeida, quando o seu pai, Avraham, o levou para ser sacrificado. Naquela oportunidade, Isaac estava amarrado e pronto a ser morto por uma lâmina afiada, mas ainda assim o seu temor foi menor.
Daqui vemos, disse o Rabino Haim, que a maior das dores emocionais que uma pessoa pode sentir ocorre quando percebe que cometeu um erro. E aqui não se tratava de um erro passageiro. Pelo contrário: Isaac percebeu que durante todos os anos que pensara ser Essav mais merecedor e elevado espiritualmente que Yaácov, estivera errado. A ansiedade proveniente da consciência de um erro cometido é uma emoção dolorosa muito forte.
E qual a lição que podemos aprender daqui?
Este ensinamento é importante de se ter em mente quando tentamos mostrar a alguém as suas falhas ou erros. Poderíamos pensar: “É tão óbvio que esta pessoa está errada. Logo que lhe disser isto, ela irá admiti-lo”. Entretanto, a realidade é que admitir um erro pode ser algo extremamente doloroso. Assim sendo, há uma forte tendência das pessoas negarem os seus erros e rejeitarem a ajuda dos outros.
Se quisermos sinceramente ajudar alguém a melhorar, é crucial usar o máximo de tacto possível. Comecemos dizendo, por exemplo: “Parece-me que...” ou “posso estar errado, mas talvez...”
Quanto mais sensíveis formos em relação aos sentimentos da pessoa que estamos tentando ajudar, mais eficientes seremos!
SHABAT SHALOM