2.11.09

Tecnologia

Israel testa energia elétrica
gerada pela pressão dos veículos

Cientistas israelitas obtiveram sucesso no primeiro teste de um revolucionário sistema para gerar energia elétrica a partir da pressão exercida por veículos, que poderia se transformar numa fonte ilimitada de energia renovável. O novo sistema, testado recentemente numa estrada do centro de Israel, inspira-se nas propriedades dos materiais piezoeléctricos. "Estes materiais permitem a conversão da energia mecânica exercida pelo peso dos veículos em energia elétrica", explica a cientista Lucy Edery-Azulay. A inovadora tecnologia é resultado de longos anos de pesquisa no Technion-Instituto de Tecnologia de Israel e, desde 2007, pela empresa tecnológica Innowattech, da qual a entidade académica é parceira. As unidades geradoras são colocadas sob o asfalto das estradas, e a energia acumulada por sua deformação é armazenada em baterias ao longo da calçada, para depois ser transferida facilmente à rede nacional.
O teste, realizado sem o conhecimento dos motoristas, incluiu um pavimento adaptado de 13 metros e, com a energia eléctrica acumulada, foi possível iluminar a extensão eléctrica de um trecho da via. Com placas geradoras ao longo de um quilómetro, seria possível gerar energia eléctrica suficiente para abastecer 2,5 mil casas. Ao contrário de outros métodos de energia renovável, como a eólica ou a solar, estes geradores não dependem das condições meteorológicas, mas apenas do fluxo de veículos ou pessoas. Também não requer grandes obras, pois a instalação dos geradores é feita quase na superfície - cinco centímetros de profundidade – e o seu custo é menor que o dos sistemas de energia solar, enquanto se obtém quase o mesmo ponto de consumo, tornando os custos da extensão eléctrica mais baratos. Após o primeiro teste, os pesquisadores voltam-se agora para o programa piloto de ampliar a superfície geradora a um quilómetro, antes de passar para a fabricação em massa de unidades geradoras às empresas eléctricas. "Chegaram pedidos de todo o mundo", afirma Edery-Azulay, consciente de que ainda está longe o dia em que este recurso limpo e, a princípio, ilimitado, se transforme em substituto dos combustíveis fósseis. "Estamos ainda muito longe de poder nos desvincular das fábricas eléctricas convencionais", adverte a cientista, que vê no Ocidente um dos mercados prioritários para o novo sistema, devido à grande quantidade de camiões pesados que rodam pelas estradas europeias e americanas.