6.5.09

ISRAEL – PAÍS DOS JUDEUS (2)

Religião

Israel foi criado com o propósito de ser uma pátria para o povo judeu e é muitas vezes referida como o Estado judeu. A Lei do retorno concede a todos os judeus e os de linhagem judaica o direito à cidadania israelita. Um pouco mais de três quartos, ou 75,5%, da população são judeus de várias origens judaicas. Aproximadamente 68% dos judeus israelitas nasceram no país, 22% são imigrantesda Europa e das Américas e 10% são imigrantes da Ásia e da África (incluindo o mundo árabe). A afiliação religiosa dos judeus israelitas varia muito: 55% dizem que são "tradicionais", enquanto 20% consideram-se "judeus seculares", 17% definem-se como "judeus ortodoxos"; o final 8% definem-se como "judeus haredi".

Perfazendo até 16,2% da população, os muçulmanos constituem a maior minoria religiosa Israel. Dos cidadãos árabes de Israel, que compreendem 19,8% da população, mais de quatro quintos (82,6%) são muçulmanos. Dos restantes árabes israelitas, 8,8% são cristãos e 8,4% são druzos, respectivamente. Membros de muitos outros grupos religiosos, incluindo budistas e hindus, mantêm presença em Israel, embora em menor número. Os cristãos totalizam 2,1% da população de Israel e são constituídos por árabes cristãos e judeus messiânicos.

A cidade de Jerusalém é um lugar sagrado para judeus, muçulmanos e cristãos, pois sedia lugares que são fundamentais para as suas crenças religiosas, como o Muro das Lamentações, o Monte do Templo, a Mesquita de Al-Aqsa e a Igreja do santo Sepulcro. Outros monumentos religiosos de importância estão localizadas na Cisjord|ania, entre eles o local de nascimento de Jesus, a tumba de Raquel em Belém e a Caverna dos Patriarcas, em Hebron.

O centro administrativo da Fé Bahá’i e do Santuário do Bab estão localizadas no Centro Mundial Bahá’i em Haifa e do líder da fé, enterrado em Acre (Ako). Não existe uma comunidade Bahá’i em Israel, embora seja um destino de peregrinações. Pessoas que seguem a Fé Baha'i em Israel não ensinam a sua fé a israelitas, seguindo uma política rigorosa.

Educação

Israel tem a maior esperança de vida escolar do sudoeste da Ásia, e está empatado com o Japão na segunda maior esperança de vida escolar do continente asiático (a Coreia do Sul está em primeiro lugar). O país também tem a maior taxa de alfabetização do sudoeste asiático, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas. A Lei de Educação do Estado, promulgada em 1953, estabeleceu cinco tipos de escolas: estado laico, o estado religioso, ultra-ortodoxo, escolas municipais e escolas árabes. O público secular é o maior grupo escolar e é frequentado pela maioria dos alunos judeus e não-árabes em Israel. A maioria dos árabes enviam os seus filhos às escolas onde o árabe é a língua de instrução.

O ensino é obrigatório em Israel, para crianças entre as idades de três a dezoito anos. A escolarização é dividida em três níveis - da escola primária (séries 1/6), escola média (séries 7/9) e ensino médio (séries 10/12) - terminando com um exame de matrícula chamado Bagrut. Proficiência em temas fundamentais como matemática, bíblia, hebraico, literatura hebraica e geral, inglês, história e educação cívica é necessária para receber um certificado Bagrut. Em escolas árabes, cristãs e druzas, os estudos bíblicos são substituídos por exames baseados na cultura islâmica, cristã ou druzas. Em 2003, mais de metade de todos os israelitas conseguiram passar no exame Bagrut.

As oito universidades públicas de Israel são subsidiadas pelo Estado. Auniversidade Hebraica de Jerusalém, a mais antiga universidade de Israel, e aBiblioteca Nacional de Israel, possuem o maior repositório de livros sobre temas judaicos. Em 2006, a Universidade Hebraica foi classificada na 60ª e na 119ª posição, em dois levantamentos sobre as universidades mais prestigiadas do mundo. Outras grandes universidades do país incluem oTechnion, o Instituto Weizmann da Ciência, Universidade de TelAviv, Universidade Bar-Ilan, a Universidade de Haifa, e a Universidade Ben-Gurion do Negev. As sete universidades de pesquisa de Israel (com excepção da Universidade Aberta) foram classificadas entre as 500 melhores do mundo. Israel ocupa a terceira posição no mundo em número de cidadãos que possuem diplomas universitários (20% da população). Durante a década de 1990, um afluxo de um milhão de imigrantes da antiga União Soviética (40% dos quais eram graduados universitários) ajudaram a impulsionar Israel no sector de lata tecnologia. Israel possui quatro cientistas que foram vencedores doPrémio Nobel e entre os países que mais publica artigos científicos per capita do mundo. Em 2003, Ilan Ramon tornou-se o primeiro astronauta de Israel, servindo como especialista de carga durante ASTS-107, a última e fatal missão da aeronave espacial Columbia.

Ciência e tecnologia

Israel tem investido em energia solar, os seus engenheiros estão na vanguarda da tecnologia de energia solar e as suas empresas trabalham em projectos ao redor de todo mundo. Mais de 90% dos lares israelitas utilizam energia solar para água quente, o maior índice per capita do mundo. De acordo com o Ministério das Infraestruturas Nacionais, estima-se que o país economize 2 milhões de barris de petróleo por ano, devido ao seu intenso uso de energia solar. A alta anual irradiação solar que incidente na sua latitude geográfica criou condições ideais para a criação de um centro industrial de pesquisa e desenvolvimento de energia solar, de renome internacional, no deserto de Negev.

Cultura

Israel possui uma cultura muito diversa devido á diversidade da sua população: os judeus de todo o mundo trouxeram as suas tradições culturais e religiosas com eles, criando um caldeirão de crenças e costumes judaicos. Israel é o único país no mundo onde a vida gira em torno do calendário hebraico. Férias de trabalho e escolares são determinadas pelas festas judaicas, e o dia oficial de descanso é o sábado, o shabat. A subtancial minoria árabe, também deixou a sua impressão sobre a cultura israelita em áreas como arquitectura, música e culinária.

Continuando a fortes tradições teatrais idiche na Europa Oriental, Israel mantêm uma vibrante cena teatral. Fundada em 1918, o Teatro Habima, em Tel Aviv, é o mais antigo teatro do país. O museu de Israel, em Jerusalém, é uma das mais importantes instituições culturais do país e abriga os pergaminhos do Mar Morto, juntamente com uma extensa colecção de arte europeia e Judaica. O museu nacional do holocausto de Israel, oYad Vashem, abriga o maior arquivo do mundo de informações relacionadas com o Holocausto. Beth Hatefutsoth (Museu da Diáspora), no campus da Universidade de Tel Aviv, é um museu interativo dedicado à história das comunidades judaicas de todo o mundo. Além dos principais museus das grandes cidades, há uma grande quantidade de espaços de artes de qualidade em cidades de pequeno porte e em Kibbutzim. O museu Mishkan Le'Omanut no Kibutz Ein Harod Meuhad é o maior museu de arte no norte do país.

Literatura

A literatura israelita é feita, principalmente, em poesia e prosa e é escrita em hebraico, como parte do renascimento do hebraico como uma língua falada desde meados do século XIX, embora um pequeno corpo de literatura é publicada em outras línguas, como o árabe e inglês. Por lei, duas cópias de todos os impressos publicados em Israel deve ser depositada na Biblioteca Nacional e Universitária Judaica na Universidade Hebraica de Jerusalém. Em 2001, a lei foi alterada para incluir gravações de audio e video, e outros tipod de mídia não-impressa. Em 2006, 85% dos 8.000 livros da biblioteca nacional foi transferido para o hebraico. A Semana do Livro Hebraico (He: שבוע הספר) é realizada uma vez por ano, em Junho, com feiras, leituras públicas e visitas de autores israelitas de todo o País. Durante essa semana, o maior prémio literário de Israel, o Prémio Sapir, é apresentado. Em 1966, Shmuel Yosef Agnon partilhou o Prémio Nobel da Literatura com a autora alemã judia Nelly Sachs.

Música

A música de israel contém influências musicais de todo o mundo; música imenita, melodias Hasidic, música árabe, música grega, jazz, pop e rock fazem parte do cenário musical. As canções foclóricas de Israel, conhecidas como "Sons da Terra de Israel", lidam com as experiências dos pioneiros na construção da pátria judaica. Umas das orquestras de maior renome do mundo é a Orquesta Filarmónica de Israel, que foi fundada há mais de setenta anos e realiza hoje mais de duzentos concertos por ano. Israel produziu também muitos músicos de qualidade, sendo que alguns atingiram o estrelato internacional. Itzhak Perlman , Pinchas Zukerman e Ofra Haza estão entre os músicos nascidos em Israel mais prestigiados internacionalmente. Israel tem participado do Festival Eurovisão da Canção quase todos os anos desde 1973, onde ganhou a competição por três vezes e a sediou por duas vezes. A cidade de Eilat realiza o seu próprio festival de música internacional, o Festival de Jazz do Mar Vermelho, todos os verões desde 1987.

Desporto

Desporto e aptidão física nem sempre têm sido algo fundamental na cultura judaica. Aptidão física, que foi valorizada pelos antigos gregos, era vista como uma indesejável intromissão de valores helenísticos na cultura judaica. Rambam, que era simultaneamente um rabino e um médico, enfatizou a importância da actividade física e de se manter o corpo em forma. Esta abordagem recebeu um grande impulso no século XIX a partir da campanha cultura física de Max Nordau e no início do século XX, quando o Rabino-Chefe da Palestina, Abraão Isaac Kook, declarou que "o corpo serve a alma, e apenas um corpo saudável pode garantir uma boa alma".

A Macabíada Mundial, um evento no estilo olímpico para atletas judeu, foi inaugurada na década de 1930, e foi realizada a cada quatro anos desde então. Os desportos mais populares em Israel são o futebol e o basquetebol. Em 1964, Israel sediou e venceu a Copa da Ásia.

Na década de 1970, Israel foi excluído dos Jogos Asiáticos de 1978 como um resultado da pressão exercida pelos países participantes do Médio Oriente. A exclusão levou Israel a mudar da Ásia para a Europa deixando de participar das competições asiáticas. Em 1994, a UEFA concordou em reconhecer Israel e todas as organizações desportivas israelitas para competir na Europa. A Ligat ha'Al é a liga de futebol do país e a Ligat HaAl é a liga basquetebol. A equipa Maccabi Tel Aviv BC ganhou o campeonato europeu de basquetebol cinco vezes.

Barsebá tornou-se um centro nacional xadrez e lar de muitos campeões de xadrez da antiga União Soviética. A cidade sediou o Campeonato Mundial Equipes de Xadrez em 2005, e o desporto é ensinado nas creches da cidade. Em 2007, um israelita empatou em segundo lugar no Campeonato Mundial de Xadrez.

Até agora, Israel conquistou sete medalhas Olímpicas, desde a sua primeira vitória em 1992, incluindo uma medalha de ouro no windsurf nos Jogos Olímpicos de Verão de 2004. Israel conquistou mais de 100 medalhas de ouro nos Jogos ParaOlímpicos e é classificado na 15ª posição no quadro geral de medalhas. Os Jogos ParaOlímpicos de Verão de 1968 foram organizados por Israel.

História

Raízes históricas

A tradição judaica defende que a Terra de Israel tem sido uma Terra Santa judaica e uma Terra Prometida por quatro mil anos, desde o tempo dos patriarcas. A terra de Israel guarda um lugar especial nas obrigações religiosas judaicas, englobando os mais importantes locais do judaísmo (como os restos do Primeiro e Segundo Templos do povo judeu). Conectado com estas duas versões do templo estão ritos religiosos significativos que simbolizam a origem de muitos aspectos do judaísmo moderno. Começando por volta do século XI a.c., o primeiro de uma série de reinos e estados judaicos estabeleceram um controle intermitente sobre a região que durou mais que um milénio.

Sob o domínio assírio, babilónico, persa, grego, romano, bizantino e (brevemente) sassânido, a presença judaica na região diminuiu por causa de expulsões em massa. Em particular, o fracasso na revolta de Bar Kokhba contra o Império Romano em , resultou na expulsão dos judeus em larga escala. Foi durante este tempo que os romanos deram o nome de Syria-Palestina à região geográfica, numa tentativa de apagar laços judaicos com a terra. No entanto, a presença judaica na Palestina permaneceu constante. A principal concentração de população judaica transferiu-se da Judeia para a Galileia. A Mishná e oTalmud de Jerusalém, dois dos textos judaicos mais importantes, foram compostos na região durante esse período. A terra foi conquistada do Império Bizantino em 638 d.c., durante o período inicial das conquistas muçulmanas. O niqqud hebraico foi inventado em Tiberíadas nessa época. A área foi dominada pelosomíadas, então pelos abássidas, cruzados, os corémios e mongóis, antes de se tornar parte do império dos marmelucos (1260-1516) e o Império Otomano em 1517.

Sionismo e o Mandato Britânico

Os judeus que viviam a Diáspora aspiravam há muito tempo em retornar à Zion e aTerra de Israel. Essa esperança e anseio foi articulada na Bíblia e é um tema central noSidur. Começando no século XXI, a perseguição católica aos judeus levou a um fluxo constante deixar a Europa rumo á Terra Santa, aumentando ainda após os judeus serem expulsos da Espanha em 1492. Durante o século XVI grandes comunidades judaicas foram formadas nas Quatro Cidades Santas (Jerusalem, Hebron, Tiberias e Safed), e na segunda metade do século XVIII, várias comunidades Hasidic vieram da Europa Oriental rumo aTerra Santa.

A primeira grande onda de imigração moderna, conhecida como a Primeira Aliyah (hebraico: עלייה), começou em 1881, quando os judeus fugiram dos pogroms na Europa Oriental. Enquanto o movimento sionista já existia, em teoria, Theodor Herzl foi creditado como o fundador do sionismo político, um movimento que pretendia estabelecer um Estado judaico na terra de Israel, levando a Questão judaica para o plano internacional. Em 1896, Herzl publicou Der Judenstaat (O Estado Judeu "), que oferece a sua visão de um futuro Estado judeu, no ano seguinte ele presidiu ao primeiro Congresso Mundial Sionista.

A Segunda Aliyah (1904-1914), começou após o pogrom de Kishinev. Cerca de 40.000 judeus estabeleceram-se na Palestina. Tanto a primeira quanto a segunda onda de imigrantes foi principalmente de judeus ortodoxos, porém na Segunda Aliyah também vieram alguns socialistas pioneiros que criaram o movimento kibbutz. Durante a Primeira Guerra Mundial, o Ministro Britânico de Relações Exteriores, Arthur Balfour emitiu o que ficou conhecido como a Declaração de Balfour, que diz "O governo de Sua Majestade encara favoravelmente o estabelecimento, na Palestina, de um Lar Nacional para o Povo Judeu...". A pedido de Edwin Samuel Montagu e de Lord Curzon, uma linha foi inserida na declaração afirmando "que seja claramente entendido que nada será feito que possa prejudicar os direitos civis e religiosos das comunidades não-judaicas na Palestina, ou os direitos e estatuto político usufruídos pelos judeus em qualquer outro país." A Legião Judaica, um grupo composto principalmente por batalhões de voluntários sionistas, assistiu á conquista Britânica da Palestina. Grupos árabes de oposição ao plano de 1920 estimularam motins na Palestina e como resposta dos judeus a formação da organização judaica conhecida como a Haganah (que significa "A Defesa", em hebraico), originária dos grupos Irgun e Lehi.

Em 1922, a Liga das Nações concedeu ao Reino Unido um mandato na Palestina em condições semelhantes à Declaração Balfour. A população da área neste momento era predominantemente muçulmana, enquanto a maior área urbana da região, Jerusalém, era predominantemente judaica.

A imigração judaica continuou com a Terceira Aliyah (1919-1923) e a Quarta Aliyah (1924-1929), que juntas trouxeram 100.000 judeus para a Palestina. Na sequência dos tumultos em Jaffa, nos primeiros dias do mandato, os britânicos restringiram a imigração judaica ao território marcado para o Estado judaico e criaram a Transjordania. A ascensão do nazismo na década de 1930 levou a Quinta Aliyah, com um fluxo de um quarto de milhão de judeus. Este fluxo resultou na revolta árabe de 1936-1939. Com os países ao redor do mundo recebendo refugiados judeus que fugiam do Holocausto, um movimento clandestino conhecido como Aposta Aliyah foi organizado para levar os judeus para a Palestina. Até ao final da Segunda Guerra Mundial, os judeus representavam 33% da população da Palestina, quando eram 11% em 1922.

Independência e os primeiros anos

Após 1945, o Reino Unido tornou-se cada vez mais envolvido num conflito violento com os judeus. Em 1947, o governo britânico acabou com o Mandato da Palestina, declarando que era incapaz de chegar a uma solução aceitável para ambos os lados, arabes e judeus. A recém-criada Organização das Nações Unidas recomendou a aplicação do Plano de partição da Palestina, aprovado pela Assembleia Geral das Nações Unidas através da Resolução 181 de 29 de Novembro de 1947, propondo a divisão do país em dois Estados, um árabe e um judeu. Segundo esta proposta, a cidade de Jerusalém seria uma cidade internacional - um corpus separatum - administrada pela ONU para evitar um possível conflito sobre o seu estatuto, durante um período de 10 anos. A comunidade judaica aceitou o plano, mas a Liga Árabe e a Comissão Superior Árabe o rejeitaram. A i de Dezembro de 1947 a Comissão Superior Árabe proclamou uma greve de 3 dias e os grupos árabes começaram a atacar alvos judeus. Uma guerra civil começou com os judeus inicialmente na defensiva, mas gradualmente partindo para o ataque. A economia árabe-palestina desmoronou e 250.000 árabes-palestinos fugiram ou foram expulsos.

A 14 de Maio de1948, um dia antes do fim do Mandato Britânico, a Agència Judaica proclamou a independência, nomeando o país de Israel. No dia seguinte, cinco países árabes –Egipto, Síria, Jordânia, Líbano e Iraque invadiram Israel, iniciando a Guerra Árabe-Israel de 1948. Marrocos, Sudão, Iémen e arábia saudita também enviaram tropas para ajudar os invasores. Após um ano de combates, um cessar-fogo foi declarado e uma fronteira temporária, conhecida como Linha Verde, foi estabelecida. Os territórios anexados da Jordânia tornaram-se conhecidos como Cisjordânia e Jerusalém Oriental. Egipto assumiu o controle da Faixa de Gaza. Israel foi admitido como membro das Nações Unidas em 11 de Maio de 1949. Durante o conflito 711.000 árabes, de acordo com estimativas das Nações Unidas, ou cerca de 80% da população árabe anterior, fugiram do país. O destino dos refugiados palestinos de hoje é um grande ponto de discórdia no conflito israelo-palestino.

Nos primeiros anos do Estado, o Sionismo Trabalhista, movimento sionista liderado pelo então Primeiro-ministro David Ben-Gurion dominava a política israelita. Esses anos foram marcados pela imigração maciça dos sobreviventes do Holocausto e um influxo de judeus perseguidos em terras árabes. A população de Israel aumentou de 800.000 para dois milhões entre 1948 e1958. A maioria dos refugiados que chegaram sem posses e foram alojados em campos temporários conhecidos como ma’abarot. Em1952, mais de 200.000 imigrantes viviam nestas "cidades tenda". A necessidade de resolver a crise levou Ben-Gurion a assinar um acordo com a Alemanha Ocidental, que desencadeou protestos em massa de judeus que eram contrários á ideia de Israel "fazer negócios" com a Alemanha.

Durante a década de 1950, Israel foi atacado contantemente por militantes, principalmente a partir da Faixa de Gaza, que estava sob controle egípcio. Em 1956, Israel criou uma aliança secreta com o Reino Unido e a França destinada a recapturar o canal do Suez, que os egípcios tinham nacionalizado (verGuerra do Suez). Apesar da captura da Península do Sinai, Israel foi forçado a recuar devido à pressão dos Estados Unidos e da União Soviética, em troca de garantias de direitos marítimos de Israel no Mar Vermelho e no Canal.

No início da década seguinte, Israel capturou Adolf Eichmann, um dos criadores da Solução Final escondido na Argentina, e o trouxe para julgamento. O julgamento teve um impacto importante sobre a conscientização do público sobre o Holocausto, Eichmann foi a única pessoa executada por Israel, embora John Demjanjuk tivesse sido condenado a morrer antes da sua condenação ser anulada pela Suprema Corte de Israel.

Conflitos e tratados de paz

Ao longos dos anos os países árabes, recusaram-se a manter relações diplomáticas com Israel não reconhecendo a existência do estado judeu, além disso, árabes nacionalistas liderados por Nasser lutaram pela destruição do Estado judeu. Em 1967, o Egipto, a Síria e a Jordânia mandaram as suas tropas até ás fronteiras israelitas, expulsando as forças de paz da ONU e bloqueando o acesso de Israel ao Mar Vermelho. Israel viu essas acções como um casus belli para um conflito, iniciando a Guerra dos Seis Dias, Israel conseguiu uma vitória decisiva nesta guerra e capturou os territórios árabes da Cisjordânia, Faixa de Gaza, Peninsila do Sinai e as Colinas de Golã. Desde 1949 a chamada Linha Verde passou a ser a fronteira administrativa entre Israel e os territórios ocupados. As fronteiras de Jerusalém foram ampliadas por Israel que incorporou Jerusalém Oriental. A Lei de Jerusalém, promulgada em 1980, reafirmou esta medida e reacendeu a polémica internacional sobre o estatuto de Jerusalém.

O fracasso dos Estados Árabes na guerra de 1967 levou ao surgimento de organizações não-estatais árabes no conflito, sendo a mais importante a Organização de Libertação da Palestina (OLP), que foi concebida sob o lema "a luta armada como única forma de libertar o pátria.". No final da décade de 1960 e início da década de 1970, grupos palestinos lançaram uma onda de ataques contra alvos israelitas ao redor do mundo, incluindo um massacre de atletas israelitas nos Jogos Olímpicos de Verão de 1972 em Munique na Alemanha. Israel reagiu com a Operação Cólera de Deus, no qual os responsáveis pelo massacre de Munique foram encontrados e executados.

A 6 de Outubro de 1973, no Yom Kippur, dia mais santo do calendário judaico, os exércitos do Egipto e da Síria lançaram um ataque surpresa contra Israel. A guerra terminou em 26 de Outubro com o êxito israelita, que conseguiu repelir as forças egípcias e sírias, porém sofrendo grandes perdas. Um inquérito interno exonerou o governo israelita da responsabilidade pelo conflito, porém um acto da raiva público da então Primeira-Ministra Golda Meir, forçou-a a renunciar.

As eleições de 1977 do Knesset marcaram uma virada importante na história política israelense, quando Menachem Begin do Partido Likud assumiu o controle do Partido Trabalhista. Mais tarde, no mesmo ano, o então Presidente Egípcio Anwar El Sadat fez uma visita a Israel e falou perante o Knesset, esta foi a primeira vez em que um Chefe de Estado árabe reconhecia o estado de Israel. Nos dois anos que se seguiram, Sadat e Menachem Begin assinaram o Acordo de Cam David e o Tratado de Paz Israel-Egipto. Israel retirou-se da Peninsula do Sinai e concordou em iniciar negociações sobre uma possível autonomia para palestinos em toda a Linha Verde, um plano que nunca foi executado. O governo israelita começou a encorajar assentamentos judeus no território da Cisjordânia, criando atritos com os palestinos que viviam nessas áreas.

A 7 de Junho de 1981, Israel bombardeou pesadamente o reactor nuclear Osirak no Iraque durante a chama Operação Ópera, com fim de desabilitá-lo. A inteligência israelita tinha uma suspeita de que o Iraque pretenda utilizar este reactor para o desenvolvimento de armas nucleares. Em 1982, Israel interveio na Guerra Civil Libanesa, destruindo as bases da OLP, que, em resposta, lançou ataques e mísseis ao norte de Israel. Esse movimento desenvolveu-se para a Guerra do Líbano de 1982. Israel retirou a maior parte das suas tropas do Líbano, em 1986, mas manteve uma "zona de segurança" até 2000. A Primeira Intifada, um levantameento palestino contra Israel, eclodiu em 1987, com ondas de violência nos territórios ocupados. Ao longo dos seis anos seguintes, mais de um milhão de pessoas foram mortas, muitas das quais por actos internos de violência dos palestinos. Durante a Guerra do Golfo de 1991, a OLP e muitos palestinos apoiados pelo líder iraquiano Saddam Hussein lançaram ataques de mísseis contra Israel.

Em 1992, Yitzhak Rabin torna-se Primeiro-Ministro. Yitzhak Rabin e o seu partido promove compromissos com os vizinhos de Israel. No ano seguinte, Shimon Peres e Mahmoud Abbas, em nome de Israel e da OLP, assinaram os Acordos de Paz de Oslo, que deu à Autoridade Nacional Palestina o direito de auto-governar partes da Cisjordânia e da Faixa de Gaza. A intenção era o reconhecimento do direito do estado de Israel existir e uma forma de terminar com o terrorismo. Em 1994, o Tratado de Paz Israel-Jordânia foi assinado, sendo a Jordânia o segundo país árabe que normalizou as suas relações com Israel.

O apoio público dos árabes aos Acordos foi danificado pelo Massacre da Gruta dos Patriarcas, pela continuação dos assentamentos judeus, e à deterioração das condições económicas. O apoio da opinião pública israelita aos Acordos diminuiu quando Israel foi atingido por ataques suicidas palestinos. Em Novembro de 1995 pelo assassinato de Yitzhak Rabin por um militante de extrema-direita judeu, chocou o país.

No final da década de 1990, Israel, sob a liderança de Benjamin Netanyahu, desistiu de Hebron, assinando o Memorando de Wye River, dando um maior controle da região á Autoridade Nacional Palestina.

Ehud Barak, eleito primeiro-ministro em 1999, começou o novo milénio, retirando as forças israelitas do Sul do Líbano e realizando negociações com a Autoridade Palestina Yasser Arafat e o Presidente dos estados Unidos Bill Clinton durante a Cúpula de Paz do Oriente Médio em Camp David. Durante a reunião, Barak ofereceu um plano para o estabelecimento de um Estado palestino, porém Yasser Arafat rejeitou-o. Após o colapso das negociações, começa a Segunda intifada.

Ariel Sharon tornou-se o novo Primeiro-Ministro em 2001 durante uma eleição especial. Durante o seu mandato, Sharon realizou o seu plano da retirada unilateral da Faixa de Gaza. Em Janeiro de 2006, depois de sofrer um grave acidente vascular cerebral, que o deixou em coma Ariel Sharon deixa o cargo e as suas competências são transferidas para o gabinete de Ehud Olmert.

Desenvolvimentos recentes

Em Julho de 2006, um ataque da artilharia do Hezbollah a comunidades da fronteira norte de Israel e um rapto de dois soldados israelitas desencadeou a Segunda Guerra do Líbano. Os confrontos duraram um mês até ao cessar-fogo (Resolução 1701 da ONU) mediado pelo conselho de segurança das Nações Unidas.

Em 27 de Novembro de 2007, o Primeiro-Ministro israelita Ehud Olmert e o Presidente palestino Mahmoud Abbas concordaram em negociar sobre todas as questões e lutar por um acordo até ao final de 2008. Em Abril de 2008, o presidente sírio bashar al-Assad disse a um jornal do Qatar, que a Síria e Israel tinham vindo a discutir um tratado de paz por um ano, com a Turquia como mediador. Isto foi confirmado por Israel, em Maio de 2008.

No final de Dezembro de 2008, o cessar-fogo entre o Hamas e Israel acabou após foguetes serem disparados a partir da Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas colocando a integridade da população israelita e do seu território em risco. Israel respondeu com uma série de intensos ataques aéreos. A 3 de Janeiro de 2009, tropas israelitas entraram em Gaza marcando o início de uma ofensiva terrestre.