22.4.09

Porção Semanal da Torá: Tazría


Vaikrá (Levíticus) 12:1 - 14:09

A Torá continua a relatar as leis de pureza física e espiritual. Esta Porção Semanal foca a Tzaraát, um tipo de sofrimento físico causado por transgredir as leis referentes à fala (não caluniar, não mentir, não falar palavrões, não fofocar, etc.) e o seu processo de purificação. A Tzaraát aflige, progressivamente, a casa, as roupas e a pele da pessoa, a menos que purifique a sua forma de falar. Há duas categorias de transgressões possíveis ao se falar:

1) Lashón HaRá (literalmente, ‘má língua’) – fazer uma declaração prejudicial ou que cause desprezo a outra pessoa, mesmo que esteja a dizer a verdade;

2) Rechilút (fofoca) – dizer a uma pessoa as coisas negativas que outro disse ou cometeu contra ela.


Desfazer o mal causado pela fala é comparado á tentativa de recolher uma grande quantidade de penas, após as lançar durante uma forte ventania!


Dvar Torá

A Torá declara: “Quando aparecer na pele da pessoa um inchaço, crosta ou mancha características da doença Tzaraát, ela deve ser levada a Aharon, o Sumo-Sacerdote, ou a algum dos seus filhos, os sacerdotes” (Vaikrá 13:2). Porque a pessoa precisava de ser trazida a Aharon, o Sumo-Sacerdote? O Rabino Hanoch explicou: Os nossos Sábios ensinaram que a Tzaraát era uma doença que se manifestava pelo facto de a pessoa ter falado Lashón Hará, palavras difamatórias, contra os outros. Quando as pessoas dizem coisas negativas, elas frequentemente racionalizam que é correcto falar o que falaram. Uma das desculpas mais comum utilizadas é que estão a falar a verdade: “O sujeito sobre quem estamos ‘a comentar’ fez tantas coisas erradas que é importante divulgar como ele é mau”. Também alegam que nunca fariam isto sem ter as mais elevadas intenções em mente e dizem que ‘é uma Mitsvá’ difamá-lo(a). Embora as suas alegações possam parecer louváveis a princípio, elas acabam por causar muito ódio, intrigas, brigas e dor. Porque a pessoa com Tzaráat era trazida a Aharon, o Sumo-Sacerdote? Uma das mais conhecidas características de Aharon é que ele fazia todo o possível para manter a paz dentro do povo. Sempre, que as pessoas brigavam, ele falava em particular com cada um dos ‘envolvidos’, dizendo que o outro estava arrependido e falando coisas amáveis e positivas sobre ele. Depois, quando estes ‘brigões’ se encontravam, o rancor já não mais existia e acabavam por fazerem as pazes. Quando sabemos, que a outra pessoa falou positivamente sobre nós, automaticamente sentimos um sentimento positivo em relação a ela e isto promove muito a amizade entre nós. Esta era a lição que Aharon transmitia aos que falavam contra os demais: “Não justifique as suas ofensas e o que está a fazer de mal contra os outros, reivindicando que deseja apenas divulgar a verdade. Pelo contrário: faça todo o possível para ajudar as pessoas a sentirem amor umas pelas outras!”

Mãos à obra!


SHABAT SHALOM