Porção Semanal : Haazinu
Bereshit 47:28 - 49:26
Haazínu (Devarim 32:1 - 52) compreende basicamente a "canção" de Moshê sobre as horríveis tragédias e a suprema alegria que constituirá a futura história do povo judeu. Embora não seja uma obra clássica em rima e música, a "canção" de Moshê mistura o que seriam idéias disparatadas numa bela sinfonia de pensamento. Ela expressa o reconhecimento de cada aspecto da Criação e tudo aquilo que D’us faz – passado, presente e futuro -– de alguma forma se integra em perfeita harmonia, embora com o nosso limitado entendimento humano nem sempre a reconheçamos como tal.
Moshê clama aos céus e à terra para que sejam testemunhas de que, se o povo judeu pecar e mostrar ingratidão para com D’us pelos muitos favores maravilhosos que nos concedeu, seremos punidos, ao passo que se permanecermos fiel à Torá e a D’us, receberemos as maiores bênçãos. Mesmo que o povo judeu se disperse, D’us garante a nossa sobrevivência e redenção no final.
Esta Porção conclui com D’us ordenando a Moshê que suba ao Monte Nebo, de onde terá uma vista da Terra de Israel e então morrerá.
Mensagem da Parashá
Perto do céu: perto da terra
Encontramos em Sifri, livro sobre a Torá, que Moshê era "próximo ao céu" e "distante da terra". Foi por esta razão que ele iniciou a leitura Haazínu declarando: "Escute o céu e escute a terra". Ao dirigir-se aos céus, Moshê usou uma expressão que denota proximidade (Haazínu), ao passo que para a terra usou uma expressão que indica distância (vetishmá), pois ele estava "próximo ao céu e distante da terra".
"Escute céu e escute terra" é um versículo na Torá, do qual cada palavra deve ser uma lição (pois a Torá significa ensinamento) para todo e cada judeu sobre como conduzir a sua vida. Como a Torá nos diz: "Escute o céu e escute a terra", devemos evidentemente atingir o nível de estarmos "próximos ao céu e distantes da terra".
Isto na verdade é intrigante. Se o elevado profeta Yesha'yáhu era considerado como sendo "distante do céu e próximo da terra", como poderemos ser "próximos do céu e distantes da terra"? Alternativamente, se de facto é verdadeiro que todo e cada judeu pode atingir este nível, como foi possível que Yesha'yáhu considerasse este nível inatingível?
Devemos forçosamente dizer que as palavras de Yesha'yáhu, ditas como um complemento às palavras de Moshê, aludem a um nível ainda mais elevado que o de Moshê; apenas após Yesha'yáhu – autorizado pelo nível de Moshê – atingiram o nível de estar "próximo do céu e distante da terra", foi então capaz de atingir o nível ainda mais elevado de estar "distante do céu e próximo da terra".
Como as palavras de Yesha'yáhu são também parte da Torá, é evidente que esta exortação, ainda mais elevada que a de Moshê, está também ao alcance da compreensão de todo o judeu. Após tornar-se "próximo ao céu e distante da terra", espera-se que todo o judeu atinja o grau mais elevado de estar "distante do céu e próximo da terra".
Como todos os aspectos da Torá estão relacionados à estação na qual são lidos, podemos facilmente entender que a lição dupla acima mencionada de Moshê e Yesha'yáhu é especialmente relevante durante os Dez Dias de Penitência, durante os quais lemos a Porção de Haazínu.
Como atingiremos estes níveis?
Durante todo o ano, o serviço divino de um judeu envolve mais aquelas coisas que têm a ver com "terra" – a Torá e as mitsvot como são encontradas aqui. Com o advento dos Dez Dias de Penitência, entretanto, cada judeu sente-se descontente com este estado terreno e deseja arrepender-se – para retornar e ser envolvido por D'us. Como "uma pessoa é achada totalmente onde está o seu desejo", segue-se que o desejo de ser totalmente um com D'us afecta imediatamente tal indivíduo, para que atinja um estado de estar "próximo ao céu" (Divindade) e "distante da terra".
Entretanto, este é apenas o primeiro passo. Logo em seguida, tendo saciado a sua sede pela revelação Divina, o mesmo indivíduo percebe que a essência de D'us é mais prontamente atingida quando se transforma o mundo numa morada para Ele. A pessoa então sente-se "mais próxima da terra e distante do céu" – torna-se consciente de que nada pode ser maior que seres mundanos tornando-se recipientes para conter a Essência de D'us. E isto é conseguido ao realizar o apaixonado desejo de D'us, que é o de ter uma morada para a Sua Essência neste mundo mais inferior.
SHABAT SHALOM
--------------- La parasha en castellano-----------------
La parashá para esta semana forma una parte del gran discurso final de Moisés. Llamada, Ha'Azinu (Escuchad!) vemos una parashá presentada principalmente en forma poetico.(32:1-32:52).
Moisés pide al pueblo que escuchen con cuidado antes de entrar en la tierra prometida. La parashá también nos informa que aunque podrá ver la tierra prometida nunca podrá entrar en ella. En muchas maneras este discurso final releja la vida. Al transformar el año viejo en el nuevo, hay que escuchar con cuidado a nuestro alma interior. ¿Cuáles son los errores que hemos cometido y cuales son los sueños que hemos realizado? Esta parashá también nos enseña que debemos ser bastante realistas para saber que la vida se compone de ríos de tiempo sin fin, y aunque nadie recibe todo lo que individualmente quiere, los morales en la vida, la ética, y el convenio (brit) entre D'ós y el pueblo deben seguir viviendo para siempre.
También esta parashá nos enseña algo de la próxima fiesta del mes de Tishre, la de Succot. Esta parashá nos lleva de lo espiritual lo práctico en la misma medida que vamos desde Iom Kippur hasta Succot. Las dos fiestas juntas nos subrayan la importancia de estos dos lados de nuestra vida. Los dos lados nos enseñan una lección importante para la vida. Sin el lado espiritual sufrimos del pecado de avaricia y egocéntrico. En cambio, sin lo práctico no sobrevivirá lo espiritual. Es la cosecha de la esperanza que nos causa a accionar. Son estos dos lados que esta parashá junta y son estos dos lados que la fiesta de Succot también junta.
Con la esperanza que esta fiesta de Succot sea buena para todos Uds. y que el tiempo se haga en un vasija en la cual nacen los sueños futuros.
In peace and blessings,
Rabbi Peter Tarlow
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