Às vezes pode doer...
BOM DIA! O dia das mães está a chegar: é no próximo domingo, 11 de maio. Portanto resolvi compartilhar convosco um belo quadro que recebi de Y. Homnick, cuja mãe, com 96 anos de idade, mantém 132 famílias semanalmente, para o Shabat, em Jerusalém!
QUANDO D’US CRIOU AS MÃES
Quando o Todo-Poderoso fez as mães, já era o sexto dia e Ele estava a trabalhar em hora extra. Um anjo apareceu e disse: “Por que o Senhor está a gastar tanto tempo?”
E o Todo-Poderoso respondeu: “Já viu a folha de especificações dela? Ela precisa ser completamente lavável, mas não de plástico, ter 200 partes móveis, todas substituíveis, ter um colo onde caibam 3 crianças de uma vez, ter um beijo que cure qualquer coisa, desde o joelho arranhado até ao coração partido, e tenha 6 pares de mãos!” O anjo ficou impressionado com os requerimentos para esta criatura. “Seis pares de mãos?! Impossível!”, disse o anjo.
D'us respondeu: “Não são as mãos que são o problema. São os 3 pares de olhos que as mães precisam ter!” “E tudo isto no modelo ‘standard’?”, perguntou o anjo.
O Criador respondeu: “Sim, um par de olhos para verr através da porta fechada quando ela pergunta às crianças o que estão a fazer, apesar de já saber. Outro par atrás da cabeça para ela ver o que precisa saber, apesar de ninguém pensar que ela pode. E o terceiro par na frente da cabeça.
Servirá para ver uma criança errante e transmitir-lhe que ela a entende e a ama mesmo sem dizer nenhuma única palavra!”
O anjo tentou demover o Todo-Poderoso: “Isto é muito trabalho para um só dia. Espere até amanhã para acabar”. “Eu não posso!”, protestou D’us, “Estou quase a terminar esta criatura. E ela está tão próxima ao Meu coração!”
O anjo aproximou-se e tocou a mulher. “Mas o Senhor a fez tão frágil, Todo-Poderoso!” “Ela é frágil”, D’us concordou, “mas Eu também a fiz resistente. Você não tem idéia do que ela pode agüentar ou conseguir!” “Ela poderá pensar?”, perguntou o anjo.
O Criador respondeu: “Não só será capaz de pensar, mas também de argumentar e negociar!” O anjo então percebeu alguma coisa, esticou a sua ‘mão’ e tocou na bochecha da mulher. “Opss, parece que há um vazamento neste modelo. Eu lhe disse que o Senhor estava a querer colocar coisas demais nela!”
“Não é um vazamento”, objectou D’us, “É uma lágrima!”
“Para que serve uma lágrima?”, perguntou o anjo.
O Todo-Poderoso respondeu: “A lágrima é a sua forma de expressar a sua alegria, o seu sofrimento, o seu desapontamento, a sua dor, a sua solidão, a sua tristeza e o seu orgulho!”
O anjo estava impressionado: “O Senhor é um gênio, Todo-Poderoso! O Senhor pensou em tudo!
As MULHERES SÃO REALMENTE MARAVILHOSAS!”
PODE SER AMARGO, MAS É BOM
"Rafael Grunenbaum (nome fictício), um rapaz jovem que havia recém começado o seu processo de Teshuvá (retorno aos caminhos do judaismo), trabalhava num escritório de São Paulo. Ele estava um pouco tenso pois no dia seguinte teria uma reunião muito importante no Rio de Janeiro, e por isso decidiu visitar um amigo para conversar e relaxar um pouco. Quando Rafael decidiu voltar para casa descobriu, para o seu desespero, que o seu carro havia sido roubado. Para piorar, lembrou-se que a passagem para o Rio de Janeiro estava no porta luvas do carro.
Rafael sentou-se na calçada e, desconsolado, começou a questionar a bondade de D'us. Ele estava a fazer Teshuvá, estava a tentar ser uma pessoa melhor, então porque D'us não lhe prestava atenção? Ligou desesperado para a Companhia Aérea e informou sobre o roubo da passagem. Quem o atendeu tranquilizou-o, garantindo que o seu nome estava no computador, e que seria necessário apenas trazer um Boletim de Ocorrência do roubo e os documentos de identidade para reimprimir a passagem no dia seguinte. Como esse processo seria um pouco mais burocrático do que o normal, ela aconselhou-o a chegar mais cedo do que os outros passageiros.
Rafael mal conseguiu dormir de preocupação. A reunião era muito importante, ele não poderia perdê-la. Tinha de se apresentar no aeroporto às 06:30 da manhã, para tomar o vôo das 07:00, mas estava tão ansioso que chegou ao aeroporto às 06:00. Como o Chek-in estava completamente vazio, o processo foi rápido e tudo ficou pronto antes das 06:15. A senhora chamou-o e informou que havia um vôo a partir dentro de 5 minutos, e ele poderia escolher entre embarcar naquele vôo ou aguardar o vôo das 07:00. Já que não tinha nada para fazer no aeroporto, Rafael decidiu embarcar antes, pois assim poderia passear no Rio antes da reunião e relaxar um pouco.
A viagem decorreu tranquila e a reunião foi um grande sucesso. Perto do meio dia Rafael telefonou para casa, para contar as boas notícias. A empregada atendeu, e ele escutou pessoas a chorarem. Ficou preocupado, teria acontecido algo? Quando a empregada reconheceu a sua voz, deu um grito e entregou o telefone para a sua mãe. Ela atendeu o telefone, visivelmente alterada:
- Filho, onde estás? O que aconteceu? Estás bem?
- Claro mãe, porque eu não estaria bem?
- Filho, como você pode estar vivo, se todos os passageiros do seu vôo morreram quando o avião caiu após a decolagem???
Rafael engoliu seco com a notícia. O avião que ele deveria ter viajado era o fatídico vôo 402 da TAM, o Fokker-100 que caiu logo após a decolagem do aeroporto de São Paulo, em 1996, deixando um total de 99 mortos. Mas por terem roubado o seu carro ele chegou mais cedo ao aeroporto e acabou por viajar às 06:15, escapando do que seria a morte certa" (História Real)
Em geral somos injustos com os nossos julgamentos a respeito dos actos de D'us. Enquanto estamos apenas a ver um pequeno ponto da história, D'us tem conhecimento de todo o quadro, e faz-nos o que é realmente o melhor. Às vezes pode doer, pode até ser amargo... mas sempre é para o bem.
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Na Parashá desta semana, Emor, a Torá descreve os cuidados que os Cohanim (sacerdotes) deviam ter para evitar qualquer tipo de impureza espiritual, que os impossibilitava temporariamente de fazer os serviços do Templo. A Torá então descreve as principais festas judaicas, e termina com um incidente envolvendo o filho de um egípcio com uma mulher judia que entrou em uma briga e terminou amaldiçoando o nome de D'us em público. Moshé não sabia exactamente o que fazer com o infrator, que tipo de punição aplicar, então prendeu-o e foi ao Mishkan (Templo Móvel) para consultar D'us sobre o destino do infrator. D'us comandou que o infrator fosse morto por apedrejamento, e o povo cumpriu as ordens de D'us.
Há um Midrash que nos ensina que D'us anuncia: "Talvez vocês pensarão que Eu dei a Torá para o mal de vocês, mas saibam que Eu dei a Torá apenas para o bem de vocês". Como entender este Midrash? Alguém vai pensar que D'us, a Fonte de toda a bondade e misericórdia, nos daria a Torá para o nosso mal? A resposta é que quando uma pessoa é julgada por um rei, ela sabe que o rei pode puní-la severamente, mas tem esperanças que ele terá misericórdia e lhe dará uma pena branda. E se esperamos um lado misericordioso de um ser de carne e osso, muito mais esperamos de D'us, Quem nos criou apenas por bondade. Mas em muitos pontos da Torá vemos que D'us nos ensina as punições para vários tipos de infrações, e entre as punições estão castigos duros, como chicotadas e até mesmo pena de morte, como ocorreu no veredicto do homem que blasfemou D'us.. Onde está a bondade e a misericórdia de D'us nestas punições tão duras?
Explica o Chafetz Chaim que o ser humano está acostumado a enxergar os castigos de D'us como algo negativo por comparar os atos de D'us com os atos dos seres humanos. Muitas vezes os seres humanos aplicam castigos por raiva, com um sentimento de vingança, e na grande maioria das vezes o castigo é algo completamente desmedido e sem propósito. Mas a Torá nos ensina que os castigos de D'us são justamente o contrário, são uma grande bondade. Os castigos são uma forma das pessoas expiarem seus erros. Se saíssemos deste mundo sem passar por esta purificação, nosso sofrimento espiritual posterior seria muito maior. Por isso D'us castiga os infratores de forma que já façam a "limpeza espiritual" aqui e possam sair deste mundo inocentes e limpos. Mas isso explica apenas os castigos em que a pessoa permanece viva, como as chicotadas. Que bondade há na pena de morte, em que o único ato é a morte do infrator? Que expiação isso pode trazer?
Explica o Ramban (Nachmânides) que na realidade a morte não estava nos planos iniciais de D'us para o ser humano. Se Adam Harishon tivesse vencido seus desejos materiais e tivesse escutado a ordem de D'us, terminaria seu teste e meritaria assim receber sua recompensa imediatamente. Não haveria morte, Adam entraria direto no Olam Habá (Mundo Vindouro) e ali nasceriam seus descendentes. Como ele não passou seu teste e comeu do fruto proibido, o mal, que estava fora do ser humano, virou parte dele, e para que o ser humano pudesse novamente chegar ao Mundo Vindouro foi necessário que D'us criasse mais um estágio: a morte. A morte é a separação do corpo e da alma, para que cada um deles possa fazer os seus "consertos" necessários. O corpo passa pelo sofrimento da decomposição, enquanto a alma passa por processos de purificação espirituais, que envolvolvem desde algum tempo no "Gueirrinom" (local de sofrimentos espirituais, mal traduzido como "inferno", que purifica nossa alma) até a necessidade, em alguns casos, de uma reencarnação em outro corpo.
Portanto, tudo o que está acontecendo neste mundo é uma grande bondade, pois a bondade verdadeira não é olhar somente o que ocorre a curto prazo, e sim o que ocorrerá por toda a eternidade. Os castigos de D'us são como os castigos de um pai que ama seu filho e quer o melhor dele. Por mais que pareçam duros, os castigos são necessários, e são uma grande bondade de D'us.
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