1.11.07

Porção Semanal: Chayê Sara

Bereshit 23:1-25:18

Chayê Sara começa com a morte de Sara ( aos127 anos ), e a busca de Avraham (Abraão) por um local apropriado que fosse digno da sua grandeza. Avraham recusa-se a aceitar a generosa oferta de Efron (um membro da nação chitita que vivia na terra de Israel) de dar-lhe Mearat Hamachpela na cidade de Hebron sem custo algum, e Avraham termina por pagar uma enorme soma de dinheiro pelo lote, onde finalmente sepulta a sua amada esposa.

Avraham envia o seu fiel servo, Eliezer, de volta ao seu país de origem e à sua família, a fim de encontrar uma esposa conveniente para Yitschac. Chegando à cidade de Aram Naharaim, Eliezer alinhava um plano pelo qual conseguirá selecionar uma jovem recatada e generosa, apropriada para o filho do seu amo.

Eliezer reza a D'us para que Ele lhe conceda sucesso nesta missão e o plano funcionar. Decide ficar à beira do poço da cidade, na esperança de que uma moça lhe ofereça e aos seus camelos, água para beber. Esta pessoa, que dar-se-ia ao trabalho de puxar água para um estranho e aos seus dez camelos, indo além do cumprimento do dever, certamente possuiria um grande carácter.

Rivka passa pelo teste, e após receber presentes enviados por Avraham, ela leva Eliezer à casa do seu pai. Eliezer conta os eventos do dia à família da moça e pede a Rivca que volte com ele para desposar Yitschac. Ela aceita, e eles casam-se.

Com o papel de Avraham como pai do povo judeu completado, e o manto da liderança passado à próxima geração, a porção semanal encerra com uma breve genealogia dos outros filhos de Avraham com a sua esposa Keturá (que muitos comentaristas afirmam ser na verdade Hagar) e a sua morte com a idade de 175.

Mensagem da Parashá

Certa vez perguntei a um rabino na nossa yeshivá local se ele fizera quaisquer planos para a sua reforma. Respondeu-me sucintamente: "Pretendo reformar-me, quando D'us me a conceder. Até lá, não tenho planos."

Pensei sobre aquela conversa ao estudar a Porção Semanal da Torá. A Torá diz-nos, que Avraham (Abraão) era velho, de idade avançada (Bereshit 24:1). Literalmente, a Torá usa o termo que Avraham era "entrado em dias."

Os comentaristas interpretam isso como significando que Avraham era capaz de fazer cada dia da sua vida ter um significado, mesmo em idade avançada. Além disso, ele podia lembrar-se daquilo que conseguiu em cada um dos dias da sua vida, pois cada um deles foi um dia de conquistas; e mesmo quando envelheceu, a sua paixão pelas boas acções não arrefeceu. Ainda conseguia encontrar energia e sabedoria para trazer um significado à sua existência quotidiana.

As consistentes conquistas de Avraham durante a sua longa vida, apesar das vicissitudes do tempo e da adversidade que teve de enfrentar, fornece um modelo a cada um de nós.

Ao envelhecermos, não precisamos em nos tornar menos produtivos, ou ficar mais lentos intelectual ou espiritualmente, nem temos de nos acostumar a dias inúteis e actividades improdutivas. Tendo Avraham como fonte de inspiração, podemos levar estes últimos, os dias de ouro da nossa vida.

SHABAT SHALOM