11.10.07

Porção Semanal da Torá: Noah


Bereshit (Gênesis) 06:09 - 11:32

A história de um homem correcto e justo numa geração perversa. O Todo-Poderoso ordena Noah (Noé) a construir uma arca sobre uma montanha, longe do mar. Ele demorou 120 anos para construi-la. As pessoas zombavam de Noah, perguntando: Por que estás a construir um barco em cima da montanha?Noah explicava que haveria um dilúvio se as pessoas não corrigissem o seu comportamento. Vemos aqui a paciência do Todo- Poderoso ao aguardar que as pessoas rectificassem os seus actos e seguissem no bom caminho, e também a Sua genialidade ao despertar a curiosidade das pessoas para que fizessem a tal pergunta na esperança que ouvissem a resposta e começassem a agir.

Aquela geração não fez Teshuvá, arrependendo-se dos seus maus caminhos, e D'us trouxe um Dilúvio que durou 40 dias. A água cobriu o planeta por 150 dias. O Todo-Poderoso criou o arco-íris, sinal do pacto que nunca mais destruiria toda a vida na Terra através da água. Por isso, ao vermos um arco-íris, é um presságio para fazermos Teshuvá -- reconhecer os erros que vamos cometendo na vida, arrependermo-nos, corrigi-los e pedir desculpas a qualquer um que tenhamos prejudicado e também a D'us.

Essa Porção Semanal conclui com a história da Torre de Babel e a genealogia de Shem (filho de Noah) até Abrão.

Dvar Torá: baseado no livro Growth Through Torah, do Rabino Zelig Pliskin

Em relação à Torre de Babel, a Torá declara: “E eles disseram: ‘Vamos construir uma cidade e uma torre que chegue até aos céus e façamos um nome para nós, a fim de que não nos dispersemos pela face da terra’ (Bereshit 11:4)”. O Midrásh Pirkei D’Rabi Eliezer (uma colectânea de explicações sobre a Torá), no capítulo 24, conta que quando as pessoas da geração da Torre de Babel estavam a meio da construção, o seguinte facto ocorreu: Se um ser humano caía da torre e morria, eles ignoravam o facto e continuavam a trabalhar. Entretanto, se um tijolo caía e quebrava, eles se sentavam e choravam.

Este Midrásh traz uma penetrante lição em quão fácil é nos desviarmos das nossas metas principais. Eles desejavam construir uma torre para o beneficio da humanidade. Entretanto, após algum tempo, o projecto em si tornou-se a meta e as vidas das pessoas foram consideradas sem importância.

De forma similar, uma pessoa pode trabalhar em benefício de alguma causa importante e ficar tão envolvida com os detalhes burocráticos deste trabalho, que acaba sendo rude com as pessoas, Ao fazermos coisas em benefício público, lembremo-nos das nossas metas. Não permitamos que a nossa devoção à causa seja uma desculpa para tratar insensivelmente os demais. Mantenhamo-nos sempre alertas para sermos sensíveis às necessidades de todas as pessoas!