13.10.07

Imite o comportamento Divivo

Shavua Tov! Nesta porção semanal, Noah (Noé) plantou uma videira pouco depois de sair da sua Arca. Logo que a planta produziu as suas uvas, ele preparou vinho e começou a beber, até ficar bêbado. O Midrásh conta-nos, que quando uma pessoa bebe um copo de vinho, ela se torna dócil e tranquila como um carneirinho. Depois de dois copos, torna-se como um leão, prepotente e orgulhosa de todas as coisas que acredita poder executar. Depois de três copos, ela dança como um macaco. Depois de quatro copos, rola na lama como um porco. Conta-se a história de um homem que bebia até chegar à total embriaguez e depois dormia nas calçadas. As crianças o insultavam e atiravam objectos. O seu filho, um proeminente membro da comunidade, estava muito triste e envergonhado com as bebedeiras do pai e procurava uma maneira de mantê-lo em casa. Certo dia ele viu outro bêbado caído na sarjeta e um monte de crianças rindo-se dele.

Rapidamente correu até casa para trazer o pai, para que testemunhasse os malefícios da bebida. O pai, ao ver o homem deitado e sendo zombado pelas crianças, foi até ao bêbado, abaixou-se e conversou com ele. No caminho de volta para casa, o filho perguntou-lhe: “O que o senhor disse para o homem?” O pai respondeu: “Eu não disse nada. Apenas perguntei onde ele havia conseguido um whisky tão bom”. O vício do alcoolismo – como qualquer outro vício – é difícil de ser superado. Os Alcoólatras Anónimos nos EUA têm um plano de Doze Passos, que é a base para a recuperação de qualquer vício. Todos pensamos que temos controle sobre as nossas vidas e assim sendo, é quase impossível quebrar vícios ou mudar o nosso carácter. A essência dos Alcoólatras Anónimos e grupos similares é fazer com que a pessoa perceba que não tem controle verdadeiro sobre a sua vida e que precisa de ajuda de uma Força Maior.

Os Doze Passos dos Alcoólatras Anónimos (nos EUA):

1) Admitimos que somos impotentes em relação ao álcool e que as nossas vidas se tornaram incontroláveis.

2) Chegamos à crença que existe uma Força Maior que pode restaurar a nossa sanidade.

3) Tomamos a decisão de modificar o caminho das nossas vidas e a nossa vontade, submetendo-nos ao cuidado de D’us, como O entendemos.

4) Fazer, sem medo, uma pesquisa e um inventário moral de nós mesmos.

5) Admitimos a D’us, a nós mesmos e a outros seres humanos a natureza exacta dos nossos erros.

6) Estamos inteiramente prontos para que D’us remova todos estes nossos defeitos de carácter.

7) Humildemente pedimos a D’us para remover as nossas deficiências.

8) Fizemos uma lista de todas as pessoas que prejudicamos, e desejamos indemnizar a todos.

9) Faremos indemnizações e reparações directas sempre que possível, excepto quando isso possa prejudicar a elas ou a outras pessoas.

10) Continuaremos a fazer um balanço pessoal e, sempre que estivermos errados, prontamente o admitiremos.

11) Procuraremos através da prece e da meditação melhorar o nosso contato consciente com D’us, da forma que O entendemos, orando pelo reconhecimento da Sua vontade por nós e pelo poder de conseguir isto.

12) Tendo conseguido um despertar espiritual como resultado destes passos, tentaremos passar esta mensagem a outros alcoólatras e a praticar estes princípios em todas as nossas atividades.


O Rabino Doutor Abraham J. Twersky, fundador e diretor médico do Gateway Rehabilitation Center, um famoso e bem sucedido programa para a recuperação de dependentes químicos nos EUA, contou a história de um homem que se recusou a trabalhar como conselheiro de um alcoólatra ateu em recuperação, a menos que este concordasse em rezar todos os dias. O alcoólatra professou a sua descrença em D’us, mas concordou com aquilo que achou uma ‘exigência ridícula’. Depois de algum tempo, falou o alcoólatra em recuperação: “Eu ainda não acredito em D’us, mas agora percebo que eu não sou Ele!”

Uma pessoa e D’us já são uma maioria. Tragamos os nossos problemas ao Todo-Poderoso e peçamos ajuda. Teremos assim uma chance maior de êxito. Ele não é conhecido como ‘Todo-Poderoso’ por nada. Ele possui o poder de ajudar e, quando pedimos o Seu auxílio, isto já nos torna merecedores de receber uma ‘ajudazinha’ dele. O nosso objectivo na vida é aperfeiçoarmo-nos e imitar o comportamento Divino – e isto só é possível se reconhecermos a Sua existência e o Seu poder.