19.1.07

Porção Semanal da Torá: Vaerá

Shemót (Êxodus) 06:02 -09:35


Aqui começa o relato das Dez Pragas que D’us mandou sobre o Egipto, não só para libertar o Povo Judeu da escravidão, mas para mostrar ao mundo que Ele é o D’us de toda a criação e da História. As primeiras nove pragas costumam ser separadas em 3 grupos:
1) A água transformando-se em sangue, Rãs e Piolhos;
2) Feras Selvagens, Pestes/Epidemias e Furúnculos;
3) Granizo, Gafanhotos e Escuridão.
O Rabino Samson Raphael Hirsch, um grande sábio que viveu na Alemanha (1808-1888), explica que estas punições contra os egípcios foram “medida por medida”, como consequência de terem afligido o Povo Judeu com a escravidão.
A primeira praga de cada grupo reduziu os egípcios, na sua própria terra, à insegurança que sentem os estrangeiros fora de casa.
A segunda praga de cada grupo tirou-lhes o orgulho, posses e o seu sentimento de superioridade.
A terceira praga de cada grupo impôs-lhes sofrimentos físicos.


Dvar Torá: baseado no livro Growth Through Torah, do Rabino Zelig Pliskin
A Torá declara: “E o Todo-Poderoso falou com Moshe e Aharon e os ordenou sobre os Filhos de Israel” (Shemót 6:13). Rashi, o grande comentarista francês da Torá (França, 1040 a 1104), esclareceu que o Todo-Poderoso ordenou Moshe e Aharon a liderá-los gentilmente e com paciência. O Rabino Yeshaia Hurwitz (Polônia, 1560-1630), autor do famoso livro Sh’lá HaKadosh, escreveu que esta é uma lição para qualquer pessoa em posição de liderança. Sempre que, estiver numa posição de autoridade, tome muito cuidado de não ficar nervoso com as pessoas com quem está a lidar. Fique alerta para nunca gritar. O prémio para um líder que tem esta paciência é muito grande.

Há duas atitudes possíveis para uma pessoa em posição de liderança.
A primeira é a do Poder Pessoal: a pessoa procura liderança para o seu próprio ego. O líder exige que o ouçam por causa da sua vaidade pessoal. Este tipo de líder ficará nervoso quando não seguirem as suas ordens: “Como se atrevem a me desobedecer!” Toda a sua ênfase está no próprio sucesso. A única razão pela qual se importa com os demais é porque este é a única maneira pela qual chegará ao sucesso. As pessoas com quem trata não são a sua meta, mas apenas meios de atingir o seu objectivo. O objectivo é o seu próprio engrandecimento e poder. Este tipo de líder ficará nervoso com muita facilidade.
O ideal de liderança da Torá é uma pessoa que ajuda o máximo de pessoas possível. A ênfase está centrada em beneficiar os demais e em ser útil às pessoas. Quanto mais difícil lidar com eles, maior a necessidade de paciência e tolerância. Esta foi a missão do Todo-Poderoso dada aos primeiros líderes do Povo Judeu, o modelo para todas as gerações futuras.
Independentemente de você ter autoridade sobre um grande grupo ou um pequeno grupo de pessoas, como uma classe ou seus filhos, esta lição aplica-se a si. Cada reunião, conversa ou encontro difícil é uma ferramenta para ampliar a virtude da paciência!