11.12.06

Hanucá


Muito bom dia!
Hanucá está próximo! A festividade inicia-se ao anoitecer de sexta-feira, 15 de Dezembro (assegure-se de acender as velas antes do pôr do sol). Para mim, é a minha festividade favorita. A seguir ao acender das velas, cantamos a canção ‘Maóz Tsur’, comemos deliciosos ‘sonhos’, contamos histórias, fazemos perguntas sobre Hanucá – tudo à luz das velas de Hanucá. As nossas memórias são criadas a partir de uma colectânea de momentos preciosos.

O que é Hanucá e como celebramos?
Existem duas maneiras pelas quais os nossos inimigos tentaram destruir-nos durante a História. A primeira foi através da aniquilação física, sendo a última grande tentativa o Holocausto. A segunda foi através da assimilação cultural. Purim é a celebração anual da nossa sobrevivência física. Hanucá é a celebração anual da nossa sobrevivência espiritual, apesar das inúmeras tentativas de nos destruir através da assimilação cultural.
Em 167 A .E.C., o imperador greco-sírio Antióhus resolveu destruir o Judaísmo banindo três mitsvót: O Shabat, a Santificação do Novo Mês (estabelece-se o primeiro dia do mês pelo testemunho de duas pessoas que viram o nascer da lua nova) e o Brit Milá (a entrada dos meninos no Pacto de Avraham, através da circuncisão). O Shabat significa que D’us é o Criador e o que mantem o Universo, que a Sua Torá é o ‘mapa’ da criação, contendo os seus significados e valores. Santificar o Novo Mês serve para determinar a data dos Feriados Judaicos. Sem isto seria o caos. Por exemplo, Sucót cai no 15º dia de Tishrei. O dia em que isto ocorrerá depende da declaração do primeiro dia de Tishrei. Brit Milá é o símbolo do nosso pacto especial com o Todo-Poderoso. Todos os três mantêm a nossa integridade cultural e eram, portanto, uma ameaça à Cultura Grega.
Matitiáhu e os seus 5 filhos, conhecidos como os Macabeus, iniciaram a revolta e, três anos depois, conseguiram expulsar os opressores de Israel. A vitória foi um milagre (proporcionalmente, seria como se Israel vencesse todas as superpotências mundiais de hoje, juntas). Tendo conseguido recuperar o controle do Templo Sagrado, em Jerusalém, desejaram colocá-lo em funcionamento imediatamente. Precisavam de azeite de oliva, ritualmente puro, para reacender a Grande Menorá do Templo. Porém, somente um frasco de azeite foi encontrado intacto, suficiente para queimar por apenas um dia, no entanto, precisavam de uma quantidade que durasse oito dias, até que o novo azeite, ritualmente puro, pudesse ser produzido. Um milagre ocorreu e aquele azeite, suficiente para um só dia, ardeu por 8 dias.
Daí acendermos as velas de Hanucá (ou, melhor ainda, recipientes com azeite de oliva) por oito dias. Um no 1º dia, dois no 2º, e assim por diante. A primeira vela é colocada no lado direito da hanukiá (ou menorá) e, a cada dia, uma nova vela é acrescentada imediatamente à sua esquerda. Na primeira noite recitamos três brahót e duas nas noites seguintes. Acendemos a vela sempre a partir do lado esquerdo (a vela do dia), seguindo em direcção ao lado direito da hanukiá. A hanukiá deve ter todos os seus ‘braços’ alinhados e na mesma altura. A tradição Ashkenazi é que cada homem acima de 13 anos acenda a sua própria hanukiá, enquanto que a tradição Sefaradi é acender uma única hanukiá por toda a família. As bênçãos podem ser encontradas no Sidur, o livro de preces. Mesmo sendo permitido acender as velas dentro de casa, é preferível acendê-las onde os peões e outros possam ver as suas chamas, para divulgar o milagre de Hanucá. Em Israel, muitas pessoas acendem as velas do lado de fora das casas, em caixas de vidro ventiladas feitas especialmente para se colocar a hanukiá.
A tradição de comer látkes, bolinhos de batata, é para recordarmos o milagre do óleo (látkes são fritas em óleo). Em Israel, a tradição é comer sufganiót, sonhos recheados com geléia. O dreidel, um pião com quatro lados, tendo as letras hebraicas Nún, Gímel, Hêi e Shín (as primeiras letras de “Nês Gadól Hayá Shám: Um Grande Milagre Aconteceu Lá -- em Israel”) é o jogo tradicional.
Nos tempos da perseguição, onde estudar Torá era proibido, os Judeus estudavam escondidos e, quando os soldados gregos vinham investigar, rodavam o dreidel e fingiam estar apostando.
As regras: Nún - ninguém ganhou; Guímel - o que rodou leva tudo; Hêi - o que rodou leva a metade; Shín - o que rodou tem que ‘colocar na mesa’ o equivalente ao que foi apostado. Ganha quem acumular mais fichas no menor tempo!