24.6.06

A Torá é a fonte de nutrição do Povo Judeu

BOM DIA!
Gostaria de lhes contar uma interessante história. Tenho um amigo chamado Benny Karan, que cresceu em Milwaukee, no estado norte-americano de Wiscosin. Ele nunca foi o tipo de garoto que se assimilaria ou entraria num casamento misto. Muitas vezes, na sua juventude, teve vizinhos anti-semitas atiçando os seus cães Pastor-Alemão sobre ele ou queimando suásticas na relva, em frente à sua casa. O anti-semitismo tem a propriedade de forjar uma forte identidade Judaica. (Não, isto não é uma defesa do anti-semitismo como forma de conter a assimilação!)
Depois do colégio, Benny foi alistado no exército e mandado para o Vietnam. Sobrevivente de guerra, teve problemas em reajustar a sua vida nos EUA. (É um pouco desconcertante ter pessoas cuspindo para você por ser um veterano do Vietnam). Benny pensou muito sobre o que poderia fazer de significativo com a sua vida. Fez uma análise do que valorizava (o Povo Judeu, a justiça), de seus talentos (determinação, força física e mental, fluência em espanhol, habilidade como Comando militar) e então decidiu: iria para a América do Sul para matar Joseph Mengele, o infame médico nazista que mandou tantos Judeus para a morte no campo de concentração de Auschwitz.
Um dia, em meio às suas preparações, Benny acabou conhecendo o antigo governador do estado americano de Wiscosin, o Sr. Warren Knowles (1965-1971). Expressando a sua admiração pelo governador, Benny foi convidado para um café-da-manhã. No meio da conversa, o governador perguntou: “Então, agora que retornou do Vietnam, quais são seus planos?” E Benny explicou com todos os detalhes o seu plano de viajar para a América do Sul para matar Mengele.
O governador Knowles nem piscou os olhos e perguntou: “E quais são os seus planos para depois disto?” Benny respondeu: “Estou pensando em ir para Israel”. O governador exclamou: “Israel? Depois dos EUA, Israel é o meu país favorito!” Em 20 minutos o governador convenceu Benny a fazer ‘aliá’ (imigrar para Israel), provavelmente salvando a sua vida!
Benny foi para Israel. Eu o encontrei quando ele passou pelo Aish HaTorá, procurando uma instituição de ensino tradicional de estudos Judaicos, para aprender sobre a sua herança espiritual. Ele não pretendia estudar numa Yeshivá quando foi para Israel. Escolheu trabalhar num kibutz fundado por sobreviventes do Holocausto. Na sua primeira semana lá, aconteceram duas celebrações em honra do casamento de dois filhos de sobreviventes do Holocausto: um com uma moça não-Judia da Holanda e o outro com uma moça não-Judia da Alemanha. Disse Benny: “Eu não vim para Israel para assistir um kibutz de sobreviventes do Holocausto celebrar o casamento misto de seus filhos e o enfraquecimento do Povo Judeu. Avaliei que seria melhor descobrir o que significa ser Judeu e o porquê de somente aqueles que estudam e vivem a Torá serem os que sobreviveram como Judeus através dos milênios”.
O Povo Judeu tem sido comparado a uma rosa já colhida. Coloque uma rosa num vaso d’água e por três dias parecerá linda... mas depois murchará, pois foi desconectada da sua fonte de nutrição. A Torá é a fonte de nutrição do Povo Judeu. Cem gerações podem ter estudado Torá e florescido, mas se uma geração interrompe esta conexão, então somente os valores mais básicos do Judaísmo serão transmitidos e, provavelmente, por não mais do que uma ou duas gerações.
Existem duas maneiras de uma pessoa ter uma forte identidade Judaica: (1) Sofrer muito devido ao anti-semitismo e/ou (2) conhecer a beleza e o significado de sua herança espiritual. Se quisermos que nossas crianças sejam parte do futuro judaico, então devemos procurar saber mais sobre a Torá e sobre como ela aprimora e valoriza nossa família e nosso dia-a-dia. Se quisermos gerações de rosas, então plantemos nossas sementes em colégios Judaicos , Yeshivás e qualquer outro programa onde as pessoas possam aprender a apreciar a beleza e a relevância da vida Judaica. E incorporemos o que estudarmos em nossos lares! Aí, então, teremos um jardim florescente, com uma abundância de rosas bonitas e vistosas!
A propósito: Benny ficou no Aish HaTorá por alguns anos, serviu no exército, casou-se, tem 6 filhos e vive em Milwaukee, onde é director de marketing e vendas numa indústria de etiquetas.