23.6.06

Porção Semanal da Torá: Sheláh

Bamidbár (Números) 13:1 - 15:41

O Povo Judeu recebeu a Torá no Monte Sinai e está pronto para entrar na Terra de Israel. Há um consenso entre o Povo que devem mandar espiões para verificar se é possível conquistá-la. Moshe sabe que a promessa do Todo-Poderoso de nos dar aquela terra incluía, também, a garantia da sua conquista. Entretanto, um dos princípios de vida que aprendemos desta porção semanal é que o Todo-Poderoso dá a cada um de nós livre-arbítrio para irmos na direcção que bem escolhermos. Então Moshe, por decreto Divino, envia os chefes das tribos (homens do mais alto calibre espiritual) para espiar a terra.
Doze espiões são mandados. Dez voltam com o relato de que existiam grandes fortificações e gigantes, e incitam o Povo a não entrar na terra. Yehoshua ben Nun e Calev ben Yefunê (cunhado de Moshe) tentam se opor à rebelião, mas não obtêm sucesso. O Todo-Poderoso decreta que o Povo Judeu vagueará 40 anos pelo deserto, um ano por cada dia que espiaram a Terra de Israel. Isto aconteceu no dia Tishá BeÁv ( 9 de Av), uma data reconhecida em toda a história Judaica por suas tragédias: a destruição de ambos os Templos em Jerusalém, a expulsão dos Judeus da Espanha, em 1492, e a saída do primeiro trem para Auschwitz, entre outras.

Dvar Torá: baseado no livro Growth Through Torah, do Rabino Zelig Pliskin
A Torá declara: “Calev tranqüilizou as pessoas em relação a Moshe e disse: ‘Com certeza devemos ir a Israel, pois somos capazes de fazê-lo!’ (Bamidbár 13:30)”. Havia dois bons espiões: Yehoshua e Calev. Por que somente Calev falou com o Povo e Yehoshua não?
Explicou o grande Rabino e cabalista Isaac Luria (Israel, 1534-1572), também conhecido por Arizal, que Yehoshua preferiu que Calev falasse porque sentiu que se ele o fizesse, as pessoas poderiam argumentar: “Você, Yehoshua, quer entrar em Israel por causa do seu desejo pelo poder. Você só está preocupado com o seu bem estar. Você quer a liderança para si. Para nós, não é do nosso maior interesse ir para lá!”
A nossa lição: Ao tentarmos influenciar outros sobre alguma coisa, é importante que saibam, que o que estamos a dizer é para o seu genuíno bem-estar. Se estas pessoas sentirem que estamos motivados por algum interesse próprio, não nos darão ouvidos. Neste caso, é melhor que uma pessoa imparcial fale por nós!