1.4.06

O que é Pessach e como o Comemoramos?

UM BOM DIA! Pessach inicia-se ao pôr-do-sol do dia 12 de abril (quarta-feira) e os dois Seders serão na noite da quarta-feira e também na de quinta-feira (dia 13 de abril). O que precisamos saber para nos prepararmos para Pessach? Com certeza muito mais do que posso compartilhar com vocês nas duas próximas semanas. Por isto, além da leitura do Meór HaShabat, recomendo-lhes a nossa espectacular homepage em português www.aishbrasil.com.br/new/artigo_pessach.asp.

O que é Pessach e como o Comemoramos?
Toda a Festa Judaica é uma oportunidade para desenvolvermos e trabalharmos um certo aspecto do nosso crescimento pessoal. Sucót é a época de se trabalhar sobre a Alegria; Yom Kipur, sobre Teshuvá, o ‘retorno espiritual’; Shavuót é tempo de se trabalhar sobre Kabalát HaTorá, receber a Torá com seriedade.
Pessach é a Festa da Liberdade - a nossa Liberdade Espiritual. Para isto D’us retirou-nos do Egipto. Mas qual a essência da Liberdade? Será que liberdade é a possibilidade de se fazer o que bem se quiser, sem embaraços e sem temer as conseqüências? Isto é libertinagem, não liberdade. James Bond tinha ‘licença para matar’, não liberdade para matar. Liberdade significa termos a possibilidade de usar o nosso livre-arbítrio para crescermos e nos desenvolver.
Muitas pessoas pensam que são livres, quando na verdade são freqüentemente ‘escravas’ de manias e modas passageiras da sociedade onde vivem. Escravidão são actos feitos sem pensar, um comportamento ‘rotinizado’, seguindo os desejos impulsivos do corpo. O nosso trabalho em Pessach é sair desta escravidão e adquirir a verdadeira Liberdade!
Todos os mandamentos relacionados a Pessach nos habilitam a reviver e viver a liberdade que os nossos antepassados experimentaram ao sair do Egipto para servir o Todo-Poderoso.
Durante os oito dias de Pessach somos proibidos de possuir e comer Hamêts [massas fermentadas, ou seja, virtualmente qualquer produto que tenha farinha na sua composição (pão, pizza, macarrão, aveia, etc.), bem como bebidas como cerveja, uísque, etc].
Por que tanta ênfase em ficarmos livres do Hamêts? Um dos motivos é que o Hamêts representa a arrogância. A única coisa que se interpõe entre você e D’us... é você. Para nos aproximarmos do Criador, que é a principal satisfação da vida (e esta oportunidade se apresenta em todas as mitsvót e Festividades Judaicas), cada pessoa deve remover a sua própria arrogância. Cada acto prático traz uma satisfação interna; Nós removemos o Hamêts dos nossos lares e precisamos, paralelamente, trabalhar sobre a nossa característica de humildade.
Na noite anterior a Pessach, fazemos uma busca rigorosa do Hamêts nos nossos lares. Durante o dia a casa deve ser limpa e todo o Hamêts consumido, vendido ou jogado fora. À noite, existe o costume de se colocar 10 pedaços de pão em diversos locais da casa para que, durante a procura do Hamêts, encontremos alguma coisa. Esta procura é realizada à luz de uma vela acesa.
Existem cinco mitsvót (Mandamentos) para o Seder de Pessach: (1) Comer Matsá, (2) Relatar a História da saída do Povo Judeu do Egito, (3)Tomar quatro copos de vinho ou sumo de uva (vinho ou sumo casher) durante a leitura da Hagadá, (4) Comer Maror (ervas amargas) e (5) Recitar o Halel (uma colectânea de Salmos louvando o Todo-Poderoso).
A Matsá – também chamada de ‘Pão da Aflição’ – relembra-nos o alimento que o Povo Judeu comia no Egipto e também o alimento que comeram quando saíram do Egipto. Os quatro copos de vinho ou sumo representam os 4 diferentes termos que a Torá utilizou para descrever a nossa redenção (Êxodos 6:6-7). O vinho (ou sumo de uva) é uma bebida de pessoas livres! As ervas amargas relembram a aflição da escravidão (dê uma olhada no rosto daqueles que comem o Hrein!) e o Halel é a nossa expressão de gratidão ao Todo-Poderoso pela nossa salvação e liberdade.
A nossa saída do Egipto levou-nos até ao Monte Sinai e à aceitação da Torá. Este é o ponto central da nossa liberdade. A Torá trouxe para a humanidade os padrões Divinos do que é certo ou errado, trouxe os meios para nos aperfeiçoarmos e também ao mundo em que vivemos, bem como as ‘receitas’ para adquirirmos significado e felicidade na vida.