10.10.09

Memorial ao Holocausto na Roménia


Foi inaugurado um memorial pelos 300,000 Judeus e Ciganos mortos durante o Holocausto na Roménia. O Presidente Basescu disse, que “era um dever da nação em reconhecer o genocídio feito durante a II Guerra Mundial e honrar as vítimas”.

Foi inaugurado na passada quinta-feira, na Roménia, um memorial aos 300.000 Judeus e Ciganos mortos durante a II Guerra Mundial naquele País, que no passado foi negado ter acontecido esse genocídio ou extermínio.

Na Roménia existem actualmente 6.000 Judeus. Durante o comunismo e após a sua queda em 1989, ambos os governantes ignoraram a deportação dos Judeus.

"Este monumento está cheio de simbolismo. Centenas de milhares foram mortos, os quais em vida contribuíram para a prosperidade cultural e económica da Roménia" disse o Rabino Menachem HaCohen, Chefe Rabino da Roménia.

As autoridades Romenas criaram, em 2003, a Comissão Internacional Elie Wiesel para investigarem sobre o Holocausto, depois de um ministro Social Democrata no governo ter desmentido a existência de genocídio.
Alguns romenos admiram o pró-nazi Marshal Ion Antonescu, cujo governo foi responsável por essas mortes. Vêem-no herói, que lutou contra os Soviéticos na recuperação do território romeno.

"É importante conhecer o passado, o qual não é simples" disse Radu Ioanid, escritor de vários livros sobre o Holocausto na Roménia. "Ainda há pessoas, que se opõem a isso" acrescentou.

Parar e recordar

Historiadores documentaram vários pogroms na Roménia, incluindo um, em Junho de 1941, no nordeste da cidade de Iasi, onde 12,000 judeus foram mortos por Romenos e Alemães, numa busca de casa a casa. Os sobreviventes foram fisicamente torturados, colocados em vagões para gado, com alta temperatura e levados para a pequena cidade. Das 120 pessoas no comboio, somente 24 sobreviveram.

Outros Judeus Romenos foram deportados para a Transilvânia, pelos fascistas Húngaros e entregues nos campos de concentração nazistas. Parte da Transilvânia era controlada pela Hungria, durante a II Guerra Mundial.

O Prémio Nobel Elie Wiesel, um sobrevivente do Holocausto, que foi deportado para Auschwitz, pediu aos Romenos para não desconhecerem ou ignorarem o seu passado.

Ao passarem, parem e tomem um momento de reflexão, pediu Elie, na sua mensagem escrita. "Neste maravilhoso País, mas na altura tendo em Antonescu, um governo criminoso, centenas de milhares de Judeus foram perseguidos e assassinados nos sangrentos pogroms."

Críticos afirmam, que os Romenos começam a aprender o que foi o Holocausto.

"A Roménia tem tido dificuldades em reconhecer o seu passado, especialmente nas instituições escolares do estado," disse Michelle Kelso, director da Associação para o Diálogo e a Educação Cívica. "No entanto, para se conquistar o coração e a mente das pessoas, mais campanhas educativas devem ser feitas, especialmente sobre o Holocausto e as consequentes lições."

A Directora do Museu do Holocausto, em Washington, Sarah Broomfield disse "É admirável ver uma jovem democracia a tratar da história, que foi ignorada pelos comunistas". "Agora podem escrever a vossa própria história."