19.8.09

Impacto na população ibérica

As conversões religiosas de Judeus e muçulmanos tiveram um impacto profundo na população ibérica.

Elena Bosch e Francesc Calafell investigadores da Unidade da Biologia da Evolução do departamento das Ciências da Saúde Experimental participaram desse estudo juntamente com a Universidade de Leicester do Reino Unido e com o apoio do Wellcome trust. O resulyado desses estudos foram publicados no dia 5 de Dezembro de 2008 na Jornal Americano de Genética Humana e mostra, que a actual genética ibérica aparenta ter sido influenciada pelas conversões religiosas de Judeus e muçulmanos nos seus antepassados.
Segundo Elena Bosch, “estudando o cromosssoma Y podemos afirmar, que o Norte de África contribuiu para a actual população peninsular e ilhas Baleares muito especificamente. Um resultado não esperado foi poder encontrar também a sua influência muito maior no oeste (por exemplo em Leon) do que no este (por exemplo em Granada), o que poderá refletir a deportação massiva de Mouriscos de Granada para Castela, que teve lugar no século 16”.
O estudo mostra, que as conversões religiosas e os casamentos entre pessoas de diferentes linhagem tiveram um enorme impacto na população moderna de Espanha, ilhas Baleares e Portugal. Para chegar a estas conclusões, os investigadores analisaram um largo leque do cromossoma Y somente presente nos homens – transmitido de pais para filhos – na actual população da península ibérica. Naqueles resultatdos, encontraram uma proporção genética muito elevada em características atribuíveis aos ancestrais Judeus Sefaraditas (19.8%) e às populações originárias do Norte de África (10.6%). A complexa história recente da Península Ibérica mostra-nos aquele facto, devido à coabitação de pessoas diferentes e de filiações religiosas diferentes: cristãos, judeus e muçulmanos, que também tinham diferentes origens geográficas e concerteza, com a diversidade de costumes culturais e religiosos. No entanto, o mais surpreendente é a proporção elevada de ascendência Judia Sefaradita, que não encaixa nos estudos históricos. As características genéticas particulares das populações do Norte de África encontradas nas populações actuais não dão para explicar a distribuição geográfica da colonização muçulmana da Península no ano de 711 ou do seu términus no século 15. Este facto somente pode ser explicado pelas elevadas conversões religiosas (sejam forçadas ou voluntárias) e episódios de intolerância religiosa, as quais levaram à integração ou assimilação dos seus descendentes até ao dia de hoje.

Referências
Adams, SM; Bosch, E; Balaresque, PL; Lee, AC; Arroyo, E; López-Parra, AM; Aler, M; Grifo, MSG; Brion, M; Carracedo, A; Lavinha, J; Martínez-Jarreta, B; Quintana-Murci, Ll ; Picornell, A; Ramon, M; Skorecki, K; Behar, D; Calafell, F; Jobling, MA., "
The genetic legacy of religious diversity and intolerance: paternal lineages of Christians, Jews and Muslims in the Iberian Peninsula", American Journal of Human Genetics, 84.