19.5.09

Um povo dedicado


Neste mês comemoramos o evento mais significativo da História judaica e a própria base do judaísmo, a festa de Shavuot, que marca a revelação Divina no Monte Sinai e a Outorga da Torá.

A importância deste acontecimento é frisada num verso das orações diárias: "Guarda-te muito bem... para não te esqueceres do dia em que estiveste diante do Senhor [no Sinai]."

O estudo da Torá necessita de preparação, a qual se constitui de três elementos básicos: dedicação à vontade do Altíssimo, humildade e união. Estas são indicadas no versículo: "Eles deixaram Refidim e chegaram ao deserto de Sinai… e lá Israel acampou em frente à montanha."
Refidim foi o lugar onde os judeus foram atacados por Amalec, que pôde agir devido ao facto do povo ter negligenciado os ensinamentos transmitidos por Moshê. Deixar Refidim simboliza a correcção desta falha através de uma dedicação sincera que chegou ao auge na declaração: "Tudo que D’us mandar faremos."

"Chegar ao deserto" expressa a humildade, segundo explicação do Talmud: "Todo aquele que se considera humilde como um deserto merecerá receber a Torá." Humildade verdadeira é a fonte de todas as características boas e positivas.

O terceiro elemento – união – é indicado pela palavra "acampou" na forma singular (e não "acamparam", como os outros verbos da frase que aparecem no plural). Quanto mais forte o elo entre os judeus, mais estes se tornam parte integrante da Torá. Aliás, cinco dos Dez Mandamentos tratam do comportamento entre o homem e o seu próximo.

Hoje em dia, ao recitar as bênçãos da Torá, o texto diz: "D’us dá-nos a Torá" (e não "deu", no passado). A Outorga da Torá, além de um evento histórico, é um processo contínuo. Por isso devemos estar sempre prontos, tal como os nossos antepassados no deserto.

Que este evento no Sinai sirva de modelo para a nossa vida. Para nos tornarmos um povo, prometemos dedicação, humildade e união; e para continuar como nação temos de honrar a nossa palavra.