Porção Semanal: Bechucotai
Vayicrá 26:3 - 27:34
Bechucotai, a última porção da Torá do Livro Vayicrá, começa por relacionar brevemente algumas das bênçãos e recompensas que o povo judeu receberá por seguir diligentemente a Torá e por cumprir as mitsvot.
A porção então muda para o assunto que a tornou famosa - a tochachá, a severa admoestação de D'us. Passo a passo, a Torá descreve as tragédias que acontecerão ao povo judeu, muitas vezes em termos descritivos, por eles terem abandonado a observância da Torá e mitsvot fornecendo uma lúgubre descrição daquilo que foi a nossa história até este dia.
A porção então continua para falar sobre a santificação dos presentes voluntários ao Templo Sagrado, e o processo pelo qual uma pessoa pode monetariamente redimir aqueles itens santificados para o seu próprio uso.
O Livro de Vayicrá conclui com uma breve discussão sobre os dízimos, incluindo uma porção que o fazendeiro deve ele próprio consumir dentro da cidade de Jerusalém, chamada ma'asser sheni.
A porção então muda para o assunto que a tornou famosa - a tochachá, a severa admoestação de D'us. Passo a passo, a Torá descreve as tragédias que acontecerão ao povo judeu, muitas vezes em termos descritivos, por eles terem abandonado a observância da Torá e mitsvot fornecendo uma lúgubre descrição daquilo que foi a nossa história até este dia.
A porção então continua para falar sobre a santificação dos presentes voluntários ao Templo Sagrado, e o processo pelo qual uma pessoa pode monetariamente redimir aqueles itens santificados para o seu próprio uso.
O Livro de Vayicrá conclui com uma breve discussão sobre os dízimos, incluindo uma porção que o fazendeiro deve ele próprio consumir dentro da cidade de Jerusalém, chamada ma'asser sheni.
Mensagem da Parashá
D’us esqueceu-se?
por Micah Gimpel
A porção desta semana da Torá contém a tochachá, a famosa advertência severa aos Filhos de Israel por não seguirem os caminhos que D'us ordenou. Entretanto, embora a longa passagem comece com uma nota negativa, termina de modo inspirador. D'us diz-nos que perdoará os Filhos de Israel assim que se arrependam e mudem o seu modo de agir. Esta secção enaltecedora começa com um interessante versículo: "Lembrar-me-ei do Meu pacto com Yaacov, e também do Meu pacto com Yitschac, e também do Meu pacto com Avraham lembrarei, e lembrar-me-ei da Terra" (Vayicrá 26:42). Linguisticamente, este versículo é bastante difícil por várias razões. Rashi cita um Midrash que faz uma pergunta óbvia e esclarecedora: porque a Torá usa a linguagem de "lembrar" referindo-se a Yaacov e Avraham, mas não em relação a Yitschac? Seria possível que D'us lembre-Se menos de Yitschac que dos outros? O Midrash, conforme foi citado por Rashi, dá uma resposta que requer alguns esclarecimentos. Declara que o Criador vê as cinzas de Yitschac como se fossem juntadas e colocadas sobre o altar; portanto, lembrar é desnecessário no caso de Yitschac. Esta declaração refere-se à akeidá, o quase-sacrifício, de Yitschac na mão do seu pai, descrito no final da Parashá Vayerá (Bereshit 22:1-19). Deixando-se de lado a aparente irrelevância da akeidá ao assunto em discussão, devemos em primeiro lugar entender sobre o que o Midrash está a falar, pois como se deve lembrar, Yitschac jamais foi sacrificado, e portanto nunca foi queimado sobre o altar. No último momento Avraham rescindiu a Sua ordem. Se é aquele o caso, como pode o Midrash dar uma resposta aparentemente tão erronea, falando sobre as cinzas inexistentes de Yitschac? A akeidá foi um tremendo teste de fé, que serve como paradigma da grandeza de Yitschac. Contando já 37 anos e maduro de carácter, Yitschac concordara em agir de acordo com a ordem de D'us e dar a sua vida. Este fiel atributo brotou da natureza passiva de Yitschac. Durante toda a sua vida, a sua grandeza foi demonstrada por sua falta de iniciativa. Voltou às mesmas cidades que Avraham havia visitado anteriormente, a fim de reforçar o que o seu pai já havia feito; poucas vezes fez algo por sua própria iniciativa. Foi durante a akeidá que a passividade de Yitschac mostrou-se mais fortemente, e isso caracteriza a sua vida inteira e toda a sua personalidade. O Criador, portanto, viu Yitschac como se efectivamente tivesse sido sacrificado sobre o altar, pois estava desejoso de entregar a sua vida até mesmo no último momento. As cinzas teriam representado a realização do sacrifício e permanecem perante D'us como um lembrete permanente da grandeza de Yitschac. Portanto, o Chofetz Chaim explica, como as cinzas de Yitschac são sempre vistas, não há necessidade de se lembrar. Este entendimento sobre Yitschac esclarece ambas as perguntas. A razão pela qual Yitschac não é "lembrado" no versículo é simplesmente porque jamais foi esquecido. É desnecessário lembrar algo que permanece constantemente no primeiro plano da consciência. Portanto, ao responder esta questão, o Midrash refere-se à akeidá – o meio pelo qual ele jamais fora esquecido – para expressar a grandeza de Yitschac, a sua passividade. Moshê diz aos Filhos de Israel os castigos que advirão pelos seus pecados, e como Ele os perdoará. As acções dos Filhos de Israel foram tão ofensivas que não podiam pedir misericórdia pelas suas iniquidades. Mas pelo mérito de Yitschac, que representa a grandeza pela falta de acção, os Filhos de Israel poderiam arrepender-se e pedir a D'us para deixar passar os seus horríveis pecados, concentrando-se na sua falta de acção. A passividade de Yitschac permite-nos sermos grandes através da nossa própria passividade. Evitarmos uma situação negativa pode por vezes ser equivalente a realizar um acto positivo.
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