19.4.09

Preocupação excessiva




Por Sarah Chana Radcliffe

Preocupar-se – É isso que os pais fazem?
Os pais preocupam-se. Antes de a criança nascer, preocupam-se com o nascimento, com a sua saúde e futuro. Depois que nasce, preocupam-se com todos os aspectos do bem-estar da criança: físico, emocional, espiritual, académico, social, conjugal, profissional e tudo o mais com o que possam preocupar-se.
Para pais de filho único, a preocupação pode ser um estado de tempo integral. Para pais de muitos filhos, ocorre o mesmo: existem, afinal, somente 24 horas num dia.

Porque preocupar-se?
Preocupar-se dá a ilusão de controle. As pessoas enganam-se, pensando que estão impedindo coisas más. Para elas, preocupar-se de alguma forma é mais forte que apenas sentar-se sem fazer “nada” sobre os possíveis perigos existentes.
Obviamente, preocupar-se não é exactamente o mesmo que planear ou resolver problemas. Concentrar-se numa área de preocupação pode ser útil, especialmente quando envolve a solução de problemas. Por exemplo, quando um pai ou mãe vê que o filho não gosta de estudar, pode pensar a respeito e adoptar estratégias úteis. Aquele que se preocupa, por outro lado, simplesmente preocupa-se a respeito do problema (pensa sobre aquilo muitas vezes) com ou sem solução para o problema.
De uma certa maneira engraçada, a preocupação alivia a ansiedade. Pensar sobre um problema de certa forma distrai-nos das suas consequências emocionais. Em vez de prestar atenção a sentimentos ocultos de tristeza, desespero, impotência e sofrimento, os preocupados ficam na superfície de um assunto torcendo as mãos, pensando e falando constantemente, “ocupados” com o problema em vez de senti-lo. Por estranho que pareça, sentir o sofrimento é uma forma rápida de eliminar a preocupação e restaurar a paz de espírito.

Quem se preocupa?
Todos se preocupam às vezes. Enquanto espera por uma resultado médico potencialmente sério, por exemplo, a maioria das pessoas preocupa-se. Embarcar pela primeira vez numa experiência (como dar à luz pela primeira vez), obviamente preocupa.
No entanto, também existem aqueles “preocupados profissionais” que se preocupam com coisas que não abalam os outros. Os profissionais ficam muito nervosos, quando um ente querido demora a chegar a casa. Ficam desesperados quando os filhos trazem notas baixas da escola. Antecipam uma vida adulta arruinada, preocupam-se excessivamente sobre inchaços suspeitos, e sobre aquilo que os outros vão pensar ou dizer. Preocupam-se demais.

Causas de Preocupação
As pessoas tornam-se preocupadas em excesso de duas maneiras: algumas foram criadas por pais preocupados, aprendendo com eles esse comportamento. Outras recebem a preocupação via genética. (Ambos os factores com frequência coexistem na mesma família). Preocupar-se pode ser uma manifestação de um distúrbio de nascença chamado Distúrbio da Ansiedade Generalizada, ou DAG. Nesse caso, a pessoa está sempre preocupada. A sua mente preocupa-se sem o seu consentimento.

O critério de diagnóstico inclui os seguintes itens:
1 – Muita preocupação sobre muitas coisas por pelo menos seis meses.
2 – Incapacidade de parar de se preocupar.
3 – Três dos sintomas a seguir (em crianças, somente um dos sintomas é requerido): sentir-se nervoso ou inquieto, cansar-se facilmente, ter problemas de concentração, tornar-se irritável, tensão muscular, ter problemas para dormir.
4 – A preocupação provoca aborrecimento significativo.
5 – A preocupação não é resultado de um problema.

A preocupação intensa não é normal. Geralmente incomoda o preocupado e os outros membros da família que vivem ao seu lado.

Ajuda para os preocupados

Algumas pessoas beneficiam com uma abordagem cognitiva-comportamental à preocupação. Há muitos livros de auto-ajuda que usam essa estratégia. A obra do Dr. Edmund Bourne (Lidar com a Ansiedade: 10 Maneiras Simples de Aliviar Ansiedade, Medo e Preocupação), por exemplo, é bastante popular.
Nos últimos anos, o Dr. Bourne e muitos outros começaram a recomendar várias terapias alternativas em adição ao tratamento cognitivo-comportamental, ou até mesmo em vez dele. A Terapia dos Florais de Bach, por exemplo, pode reduzir a tendência à preocupação de maneira segura e indolor. A Psicologia da Energia ou EFT é uma estratégia do tipo faça-você-mesmo que pode ajudar a parar de se preocupar. A ajuda profissional pode ser eficaz para muitos que se preocupam com intensidade.
Como há tantos factores com os quais se preocupar quando se trata dos filhos, os pais precisam saber quando permanecer calmos e positivos. Preocupar-se em demasia pode ser muito desagradável; pode interferir na maneira apropriada e saudável de lidar com os filhos. Reduzir o excesso de preocupação pode trazer enorme melhoria na qualidade de vida de toda a família. Auto-ajuda e/ou ajuda profissional podem realmente ajudar!